São denuncias de corrupção uma atras da outra. Vamos seguir em frente, para vermos se a coisa vai mesmo mudar!

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http://g1.globo.com/politica/noticia/2016/11/oposicao-quer-saida-de-geddel-base-sai-em-defesa-de-ministro.html

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Cunha pede Lula e Temer como testemunhas de defesa na Lava Jato – 02/11/2016 – Poder – Folha de S.Paulo

Fonte: Cunha pede Lula e Temer como testemunhas de defesa na Lava Jato – 02/11/2016 – Poder – Folha de S.Paulo

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A Estimulação Magnética Transcraniano -EMT, contrariamente, ao q muita gente pensa, não é uma panaceia, que pode tratar tudo sem maiores problemas. É um tratamento médico e para tanto requer ética, diagnóstico, técnica e habilidade em quem vai tratar. Uma das mais importantes indicações no mundo todo é depressao em seus diferentes estágios e conhecimento e evolução onde a recuperação é excepcionalmente favorável.
zumbido_EMT

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Violência, bem-estar e saúde mental!

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O Anuário Brasileiro de Segurança Pública em sua 10º versão / 2015, anunciado essa semana, traz números impressionantes e assustadores sobre a violência em nosso pais. Na realidade o documento é de fácil constatação. Vive-se em franca guerra civil, onde o estado, as organizações criminosas, a sociedade como um todo, estão ás volta com isso, sem se saber bem qual a responsabilidade de cada um desses limites, em um cenário de crime e guerra.
Eu, algumas vezes, publiquei aqui artigos sobre a violência, e, nesses, destacava dois aspectos relevantes: de um lado, a violência como consequência direta das profundas desagregações psicológicas e comportamentais, da ética, da política, do social, do econômico por que vem passando o mundo e o homem contemporâneo. Do outro lado, dizia, também, que se corria um grande risco de incorporarmos as práticas violentas em nossa cultura, devido a frequência com ela acontece e pela imobilidade e passividade que já demonstramos existir, diante de tantos acontecimentos que nós não pudéssemos altera-los.
Isto é, é tão frequente, a prática da violência na sociedade atual, que isso contribuiria para a formação de uma cultura da violência literalmente incorporada as pessoas que dela fazem parte. Essas práticas, por serem tão frequentes e volumosas iriam, de forma lenta e insidiosa, se incorporando dentro de cada um, ao ponto de cada sujeito se conformar com ele a organizar seu “modo vivende” inspirados na violência. Eis a sociedade, medrosa, insegura, amedrontada e ansiosa, e o pior inconformada/conformada, por não saber mais o que fazer para se livrar desse tremendo problema.
Uma sociedade entrincheirada, organizada por medos e insegurança e, se defendo como pode, ante uma situação avassaladora e que não muda. E, não é só isso, há outras questões, de diferentes matizes, buscando enfrentamento do problema como os esforços do estado brasileiro, para enfrentar a situação, que nos dá a nítida impressão de falência ante aos arroubos da criminalidade e da violência do ponto de vista público. Eis a violência tomando conta de todos.
O Anuário Brasileiro de Segurança Pública, como disse acima, confirma o “status quo” dessa situação. Em 2015, 58.383 pessoas morreram de forma violenta e intencional, o que representa um assassinato a cada 9 minutos, em nosso país, pouco menos que ano de 2014. Entre os policiais, um morre por dia, dos quais 103 estavam no expediente de trabalho. Sergipe é a cidade que lidera esse ranking, onde se verifica 01 assassinato para cada 100 mil pessoas, enquanto que a Cidade de São Paulo, é a que apresenta o menor número de mortes. Nos quatros últimos anos de guerra na Síria ocorreram mais de 256 mil mortes e no Brasil, 276 mil mortes violentas, portanto, mais mortes que em guerras. O que é lamentável!
Qual a expectativa, do ponto de vista da saúde mental, que se pode ter, diante de tanta violência e de tantos acontecimentos traumáticos? Como as pessoas poderiam funcionar para sentirem minimamente os efeitos deletérios de tanta criminalidade e violência? Sabe-se, que nossa saúde mental, é uma condição que está diretamente relacionada ao bem-estar das pessoas em todos os sentidos, ao seu bem-estar físico, a sua segurança, ao seu prazer, ao atendimento de suas necessidades vitais. Está relacionada ao seu crescimento saudável, a uma boa alimentação, a fé, ao carinho, ao amor e a solidariedade.
A Saúde mental, não se compra nem se vende, se adquire e se desenvolve. Saúde mental está em uma cidade limpa, bem cuidada, em um trânsito seguro, em boas práticas de amizade e de fraternidade. Está em uma sociedade justa e que tem valores éticos a serem praticados. E, é isso que encontramos na sociedade e no mundo moderno? Como poderemos ter saúde mental em um clima social conturbado, com tantas guerras, injustiças, contradições políticas, com tantas agressões á moralidade, com tanto desemprego, desassistência a saúde, especialmente aos mais pobres, com tantas mentiras, tantas corrupções e desalentos? Como podemos ter saúde mental diante tanto despudor, desonra, ameaças de todos os tipos e desmoralização na gestão pública, ou mesmo com tantas desavenças?
Afirmo-lhes, que não desfrutamos de nossa saúde mental. E isso se verifica no aumento da frequência com que surgem as doenças mentais na população atual. Não é, à toa, que a Psiquiatria, como especialidade médica, é hoje uma das especialidades mais relevantes e mais prestigiadas entre as coirmãs e uma das mais consultadas em todos os tempos, e isso se verifica entre crianças, adultos, adolescentes e idosos. O bem-estar das pessoas, a saúde mental e as doenças psiquiátricas, são os temas mais debatidos nos congressos internacionais, nacionais e locais. Os índices crescentes de depressões, que atingem mais de 7 milhões de pessoas no mundo, o stress pós-traumáticos, que em razão dessa violência desmedida já tem psiquiatras se especializando só no tratamento desses pacientes, a ansiedade generalizada, as fobias sociais, os distúrbios compulsivos, os distúrbios do sono, do apetite e os conflitos existenciais. Os índices alarmantes de consumo de álcool e outras drogas, as práticas de suicídio, que até 2025 se não forem implantadas políticas públicas eficientes, 1 milhão e 500 mil morrerão dessa forma, são condições que fazem pare desse cenário.
Enfim, há muitas outras condições, absolutamente desfavoráveis, nos dias atuais, que poderíamos citar para demonstrar o quão mal se encontra a saúde mental dos brasileiros e das pessoas no mundo atual. É preciso, que cada um de nós, dentro de nossa singularidade, promova, assegure e lute pelo nosso bem-estar individual e coletivo, que todos nós tenhamos um mínimo de responsabilidade para nos protegermos contra esse estado de coisas deploráveis, como a violência, corrupção e a criminalidade que está aí. É preciso que os governantes, entendam de uma vez por todas, que qualquer forma de governo, só se firma, se tiver em consonância com as pessoas, quanto aos seus direitos, sua saúde, sua segurança e com o seu bem bem-estar e que, tudo que venha ocorrer do contrária, nos prejudicará. Abaixo a violência e tudo mais que nos incomoda!

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Atenção quanto ao uso de tranquilizantes

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Atenção quanto ao uso de tranquilizantes
A descoberta dos tranquilizantes representa um marco histórico da medicina. Um grupo de medicamentos altamente importantes, usado largamente na prática médica em diferentes especialidades para tratar uma infinidade de doenças ou situações médicas especiais e relevantes. Entre os tranquilizantes, os benzodiazepínicos, (BZ) são um dos mais importantes e um dos mais utilizados na prática médica. Uma das áreas que mais se trabalha com esses medicamentos é a psiquiatria, muito embora não seja os psiquiatras, quem mais as prescrevam.
Sabe-se que todos os medicamentos são potencialmente prejudiciais, quando prescrito ou utilizado de forma correta. Não é à toa, que os ilustres farmacêuticos, nos informam que a diferença entre um veneno e um medicamento, está na dose, pois um pode se converter no outro e vice versa. Esse axioma pode e deve ser aplicado quanto ao uso dos tranquilizantes, pois apesar de serem medicamentos excepcionais, o abuso dos mesmos pode representar uma grande ameaça à saúde, em todos os sentidos, particularmente quanto a saúde mental, pois o uso exagerado dessas drogas pode determinar entre outras coisas, dependência severa nos usuários.
O consumo exagerado desses medicamentos pela população brasileira, sempre foi algo que nos despertou muito interesse, pois somos um grande país consumidor de medicamentos, ao ponto de figurarmos como o quinto maior mercado no mundo na área da indústria farmacêutica. Portanto um mercado pungente, na venda de medicamentos comparativamente aos outros países no mundo. Entre os medicamentos mais vendidos, guardando a devidas proporções, estão os tranquilizantes. E, esse consumo exagerado desses medicamentos é um assunto muito sério e grave do ponto de vista da saúde pública e, que de certa forma, se mantém no anonimato, pois não se trata abertamente desse assunto nem mesmo em congressos e em outros eventos científicos, muito embora, já exista evidências deste fato em nossa população.
Os dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) confirmam isso. Em nosso país os ansiolíticos são os mais vendidos, comparando-se com a venda de antidepressivos e emagrecedores. Em seus relatórios, a ANVISA elencou os medicamentos de receita controlada, mais consumidos em nosso país, desde 2007. É um trabalho digno de nota da Agência, pois quantifica o consumo dessas drogas vendido através de receita controlada que os quais podem causar dependência química, entre seus usuários. Os ansiolíticos dominam a lista, que inclui todos os medicamentos de venda controlada, como emagrecedores, antidepressivos e anabolizantes. Os princípios ativos mais consumidos no país entre 2007 e 2010 foram clonazepam, bromazepan e alprazolam, cujas marcas de referência são, respectivamente, Rivotril, Lexotan e Frontal.
Mais de 10,5 milhões de caixas do Clonazepam foram dispensados em 2010, segundo informaram 41 mil farmácias cadastradas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados e este número são crescentes desde 2007. A Vigilância Sanitária estima que este sistema de controle deva ter alcançado quase o total das farmácias em 2010, o que deverá permitir comparações a partir de agora. Acredito que o consumo exagerado de ansiolíticos, muitas das vezes sem indicação médica, é certamente uma das causas principais que provocam dependência química destes medicamentos e o que mais atrai seu consumo exagerado, são seus efeitos de modificarem rapidamente estados emocionais psicopatológicos e desagradáveis como medos, fobias, insegurança, tristeza, irritações, desadaptações psíquicas e sociais.
Essas substâncias de fato podem “obrar milagres”, ao se verificar pacientes enfermos graves, com poucas possibilidades de recuperação, se constata que ao usando adequadamente esses fármacos, se recuperam plenamente de seus problemas, após certo tempo de uso. Nesses casos, o que está em jogo é a utilização médica correta, quanto à dose e o tempo de uso destes medicamentos, ocorre que, tem que haver um controle rigoroso, tanto quanto para os que prescrevem, no caso os médicos, quanto para os que consomem, os pacientes, para que não haja problemas em decorrência do uso inadequado da medicação.
Quanto se trata da utilização dos benzodiazepínicos, a atenção deverá se redobrada devido ao risco de provocar dependência. Essa condição ao se instalar, fará com que a pessoa use os medicamentos não mais por sua indicação clínica, mas pela necessidade mórbida de utilizá-lo, pela falta angustiante que ele fará, ao deixar de usá-lo. Nessas condições, se instalou a dependência química, que é uma condição grave e complexa, que todos deveremos lutar para combatê-la. Para a indústria, que produz e vende esses medicamentos, acredito eu, que muito pouco lhe interessa saber por que razão alguém toma seus medicamentos, se por necessidade mórbida (dependência), ou por necessidade clinica (médica), mas nós que fazemos saúde com ética e seriedade, temos que nos preocupar com milhões de pessoas que estão viciados nesses medicamentos e não sabem mais o que fazer para se livrar disso. Portanto, todo cuidado é pouco, quanto ao uso desses fármacos.

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Psiquiatria sem Fronteiras – Preconceitos em Psiquiatria

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Trata-se de um vídeo que aborda uma temática importante em Psiquiatria e Saúde mental, qual seja , os PRECONCEITOS que existem em torno dos pacientes, dos tratamentos, das famílias e sobre os médicos que ratam desses enfermos. Colabore, vamos enfrentar juntos esses preconceitos e abrir os braços e o coração para esses enfermos.

 

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Psiquiatria sem Fronteiras

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Havia dito anteriormente, a alguns amigos, que esse mês de maio iniciaria a publicação de um Programa denominado de Psiquiatria sem Fronteiras com o objetivo de tratar de temáticas ligadas á área da saúde mental, neurociência, psiquiatria e muitas outras, no âmbito do interesse médico e psicossocial, destinado aos profissionais, estudantes e muitas outras pessoas que tenham afinidade por essa temática. Gostaria de solicitar aos prezado amigo, que divulgasse esses vídeos entre seus pares, recomendando, sugerindo temas, criticando, comentando sobre os mesmos. Obrigado a todos, espero que gostem, forte abraço.
Eis o primeiro vídeo:

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Diagnóstico e tratamento da depressão na infância e na adolescência

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Há algum um tempo, dificilmente se fazia diagnóstico de depressão na infância e, mais raramente, na adolescência e isso era devido, entre outras coisas, a falta de instrumentos de diagnósticos mais precisos desse transtorno e aos imensos e prejudiciais preconceitos que ainda há em torno dessa doença. Nesse sentido, avançou-se muito nos últimos anos quanto ao manejo dessa transtorno, pois houve uma retração desses preconceitos, houve avanços científicos sobre o conhecimento da natureza da depressão, e simultaneamente, aperfeiçoaram-se as técnicas e instrumentos no seu diagnóstico e tratamento.
Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde – OMS a depressão atinge cerca de 2% das crianças e 5% dos adolescentes do mundo. A OMS informa que até 2025, a depressão se tornará a doença mais comum do mundo, e a mais invalidante laboral e socialmente, atingindo mais pessoas do que o câncer e as doenças cardiovasculares. Atualmente, mais de 450 milhões de pessoas no mundo são afetadas por transtornos mentais diversos, sendo a depressão a principal e, a maioria delas ocorre em países em desenvolvimento.
Entre as crianças, o índice de depressão também é preocupante. A depressão incide em torno de 6 a 10 % na população geral e nos últimos 15 anos, o número de diagnóstico de depressão em crianças, entre 6 e 12 anos, passou de 4,5 para 8%, o que representa um problema ascendente. Muitos adultos que apresentam quadro de depressão têm histórico da doença na infância, de tal forma que se não os tratarmos bem cedo, isso contribuirá para a cronificação dessa doença, (Fábio Barbirato, Neuropsiquiatra da Associação Brasileira de Psiquiatria -ABP).
Do ponto de vista clínico, diagnosticar depressão na infância não é fácil, pois nessa fase, os sintomas depressivos podem ser confundidos com alguns comportamentais naturais visto nessa etapa da vida: má-criação, birra, mau humor, tristeza, agressividade, irritabilidade ou nervosismo, impaciência, inquietude, condições psicossociais e emocionais frequentes e que fazem parte das características do desenvolvimento psicológico dessas crianças. O que vai distinguir uma coisa da outra é a evolução, a avaliação neuropsicológica e laboratorial e as características clínicas dessas queixas.
Na adolescência, o diagnóstico de depressão é também complexo, pois o mesmo também se insere no espectro das caraterísticas próprias dessa etapa da vida, tais como: desinteresse, apatia e retraimento social, irritabilidade, negativismo e comportamento contestatório, mudanças do humor etc. Tem que haver experiência, acuidade e competência do profissional para se fornecer esse diagnóstico até porque são elevados índices de suicídio na adolescência especialmente se a situação não for adequadamente diagnosticada e tratada.
Não devemos confundir depressão com as angústias provenientes dos conflitos naturais próprios da infância ou da adolescência, já que adolescer é uma condição delicada e que se caracteriza, entre outras coisas, pelas contradições, rebeldias, insatisfações constantes e ânsias de mudanças onde alguns sintomas da depressão podem se mascarar com estas peculiaridades naturais da idade.
Entre os principais sintomas de depressão estão: mudanças de humor, irritabilidade e/ou choro fácil, desinteresse geral, falta de atenção e de concentração, queda no rendimento escolar, insônia, ou hipersônia, anedonia (falta de prazer) perda de energia física e mental, reclamações por cansaço, sofrimento moral ou insatisfação consigo mesmo, sentimento de que nada do que faz está certo, dores difusas no corpo, sentimento de auto rejeição, condutas anti-sociais e destrutivas, distúrbios de peso (emagrecer ou engordar demais), enurese e encoprese (xixi na cama e eliminação involuntária das fezes).
Para a OMS se a pessoa apresentar cinco, entre os sintomas acima, o diagnóstico poderá ser efetivado.E, neste caso ante os primeiros sinais ou sintomas da depressão, os pais devem encaminhá-los a um profissional o mais rápido possível. Na maioria das vezes, o apoio da família e a psicoterapia são suficientes para ultrapassar a situação. Se, a partir dos 9 anos de idade, persistirem ou se agravarem tais sintomas, faz-se necessário, em alguns casos, intervir com medicamentos. Além do mais a depressão infantil pode desencadear várias outras condições médicas, tais como: anorexia, bulimia, etc.
A depressão, como outros transtornos psiquiátricos, tem causas multifatoriais, nunca uma única causa, por isso mesmo o tratamento e a reabilitação devem envolver uma fama de procedimentos onde o uso de medicamentos é um dos procedimentos. Aspectos genéticos, ambientais e socioculturais são condições relevantes como causadores dessas doenças.
Portanto, o mais importante é que tanto o diagnóstico quanto o tratamento sejam realizados o mais cedo possível para evitar que a doença se cronifique, dificultando muito a recuperação dessas pessoas e, graças aos avanços, sobretudo em farmaterapia da depressão, as respostas aos tratamentos atualmente empregados são sempre muito favoráveis e efetivos.

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É melhor prevenir do que remediar.

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É uma frase antiga, mas cheia de sentido. As medidas de prevenção em diversas áreas da atividade humana, sempre foram bem consideradas, devido sua importância na vida das pessoas. Ocorre que na prática, poucas iniciativas nesse sentido, são de fato efetivadas e, em nosso meio e em nossa cultura, a pratica de evitar que algo aconteça conosco é muito pouco incentivada e praticada. Haja vista o velho chavão conhecido por todos, “o brasileiro só fecha a porta depois que é assaltado”. Essa é a realidade. Prevenir é importante, mas é pouco valorizado. É uma atividade antecipatória, evitável, são medidas que impedem que algo ocorra e, dependendo do que se preveni os ganhos são incomensuráveis para uma a vida de uma pessoa ou de uma sociedade.
Se aplicado á saúde, a prevenção representa uma ferramenta imprescindível e indispensável para se lidar com inúmeros agravos. A maioria absoluta das doenças humanas pode ser evitada, especialmente as de evolução crônica, pois através de medidas preventivas se impede seu surgimento, sua evolução ou se reabilita as pessoas afetadas por esses agravos.
Em medicina, a própria formação desses profissionais a ênfase é dada prioritariamente no sentido de se tratar os eventos médicos e muito pouco se ensina ou se dá ênfase ás medidas de prevenção na formação dos mesmos. Na realidade, não é que não seja importante o médico saber tratar seus doentes, muito pelo contrário, é o que mais se quer e o que mais se deseja em medicina, ocorre que na prática médica e conhecendo a natureza dos diferentes agravos á saúde como se conhece hoje, o tratamento da doença não deveria ser o único enfoque em nossas práticas. Entendo que a prevenção deveria, quiçá, ser bem mais realçada ao longo do próprio currículo de formação desse profissional para ser aplicada em qualquer situação onde haja a necessidade de sua atuação.
Em psiquiatria particularmente, essa prática não foge á regra. O psiquiatra é formado para tratar e, muito pouco, para prevenir. A prática psiquiátrica é sempre uma prática curativa. Até aí tudo bem, mas, e as medidas preventivas que deveriam ser aplicadas para evitar que esses enfermos adoeçam, onde estão? Por essa e por muitas outras razões é que o paradigma de só tratar, está em cheque.
Está havendo um movimento progressivo no mundo científico no sentido de se mudar essa prática, aperfeiçoando sistematicamente os tratamentos já existentes em psiquiatria. Primeiro, através da busca incessante de fármacos cada vez mais eficazes e com menos efeitos colaterais para o tratamento desses doentes. Segundo, através do aperfeiçoamento de procedimentos físicos, não invasivos cerebrais, para garantir respostas mais rápidas e duradouras ao tratamento. Terceiro, aperfeiçoando as práticas existentes psicossociais reabilitadoras no sentido de uma maior recuperação e reabilitação desses enfermos. E, por último, estabelecendo novas estratégias psicoterapêuticas através de técnicas de vanguarda que auxiliem esses pacientes a não recaírem. Esse conjunto de medidas, em bloco, está mudando o cenário da assistência psiquiátrica no mundo.
Sabe-se hoje, que a absoluta maioria das doenças mentais tende a reaparecer mesmo depois de um bom tratamento médico. Isto é, as doenças mentais são recidivantes e isso, faz parte de sua natureza e sobre isso, a ciência atual muito pouco pode fazer. Doenças como a esquizofrenia, depressões, transtorno afetivo bipolar, transtornos de ansiedade, dependência química e, muitas outras, recidivam, embora adequadamente tratados em suas fases iniciais, tendem a reaparecer ao longo da vida dessas pessoas.
Veja o que ocorre com a depressão. Organização Mundial de Saúde – OMS estima que até 2020 a depressão seja a principal causa de incapacitação em todo o mundo de tal forma que muitas pessoas se tornarão incapazes e improdutivas do ponto de vista do seu trabalho e da sua vida social e boa parte dessa alta prevalência de depressão são de enfermos que não realizaram tratamento preventivo mesmo depois de terem tratados das crises. Há atualmente, mais de 350 milhões de pessoas que sofrem de depressão no mundo. No Brasil, estima-se que existam mais de 17 milhões dessas pessoas. Cerca de 850 mil morrem, por ano, em decorrência de suicídio, que tem como base a depressão, mesmo assim, damos muito pouca ênfase na aplicação de medidas de prevenção dessa doença. Além disso, a OMS, afirma ainda, que 45% das recaídas em depressivos é atribuída a interrupção inadequada do uso, ao mau uso, ao desuso precoce, ou ao uso inadequado desses medicamentos indicados para seu tratamento. Imaginem o que poderíamos evitar quanto ao sofrimento, aos danos sociais, aos gastos financeiros e de muitos outros danos á pessoa e a sociedade, se impedíssemos que tanta gente voltasse a adoecer na vida desse problema?
Outro transtorno severo é a esquizofrenia, doença grave, que incide em pessoas muito jovens, que evolui cronicamente e que, como a depressão, deve-se prevenida desde cedo para garantir que não reapareça depois de tratado a crise. Nesses casos, deveríamos ser mais rigorosos devido à evolução rápida e dramática dessa doença em direção á sua cronificação.
Recair, portanto é algo evitável e prevenível e, com a adoção de medidas preventivas ao longo dos diferentes tratamentos, todos ganham: o paciente, a família os médicos e os trabalhadores em saúde mental. Prevenção, já!!!

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