Papá Hemingway

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papaEm meio à avalanche de títulos, com ou sem qualidade, que as editoras despejam diariamente no mercado, obras essenciais acabam ficando obscurecidas, às vezes sequer vindo a conhecimento do público. É o caso, ao que parece, de Papá Hemingway, deliciosa biografia do autor de O velho e o mar, escrita pelo jornalista E. Hotchner. O livro, que foi publicado depois da morte do grande premio Nobel americano, tem sua história fundada num acaso.  Destacado em 1948 para conseguir de Hemingway, para a revista Cosmoplitan, um artigo sobre o tema O futuro da literatura, Hotchner viajou para Cuba, onde Hemingway então residia. Uma vez na ilha, ainda não governada por Fidel, ele se deu conta do quanto aquele pedido era imbecil, e, sem coragem de se apresentar ao escritor, mandou-lhe um bilhete no mínimo espirituoso: “Sei que é uma besteira pretender que escreva sobre o futuro da literatura para a revista Cosmopolitan, onde trabalho. Mas, se não conseguir qualquer palavra sua, ainda que de simples recusa, corre perigo o futuro de Hotchner”. Resultado: Hemingway achou graça ou comoveu-se (ou os dois) e marcou encontro com o correspondente no bar La Florida. E embora jamais tenha escrito o tal artigo, a partir daí nasceu uma sólida amizade entre os dois, que terminaria somente com a morte do escritor, quando este se suicidou no dia 2 de julho de 1961. Ler Papá Hemingway é um aprendizado sobre a vida e o pensamento do escritor,e também sobre o fazer literário.

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