Estudo realizado na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), descreveu o consumo alimentar de beneficiários do Programa Bolsa Família.
A pesquisa envolve a elaboração de um sistema de classificação de alimentos.
O autor da pesquisa, Alan Giovanini de Oliveira Sartori, considerada o estudo uma ferramenta eficaz para implantação de políticas públicas.
O sistema de classificação elaborado pode auxiliar na formulação de políticas públicas em alimentação e nutrição.
Pode estimular a indústria na reformulação de produtos.
E pode servir para orientar o consumidor por meio de uma educação alimentar e nutricional.
Excesso de peso
Para entender a pesquisa, é importante considerar evidências como a expansão do consumo de alimentos industrializados e altamente processados entre populações de países desenvolvidos e em desenvolvimento.
Como consequência da extensão desse consumo, tem crescido a predominância de excesso de peso e de comorbidades associadas.
O fenômeno tem sido observado entre beneficiários do bolsa família.
A pesquisa
O pesquisador disse que o sistema adota critérios tecnológicos para ser aplicado na análise do consumo alimentar de populações.
Ele explica que foi possível descrever o consumo de alimentos de acordo com o propósito, grau de processamento e inclusão de aditivos alimentares.
Também foi possível verificar a contribuição destas situações no fornecimento de nutrientes, fibra alimentar e carotenoides para os beneficiários do PBF.
Excesso de sódio
Conforme o pesquisador, as pessoas beneficiárias do programa apresentam tendência para obtenção de menor proporção de energia proveniente desses produtos.
A ingestão (valores médios) de fibra alimentar foi reduzida e os ácidos graxos trans foram consumidos em excesso. Verificou-se conteúdo insuficiente de vitaminas E, A, D, folato, B1 (em idosas) e B6 (em idosos), cálcio, potássio, magnésio e fósforo (em meninos e meninas).
O sódio foi consumido em excesso. O sódio é muito associado ao consumo de sal.
Colesterol
As principais fontes dietéticas da maioria dos minerais foram alimentos minimamente processados e in natura, com exceção do sódio e do manganês. Alimentos processados e refeições (sem alimentos altamente processados na receita) foram importantes fontes de vitaminas C, D e do complexo B, mas também de colesterol, lipídeos e ácidos graxos saturados.
Alimentos trans
A elevada quantidade de ácidos graxos trans contida em alimentos altamente processados foi notada.
O conteúdo estimado de carotenoides na dieta foi baixo e não integrou intervalos preconizados como seguros.
Destacaram-se como fontes dessas substâncias, além das frutas, legumes e verduras, o macarrão preparado com molho de tomate (para licopeno) e as sopas (para betacaroteno e pró-vitamínicos A).
Enfim, não foi captado efeito estatisticamente positivo, no IMC, da participação das categorias de alimentos.
Com dados do Portal da USP www.usp.br