O quente e inóspito deserto do Saara, ao norte da África, era uma região de savanas e pradarias com alguns bosques, lar de caçadores e coletores que viviam de vários animais e plantas, sustentados por lagos permanentes e muita chuva.
Era assim numa época entre 5 mil e 10 mil anos atrás, período conhecido como do “Saara verde” ou “Saara úmido”.
O maior deserto quente do mundo tem, hoje, uma precipitação anual pluviométrica entre entre 35 e 100 milímetros. Quando era verde, há alguns milhares de anos, recebia 20 vezes mais chuvas.
Os ventos das monções sazonais traziam intensas chuvas que mantinham a terra fértil.
Existem diferentes estudos que reconstituem o clima e a vegetação do Saara nos últimos 10 mil anos.
Um dos mais recentes, publicado em conjunto por pesquisadores da Universidade de Estocolmo, na Suécia, e das universidades de Columbia e do Arizona, nos Estados Unidos, analisou a sedimentação marinha no norte da África em busca de um padrão de chuvas.
O Saara era, mais ou menos, como o Serengueti, no norte da Tanzânia e sudoeste do Quênia (veja foto acima).
O Serengeti abriga a maior migração animal de mamíferos do mundo. Na língua do povo massai, a palavra Serengit significa “planícies intermináveis”.
Havia no Saara corpos hídricos permanentes, savanas, pradarias e até alguns bosques.
Mudança
O clima mais favorável à vida foi desencadeado com a maior proximidade do Sol em relação à Terra, durante o verão, o que produziu mudanças de insolação, indica estudos da Universidade de Estocolmo.
O reflexo de luz solar, seja da superfície terrestre ou da poeira que flutua na atmosfera, é conhecido como albedo e é um dos fatores mais importantes na aridez de uma região.
Segmentos da ciência avaliam que a mudança ocorreu há 5 mil anos, como resultado de um fenômeno cíclico de maior ou menos insolação.
Com dados da BBC/Londres/GETTY IMAGES