A crise na política e dentro de nós

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Atualmente o que mais se ouve falar é de crise. Crise de todos os tipos e de diferentes gravidades. Como um evento humano, é através dela que se promovem as mudanças fundamentais nos processos vitais. As crises, independentemente de sua natureza, têm de ser identificadas, enfrentadas e modificadas. Esses são os três grandes desafios sobre os quais as crises se sustentam. São etapas necessárias à sua expressão e ao seu manejo.

Crise, etimologicamente, é alteração, desequilíbrio dúvida, incerteza, tensão conflito. É um momento transitório de desequilíbrio ou de instabilidade, em que se evidencia e se sinaliza a necessidade de mudança, mais ou menos radical, em um dado processo ou momento. As crises se instalam em condições inevitáveis pois é um fenômeno, naturalmente presente em situações, épocas e fases da vida e ocorrem em processos físicos, geográficos, políticos, sociais e humanos, pois como seres viventes e em movimento permanente, entram em equilíbrio, desequilíbrio e reequilíbrio constantemente.

A crise, seja qual for, nunca se define ou se encerra em si mesma. É Sempre contextualizada em sua expressão e em sua magnitude. Se sucede, se interrompe e se sucede, eis a crise. Um constante interceder e intercalar de eventos, todos em direção ás mudanças e a evolução. Em condições naturais, as crises sempre evoluem em uma direção.

É utópico imaginarmos um mundo sem crises, em qualquer etapa ou momento em que ele se encontra. São eventos indispensáveis e sem as quais a própria vida perde o sentido e se desnaturaliza. Os eventos ocorrem e as crises se sucedem e em cada uma delas dentro e fora de nós, e assim prosseguimos.

No imaginário social, cultural e psicológico, sempre se associam as crises com algo ruim, fatal, e inexoravelmente trágico. Nessa expectativa, passa a ser uma condição que nos inspira medos, inseguranças e perplexidade. A rigor nos conduz a expectativa, contemplação e imobilismo, sobrevindo interrogações: e agora, para onde vamos, o que vai acontecer, o que podemos fazer? Nossa geração vem enfrentando crises sucessivas predominantemente políticas, econômicas, éticas e todas graves e desfavoráveis. Em todas nos sentimos frágeis.

Nossa história é repleta disso. Na história do homem, no globo, o que não faltam são momentos ou estados de crise que ocorrem desde os primórdios da humanidade. E, se voltarmos a visão para nós mesmos veremos que tais fenômenos, na dimensão ontológica, fazem-nos perceber que nossa vida é uma sucessão infinita de crises, sem as quais não avançaríamos.

Mas, se é assim, porque tanta reclamação? Tanto descontentamento? Tanta frustração, tanto medo e tanta expectativa negativa pairando na cabeça das pessoas? Guardando as devidas proporções, cada um de nós vive esse momento, de forma muito particular, assim como particulares são as respostas que cada um atribuirá a seu momento, seu tempo e a sua história.

Abstraindo-nos um pouco da visão filosófica e antropológico-existencial que dei ao conceito de crise no primeiro momento desse artigo, essas que vivemos atualmente, com fortes bases éticas, são impostas. Não são naturais, foram condições que se nos impuseram irresponsavelmente e de forma impiedosa. São situações impostas, de forma artificial e incongruente, portanto, evitáveis. Gera ameaças social, psicológica e cultural, manipuladas. Essas crises que se nos impuseram não estão a favor da vida, da mudança ou a serviço da plenitude dos seres humanos. Estão a serviço da arrogância, do despudor, e da violência do grupo político que cuida desse país.

São condições determinadas, por pessoas indiferentes, insensíveis e vaidosas, que fazem parte de quadrilhas poderosíssimas e que defendem grandes interesses econômicos, financeiros e de mercado. São crises importas por ditadores, sabidos, larápios, criminosos e aproveitadores da boa-fé de todos e preferentemente dos mais humildes. Crises fabricadas por grupos políticos indiferentes ao sofrimento e ao bem-estar social.

Dessa forma, o que está em jogo não é uma crise em seu sentido antropológico e filosófico, como procurei demonstrar acima. O que está em jogo é o sentimento de mal-estar geral e de indignação profunda, que a cada dia nos abate ao percebermos que os fatos se agravam. O que está em jogo é o sentimento de frustração e decepção oriunda da inépcia de gestores públicos, no trato da coisa pública. O que está em jogo é a revolta de assistirmos impávidos as negociatas, as impunidades, as injustiças, os crimes, a violência, a improbidade, etc.

O que está em jogo é a frustração de termos sido enganados em nossa credulidade e inocência ao se constatar a decadência moral revelada pela face triste de uma criancinha, com fome que não tem onde morar. Ou de uma mãe ou um pai desempregado que não sabe o que fazer. Ou ainda, o desespero da professorinha, que já não sabe se ensina ou se educa, ou qual é mesmo seu papel pelas incongruências, onde família, escola, sociedade e o estado, não se entendem.

Eis a crise insana, impostas por políticos insanos e desumanos, que se nos impõe uma ordem social, desumana e decadente, gerando perversidades e injustiças. Políticos inescrupulosos que ocupam cargos importantes na vida pública para se locupletarem negligenciando suas obrigações e deveres.

Devemos agora, já que a cada dia são reveladas as ambiguidades pessoais e os esquemas criminosos envolvidos nessa corrupção desvairada, lutar, ir as ruas, denunciar, fortalecendo um amplo movimento nacional de indignação e a favor da justiça e da paz entre as pessoas sérias desse pais. A luta não é simples nem fácil, mas, em uma altura dessas, não devemos nos abater nem nos conformar ou ficar só reclamando de crise. Os responsáveis por todas essas situações que nos impuseram pagarão caro, como já estão pagando de tal forma que não podemos perder as esperanças de fazer com que esses arrogantes, petulantes, cínicos e falastrões, paguem por seus crimes. Falar que estamos em crise não adianta nada, o que nos adianta agora é empunharmos nosso coração e banir esse grupo de impostores de seus postos para deixar nosso país livre para crescermos com ele.

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Atividade física e saúde mental

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Atividade física e saúde mental

A cada dia crescem as evidências que o homem contemporâneo, produto de uma era repleta de novos conhecimentos, pode viver mais e melhor. Esta é, certamente, uma das mais importantes informações, que todos nós queríamos ouvir, pois a busca da longevidade e da vida eterna é uma das mais antigas aspirações dos seres humanos e isto está se concretizando a passos largos.

Nos últimos 50 anos demos um salto muito grande na qualidade e em nosso estilo de vida atingindo índices de longevidade nunca antes alcançados, pois estamos vivendo mais e melhor. Sabe-se, que para atingirmos isto houve uma coincidência de diferentes fatores que garantiram estas conquistas: os avanços da Nutrologia, da Bioquímica, da Imunologia, da Genética, da Farmacologia de Neurofisiologia e das Ciências Comportamentais. Não se pode também desconsiderar os avanços imprescindíveis no campo da tecnologia médica, os avanços sociais e econômicos e a maior participação de todos na cadeia produtiva e no trabalho.

Por outro lado, há um contrapondo, importante, que se estabelece, contrários aos avanços citados acima.  A Revista Médica Britânica “Lancet”, há alguns anos, publicou artigo mostrando que 5,3 milhões de mortes por ano no mundo estão relacionados ao sedentarismo. Para os pesquisadores, a falta de atividade física diminui a expectativa de vida da mesma forma que o tabagismo e a obesidade. E essa condição, responde por 10% das doenças não transmissíveis, como diabetes, câncer e problemas cardíacos.

Em outro estudo, Pedro Hallal, da Universidade de Pelotas, informa que 30% da população mundial adulta é fisicamente inativa, e que 80% dos jovens entre 13 e 15 anos não se exercitam o suficiente. Outras informações mostram que 49% da população brasileira adulta não praticam atividade física, embora se saiba que o sedentarismo responde por 13% das mortes por infarto, diabetes e câncer de mama e do intestino.

Dados do programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento PNUP, de 2016, nos dão conta que, a cada ano, cerca de 300 mil brasileiros morreram em decorrência de doenças relacionadas à inatividade física. Em outras palavras, o sedentarismo, que como se viu, mata 5,3 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, causa no Brasil uma epidemia de doenças relacionadas à inatividade.

Especificamente sobre a saúde mental, um trabalho realizado com um grupo de mais de 700 indivíduos idosos sem demência, desenvolvendo níveis elevados de atividades físicas nas 24 horas, avaliada objetivamente pela actigrafia (que mede o ciclo de atividade/repouso através dos movimentos do pulso), verificaram que estes indivíduos apresentavam um menor risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, bem como uma taxa mais lenta de declínio cognitivo. Esta descoberta dos pesquisadores apóia os esforços dos mesmos para incentivar a atividade física, mesmo em pessoas muito idosas.

Portanto, a atividade física, diminui o risco de declínio cognitivo e demência. Isto é, uma pessoa com baixa atividade física diária, apresenta um risco 2 vezes maior de desenvolver Doença de Alzheimer (DA), em comparação com um exerça uma atividade física regular. O nível de atividade física cotidiana global está associado com uma taxa mais lenta de declínio cognitivo global, particularmente para a memória episódica, memória de trabalho, velocidade na percepção e habilidades visuais / espaciais. Isto é, todas as funções cognitivas se beneficiam com atividade física regular.

Os estudos também demonstram que não é só através do exercício físico, que se vive bem, o incremento das atividades cognitivas, ocupacionais, a arte, a criatividade, e outras atividades intelectuais, são condições que também estão associadas com um maior desempenho cognitivo e com a qualidade de vida na velhice. Indivíduos mais velhos, para quem a participação no exercício formal esteja limitada por problemas de saúde, pode se beneficiar de um estilo de vida mais proativo através do aumento de todo o espectro de atividades de rotina. Isto é, mesmo que a pessoa não pratique formalmente o exercício, mas se tem uma vida ativa, também se beneficiam evitando muitos transtornos neuropsiquiátricos.

Portanto atividade física é algo adstrito, só a promoção da beleza, mas também e principalmente, a saúde, a vitalidade e a longevidade, pois essas práticas impedem o surgimento de muitos transtornos físicos, psíquicos e sociais graves e avassaladoras, especialmente, em populações de idosos.

Não é de hoje que se sabe que a ocupação é fonte de saúde. Desde que essa ocupação seja inspirada por prazer e disposição. Isto é, exercer atividades prazerosas e que lhe dê contentamentos. Muitas pessoas, equivocadamente, ao se aposentarem de seus trabalhos habituais, ou por tempo de serviço ou por idade, abandonam inteiramente as atividades que lhes eram comuns, e se se entregam a uma vida improdutiva, ociosa, desocupada, achando que já trabalhou muito e, portanto, deve “ficar sem fazer nada”. Vejo nisso um tremendo equívoco de avaliação. Essas pessoas ao se aposentarem, o fizeram, de uma atividade formal, regular e corriqueira, porém a vida de cada uma prossegui, continua, sem interrupção e isso vai permanecer, aposentado ou não.

A vida permanece, o cérebro permanece os órgãos estão ávidos por atividades e quando se tornam impedidos disso, essas pessoas pagarão um preço caro com o surgimento de muitas doenças originarias dessa inatividade.

           Entre as doenças neuropsiquiátricas e emocionais muito comuns nessas condições, encontra-se quadros depressivos graves e outros transtornos emocionais, sobretudo, transtornos ansiosos por desadaptação ou disfuncionalidade, justamente, por se estregarem, entre outras coisas, a um sistema de vida ocioso e sedentário, duas condições absolutamente contrárias a saúde plena.

Ainda do ponto de vista da saúde mental e psiquiátrico, sabe-se, que ao nos exercitarmos, estimulamos a funcionalidade de uma rede enorme de neurotransmissores cerebrais, substâncias imprescindíveis à nossa saúde global (física, psíquica e social), sem os quais, dificilmente, desfrutaríamos com plenitude de saúde e bem-estar. São substância proteicas, vitais para garantir as funções do cérebro e de muitos outros órgãos indispensáveis à saúde.

Nossa vitalidade e nosso comportamento, depende da funcionalidade do cérebro e dos neurotransmissores cerebrais, os quais, resumidamente, são eles quem nos darão o equilíbrio necessários para vivermos plenamente. Eles garantem o que fazemos, o que pensamos, sentimos, reagimos, e nos comportamos. A atividade física, regular, sob orientação profissional, nos dá isso de graça, daí porque, quem pratica um esporte, sabe que depois de uma boa sessão de academia, uma boa caminhada, uma bela natação e ou outras práticas esportivas, você se sente relaxado, tranquilo, satisfeito, sorridente e pronto para o dia a dia.

 

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Até o BB na rota de medidas econômicas

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http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2016/11/1833958-banco-do-brasil-anuncia-plano-para-fechar-agencias-e-economizar-r-750-milhoes.shtml

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São denuncias de corrupção uma atras da outra. Vamos seguir em frente, para vermos se a coisa vai mesmo mudar!

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http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/oposicao-quer-saida-de-geddel-base-sai-em-defesa-de-ministro.html

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As amizades em crise

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         Em conversa recente com alguns amigos, onde falávamos sobre as amizades e as dificuldades em fazê-las, especialmente nos dias de hoje, fiz algumas ponderações a esse respeito, dizendo-lhes que entendia, ser a amizade, na perspectiva das relações humanas, algo singular, especial bem como destes com outros animais.

            Dizia ainda, que a amizade se dá no tempo, e está sempre acima de interesses das partes envolvidas nesse processo. É uma relação promissora, autêntica e se consolida de forma lenta e progressiva, se aprofundando à proporção que cada qual vai se conhecendo. É um relacionamento profundo, de concessões e de desinteresses e se dá de forma confiante, amável, solidária, afetuosa, carinhosa, respeitosa, protetiva e, amorosa. É uma relação inspirada em sentimentos nobres e profundos, confluentes, simultâneos e altruísticos.

As amizades tendem a ocorrer de forma fortuita, embora possa surgir na maioria das vezes na convivência e, quando ocorrem, consolidar-se-ão, no tempo. Nascem da confluência desses atributos positivos e se dirigem em um único sentido, onde os amigos se dão mutuamente.  Isto é, na amizade, há uma sincronia afetiva, há uma simpatia mútua, unidos por sentimentos positivos, de confiança e segurança mutua.

Até aí, parece que todos concordaram com o que havia dito. Um dos amigos, fez alusão a pontos de interesses comuns que deve haver ente os amigos e outros, ainda, retrucaram, alegando que mesmo que haja discordâncias entre ideias, essas divergências ocorreriam no plano dos pensamentos, e que, sem grandes esforços, a própria amizade, as suplantaria e essas seriam elo de união e não de separação pois, são simplesmente, diferentes formas pensar de cada um.

Toda amizade precisa ser mantida, regada, cultivada, pois as mesmas são bases especiais dessas experiências humanas. Isto é, da mesma forma como se deve regar uma plantinha para que ela cresça e se desenvolva, de forma sadia e promissora, sentimentos como a fé, a confiança, o amor, o respeito e o carinho, que inspiram as amizades, devem também sê-los. As amizades devem ser preservadas, protegidas e cultivadas.

As amizades, como outros sentimentos humanos, não deverão estar exclusivamente à mercê de contatos frequentes, visitas ou mesmo as voltas com sentimentos de posses exclusivistas de alguém sobre alguém. O amigo não é dono do outro. Tenho amigos, que passo anos sem vê-los, porém, quando nos encontramos, a impressão é que se tem é que o tempo não passou. E assim a amizade brota e se mantém.

Também nesse ponto não houve qualquer divergência. Isto é, não se define uma amizade pelo número de encontros, frequência de visitas ou pelo tempo que cada um passa com o outro. A amizade está muito acima dessas peculiaridades e transcende o tempo.

Nenhuma amizade deve subjugar os amigos entre si. Isto é, preserva-se a autonomia, a liberdade de pensar, de sentir e de agir de cada um, em respeito à personalidade e ao caráter do outro. Não é concordando sempre, com que ambos pensam, que as amizades se consolidam, pode-se discordar das diferentes formas de pensar e nem por isso a relação se abala, desde que haja respeito pelas ideias.

Se fizermos, um recorte entre as ponderações feitas acima e as condições atuais com que ocorrem os relacionamentos, torna-se difícil se desenvolver boas amizades.

Vive-se em um mundo de rápidas e constantes transformações, onde o hoje, o ontem e o amanhã, parecem se confundir, ao se darem em um mesmo plano. O tempo parece curto e curtas são as relações. As coisas se passam rápido demais, colaborando com vivências fugazes e transitórias. Relações inconstantes sem profundidade virou marca registrada nos tempos modernos das diferentes experiências humanas. Essas marcas, colaboram para que haja relações sem profundidade, maquiadas, efêmeras, utilitárias e, em muitos sentidos, mercantis.

As pessoas, inseguras em si mesmas, se dão muito pouco umas ás outras, nesse contexto de transitoriedade. A maioria absoluta delas estão isoladas e circunscritas aos seus egoísmos. As relações estão sem o selo de garantia. Estabelecem-se de forma predominantemente sem efetividade. O mundo se notabiliza por relações fisiológicas e oportunistas, onde todos tendem a tirar proveito dos outros se moldam a partir desses pretextos.

Em sendo assim, poderíamos falar de amizades, em seu significado mais profundo, onde o que deveria imperar era a confiança e o respeito entre as pessoas, sendo o que menos ocorre?

Poderíamos pensar em amizade em um mundo onde a insegurança, a desconfiança e a desfaçatez predominam? Onde a insensibilidade, a insensatez e o egoísmo, tem suas presenças garantidas em qualquer relação, e, por isso mesmo, todos acabam tendo sempre um pé atrás, ante cada um?

Poderíamos pensar em amizade onde não há gratidão, admiração e carinho entre as pessoas, em um mundo, predominantemente, repleto de ódio e competição, em suas diferentes formas de expressão?

Poderíamos pensar em amizade onde as pessoas não se relacionam mais de fato e de direito, e sim, sob o império da virtualidade, através dos meios eletrônicos, onde muitos nem se conhecem e passam a “estabelecer relações profundas”?

Como se pensar em amizade, onde as pessoas nem se dão conta de si mesmas e que, ao mesmo tempo, querem aparecer e serem notadas, mesmo que para tanto, façam muito pouco um pelo outro?

Fiquem pensando sobre isso! Todos fomos responsáveis até onde chegamos. Amizade, contrariamente ao que muitos pensam, é uma relação vital, indispensável entre os humanos e destes com outros seres viventes. É uma condição de promoção e de proteção da vida. Não é, tão somente, uma coisa simples, que ocorre entre um e outro, ela se dá em um plano de prorrogação e manutenção da vida. Devemos promove-la, protege-la, defendê-la e cultivá-la e é a ela, que haveremos de recorrer quando nos sentirmos cada vez mais sós e solitários.

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Aposentar-se da vida ou do trabalho?

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Uma questão que me parece absolutamente relevante e que vem merecendo pouca atenção, por parte do estado e de muitas empresas empregadoras nesse país, é o destino de muita gente que, ao se aposentar, passam a apresentar graves problemas emocionais, comportamentais e sociais, em razão direta da aposentadoria.

Para muitos, aposentar-se ao invés de representar uma conquista, um novo e agradável modo de vida, uma oportunidade a mais de ser feliz ou de virem a realizar planos saudáveis na vida, a aposentadoria representa um “inferno” uma tortura ou uma coisa muito ruim. Muitos ficam à deriva, sem saber o que fazer, sem saber para onde ir, sem fazer nada e à margem das atividades sociais e ocupacionais. Outros, torna-se ansiosos, depressivos, fóbicos, inseguros, retraídos, ocasionado pela mudança abrupta de seus “modus vivende”, para o qual não foram preparados.

Em geral, quando o assunto é aposentadoria, uns se assustam, outros se preocupam e se retraem e não querem falar sobre o mesmo, e, há os que tem até medo de chegar a essa época. E, ao tratar sobre ela, as principais questões são sempre as mesmas: reclamações, revoltas, previdência, salários, direitos, desassistência, etc. São queixas comuns, que se destacam sobre qualquer outro assunto e, um dos que menos se fala, são dos sentimentos, vivências, expectativas e projeto de vida que cada pessoa apresenta ao se aposentarem. Ao meu ver, um assunto absolutamente relevante, que deveria ser melhor tratado, do ponto de vista médico, psicológico, social e previdenciário.

Para mim, como um psiquiatra e como observador das questões sociais e humanas, não estranho, esse descuido sobre essas questões quando o estado nem as empresas não se preocupam em fazê-lo, muito embora possa haver danos importantes na saúde e no comportamento dos muitos que aposentam.

Infelizmente, não há um olhar especial sobre os aposentados, isto é, sobre a pessoa que passou a vida toda trabalhando, produzindo, colaborando com a sociedade, que, ao se aposentar, via de regra, é deixado de lado literalmente, abandonado a sua sorte, pela ausência de uma política efetiva, regular, abrangente e humanizada, que venha dar a essas pessoas as garantias mínimas, de proteção, valor e os meios adequados para se organizarem para entrar nesse novo ciclo de vida.

Restringirei meus comentários, nesse artigo, sobre os aspectos psicológicos e comportamentais das pessoas que se aposentam. E, nesse sentido, resgato parte de uma conversa que tivera, há alguns anos atrás, com um dileto amigo, Evandro Carvalho, quando discutíamos algumas questões sobre as aposentadorias. Ele, por muitos anos, dirigiu a Caixa de Previdência dos Funcionários do antigo Banco do Estado do Maranhão, a CAPOF e na época, me convidara para ser médico desse órgão.

Entre as conversas que tínhamos, Evandro, enfaticamente dizia: aposentar-se do trabalho, não é aposentar-se da vida. E dizia isso a partir de algumas observações minhas lidando com servidores especialmente aposentados os quais procuravam-me para consultas. Entre essas queixas, a de depressão era enorme. Uns se sentiam inúteis, com baixa estima pessoal. Outros, ainda, referiam dificuldades de adaptação a nova vida, ou se sentiam ansiosos, inseguros e culpados, ou ainda, passavam a beber muito e até usar outras drogas. Referiam somatizações clínicas frequentes e conflitos familiares. Houve um caso, que me lembro até hoje, quando uma Sra., referindo-se ao seu marido, recém aposentado, me dissera, Dr.: não aguento mais esse homem, depois que ele se aposentou, está insuportável e se transformou completamente.

Essas alterações de comportamentos, em minha avaliação, estavam ligadas diretamente ao fato de se aposentarem e não estarem, entre outras coisas, preparados para tanto, algumas dessas pessoas, quando voltavam a trabalhar, tempos depois, observava-se uma drástica redução dessas queixas, isto é, melhoravam sua qualidade de sua vida. Essas observações me convenceram que a aposentadoria, ou era a causa principal desses problemas, ou a mesma funcionava como gatilho para desencadear alguns desses comportamentos. Em uma condição ou outra, percebi e ainda percebo, que são muito tímidas as ações institucionais que oferecem medidas de prevenção a essas reações comportamentais desadaptativas, tão frequentes entre os aposentados, deixando-os vulneráveis a essas idiossincrasias.

Sabe-se, que trabalhar é uma das melhores e mais importantes formas de se promover, assegurar e prevenir doenças mentais e ocupacionais, especialmente nessa população de vulneráveis que são os aposentados. A ocupação, em si mesma, é um meio indispensável de se prevenir doenças e agravos psicológicos. Os danos à saúde em uma aposentadoria mal trabalhada, é enorme, e, é preciso que haja, no âmbito dos serviços públicos ou privados, políticas ou ações específicas, nas áreas sociais ou de RH, que trabalhem de forma antecipada e sistematicamente, com seus servidores a condição de virem a se aposentar. Além do mais, recomenda-se, que haja igualmente, ações específicas destinadas ás famílias desses que se aposentam para evitarem maiores problemas a partir desse novo modo de vida.

Essas e outras medidas, são de caráter preventivos-assistenciais, que poderiam ser implementadas ainda no ambiente de trabalho, muito antes de efetivamente se aposentarem. Isso, ao meu ver, facilitaria a transição dessa condição de uma vida produtiva para a de aposentado, dirimindo os efeitos negativos desse processo.

Aposentar-se, é salutar e que nem sempre representa problemas, muito pelo contrário, muitos ganham qualidade de vida, tempo livre e se expandem do ponto de vista existencial, além de terem a chance de trabalharem em outras atividades que não sejam as habituais, o que é muito interessante do ponto de vista psíquico e laborativo.  Ocorre, que como nem todos reagem assim, há os que ficam à mercê de graves problemas comportamentais e de adaptação pessoal e social, a esses, deveria ser oferecida medidas protetivas para uma boa transição entre o trabalho e a aposentadoria.

 

 

 

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Cunha pede Lula e Temer como testemunhas de defesa na Lava Jato – 02/11/2016 – Poder – Folha de S.Paulo

Fonte: Cunha pede Lula e Temer como testemunhas de defesa na Lava Jato – 02/11/2016 – Poder – Folha de S.Paulo

É, de fato, muito importante que haja esse arroxo na fiscalização e na penas …

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É, de fato, muito importante que haja esse arroxo na fiscalização e na penas aplicadas aos infratores do trânsito, pois os acidentes, muitas das vezes com… – Ruy Palhano – Google+

Fonte: É, de fato, muito importante que haja esse arroxo na fiscalização e na penas …

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Pesquisa investiga saúde mental de mães de bebês com microcefalia

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             Cuidar de quem cuida. Esta é a linha de um estudo inédito realizado por pesquisadores do Hospital Oswaldo Cruz (Huoc), que fica no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, sobre a saúde mental de mães de bebês com microcefalia. O projeto, realizado por médicos de várias áreas do hospital, foi submetido ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco para aprovação na segunda-feira (29).

            Cuidar de quem cuida. Esta é a linha de um estudo inédito realizado por pesquisadores do Hospital Oswaldo Cruz (Huoc), que fica no bairro de Santo Amaro, área central do Recife, sobre a saúde mental de mães de bebês com microcefalia. O projeto, realizado por médicos de várias áreas do hospital, foi submetido ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Pernambuco para aprovação na segunda-feira (29).

            A pesquisa é coordenada pela psiquiatra do Huoc e pesquisadora Kátia Petribú, que desenvolveu a temática a partir da própria experiência nos corredores da unidade de saúde. “Eu trabalho há 21 anos no hospital e passo quase que diariamente pela pediatria. Eu nunca tinha visto tanta desolação como no caso das mães de bebês com microcefalia. Elas tinham um olhar de choque, perplexidade. Foi a partir deste comportamento que resolvi dar início ao estudo”, afirma a psiquiatra.

             A metodologia de pesquisa já havia começado de maneira mais informal com conversas na sala de espera; cerca de 40 mães participaram desta primeira parte. O estudo vai ser dividido entre mães de bebês com microcefalia e mães de bebês sem a malformação, que nasceram no mesmo período, para fazer um quadro comparativo. A primeira parte da pesquisa vai estudar bebês com até 20 semanas e, nas seguintes, crianças de 1 ano a 1 ano e meio.

             Em boletim divulgado pela Secretaria de Saúde nesta terça (1º), foram contabilizados 1.672 casos notificados de bebês com microcefalia em Pernambuco. Destes, 215 foram confirmados como tendo realmente a malformação através de exames de imagem.

“A gente precisa fazer algo por elas. Na maioria das vezes, só sabemos de caso de depressão pós-parto. Esses bebês, por exemplo, não se desenvolvem da mesma forma porque a mãe não dá o mesmo afeto, a mesma estimulação. Em casos de bebês com algum problema de saúde o risco do adoecimento mental dessas mães cresce inúmeras proporções. Se a mãe não estiver bem, logo, o bebê também não ficará”, pondera.

Nessa semana, de acordo com a médica, mães de bebês com microcefalia receberão atendimento psiquiátrico gratuito no ambulatório do hospital. Haverá também um grupo de psicoterapia duas vezes por semana na unidade de saúde. O Grupo de Ajuda à Criança Carente com Câncer (GAC) também deve treinar voluntárias para darem assistências a essas mães com orientações dentro do hospital.

Fonte: ABP

http://www.abp.org.br/portal/imprensa/clipping-2/

 

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WhatsApperianos: doentes ou exagerados?

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Celulares-3-Quando o WHATSAPP, chegou entre nós, o víamos com bons olhos, afinal de contas, tratava-se de mais uma ferramenta importante, entre as tantas que já existiam, que estaria a serviço das relações humanas, em todos os sentidos. Esses meios de comunicação eletrônicos, são apaixonantes, atraentes, eficientes, e abrangem uma gama enorme de funções, que os tornam imprescindíveis nas atividades diárias. São aplicativos, que rapidamente ganham nossa simpatia, por serem ultrarrápidos em suas ações, efetivos, abrangentes, e permitem comunicar-nos em todos os sentidos.
Resolvem os mais diferentes problemas, sua aplicabilidade está em consonância com a velocidade do tempo, são eficientes, e nos incentivam a ampliar e a manter de forma abrangente as relações sociais. Nos ajudam nas relações, emocionais, afetivas e colaboram com execução do nosso trabalho devido sua abrangência funcional. Tem uma capacidade importantíssima, de aproximar as pessoas de forma surpreendente, e hoje, indispensáveis no dia a dia.
Com o advento do WHATSAPP, imaginei que ele viria incrementar essas prerrogativas desses aplicativos, e se associar ao não menos famosos E-mails, aplicativo eletrônico, que historicamente, revolucionou o mundo da comunicação virtual. Todavia, não imaginava, que em tão pouco tempo, ele alcançasse a importância que alcançou e a popularidade entre os humanos. Hoje, sabe-se, que WhatsApp superou a casa de 1 bilhão de usuários em todo o mundo e que o Brasil é o país com maior número de grupos ativos usuários desse aplicativo de mensagens instantâneas.
O impacto na economia, no trabalho, no comportamento e nas relações humanas, quanto a sua utilização, foi astronômico. Em 2015 o WhatsApp fez com que houvesse no Brasil, restrição de 22,9 milhões de linhas de celulares, fato que impactou e vem impactado diretamente na economia das operadoras desses telefones. O número de pessoas usando o WhatsApp mais que dobrou, desde que o Facebook comprou esse serviço, especialmente pela gratuidade e sofisticação cada vez maior em sua aplicabilidade. Segundo o megaempresário e dono do Facebook, Mark Zuckerberg, referindo-se ao aplicativo dissera, “quase uma em cada sete pessoas na Terra usa WhatsApp todo mês para estar em contato com seus amados, amigos e família”.
Realmente é surpreendente o impacto que isso provocou entre as pessoas, e do ponto de vista do negócio, é uma galinha de ovos de ouro, pois além de atender a tudo que nós queremos, como efetividade, eficiência, segurança, rapidez e abrangência na comunicação, o WhatsApp dispõe de tudo isso, o que o torna indispensável como ferramenta de negócios próprio na sociedade moderna. E, veio para ficar pois a meta do Faceboock é aperfeiçoa-lo cada vez mais, lançando outras funções ao aplicativo, para torná-lo cada vez mais importante na comunicação humana.
Até aí, só alegria e, nosso desejo é que a vida moderna nos presentei cada vez mais com outros instrumentos ou ferramentas eletrônicas e que tais ferramentas possam ser utilizadas a serviço do homem e do seu crescimento existencial. Todavia, como não é de se estranhar, entre os usuários, surgiram pessoas apegadas exageradamente, a esse aplicativo e a outros instrumentos pertencentes ás chamadas, redes sociais.
São pessoas aficionadas, que desenvolvem um apego incomum, exagerado e incontrolável no manuseio desse aplicativo, em detrimento de outros interesses relevantes, a essas pessoas passei a designá-los de Whatsapperianos, um neologismo, que definiria minhas observações como estudioso do comportamento humano, porém longe de pretender criar aqui qualquer designação diagnóstica dentro da nosologia médica para essas situações. O melhor seria designá-los de abusadores ou exagerados, para não os caracterizar como doentes, pois seria irresponsabilidade e muita pretensão de minha parte, fazê-lo.
Os Whatsapperianos, acessam excessivamente o aplicativo, com uma facilidade impressionante. São hábeis na digitação e o fazem com rapidez e destreza. Passam horas incontáveis praticando, com sua atenção exclusiva no aplicativo ou no aparelho que utiliza para fazê-lo. Muitos, sacrificam outros interesses, como o prazer, o lazer, o contato real das relações, o trabalho, os estudos, as práticas esportivas, etc., em detrimento do uso exagerado do WhatsApp. Esses, já apresentam problemas em suas atividades habituais, familiares, e em outros ambientes demonstrando disfuncionalidade pessoal e social.
Há estudos, que demonstram que esse apego exagerado aos aplicativos e ás redes sociais, é mais comum em pessoas tendentes ao isolamento, carentes afetivos, depressivas, ansiosas, compulsivas, inseguras, excessivamente tímidas, ou em personalidade que já tem problemas psiquiátricos, psicológicos ou sociais, fatos que influenciaria ao apego exagerado ao WhatsApp e outras redes sociais virtuais. Com o agravamento dessa situação, essas pessoas se tornariam inadequados, inconvenientes e excessivamente voltadas para si mesmos. Há um prejuízo progressivo da autocrítica e senso de adequação social e comportamental, se tornam inadequados, em detrimento da utilização compulsiva do desses aplicativos.
Uns se tonam agressivo, irritáveis, irreverentes, com todos, que por acaso, os interrompam em suas atividades voltadas ao WhatsApp. Há casos de pessoas, mesmo exercendo atividades, como comer, beber, dirigir, o fazem com os fones ou tabletes, ao seu lado, simultaneamente. O que é desaconselhável, do ponto de vista da saúde, pois são práticas que requem no mínimo uma boa concentração ao realizarem tais tarefas.
Outra consequência grave são os acidentes por uso inadequado desses aparelhos. De acordo com o seguro DPVAT, são registrados cerca de 1,3 milhão de acidentes por ano relacionados ao uso do celular em condições de direção. Os dados também mostram que 80% dos motoristas admitem que utilizam o aparelho ou outras tecnologias que geram distração enquanto dirigem. Dados de uma pesquisa realizada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária apontam que 98% dos acidentes de trânsito são causados por erro ou negligência humana. Em primeiro lugar no ranking está a prática de fazer ligações ou mandar mensagens enquanto dirige
Diante dessa situação, temos que entender, que as tecnologias eletrônicas serão sempre bem-vindas, desde que estejam á nosso serviçoe não, nós a serviço delas. Embora, ainda não haja uma classificação diagnóstica para o uso exagerado desses instrumentos, é importante que as pessoas se cuidem e entendam que nada irá substituir o valor de uma boa conversa, de um bom papo e de um bom contato físico entre os humanos sobretudo se estes forem inspirados no prazer, na paz e no amor.

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