Karla Freire expõe reggae em revista nacional

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A jornalista da TV Mirante, Karla Cristina Ferro Freire, é autora de matéria destaque na edição deste mês da Revista de História da Biblioteca Nacional (Ano 9, no 101, fevereiro de 2014, pgs. 36-39),  a mais importante, no Brasil, na área de História, em circulação em bancas de revista.

foto lançamento livro
Karla Freire no lançamento do livro “Onde o reggae é a lei”

 

A matéria “Quando Atenas vira Jamaica”, descreve a história do Reggae no Maranhão.

Tem como base o livro da autora “Onde o reggae é a lei”, editado pela Editora da Universidade Federal do Maranhão (Edufma), em 2012.

A Revista de História da Biblioteca Nacional Nacional é espaço em que escrevem os mais importantes pesquisadores da área de Ciências Humanas do Brasil. É assinatura referência entre professores e estudantes de cursos de História.

O livro de Karla Freire é, ao mesmo tempo, pesquisa científica histórica e jornalismo investigativo.

É motivo de orgulho para todos os jornalistas. Parabéns!

Abaixo resumo do texto publicado na Revista  de História da Biblioteca Nacional

Quando Atenas vira Jamaica

Com um passado associado a grandes nomes das artes, São Luís se transformou na capital brasileira do reggae a partir dos anos1970

Karla Cristina Ferro Freire

Não se sabe ao certo como o reggae chegou ao Maranhão. É provável que os primeiros discos tenham sido trazidos na década de 1970 por marinheiros vindos da Guiana Francesa. Sem dinheiro, usavam os vinis como moeda de troca por comida e bebida ou com as prostitutas no Porto do Itaqui, em São Luís. É possível ainda que o DJ Riba Macedo tenha sido o primeiro a tocar o ritmo jamaicano nas festas da capital na mesma década. Ele procurava “música estrangeira lenta” para o público dançar junto em suas festas de lambada, merengue e salsa, quando comprou os primeiros vinis de reggae no Pará. Há ainda uma terceira hipótese: o ritmo teria chegado através das ondas curtas das rádios amadoras, que captavam sinais de diversas regiões das Américas, incluindo o Caribe. As opções não se excluem e, por isso, é plausível que os acontecimentos tenham sido concomitantes. Independentemente do caminho, o reggae fez uma pequena revolução no estado desde sua chegada: a transformação de Atenas em Jamaica.

Naquela época, a capital do Maranhão carregava o apelido de “Atenas brasileira”, pela evocação de um passado glorioso, de grandes nomes da literatura, artes e ciências, encarnado por jovens filhos de comerciantes e produtores agrícolas, que retornavam de seus estudos na Europa trazendo os costumes e a cultura letrada do velho continente.  Assim, a alcunha foi sustentada com orgulho por gerações de intelectuais maranhenses.

Essa situação só foi possível graças à rápida ascensão econômica do Maranhão ligada à alta na produção do algodão e da cana-de-açúcar em meados do século XIX. A época em que o estado se tornou um dos maiores exportadores mundiais desses produtos coincidiu com um aumento notável no número de estudantes e com os períodos nos quais se formaram gerações de intelectuais de destaque no Brasil, como Gonçalves Dias, João Francisco Lisboa, Odorico Mendes, Aluísio e Arthur Azevedo.

 

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