Conhece-te a ti mesmo

É uma a expressão clássica, de origem grega, “nosce te ipsum” significa “conhece-te a ti mesmo”, que segundo a tradição estaria inscrito nos pórticos do Oráculo de Delfos, na Antiga Grécia. É um aforisma histórico, representa a pedra-angular da filosofia de Sócrates e do seu método, a maiêutica, segundo Platão.

O autoconhecimento, sempre foi filosoficamente considerado um pressuposto fundamental e indispensável para nós seres humanos, atingirmos nosso maior crescimento e desenvolvimento pessoal e existencial. O autoconhecimento é uma necessidade indispensável para nos adaptarmos ao mundo e às demandas do homem civilizado. Constitui-se como o principal caminho ao nosso dispor de conquistarmos a supremacia da nossa espécie, e o recurso mais importante, quiçá o único, para garantir nossa humanização definitiva.

A dimensão gregária (social) tão almejada e fundamental para nossa afirmação no mundo se constrói, se instala, se desenvolve a partir do autoconhecimento que, ao nos darmos conta de nós mesmos, passamos a (re)conhecer e viver com o outro. É a construção do social que parte de nós. No processo do autoconhecimento, brota o estado de consciência que é inspirador e donde emanam os sentimentos mais nobres do homem: o altruísmo, a fé, a compaixão e a solidariedade. Nada disso pode nascer sem ser por este caminho, os quais nos distinguem dos outros animais.

Paradoxalmente, vivemos uma época confusa, contraditória, que nos estimula a comportamentos exclusivistas. Uma época em profundas mudanças em seus paradigmas. Vivemos em um tempo, onde a cultura nos incentiva a práticas utilitaristas e pragmáticas e que nos afasta cada vez mais de nós mesmos. Um tempo e uma cultura que não incentiva relações duradouras e profundas entre os humanos, que nos ensina a desfaçatez, a insensatez, a arrogância e descrer. O homem atual ousa pouco em sua direção, fala pouco consigo mesmo, não se ouve nem se enxerga, por isso é solitário, inseguro, presunçoso e egocêntrico em seu mundo.

Estas contradições do mundo contemporâneo, onde a cultura que se notabiliza a cada hora nos leva para um rumo e a sabedoria e a sensatez nos leva em direção de nós mesmos o tornam ameaçador, inexpressivo e repleto de desencanto. A distância que se estabelece entre as aspirações do autoconhecimento e a busca incansável do materialismo dialético nos torna frágeis débeis, onde nós mesmos passamos a nos estranhar. Um mundo onde o imobilismo, a indiferença social, a falta de ética, são suas marcas registradas. Um mundo sem inspiração e sem fé.

Onde andam os inconformados, os indignados, os envergonhados ou os que ainda pedem desculpas? Onde estão os justos, os modestos, os contestadores, os rebeldes, os éticos, os que amam e os líderes? Estão aí, sei disso, embora poucos. Estes poucos convivendo com muitos espertos, indiferentes insensíveis, larápios, sabidos, oportunistas, carreiristas, falsos líderes e aproveitadores, estes a maioria. E, neste momento nossa cultura e nosso tempo, chancelam e legitimam estas figuras e estas contradições.

Quando se exorta a necessidade de nós nos conhecermos a nós mesmo “nosce te ipsum” estamos reclamamos a possibilidade de voltarmos contra esta tendência. Estamos exaltando a prerrogativa de atribuirmos um sentido maior à nossa autoafirmação. O zelo pelos outros, a autoestima, autoconfiança o amor próprio fazem parte nós e para desenvolvermos tais consciências faz-se necessário darmos o passo definitivo em direção do autoconhecimento que sem o qual estaremos fadados ao cinismo.

Na conquista do autoconhecimento é que serão desabrochadas nossa transcendência e as possibilidades de nos amarmos uns aos outros, convivermos sem ameaça à nossa existência e cultivarmos a compaixão. Jean-Jacques Rousseau ao falar sobre a felicidade afirmava que “em vão buscaremos ao longe a felicidade se não a cultivarmos, dentro de nós mesmos”.

O uso excessivo do álcool

              Já vimos, em comentários anteriores, que o uso de álcool pode ser inofensivo ou um grave problema de saúde
para um indivíduo ou para uma sociedade e, um dos elementos que controlam isso é a forma de utilização da
substância.Ocorre, que vivemos  em uma sociedade alcoófila, isto é, exorta e incentiva o consumo de álcool
de diferentes maneiras fato que favorece muito o consumo exagerado e disfuncional da droga, especialmente em um públcio jovem, provocando os graves problemas que ja conhecemos. Esta materia abaixo, muito interessante, mostra o resultado de uma  pesquisa corelacionando o consumo exagerado (compulsivo) de álcool a um “gen” que interfere no consumo exagerado de ingerir álcool (do prazer) desta substância. Abre-se, portanto mais um caminho importante para se explicar o comportamento de muitas pessoas que perderam completamente o controle sobre a ingesta da bebeida e, quem sabe no futuro próximo a engenharia genética e outras áreas do conhecimento científico poss corrigir estas distorções e provocar uma revolução gigantesca nesta área. Boa leitura

Estudo revela porque alguns adolescentes são mais propensos à<br /><br />
bebedeira. Clique para ampliar (Thiago Fagundes / CB/ DA Press)

 

Ação de gene potencializa o consumo de álcool Pesquisadores identificam o mecanismo que leva as pessoas a exagerar no uso de bebidas para prolongar a sensação de prazer 
A partir de três experimentos, uma equipe de psiquiatras e geneticistas da Universidade de King’s College de Londres, no Reino Unido, identificou o mecanismo que faz com que portadores de uma variação do gene RASGRF2 tenham mais tendência para o consumo exagerado de bebidas alcoólicas. O gene ligado ao alto consumo de álcool já havia sido identificado por cientistas, mas o processo que faz com que a informação genética se expresse e leve a um determinado comportamento ainda era um mistério.De acordo com os resultados, o RASGRF2 atua diretamente na liberação pelo cérebro da dopamina, um neurotransmissor estimulante que passa ao corpo as sensações de prazer, de gratificação e de recompensa, e que normalmente é produzido durante situações agradáveis ao indivíduo. Quando liberado, os efeitos são percebidos com o aumento da pressão e da oxigenação do sangue, além de batimentos cardíacos mais acelerados. Tudo isso para que pensamentos e ações ligados à alegria, à satisfação e ao entusiasmo possam ser percebidos e vivenciados.O uso de drogas como o álcool influencia na liberação da dopamina no cérebro, levando a pessoa a ter essas mesmas impressões. O problema é quando ela, no intuito de evitar que essas sensações acabem, exagera na ingestão de bebidas alcoólicas. O gene RASGRF2 está envolvido nesse exato processo. Ele faz com que seus portadores liberem ainda mais dopamina ao ter contato com situações que identificam como gratificantes, entre elas o consumo de álcool.

Segundo Gunter Schumann, autor do estudo e professor do Instituto de Psiquiatria da King’s College e do Centro Psiquiátrico de Desenvolvimento e Genética de Londres, as pessoas naturalmente buscam situações que preencham o sentimento de recompensa e as façam felizes. “Agora entendemos a cadeia de ação: como nossos genes moldam essa função no nosso cérebro e como isso, por sua vez, leva a um comportamento humano”, comemora.

O primeiro teste feito pelos cientistas observou o comportamento de dois grupos de camundongos. Um era formado por portadores da variação genética estudada e o outro teve esse mesmo gene excluído. Ao entrar em contato com o álcool, as cobaias que não tinham o gene RASGRF2 tiveram uma grande diminuição no “desejo” pelo álcool. Quando a substância era ingerida, a falta do gene reduziu a liberação de dopamina, deixando os animais sem a sensação característica de gratificação.

Entre adolescentes O consumo de álcool no Brasil inicia-se na faixa dos 13/14 anos, tornando-se mais frequente aos 16. De acordo com levantamento realizado pelo Ministério da Saúde, 70% dos jovens entre 13 e 15 anos residentes nas grandes capitais já experimentaram pelo menos uma vez uma bebida alcoólica. Os indicadores são parecidos com os de outros países, incluindo o Reino Unido, onde foi feita a pesquisa.

Depois de analisar os camundongos, os cientistas estudaram os resultados de ressonância magnética do cérebro de quase 700 meninos com idade média de 14 anos, além de analisar a carga genética, comprovando a presença da variação em RASGRF2. Os participantes do estudo não haviam sido expostos a quantidades significativas de álcool. As informações sobre ação da expressão genética foram medidas expondo os jovens a situações em que pode ser reproduzida uma sensação similar de gratificação e recompensa.

Os dados mostraram que os portadores da variação genética estudada tinham maior ativação de uma área do cérebro conhecida como estriado ventral, envolvida na produção de dopamina, sugerindo, então, que eles liberam mais dopamina ao antecipar uma recompensa futura e, consequentemente, obtêm maior prazer com a experiência.

Por último, e para confirmar os resultados iniciais, os mesmos participantes foram convidados a retornar ao laboratório do professor Schumann dois anos depois da primeira visita para responder a um questionário. As perguntas tratavam diretamente sobre frequência e a quantidade de ingestão de bebidas alcoólicas. Como esperado, aqueles com a variação no gene RASGRF2 bebiam com maior frequência que os outros.

Influência social O psiquiatra Paulo Mattos, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro, lembra que a dependência de álcool e de outras drogas não está vinculada apenas a fatores genéticos, mas a um conjunto deles e de outros dois aspectos. Um deles é o social — se é uma sociedade mais restritiva ou na qual o consumo é mais aceito — o outro, o perfil psicológico da pessoa. “O álcool tem um grande potencial de dependência nesses três fatores. O efeito é tranquilizante e recompensatório, muito gratificante para pessoas ansiosas e depressivas, por exemplo. As chances de elas se tornarem dependentes fica muito maior também”.

Não se pode ainda mensurar qual fator pode se sobrepor aos outros, mas Mattos ressalta a importância de investigar o genético como um dos determinantes. “Diferentemente de outras pesquisas, esse gene não está relacionado à dependência alcoólica, mas à sensação de recompensa relacionada com a liberação da dopamina. Na verdade, qualquer coisa que eu faça e que me dê prazer vai liberar dopamina. Pode ser alimentação, sexo, droga ou até um ato de caridade.” Segundo o autor do estudo, identificar esses fatores de risco genético para o abuso precoce de álcool pode ajudar no desenvolvimento de ações preventivas e de tratamento para a dependência de álcool  e, talvez, de outras drogas.

Por que, afinal, é tão difícil beber com moderação?


ressaca                            
 Pesquisadora da Universidade de Washington resolveram realizar um estudo visando responder à seguinte questão: se todo mundo sabe que beber demais em uma noite causa vômitos, lapsos de memória, ressacas ou algo ainda pior, por que é tão difícil não exagerar nos drinques?

A resposta, segundo os cientistas, é psicológica e “cultural”. Aparentemente, o fato de passar mal de tanto beber, em uma noite, não traumatiza o indivíduo, que já está psicologicamente pronto para outro porre na ocasião seguinte. Ressacas, portanto, não ficam marcadas no cérebro humano como experiências negativas muito fortes.Para chegar a essa premissa, os pesquisadores reuniram 500 estudantes da própria Universidade de Washington. Todos os pesquisados responderam como foi viver uma série de coisas que podem acontecer a um ser humano bêbado. Desmaios, brigas, ressacas, faltas a aulas ou ao trabalho, perda ou roubo de objetos, tudo era relatado pelos estudantes. Os aspectos positivos, em contrapartida, também foram observados: os estudantes não se esqueceram das ocasiões em que a bebida os ajudou a se inserir em grupos sociais e ter sucesso em encontros amorosos.

A surpresa da pesquisa foi a seguinte: aqueles que tiveram experiências ruins as avaliaram como não sendo menos ruins, e menos prováveis de ocorrer, do que aqueles que não passaram por maus bocados. Ou seja, quem sofreu garante que a bebida não traz problemas, e quem nem chegou a sofrer é mais cauteloso.

Basicamente, o que acontece é o seguinte. Se você presencia um porre alheio, pensa automaticamente que “isso nunca vai acontecer comigo”. Se você próprio atravessa essa experiência, está de ressaca na manhã seguinte e pensa que “nunca mais vai beber tanto assim”. Mas a promessa, geralmente, não se cumpre em ambos os casos.

Dessa forma, segundo indicam os cientistas, o caminho para diminuir o alcoolismo entre os jovens é fazê-los “compreender”, neurologicamente falando, os aspectos negativos da bebida. O desafio é convencer o cérebro de que os fatores negativos de um porre pesam mais na balança em relação aos positivos. [LiveScience]

 

Justiça Federal Proíbe Propaganda de Bebida Álcoolica

 

Se for pra valer, e eu espero que se sim , será a primeira vez que a justiça se insurge conta uma prátia aboninável que é fazeem propaganda de bebidas sem qualquer controle ético neste país. Parabéns a Justiça Federal pela coragem e altivez em defender a pulação brasileira de um dos mais importantes problemas da atualidade, qual seja, o consumo abusivo de álcool e de outas drogas

 

http://www.jb.com.br/pais/noticias/2012/12/07/justica-federal-em-sc-restringe-propaganda-de-bebida-alcoolica/#

Política pública sobre o uso de crack e outras drogas

Este fato que está acontecendo em nossa bela Fortaleza é o mesmo que acontece aqui e em muios outros lugares deste país. É necessário uma arrojada política de saúde mental e particularmente sobre o uso de crack para se corrigir as as distorções de uma política equivocada e ineficiente sobre o manejo destes problemas relacionados com o uso de drogas. Temos que ter mais dispositivos médicos e psicosociais para ampliar o leque de proteção as famílias e aos usuários destas substâncias o que infelizmente não há e, ao mesmo tempo fortalecer a rede que existe como ainda não não houve nem uma coisa nem outra, estamos em um caos total que nesta área da saúde pública pública.
 

Evite o primeiro gole

Recentemente, publiquei um artigo tratando da recaída como algo que ocorre frequentemente entre pacientes que se submetem a tratamentos de dependência química, mostrando ser um fenômeno que faz parte do diagnóstico e da clínica dos pacientes.

Dizia que recair é retomar um padrão de consumo de uma substância (droga) de forma pior ou semelhante ao padrão de consumo anterior ao tratamento e que devido à alta frequência e aos graves danos provocados, especialmente para os familiares dos enfermos, a prevenção da recaída é considerada hoje como uma das mais importantes estratégias a serem utilizadas no tratamento e na recuperação.

Procurei mostrar também que, independente de alguém se tratar voluntária ou involuntariamente, haverá a possibilidade de recair e que o resultado do tratamento depende muito das medidas preventivas de recaídas adotadas.

Por sua importância, a prevenção de recaída é considerada um dos aspectos mais relevantes da prática médica em relação aos dependentes de drogas, que se dará através de um conjunto de técnicas psicossociais que o profissional e a equipe utilizarão ao longo do tratamento proposto para o enfermo.

Nesse sentido, os Alcoólicos Anônimos – AA, uma das mais importantes instituições internacionais que abordam a recuperação de pacientes dependentes de álcool, de forma sábia, cunhou uma expressão basilar que corresponde a uma espécie de “lei” na realização do tratamento que eles desenvolvem, qual seja, “evite o primeiro gole”. Para o AA, trata-se de um princípio fundamental para o doente garantir sua sobriedade. 

Embora leigos, os alcoólicos anônimos, com essa expressão, dão um show de sensatez e competência, pois quando alguém se torna dependente de uma droga desenvolve em seu cérebro uma espécie de “memória química” da substância, provocada pelo o uso continuado e sistemático. Essa memória nada mais é do que um circuito neuroquímico registrado no sistema nervoso central a partir da ação da substância no órgão, de tal forma que quando um dependente químico interrompe o uso, o contato com a droga reascende imediatamente a “memória” que desenvolveu no curso da doença, tornando a pessoa vulnerável à recaída.

Nesse caso, a droga passa a fazer parte da estrutura neurofuncional do cérebro, de tal forma que quando se volta a usar, a doença se reinstala.

Assim, não é por acaso que o AA constitui-se como uma das mais importantes instituições do mundo na recuperação desses enfermos, representando uma grande esperança aos dependentes de álcool.

Inspirado nos princípios do AA, foi criado a AL-ANON, destinado ao tratamento e recuperação de familiares afetados pelos problemas dos dependentes de álcool. Os “AL-ANONS” também utilizam os princípios e os doze passos do AA na recuperação dos familiares.

Portanto, evitar o primeiro gole e manter-se abstinente pelas próximas 24 horas é o grande legado da irmandade, uma das mais importantes orientações propostas por eles, sendo certo que para o dependente de álcool ou outras drogas o melhor mesmo é sempre evitar o contato com a substância.

 

Depressão em idosos, um agravo frequente.

                                                                      

              A depressão é uma condição muito frequente e um dos mais importantes problemas emocionais e psicológicos que ocorre no idoso. É uma condição, em geral, negligenciada por todos, embora absolutamente tratável. É comum, recorrente, sub-diagnosticada e sub-tratada, principalmente ao nível dos cuidados primários de saúde. Prevê-se que as consequências na saúde pública do sub-tratamento da depressão no idoso irão aumentar, dado o envelhecimento crescente da população.

              Do ponto de vista psiquiátrico, a depressão pode ser um sintoma, uma síndrome ou uma doença e, no caso do idoso, pode aparecer sob a égide de uma dessas três condições, sendo imperioso realizar o diagnóstico adequado e logo iniciar o tratamento.

              O envelhecimento da população é hoje um fenômeno universal, tanto nos países desenvolvidos, como nos países em desenvolvimento, e os esforços se ampliam entre os governantes para construir uma política de saúde do idoso que garanta melhor qualidade de vida. No Brasil, impressiona a rapidez com que ocorre o envelhecimento da população, pois segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2025, a população idosa no Brasil crescerá 16 vezes, contra cinco vezes o da população total.

              Isso classifica o país como o sexto do mundo em idosos, correspondendo a mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (OMS, 2006). Com esse aumento eleva-se a prevalência de doenças crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o funcionamento do sistema nervoso central, como as enfermidades neuropsiquiátricas, particularmente a depressão.

              Os tipos de depressão mais frequentes entre idosos são: depressão bipolar, depressão maior crônica, distúrbio distímico agravado pelas condições de vida, distúrbios de ajustamento a outros transtornos orgânicos, que afetam drasticamente a performance e a resposta ao tratamento no idoso e as síndromes cerebrais orgânicas, próprias da idade. Além disso, citamos os quadros de depressão reativa comuns na idade.

             Todo ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos. Nos idosos a probabilidade de ter depressão é ainda maior, pois se pode associar às limitações próprias da idade. O idoso deprimido passa por uma importante piora de seu estado geral e por um decréscimo significativo de sua qualidade de vida, ao ponto de provocar alta prevalência de suicídio.

             Estudo realizado pela OMS em 13 países europeus mostra que as taxas médias de suicídio entre pessoas com mais de 65 anos chega a 29,3 por 100.000 habitantes, e as de tentativas de suicídio, 61,4 por 100.000. Além dos dados serem elevados, a razão entre tentativas de suicídios e os consumados é muito próxima, quase 2:1.

             Os sintomas proeminentes da depressão no idoso são: isolamento social, desesperança, sentimentos de culpa e remorso e anedonia (falta de prazer). Podem surgir alterações do sono e do apetite, dificuldades em tomar decisões ou iniciativas, tristeza profunda e desalento acentuado em tudo que faz, além de inquietação ou inibição psicomotora.

             Uma boa recomendação para se enfrentar isso é a prática de exercício físico, regular e bem planejado, que contribui muito para diminuição do sofrimento do idoso deprimido. Além de oferecer oportunidade para o desenvolvimento de habilidades sociais, melhora do funcionamento psicossocial, elevação da auto-estima e das funções cognitivas.  Em casos mais severos é imprescindível o tratamento psiquiátrico para controle da situação. O uso regular de medicamentos indicados a esta condição e o apoio psicossocial através de técnicas psicoterápicas especializadas são bem recomendadas.

Consumo de Álcool e Depressão na Gravidez

Ruy Palhano Silva

Psiquiatra

Ao longo de 2010 publiquei alguns artigos neste Jornal demonstrando que o consumo de álcool na gestação é uma das condições que mais causam problemas de saúde a mãe e ao feto e um dos que mais tem merecido a atenção dos investigadores. Um destes problema psicofisiológicos ocasionados pelo consumo de álcool na gravidez  é o denominado de Síndrome Fetal Alcoólica – SAF, condição grave neuropsicológica que afeta o comportamento, o desenvolvimento neuromotor e psicossocial do bebe em desenvolvimento.

Em outro artigo tratei da depressão pós-parto uma condição médica relevante não menos grave e razoavelmente frequente neste momento da vida das mulheres. Essa situação que se revela, entre outras coisas, por uma aversão inexplicável da mãe pelo seu filho em uma ocasião em que normalmente todas as mulheres o que mais querem é estar junto com seus filhos, por isto mesmo se sentem muito deprimidas ao ponto de apresentarem entre outras coisas, idéias suicidas. 

            Atualmente muitos estudos têm revelado outro fato clínico também muitíssimo importante, qual seja episódios depressivos no curso da gestação, entre consumidoras de álcool. Fenômeno diferente da depressão pós- parto, pois nesta condição o consumo de álcool pode ou não estar presente. Os estudos revelam que existe uma associação direta entre o surgimento de sintomas depressivos na gravidez e no pós-parto associados ao aumento de ingestão de bebidas alcoólicas.

            As mulheres mais vulneráveis são as que bebem pelo menos uma vez em binge (beber em binge é caracterizado pela ingestão de cinco ou mais doses alcoólicas em uma única ocasião) e como se sabe uma dose de bebida alcoólica contém 12 gramas de álcool puro. “Uma lata de cerveja, por exemplo, contém uma dose de álcool”.

Estudo mostra que mulheres que bebem ao longo dos 09 meses de gestação em does até 163,7 gramas de álcool que corresponderia a algo em torno de 14 doses de bebidas neste período estão mais sujeitas a apresentarem quadros de depressão em torno de 20% e 14,7% se mostram deprimidas no pós-parto.

Clinicamente as pacientes apresentam os sintomas clássicos da depressão: tristeza acentuada, desânimo, desinteresse apatia retraimento social e anedonia, caracterizada pela perda de interesse e prazer sobre o que faz. Alterações de apetite e de sono, cansaço excessivo, falta de energia e dificuldades de concentração e na memória fazem parte do grupo de sintomas secundários. Há quadros graves onde as gestantes apresentam episódios de depressão com tendência suicida. Portanto o melhor mesmo é não beber na gestação.

 

Política Nacional sobre Drogas e Uso de Cocaína e Crack

Mais uma vez o consumo de cocaína  crack ocupa o centro de nossa atenção através dos principais noticiosos do país e desta feita a partir da publicação dos resultados de uma importante pesquisa sobre o consumo desta e de outras drogas realizada pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Àlcool e outras Drogas – INPAD e Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP.  

Recentimente a Organização Mundial da Saúde-OMS publicou outro documento sobre o consumo desta drogas no mundo e pelos dados estima-se que, no mundo, 13,3 milhões de pessoas que representa 0,3% da população acima de 15 anos, consumam regularmente cocaína. Dados deste ano da Organização das Nações Unidas – ONU sobre ouso de drogas revelou que o consumo de cocaína entre os nove países da América do Sul foi descrito como “estável”, porém, em nosso país, houve aumento do consumo de 1%, em 2001, para 2,6%, em 2005, pela população entre 15 e 64 anos.

Os dados da pesquisa da UNIFESP mostram que aproximadamente 6 milhões de brasileiros, que corresponde a 4% da população adulta, já experimentaram cocaína em diferentes formas (merla, crack ou oxi ) e 3% deste consumo se deu entre adolescentes, perfazendo um total de 442 mil jovens. No último ano 2,6 milhões de adultos e 244 mil adolescentes fizeram uso desta droga.

Provavelmente, em razão deste crecimento no consumo desta drogas entre nós, raros são os dias que não sao anunciados fatos sobre este assunto: ora sobre a audácia dos tráficantes de drogas, ora sobre os crimes cometidos a pretexto do uso de drogas, ora sobre a insegurança social com que vivem as famílias que não sbem o que fazer para evitar que seus filhos adentrem no mundo do uso de drogas. E, por fim as constantes queixas de familiares que não sabem pra onde levar seus filhos dependentes de drogas pelas deficiências na rede de assistência a estes enfermos.

Considero a situação da (des)assistência a mais grave de todas pelo estado caótico que se encontra e isto é atribuído à deficiência de políticas públicas que tratam deste assunto. As principais deficiências são: de mão de obra qualificada e especializada para lidar com estes pacientes; pela ideologia capcentrista que atribui aos CAPS ( Centro de Atenção Psicossocial) a prerrogativa única de acolher e cuidar destes pacientes; pelos parcos recursos financeiros que limitam os paciente ao acesso de tecnologias médicas e farmacológicas mais avançadas para garantir seu tratamento; e, finalmente, pela própria deficiência técnica e operacional da própria rede de assistência a estes enfermos fato que não garante eficiência e abrangência nestes tratamentos.

Como resultado destas mazelas, apontadas acima, o que vemos são dependentes de álcool e de outras drogas a mercê da sorte, o aumento no consumo destas drogas, pessoas se drogando cada vez com menos idade e famílias sem saber a quem recorrer na busca de auxilio aos seus doentes. Faz-se mister portanto maior compormisso dos orgãos públicos,  especialmente os que tratam diretamente destas questões, no sentido de ficarem mais atentos e procurarem corrigir esta distorções que tanto maltratam e prejudicam a vida de tanta gente.

Felizmente nem tudo são espinhos, como diria Cleoud Oliverstane, pois um setor que merece todos os nossos elogios e aplausos são os realizados pelas polícias de nosso país que trabalham com afinco no controle do trafico ilícito de drogas, estou me referindo às polícias, civil, militar e particularmente a Polícia Federal, que se mostra cada vez mais eficiente  no desbaratamento das quadrilhas de traficantes, apesar das deficiencias que todos sasbemos que existem principalmente quanto aos recursos financeitos e as deficiências de pessoal especializado para o combate deste tido de crime.  

 

 

Rolar para cima