A Psiquiatria no curso do Covid-19

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A pandemia do Corona Vírus ocasionou um dos maiores problemas de saúde pública do século. As consequências foram devastadoras em todos os sentidos. Os índices de morbimortalidade são surpreendentes e nunca vistos. Todas os ramos da medicina e de outras áreas da saúde foram pegas de surpresas e as consequências foram devastadoras. A Psiquiatria, como especialidade médica e secularmente carregada de preconceitos e discriminações, passou a ser, no curso da pandemia, “a menina dos olhos das especialidades médicas”. O incremento de casos psiquiátricos e em saúde mental na população em geral, a imensa diversidade de casos psiquiátricas e as ocorrências de casos em crianças e adolescente e em outras faixas etárias, desencadeados pela virulência e pelos enormes impactos psicoemocionais da pandemia na população infantil e infantojuvenil, são os principais fatos nessa rede de situações.
As doenças mentais, caminham inexoravelmente para cronificação, muito embora muito delas possar aparecer, abruptamente (condições agudas). Porém em ambas as condições se recomenda tratamento precoce. Apesar de tudo, sabe-se que essa evolução não é prorrogativa única das doenças psiquiátricas, pois, a maioria absoluta das doenças humanas, evoluem também em ambos os sentidos.
Os tratamentos das doenças mentais, evoluíram muito, ao ponto de muitas dessas enfermidades hoje já não representarem grandes ameaças, mesmo sabendo-se que elas poderão caminhar para o “status de doença crônica”. Os modernos conhecimentos sobre a fisiopatologia das grandes síndromes psiquiátricas, e as modernas técnicas diagnósticas e tratamentos nessa área da Medicina e, principalmente na área farmacológicas e da neurociência. Ocorre que, os preconceitos e os estigma que ainda existe em torno dessas doenças (assunto tratado em diversos artigos escritos por mim para esse jornal), permanecem sendo os grandes entraves dessa especialidade médica.
Esses preconceitos são enormes, desumanos, segregadores e marginalizadores e o preço que se paga são gigantescos. As enfermidades mentais dispõem de uma fisiopatologia, de um curso natural, de uma evolução, de um prognóstico, de um diagnóstico e de um tratamento, isto é, de tudo que outras doenças humanas apresentam, não têm nada de sobrenatural, de divino, muito menos de diabólico. E
Essas crenças e pechas sobre elas são seculares e provêm de época onde imperava o obscurantismo no pensamento psiquiátrico, épocas, em que não se sabia nada comparativamente ao que se sabe hoje, sobre essas enfermidades. Hoje, a Psiquiatria moderna, se inspira neurobiologia, na farmacologia. na neuroquímica, na genética, na imunologia e a neurofisiopatologia e na clínica das doenças mentais.
Enfim, os tempos mudaram, acabaram-se as bruxas e as bruxarias. A doença mental não é mais um “bicho de sete cabeças” que nos assustava e sobre as quais poderíamos fazer muito pouco. Hoje, já sabemos bastante sobre elas e as perspectivas são cada vez melhores para os próximos anos.

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