O norte-americano Willian Faulkner dizia que para escrever lhe bastava uma máquina de datilografar, papel e uma garrafa de uísque.
Graciliano Ramos precisou apenas de lápis e o papel que lhe chegavam às suas mãos para registrar rascunhos do que mais tarde viria a ser suas Memórias do Cárcere, magistral obra em que relata sua dramática passagem pelos porões da ditadura de Getúlio Vargas.
Como dá pra ver nesses exemplos, escrever não é caro. Não precisamos de telas, lentes, câmeras ou outros equipamentos que custam às vezes, como dizem por aí, “os olhos da cara”. E, a rigor, escreve-se em qualquer lugar: em casa, no ônibus, na praia, e até no cárcere, como foi o caso do autor de Vidas Secas.
Já publicar um livro são outros quinhentos. Quem já tentou, sabe. As portas das editoras estão quase sempre fechadas para quem ainda não tem um público leitor, e, no caso das edições independentes, o autor termina, com raras exceções, amargando a posse de pacotes e mais pacotes de volumes encalhados.
Mas mesmo isso está mudando. Hoje, além da grande facilidade de transformarmos um texto num livro impresso, temos a opção muito alentadora de produzirmos tiragens sob demanda, quer dizer, em quantidades condizentes com nosso potencial de comercialização. Quem consegue vender cem livros, imprime apenas cem livros; quem só consegue mercado para cinquenta, imprime cinquenta, e por aí vai.
A maior novidade, entretanto, são as plataformas para publicação dos chamados e-books. Tem gente que ainda não sabe (conheço escritores que ainda não sabem!), mas qualquer pessoa, genericamente falando, pode lançar e colocar suas obras para serem comercializadas em sites como, por exemplo, o da Amazon. Sem gastar um único centavo você produz a capa, envia o texto, estabelece um preço e logo vai ter seu livro prontinho para ser adquirido por leitores do mundo inteiro. Para quem tem escritos inéditos, pode ser uma boa hora para tirá-los da gaveta.