Sobre as compulsões

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Frequentemente se houve falar em compulsão e, nos últimos anos mais ainda, e isso é atribuído aos avanços que vem ocorrendo no tratamento e nos conhecimentos da fisiopatologia desses comportamentos, bem como os avanços sobre as bases genética das causas das compulsões.

               A propósito, você sabe o que é compulsão? É um comportamento que se repete continuamente visando proporcionar determinado alívio ou conforto emocional frente à sensação de ansiedade ou angústia. Esse comportamento compulsivo do ponto de vista psicopatológico e clínico são reações comportamentais considerados “mal adaptativos” porque a sensação de conforto ou alívio é passageira e após o ato (compulsão) temos uma sensação negativa, muitas vezes de “culpa” por não termos resistido à vontade de fazê-lo. Mesmo assim o sentimento de alívio ou gratificação, continua mais forte, levando as pessoas a repeti-los.

                Ocorre mais ou menos da seguinte forma: estou ansioso por algum motivo, essa ansiedade passa a me incomodar, a me tornar inquieta, tensa, em expectativa. Passo a mexer com as mãos e adotar outros gestos ficando em um pé e outro, para aliviar essa tensão. Resolvo ir à loja e decido comprar um objeto que tenho desejo. Passo a usar o que comprei recente, todo animado e até “esqueço” aquela sensação negativa que me fez ir às compras, mas passado esse primeiro momento eu começo a me sentir culpado pelo fato de ter comprado algo saem necessidade e vai comprometer meu orçamento, etc., etc.

                 Essa sensação vai me deixar ansioso, angustiado e inquieto. Já não dou muita bola para o que comprei por isso parto e vou novamente às compras e provavelmente voltarei para casa com algo novo, e recomeço o círculo: culpa, ansiedade, compras, prazer, culpa, ansiedade, compras…

                    Esse é mais ou menos um ciclo de acontecimentos que se observa no fenômeno das compulsões. No caso acima, em particular, me referir aos compradores compulsivos.

                  Sobre as causas dos comportamentos compulsivos, diversos fatores colaboram: predisposição genética, influência familiares, problemas psicológicos e comportamentais, doenças mentais etc.), em todos os casos é de fato de um comportamento mal adaptado de enfrentamento de sentimentos negativos (tensão, angústia, ansiedade, etc.) que frequentemente provoca inúmeros problemas familiares, econômicos, sociais, laborativas, psicológicos, podendo inclusive ocasionar doenças ás vezes graves, como no caso de Transtornos Obsessivos Compulsivos – TOC, Bulimia, Comedor e Bebedor Compulsivo  e muitos outros transtornos que tem como base a ansiedade disfuncional.

               Esse comportamento pode evoluir levando as pessoas a perderem inteiramente o controle dos seus atos, a ponto de tomar a vida delas um transtorno, como é o caso do TOC. Em casos mais graves tornam-se dependente desses rituais repetitivos, comprometendo sua capacidade de levar uma vida “normal”. Uma pessoa que lava as mãos várias vezes por dia compulsivamente, pode adquirir outras “manias” tornando a vida um problema. Tipos de compulsões:

Jogadores compulsivos – Esses enfermos podem ter sérios problemas familiares, econômicos e profissionais, uma vez que toda sua atenção está voltada compulsivamente para o jogo: jogadas futuras, quanto irá ganhar, onde conseguir dinheiro para jogar, e assim por diante. Mais recentemente temos os viciados em jogos eletrônicos que já se constitui pela moderna nomenclatura médica uma doença mental grave.

Atletas compulsivo – Atletas de esportes radicais com práticas intensas nesses esportes desenvolvem um padrão de atividade tão intenso que subordinam muitas outras atividades em suas vidas por essas práticas. Se tornam “dependentes de adrenalina” e em perigos impostos por esses esportes. Podem sentirem-se tão relaxados com tais atividades e exercícios físicos ao ponto das mesmas se transformarem em obsessão, passando a prejudicar o desempenho em outras atividades e na saúde em geral.

Sexo compulsivo: insaciáveis, incontroláveis onde seus atos e pensamentos só giram em torno dessas atividades e fazem de tudo para se satisfazerem.

Comprador compulsivo – a pessoa precisa comprar para sentir-se bem, mesmo que depois se arrependa. É o caso que me referir acima. Gastam muito, mas sem necessidades reais quanto ao que está comprando.

Trabalhador compulsivo – o objetivo principal seria obter sucesso profissional, status, manter-se no trabalho. O trabalho pode ocupar a mente e o lugar de sentimentos e relacionamentos, com os quais talvez o trabalhador compulsivo não consiga lidar. Sente-se seguro e obtém gratificação através do trabalho, então continua trabalhando cada vez mais, deixando de lado a vida social e o convívio com a família. Esses, são também conhecidos pela designação Workaholic, uma gíria em inglês que significa viciado em trabalho.

              Se não tratada, essas compulsões deixam graves sequelas na vida das pessoas, isolando suas vítimas do convívio social passando a viver num círculo vicioso e isolado, totalmente dependentes de suas compulsões. O tratamento recomendado é através de medicamentos anticompulsivos, fármacos extremamente efetivos quando utilizados de forma adequada e nesses últimos 15 anos houve um crescimento fabuloso desses medicamentos usados na clínica psiquiátrica. A outra abordagem é a psicoterapia cognitivo – comportamental, técnica bastante utilizada atualmente com excelentes resultados terapêuticos a esses enfermos compulsivos.

Comedor e bebedores compulsivos: anorexia, bulimia e o alcoolismo são comportamentos compulsivos relacionados à comida e a bebidas, onde as vítimas são pessoas excessivamente preocupadas com seu o corpo ou com sua “imagem” frente aos outros e já se fala em “epidemia” quando se trata desse assunto, pois é muito grande é o número de pessoas que têm esse tipo de comportamento.

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Síndrome do Pânico 

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Medo e pânico são duas palavras que andam em par, deflagradas sobretudo por crises de insegurança e ansiedade. A primeira é uma reação natural, fundamental para manter a vida e protegê-la. A segunda, uma deformação da primeira, uma anomalia, uma disfunção. A sensação de ambas, todavia, é muito parecida. Deixam o indivíduo em estado amplo de perplexidade, insegurança geral e sempre acompanhada de um mal-estar profuso e inexplicável. Transtorno do Pânico, que é a nomenclatura correta a ser aplicada a essa condição clínica, até bem pouco tempo era conhecida como síndrome do pânico.

               A palavra “pânico” remonta da Grécia antiga, da figura mitológica do Deus Pan. Segundo a mitologia grega, Pan era um Deus extremamente feio (metade homem, metade cabra) vivia isolado entre as montanhas da Arcádia, para não ser visto pelas pessoas. Quando Pan aparecia na Ágora, onde as pessoas se reuniam, elas ficavam horrorizadas e desesperadas com sua presença.  Sentiam muito medo, pavor e muitos se tornavam desesperados, por isso o nome, pânico.

              Nos últimos anos, inúmeros estudos e pesquisas tem sido desenvolvido, no mundo todo, com o intuito de se conhecer melhor a denominada “Síndrome do Pânico”, tanto nos aspectos clínicos, quanto os tratamentos psicológicos, biológicos ou psicossociais realizados para seu controle.

               Historicamente, desde Freud, já havia aportações sobre a natureza dessa doença. Ele procurava analisar casos hoje caracterizados como doença de pânico e já na ocasião descrevia como “ataques de ansiedade”, incluídas na categoria das chamadas neuroses atuais. Em um desses casos, detectou um “retorno de experiência traumática relacionadas com algum acontecimento trágico do passado”. Mas as teorias psicanalíticas, mesmo depois de muito aperfeiçoamento, esbarram em sérias dificuldades para explicar por que os pacientes apresentam tais quadros clínicos.

                Na atualidade, os mais importantes estudos sobre o Transtorno do Pânico ocorrem na área da Psiquiatria e das Neurociências, as quais explicam esse transtorno a partir de disfuncionalidade do sistema nervoso central, do ponto de vista, biológico e neuroquímico. Haveria, por assim dizer, uma disfunção acentuada e específica na regulação da ansiedade, em áreas especiais desse sistema (septo, amigda e hipocampo), que, em se alterando, produziria todos os sintomas hoje conhecidos que fazem parte da doença do Pânico.

                Outra área muito importante que abriu fabulosos caminhos para sua compreensão, são os estudos de psicofarmacologia clínica, um capítulo da farmacologia encarregada dos medicamentos psicotrópicos, ou seja, medicamentos utilizados para o tratamento das doenças mentais, emocionais e comportamentais.

                Outros avanços, importantes dessa matéria, se deram na abordagem psicológica no tratamento desses enfermos. Várias abordagens psicológicas são sugeridas para esse tratamento, no entanto, o que mais tem gerado melhores resultados é a terapia cognitivo-comportamental – TCC, ferramenta muito importante na recuperação desses enfermos, sobretudo quando essa técnica está associada ao tratamento médico. Outras abordagens, como as conductivistas ou comportamentais, behavioristas, psicanalistas, embora tenham suas importâncias não se revelam como as melhores estratégias terapêuticas para se tratar do pânico.                                                

            O Transtorno do Pânico (TP) é descrito como um período de intenso medo ou ansiedade, acompanhado de sintomas somáticos, psíquicos e comportamentais. Tem um início súbito e rapidamente atinge uma intensidade máxima em poucos minutos. A ansiedade, característica de um ataque de pânico, é intermitente, de natureza paroxística. Cada ataque, dura em média entre 25 a 30 minutos e mesmo que não haja uma intervenção, o ataque se encerra. O mal-estar é crescente, a ponto de, em apenas alguns minutos, o mesmo toma conta da pessoa, passando a sentir vários dos sintomas entre os elencados abaixo. Outra particularidade, é que, para se firmar o diagnóstico definitivo de Transtorno de Pânico, esses ataques deverão ocorrer no mínimo uma vez por semana associados aos outros requisitos, apontados acima. Eis, alguns dos seus sintomas:

1) Falta de ar (dispneia) ou sensação de asfixia

2) Vertigem, sentimentos de instabilidade ou sensação de desmaio

3) Palpitações ou ritmo cardíaco acelerado (taquicardia)

4) Tremor ou abalos

5) Sudorese

6) Sufocamento

7) Náusea ou desconforto abdominal

8) Despersonalização ou desrealização

9) Anestesia ou formigamento (parestesias)

10) Ondas de calor ou frio

11) Dor ou desconforto no peito

12) Medo de morrer

13) Medo de enlouquecer ou cometer ato descontrolado.

       Há Transtorno do Pânico com ou sem agorafobia, que é um medo de estar em espaços abertos ou no meio de multidões. Agorafobia, muitas das vezes, é consequência de sucessivos tratamentos malsucedidos ou mal orientados, ou por uso inadequado de medicações, ou pelo fato da pessoa não ter tido a oportunidade de procurar   um especialista precocemente, antes mesmo da doença se cronificar.

      Vale a pena lembrar que, para o médico formular o diagnóstico de Transtorno do Pânico de forma definitiva, faz-se necessário, a realização de exames clínicos e laboratoriais, para saber se o paciente não é portador de outras doenças, que podem provocar também ataques de ansiedade aguda.

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As múltiplas facetas do descuido – I

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             Alguém tem dúvidas que vivemos dias muitos ruins do ponto de vista das relações familiares? Os pais estão cuidando de fato de seus filhos? Esses filhos, da modernidade, têm respeito por pai ou mãe? Reconhecem a autoridade dos mesmos? Há dialogo, compartilhamento ou companheirismo nas famílias modernas? Nossos filhos estão engajados em alguma questão social, algum partido político, na comunidade, na igreja, em algum clube de serviço ou esportivo ou em qualquer outra atividade social? Os pais sabem, inteiramente, o que acontece com seus filhos, fora de casa?

              Eis, algumas questões que estão na ordem do dia. Pode até parecer que estas perguntas, sejam duras, incisivas ou inquietantes, mas nem todas as famílias estão preparadas para respondê-las. Por outro lado, pode até ser que os pais, me respondam uma atrás da outra, sem titubear, com explicações dignas de nota, mas uma coisa posso garantir-lhes todas essas questões estão fazendo parte das nossas inquietações, do mal-estar geral de muitas famílias.

           Quando se parte para discutir educação familiar, em qualquer ambiente, nas escolas, nas universidades, na comunidade, nas ruas, no trabalho ou dentro da própria família, a percepção de todos é que essa situação vai muito mal e a queixa é a sempre a mesma: a família está perdida e sem saber que rumo tomar.

           Esse é o primeiro de três artigos, que irei dedicar a esse assunto. Sei antecipadamente, da enorme complexidade que recaem sobre o tema, e que para mudar o que está aí, terão que ser adotadas medidas radicais e complexas que exigirão tempo e esforço de todos, inclusive do estado e da própria família, no sentido de readquirirmos a funcionalidades necessária para que as famílias modernas possam viver melhor.

         O primeiro fato que mencionarei, nessa série de artigos, é sobre a falência da autoridade dos pais na condução da educação de seus filhos. Quanto a isso todos sabemos o quão é grave essa situação e que colabora, sobremaneira, para os graves conflitos familiares. Os pais estão perdendo o comando, as rédeas, a autoridade na educação dos filhos, e não é de hoje que eles vêm se tornando reféns dos mesmos e não sabem o que fazer para mudar.

         A falência da autoridade dos pais é demonstrada através de várias maneiras. Uma delas, e uma das que mais nos chama a atenção é vê que filhos, cada vez com menos idade, tenham vida própria, antes do tempo. Todos sabemos, que até certa idade, filhos dependem dos pais, se protegem nos pais, se espelham nos pais e se nutrem dos pais, em todos os sentidos. Porém, isso ocorre, à proporção que vão crescendo e se desenvolvendo na vida. Mas, na atualidade, esses filhos desde muito cedo “vão pondo as unhas para fora” e os pais se tornam submissos aos mesmos. Comportamentos dessas crianças que põem em risco a disciplina, o controle das regras, das normas de convivência familiar, indispensáveis, para uma boa educação.

           Filhos, dependem dos pais, de tudo por tudo, até que adquiram autonomia e independência e a partir de então, adotarão o estilo de vida que lhes convier. Hoje, todavia, não é o que se vê. Eles agem desde cedinho como se fossem autônomos, independentes, cheios de vontade e donos de si e de todos. Fazem o que querem, fora e dentro de casa, dão as ordens na casa dos pais, e esses, progressivamente, vão se tornando refém, submissos e dependentes dos mesmos e sem força para contestar e comandar a p processo de educação. Não se posicionam em nenhum sentido, deixam os filhos tomarem conta da casa, um barco à deriva, sem saber que rumo tomar. Esse é um momento terrível na educação desses filhos, pois regra geral, um dos pais, passa a acusar o outro dessa perda de autoridade e desse fracasso. É um momento de acusações mútuas, atritos, e até embat4es corporais e de “busca dos culpados”, enquanto o isso, o filho reina sozinho.

         A falência da autoridade dos pais, se revela quando esses pais adotam atitudes autoritárias, dominadoras, violentas, agressivas e cruéis. Maus tratos, negligencia na educação, falta da segurança e dos cuidados a esses filhos, ferem, profundamente, a alma dessas crianças e provocam profundas alterações emocionais, de caráter, comportamentais e afetiva, na vida futura desses filhos. Quando os pais substituem esses comportamentos por uma relação harmoniosa e fraterna, regada com diálogos e companheirismo, os filhos se tornam mais saudáveis, seguros e gratos.

            A falência da autoridade dos pais se dá quando não há mais diálogo, não se conversam mais, se silenciam mutuamente e quando um não sabe sobre o outro. Essa estranheza domiciliar, gera monólogo e silencia todos. O silêncio impera entre Pai e mãe, entre irmãos, entre os pais e filhos, é a derrocada total. A falência da autoridade, nessas condições, é quando o silêncio ocorre, quando não se tem o mais que falar, ou quando os pais, por se sentirem culpados por os abandonarem, passam a ser permissivos, frouxas e sem autoridade e com medo de dizer não e de cobrá-los. Se sentem endividadas e submissos. A falta de limites, de ordem e de controle nas normas de funcionamento da casa, também expressa a falência da autoridade dos pais, condição fundamental para o desenvolvimento dessas crianças.

          Às vezes, para encobrir tudo isso, são apresentadas desculpas esfarrapadas: uns, apontam a falta de tempo, para estarem com os seus filhos, devido aos compromissos, ao trabalho e isso nãos os deixam estarem mais presentes em casa e perdem o precioso tempo de verem esses filhos crescerem e se desenvolvem nas etapas da vida. Outros, atribuem a correria do dia a dia, porque têm que trabalhar, ganhar dinheiro e pagar as dívidas, outros ainda, atribuem à internet, às redes sociais, aos games etc. Explicações sobre esses desleixos não faltam.

          Quanto a isso, a internet, os games, as redes sociais e outros entretenimentos online são a “bola da vez”, para explicar tais tragédias. O que houve em Suzano, foi atribuído, intensamente, a influência dos games violentos, os quais são hoje considerados os grandes vilões de muitas tragédias. Todos esses recursos eletrônicos e cibernéticos são hoje um importante meio de influenciar comportamentos humanas, sobre isso não há dúvida, mas dizer que os mesmos, são os grandes motivadores desses problemas familiares, não me convence. De tal forma, que o apego doentio, o uso compulsivo ou patológico de games, o uso indiscriminado e sem controle que ocorre dentro e fora de casa por crianças e adolescentes, às vezes, incentivados pelos próprios pais, já podem por si só, serem sinais inequívocos da desagregação profunda porque passa essa família.

             Portanto, fiquemos atentos aos fatos que ocorrem em nossas famílias com vista a garantirmos sua sagada missão, qual seja, a de assegurar a saúde, a segurança e o bem social e o pleno desenvolvimento das nossas crianças e adolescentes.

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Sociedade enferma

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          Caiu como uma bomba, em nosso país, dias atrás, a notícia que de dois jovens um de 17 anos e outro de 25 cometeram vários homicídios e depois da chacina, uma mata o outro e depois se suicida. De fato, foi chocante para todos nós esse ocorrido. Pessoas, adultas e jovens, que perderam suas vidas, inesperadamente, e de forma inexplicável por dois outros jovens que também, inexplicavelmente, se dispuseram a cometer tais crimes.

           Foi algo, realmente consternador, comovente. Imaginem crianças, adolescentes e adultos, dentro de uma escola pública, de referência da cidade, correndo, desesperadamente, de um lado para outro, fugindo de uma situação que poderia a qualquer momento lhes tirar a vida, barbaramente, sem qualquer motivo que pudesse explicar o que estava ocorrendo. De outro lado, o desespero das famílias, que não sabiam se seus filhos se encontravam vivos ou mortos diante de tamanha tragédia. É de fato, algo terrível e lamentável.

           Dificilmente, nesse primeiro momento, nem a polícia nem ninguém, teria a necessária tranquilidade e conhecimento para explicar o que acontecera. Uns acham, antecipadamente, que foi loucura, desses jovens cometerem tais crimes, outros tentam explicar tais comportamentos a partir da desagregação psicossocial e familiar que vivemos na atualidade, outros ainda, explicam tal fato baseados nos conflitos e problemas psicológicos que tais jovens, passaram nessa mesma escola, como os bullying, etc. E assim foram sendo dadas as devidas explicações sobre tais atrocidades. Enfim, começou a surgir inúmeras possibilidades que viessem esclarecessem a real motivação dos dois jovens a cometerem esses crimes.

           Em princípio, pode-se até supor que tais fatos tenham ocorrido devido a todas essas possibilidades acima aventadas e que cada um delas, isoladamente ou em grupo, guardando as devidas proporções, tenham tido mais influência uma sobre as outras, na determinação dos mesmos, contudo, nenhum deles, isoladamente, teria razões suficientes para explicar a dimensão total desse evento. Até, porque, há muitos anos já foi demonstrado, que todos os comportamentos humanos, sadios ou não, adequados ou não, normais ou não, do mais simples aos mais complexos, são causados por uma múltipla fatorialidade, onde aspectos pessoais, genéticos, socioculturais e conjunturais, colaboram para sua expressão.

          Sobre o fato em si, sabe-se que nosso país não tem tradição quanto a esses acontecimentos, se compararmos, evidentemente, ao que ocorre com Estados Unidos da América e em outros países, que de vez em quando anunciam esses tristes acontecimentos. Nesses últimos 10 anos, a informação que se tem, é que pelo menos 5 acontecimentos semelhantes a esse último, ocoream entre nós.

           Sobre isso, assim que a triste notícia começa a circular nas redes sociais e pela grande mídia, ouvi um comentário de um ator de novela, que me chamou a atenção, ele dissera: a “sociedade está enferma”, tentando atribuir esse acontecimento aos problemas, mazelas e contradições observadas na sociedade contemporânea.

            Pus-me então a pensar. De fato, a situação porque passa a sociedade moderna é no mínimo constrangedora preocupante e às vezes assustadora. Os inúmeros e problemas verificados nos relacionando uns com os outros tem se modificado muito. Ao ponto de todos nós, frequentemente, ficamos estarrecidos com tais mudanças, cada vez mais pronunciadas e profundas.

            Entre esses, destaca-se o uso cada vez maior de drogas de abuso, causadora de graves transtornos emocionais e psiquiátricos em pessoas ainda muito jovens. O empobrecimento sistemático e relevante da nossa cultura, tornando-a obscura e sem limites próprios, (veja o caso da música). A disputa insana e desenfreada no mercado de trabalho em diferentes áreas de atuação. Um volume impressionante de homicídios, só em nosso país são pelo menos 65 mil por anos, especialmente, feminicídios e infanticídios. Uma onda lamentável de suicídios, em adultos jovens e adolescentes, fato que em nossos pais já passam dos 10 mil/ano.

             A quebra dos valores tradicionais como a honradez e a ética. A prática descarada de crimes de todos os tipos (corrupção, lavagem de dinheiro, e outros de lesa pátria). O inegável enfraquecimento da justiça em suas diferentes formas de aplicação, o desrespeito aos outros e a insensibilidade humana, o gravíssimo aumento das doenças mentais e emocionais na população do mundo, a falta de solidariedade uns pelos outros, a derrocada dos valores da família, a perca progressiva da autoridade paterna, especialmente em relação a educação dos filhos e muitas outras mazelas, poderíamos aponta-las como os grandes sintomas dessa enfermidade social.

             Evidentemente, que diante de uma tragédia como essa, praticadas com requintes de crueldade, planejada e executada com detalhes, não nos permite apontar uma única causa, conforme os fatos elencados acima. Porém, devida a barbárie e a violência que foram praticados tais crimes pelos jovens, isso pode sugerir a presença de transtornos psiquiátricos, graves e profundas, nessas personalidades bem como outros tipos de distúrbios emocionais, afetivos e comportamentais, influenciados severamente pelos fatores associados à uma sociedade enferma e decadente. Certamente, ao longo das investigações muitos outros aspectos, serão revelados para se esclarecer melhor sobre as motivações desses fatos.

           O fato é que temos que aprender com ele. Além de lamentarmos profundamente ante o ocorrido e nos solidarizarmos com ambas as famílias, tanto às dos homicidas quando às dos que se foram, devemos entender que precisamos tirar nossos filhos do anonimato e da orfandade. Precisamos conversar mais com nossos jovens, ouvi-los mais, abraça-los mais, refletir mais sobre seus propósitos e projetos de vida, pois é isso que está faltando na sociedade atual. Isto é, estamos vivendo em uma crise profunda nas relações humanas ao pondo de, à pretexto dos avanços tecnológicos, atribuir aos smartphones, aos tabletes, aos PCs, às redes sociais, aos vídeos games e aos outros, a responsabilidade de proteger e educarem nossos filhos, e isso nunca irá acontecer.

           Se há uma situação que deveria mudar, profundamente, para evitarmos outras tragédias semelhantes a essa, será desenvolvermos ações que promovam a solidariedade entre os homens, promover o bem-estar comunitário em todos os sentidos e garantir boas relações entre pais, filhos e a escola, no processo de educar esses meninos para a vida.

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Dependência de celulares

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          Semana passada, anunciaram na grande imprensa, uma pesquisa importante, realizada em todo território nacional, envolvendo o uso de telefone celular. E, alguns achados da pesquisa, demonstram uma situação muito complicada e preocupante entre as pessoas e o uso desses aparelhos.

           Os pesquisadores, descobriram que 15% dos brasileiros entrevistados, não conseguem ficar 1 minuto sequer sem o telefone celular; 7% deles, por só por 2 horas; 11% só conseguem ficar sem ele, por 6 horas, e 8% por apenas 1 hora. Sinais de inquietação, taquicardia, falta de ar, apreensão e inquietação por nãos disporem dos aparelhos ou por não terem acesso às suas funções, podem ser prenúncios de dependência. 27% dos entrevistados afirmaram que o uso do celular atrapalha a hora de dormir; 23% afeta a relação com outras pessoas e outros 23% informam que o celular tira a tenção nas tarefas diárias. Esses números são estarrecedores.

            Sabe-se que desde a metade dos anos 1990, o uso de aparelhos eletrônicos tem aumentado exponencialmente. Segundo a União Internacional de Telecomunicações (UIT), Agência do Sistema das Nações Unidas, dedicada a temas relacionados às Tecnologias da Informação e Comunicação, já são mais de 7 bilhões de aparelhos celulares em uso no mundo, isso corresponde, a mais ou menos, um aparelho para cada ser humano na face da terra.

           Com o aperfeiçoamento progressivo desses aparelhos, chegou-se a era dos aparelhos inteligentes: Tvs, carros e fones inteligentes, ou smartphones, equipamentos dotados de múltiplas funções:   câmera fotográfica, filmadora de alta resolução, ampla acessibilidade a e-mails e redes sociais, pesquisas on-line, visualização de filmes e programas de TV, músicas, realização de transações financeiras, estudos e diversas outras possibilidades, além, evidentemente, do contato telefônico propriamente dito. Os smartphones vieram para ficar e sua chegada provocou, grandes transformações nos meios de comunicação.

         Como já era de se esperar, as pessoas foram com sede ao pote, no rumo desses equipamentos, pois afinal de contas, nãos se tratava, tão somente, de um telefone e sim de algo que nos dava um “plus” a mais, em nosso modo de viver.  O aparelhinho, deixa o mundo inteiro, literalmente, ao nosso alcance, bastando para tanto alguns “cliques” em seus teclados e, em poucos segundo as coisas mudam. Tem havido tanta evolução, que raras são as vezes que se vê alguém sem portar um celular, ou nas mãos, nos bolsos, nas bolsas e em todo lugar que se pode imaginar.

             Com o aperfeiçoamento dos aparelhos, surgiram novos hábitos e novas formas das pessoas se comportarem no mundo, ao ponto de muito delas perderem completamente a noção de adequação do seu uso. Passaram a usá-los de forma estranha, disfuncional e desvinculada das finalidades para as quais os mesmos foram inventados. A situação foi tão alarmante que no Reino Unido, a uns anos atrás, passou-se a designar esse apego patológico aos celulares de nomofobia (abreviação, do inglês, para: no-mobile-phone phobia), para descrever o pavor, o mal-estar, o estado de apreensão e todo uma angustia que urge nessas pessoas quando o telefone celular não estar disponível. Esse termo tem também sido muito utilizado para descrever a dependência ou uso compulsivo desses aparelhos.

             As taxas estimadas de dependência de celular podem chegar até a 60% entre os usuários. Um estudo brasileiro realizado pela pesquisadora Anna Lúcia King, da UFRJ, verificou que 34% dos entrevistados afirmaram ter alto grau de ansiedade sem o telefone por perto.

             Uma outra particularidade, ao meu ver, ainda mais preocupante é a utilização em massa desses aparelhos, especialmente fones e tabletes, por crianças e adolescentes, pois isso fatalmente irá provocar, desde cedo, comportamentos exagerados e descontrolados, próprios dos usuários disfuncionais. Milhões de crianças, com idades que variam ente dois ou três anos e adolescentes, com acesso livre, total, irrestrito e sem qualquer controle por parte dos pais e professores. O pior, é que essa prática é incentivada pelos próprios pais, não existindo qualquer disciplinamento sobre seu uso e nas escolas sem qualquer controle.

             Qual a perspectiva diante dessa situação? Uma delas, certamente, é o aumento de pessoas, precocemente, afetadas, emocional e psiquicamente, pelo uso disfuncional e desses aparelhos. A outra consequência direta, é o afastamento, lento e progressivo dessas pessoas da sua realidade. Isto é, as pessoas vão deixando de viver em seu dia a dia, suas responsabilidades, seus deveres, seus estudos e outros interesses para se fixarem ao telefone.

          As pessoas já afetadas pela nomofobia, já esboçam sinais de perda das habilidades psíquicas e sociais nos relacionamentos interpessoais, pois passam a ter dificuldades em estabelecer vínculos de amizade plenos e duradouros. Se tornam utilitárias, mediocrizadas e sem profundidade em nada que fazem e perdem a capacidade de se comunicarem.  

         A priorização do uso desses equipamentos, em detrimento de outros interesses é outro problema grave. As pessoas tornam-se fixadas nos celulares e deixam para trás todos os outros interesses, como estudos, trabalhos, atividades físicas e outras ocupações salutares. Passaram a desenvolver tolerância, que é aumentar progressivamente, o tempo de uso desses aparelhos e a apresentarem abstinência que é o fato de passarem mal pela falta dos mesmos, esses dois fenômenos são indicadores importantes para o diagnóstico da dependência.

             Os abusadores de celulares e outros equipamentos eletrônicos, têm maior chance de desenvolverem transtornos psiquiátricos como os da ansiedade, do humor (depressão) da impulsividade, que outros usuários que não estão nessa conjuntura. Problemas físicos, incluindo fadiga, patologia ocular, dores musculares, tendinites, cefaleia, distúrbios do sono e sedentarismo, são também sintomas relatados pelos dependentes. Além disso, esses usuários compulsivos apresentam maior propensão para acidentes automobilísticos ou quedas.

          Nessa perspectiva, outros médicos como os oftalmologistas tem demonstrado que crianças expostas a luminosidade contínua e excessiva, oriundas dos celulares, tabletes e computadores, poderá prejudicá-los, precocemente, com miopias e astigmatismo.  Portanto, os pais devem ficar mais atentos na relação com seus filhos com e os equipamentos eletrônicos, pois esses limites que tem que estabelecer são eles.

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Descontinuação dos tratamentos em Psiquiatria

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                  No universo dos tratamentos médicos, várias questões sempre são consideradas quando alguém procura um profissional para fazê-lo. Quando a busca do tratamento é na psiquiatria, as coisas se complicam um pouco mais. A pessoa que necessita desse tratamento, e em geral, também sua família, encaram isso como um fato especial na vida dessas pessoas, pois em geral para irem na busca desse apoio, fazem muito esforço para se superarem os enormes preconceitos que ainda há, quando alguém se decide a se tratar com um médico dessa área. Sem contar, que muitas doenças mentais, impedem senso de autocrítica que lhes permitiria perceber, que de fato, eles necessitem de um tratamento. Isto é, muitas dessas doenças mentais acabam dificultando que a própria pessoa reconheça a necessidade de se tratar, a doença não deixa claro em sua mente essa consciência a real da necessidade de buscar um tratamento psiquiátrico.

             Para tanto, várias outras etapas deverão ser percorridas até que se chegue ao tratamento propriamente dito. Um fato inicial, sumamente importante por parte do médico é buscar a confiança do paciente e dos familiares para a realização do tratamento propriamente dito e isso se adquire, entre outras coisas, estabelecendo-se um bom relacionamento médico-paciente e com a família do enfermo para deslanchar as propostas terapêuticas.

           Em um segundo momento, vem a expertise, a experiência e o necessário conhecimento médico e técnico do profissional para formulação de possível diagnóstico sobre o que se passa com esse enfermo. A colaboração da família e do próprio paciente, nessa etapa de investigação clínica é fundamental, pois muitas informações deverão ser solicitadas pelos mesmos para essa finalidade. Em geral, alguns procedimentos médicos e as solicitações de exames laboratoriais são relevantes para o fechamento do diagnóstico. Uma boa, competente a cuidadosa anamnese, o exame físico e a solicitação de exames laboratoriais, colaboram muito para fundamentar a proposta diagnóstica.

            Em um terceiro momento, após percorrido essas duas etapas anteriores e já tendo o diagnóstico em mãos, o psiquiatra irá formular o projeto terapêutico a esse paciente. Esse projeto terapêutico, nada mais é, que um conjunto de recomendações éticas técnicas que o profissional recomenda ao enfermo e a sua família, para tratar, prevenir ou reabilitá-lo, na totalidade de suas queixas e de seu sofrimento.  O projeto terapêutico, contempla todas as medidas que devem ser tomadas em bloco para o tratamento dessa pessoa e deve respeitar as particularidades de cada paciente e de sua condição social.

           Atualmente denomina-se, Projeto Terapêutico Singular – PTS, à rigor não se realiza, tão somente, pela participação só do médico, outros profissionais da saúde têm papeis relevantíssimos na consecução dos tratamentos. O médico, tem a responsabilidade de elaborar PTS, especialmente quanto sua execução e a supervisão. É no PTS que iremos definir um tratamento específico para cada pessoa, respeitando suas caraterísticas e particularidades biológicas, psicológicas, pessoais, sociais e culturais formulando-lhe uma atenção terapêutica especifica dentro dessas caraterísticas. Esse programa se aplica tanto em condições ambulatoriais quanto aos pacientes tratados em regime de internação hospitalar.

           E, é justamente no tratamento proposto que começam a surtir os problemas mais relevantes na área da assistência psiquiátrica. Pois muitos enfermos, lamentavelmente, não conseguem prosseguir um tratamento a contento pelo tempo necessário por descontinuá-lo, indevidamente, em qualquer das etapas que o mesmo se encontre.

         Hoje a descontinuação dos tratamentos em psiquiatria é um dos assuntos mais debatidos em rodas de conversas entre médicos e entre outros distintos profissionais da área da saúde se constituindo um dos temas mais relevantes que há na prática médica. Um complicador para isso, já vimos acima, é a ausência de autocritica, por parte do doente mental, sobre a própria necessidade de tratar sua doença e isso é próprio de algumas doenças psiquiátricas. Outro fator relevante é a inacessibilidade aos serviços da saúde mental em nosso meio e em nosso país. São muito poucos os profissionais dedicados a essa área, prestando assistência a muita gente que precisa desses cuidados. Nunca se adoeceu, mentalmente, tanto quanto se adoce hoje e os servidiços de saúde essa área, não acompanharam essa demanda.

           Outro fator relevante é desconhecimento (baixa formação especializada) de profissionais sobre o manejo adequado desses tratamentos. As dificuldades financeiras, devido o desemprego ou devido a baixa renda da população os impedem de adquirir esses fármacos ou realizar outras formas de intervenção terapêutica, é também um outro grande problema na consecução do tratamento. Enfim, vários fatores colaboram para essa problemática grave, do ponto de vista do tratamento psiquiátrico.

            O fato é que, do ponto de vista médico e psiquiátrico, ao se interromper um tratamento desse tipo, em qualquer uma de sus etapas ou realizá-lo de forma incorreta, as consequências são avassaladoras. A primeira delas é a possibilidade de cornificá-las o que, certamente, acontecerá com as interrupções sucessivas desses tratamentos. Hoje, todos sabemos, que tratar de doenças crônicas é muito mais complicado e de prognóstico sombrio. Sabe-se, que sucessivas interrupções em tratamentos dificultam muito a recuperação plena desses enfermos.  

              A refratariedade aos fármacos é outra possibilidade esperada em interrupções de tratamentos. Isto é, os medicamentos que anteriormente faziam efeitos e nos davam respostas clinicas satisfatórias, passam a não responder plenamente ao tratamento. Em geral, esses enfermos crônicos, passam a precisar de maiores doses dos medicamentos que faz uso ou adicionar outros fármacos para produzir os efeitos esperados. A organização Mundial da Saúde em um documento de 2016 estimou que em torno de 45% das recaídas em quem se trata de depressão foi atribuído à interrupção do tratamento que o paciente vinha fazendo. Isso, demonstra a importância de não interrompermos um tratamento, qualquer que seja ele em qual quer de suas etapas.

            Como podemos notar, a cronificação a refratariedade, as recaídas e o agravamento na evolução clinico dessas enfermidades psiquiátricas, poderia ser evitado caso prosseguíssemos com o tratamento que qualquer uma dessas fizerem jus.

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As meninas estão bebendo muito mais

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             Sabe-se, modernamente, que as mulheres estão bebendo bem mais e em proporções bem parecidas com a dos homens. A forma como as mulheres estão bebendo se assemelha, também, à forma dos homens beberem. Atualmente, ambos, estão adotando, uma forma de beber que os ingleses chamam de binge drinking, também conhecido, tecnicamente, por “Beber Pesado Episódico – BPE”, que significa consumir 5 ou mais doses de bebida alcoólica, no caso dos homens e 4 ou mais, no caso das mulheres, em uma única ocasião, em um intervalo de 2 duas horas. Esse BPE está relacionado a graves acidentes de todos os tipos e é mais uma forma de expor esses usuários a muitos danos relativos à sua saúde.

          Um estudo global publicado neste mês pela BMJ Open, citado pelo Prof. Dr. Arthur Guerra de Andrade Presidente do International Council on Alcohol and Addictions (ICAA) e Professor Associado do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, analisou os hábitos de consumo de álcool de 4 milhões de pessoas durante um período de mais de um século, a partir da compilação de dados de 68 pesquisas internacionais publicadas entre 1891 e 2014, e mostrou que a diferença entre homens e mulheres com relação ao consumo de álcool, tem diminuído cada vez mais.

          A BMJ Open, concluiu que os homens nascidos entre 1891 e 1910 apresentaram risco 3 vezes maior de beber de forma nociva e sofrer consequências negativas relacionadas ao álcool do que as mulheres nascidas na mesma época. Diz ainda o psiquiatra, “essa relação de risco diminuiu para 1,2 vez entre aqueles nascidos de 1991 a 2000, ou seja, praticamente não houve diferença entre os gêneros”.

          Observa-se, que essa mudança de padrões de consumo tem ocorrido também entre as adolescentes. Segundo relatório da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS, 2015), entre estudantes com idade de 13 a 17 anos, mais de 20% das meninas e 28% dos meninos relataram já ter sofrido um episódio de embriaguez na vida.

          No Brasil, a Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) de 2015 (IBGE, 2016), realizada com 10.926 estudantes nessa mesma faixa etária, também aponta índices semelhantes de episódio desse tipo: 26,9% entre as meninas e 27,5% entre os meninos. Informa, ainda o estudo, que pelo menos 1 em cada 4 estudantes já se expuseram a riscos importantes referindo-se à caso de embriaguez.

           Artur Guerra, cita ainda resultado de outra pesquisa analisada pelo PeNSE, realizada entre alunos do 9º ano do ensino fundamental (entre 13 e 15 anos). Tanto a experimentação quanto o consumo atual de bebidas alcoólicas (nos 30 dias que antecederam a pesquisa) foram maiores entre as meninas: 56,1% versus 54,8% (experimentação) e 25,1% versus 22,5% (consumo atual).

            Uma das conclusões desse estudo, nos permite inferir que as meninas adolescentes querem ser aceitas socialmente e o álcool faz parte desse cenário, pois ajuda a desinibi-las. O consumo do álcool nessa população também está associado às aspirações dessas adolescentes de se tornarem mais independentes, o mesmo que houve quando as mulheres modernas se emancipadas e passaram a ocupar funções de destaque na sociedade contemporânea.

             Um fato notório, importante, é que as mulheres reagem, biologicamente, de forma diferente ao homem, ante a molécula do álcool. Elas são mais sensíveis aos efeitos dessa molécula, por vários motivos. O fato é que elas expostas a um consumo exagerado ou excessivo de álcool as tornam mais vulneráveis para o desenvolvimento de dependências, em se tornando dependentes de álcool, responderem bem menos aos tratamentos para essa situação.

              Outro fato importante, é que o cérebro do adolescente é altamente maleável, é capaz de produzir bilhões de células nervosas (neurônios) nessa faixa de idade e, por sua vez, esses volumes enormes de células nervosas se articulam com outras dezenas de milhares de outras (sinapses), para assegurarem funções realizadas pelo cérebro. Ocorre, que o álcool, por ser uma substância, psicoativa, (age no cérebro), não só impede o nascimento de outros neurônios (neurogênese) quando impede e reorganização da fabulosa rede e interconexões (sinapses), que neurofisiologicamente, iriam ocorrer nesse sistema, prejudicando, sobremaneira, o desenvolvimento e execução de todas as funções regidas por esse órgão. Imaginem, portanto, os graves problemas por que passam essas meninas ao começarem a beber precocemente. 

            Diante dessa situação altamente perigosa, que põe em risco a saúde mental e a segurança desses jovens, é preciso que haja maior disciplina, por parte das famílias, quanto ao maior controle dessas práticas. Uma medida importante, nesse sentido é conversar mais com os filhos, como reforça, Artur Guerra de Andrade, que essa é uma medida recomendável e sempre aconselhável, muito embora seja o que menos se faz na atualidade. Tenho dito sempre, que as famílias já não conversam com seus filhos e filhas. Deixam que esses cresçam e se eduquem por segunda intensão, uma forma de educação negligente e baseada nos eventos naturais da vida, o que nunca deu certo.

             Os adolescentes, quanto menos idades tiverem, mais precisam de pais presentes, atuantes, que conversem com eles, que os abracem, que os ouçam e que os amem. Precisam de pais que exerçam suas autoridades, de forma autentica e fiel e que sejam líderes, em suas casas e de em seu ambiente social. Basta de pais frouxos, medrosos inseguros, submissos aos filhos e que não sabem bem que rumo tomar na educação dos mesmos. Esse tipo de família é um veneno, pois farão muito mal a seus filhos agindo assim. Irão confundir tudo, a formação, a vida e a educação dessas crianças.

           Outras medidas como trabalhar a autoestima dos filhos, desenvolver o senso de responsabilidade social, destacar suas qualidades e estimulá-los à prática de atividades esportivas e de competição sadias e prazerosas, como as no esporte, são práticas que previnem o uso de álcool e outras drogas nessas etapas da vida. Criar condições para que seus filhos se sintam cidadãos, dá bons exemplos, estar sempre ao lado dos mesmos é fundamental. Provocar bons diálogos, fundamentalmente sinceros, favorecerá ao bom relacionamento.

           Essas medidas em bloco auxiliarão o crescimento emocional, afetivo e social dessas crianças e adolescentes, como também construirão barreiras solidas e consistentes de segurança para que esses filhos saiam do “tsunami circunstancial que é começarem a beber com idades muito pequenas”.

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Doenças mentais e o uso de maconha

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A cada dia reacendem os debates sobre o uso de maconha, no Brasil e no mundo. Motivos para isso é o que não faltam. Os debates são tão acirrados que podemos dizer que se vive em uma grande encruzilhada, entre os que são favoráveis ao uso e comercialização da maconha e os que são contrários à tudo isso. A legalização recente de algumas substâncias da maconha, para finalidades terapêuticas, passou a ser um marco histórico nesse debate. A disponibilidade dessas substâncias, tais como o canabidiol e o Delta-9 tetra hidrocanabinol (Delta- 9 – THC), legitimam esse feito. Para aquecer mais ainda essa situação outras atividades industriais que tem como matéria prima a maconha, entram em cena, fazendo imensa pressão nos estados e países, para promoverem a exploração comercial dessa planta.

Entre essas atividades industriais, destacamos a farmacêutica, a dos alimentos, a de roupas e cordoarias, a de beleza e cosméticos, a de combustíveis e por último a indústria tabaqueira. Todas essas industrias, estão ávidas, saltitantes e muito interessadas na famigerada liberação da maconha para poderem legalmente explorarem-na em suas atividades comerciais. A maconha passou a ser vista com o os “ovos de ouro” dessas indústrias.

Por outro lado, há outros interesses, provavelmente das mesmas indústrias, as quais vêm fazendo enorme pressão para que muitos países promovam a legalização de seu uso para finalidades recreativas, a pretexto, sobretudo, de possibilitar e assegurar o acesso livre dos usuários a erva, sob o suposto controle do estado.  Ambas as situações tanto a utilização para fins medicinais e industriais, quando para fins recreativos, definem as duas formas distintas de se utilizarem a maconha, por distintos interesses econômicos, empresariais e sociais.

Uma terceira via, dessa discussão, muito importante, são os estudos de pesquisa clínica e neurocientíficas, que vem sendo realizado em muitas universidades nacionais e internacionais de notoriedade científica sobre o uso da maconha e o impacto desse uso sobre nossa saúde mental, especialmente, entre adolescentes. Grande parte desses estudos apontam para o fato do uso de maconha determinar problemas psiquiátricos, especialmente se o uso ocorre entre a população de jovens.  

 Um estudo recente, conduzido por pesquisadores da McGill University, no Canadá, publicado pelo JAMA Psychiatry, uma das maiores revistas de psiquiatria do mundo, demonstrou o impacto do uso à longo prazo do uso de maconha. O estudo foi realizado com 23 mil adolescentes. Os resultados foram surpreendentes e reveladores: adolescentes usuários de maconha (em comparação com adolescentes não usuários) tiveram risco de 37% maior de chances de desenvolverem depressão na idade adulta, um risco de 50% de chance de apresentarem maior ideação suicida na idade adulta e um rico risco de tentativa de suicídio triplicado na vida adulta.

Para os autores “a alta prevalência de adolescentes consumindo cannabis gera um grande número de adultos jovens que podem desenvolver depressão e comportamento suicida atribuíveis à cannabis. Este é um importante problema de saúde pública, que deve ser adequadamente abordado pelas políticas de saúde pública”. Enfatizam, ainda que as políticas de prevenção devem “educar os adolescentes a desenvolver habilidades para resistirem à pressão do grupo para usarem drogas”.

Outros estudos, nessa mesma linha, demonstram que adolescentes ao se exporem ao uso de maconha têm 25% de chance de desenvolverem esquizofrenia que adolescentes não usuários.

A maconha contém em suas folhas e flores uma resina com cerca de 60 componentes denominados canabinóides. Entre esses o principal componente é o Δ9-tetrahidrocanabinol (THC). O THC que chega facilmente ao cérebro onde funcionará em locais específicos, isto é, nos receptores próprios do THC.

Usuários crônicos de maconha apresentam déficits cognitivos graves. Alterações eletroencefalográficas, também observadas entre usuários crônicos reforçam a hipótese de que a maconha pode produzir neurotoxicidade. As alterações neuropsicológicas mais consistentemente descritas em usuários crônicos de maconha são déficits em tarefas psicomotoras, atenção e memória de curto prazo. A situação é tão importante e significativa que o DSM-5 colocou a maconha entre as substâncias causadoras de dependência, fato que não havia até então ocorrido.

No cérebro, as áreas preferenciais de ação dos canabinóides são: hipocampo, córtex pré-frontal, gânglios da base e cerebelo.  Todas essas áreas, alteradas pela ação da maconha, promoverão mudanças afetivas, emocionais, cognitivas e comportamentais específicas. Na intoxicação aguda por maconha ocorre sedação, prejuízos cognitivos que envolvem dificuldade de consolidação de memória de curto prazo, alteração na avaliação do tempo, prejuízo nas funções executivas, alterações da senso percepção e alterações na coordenação. Portanto, a maior parte destes sintomas são devidos à ação do THC nesses receptores cerebrais.

 Os dados demonstram que os danos psiquiátricos e comportamentais constatados pelo uso de maconha são enormes e todos são atribuídos diretamente a ação dessas drogas no cérebro. Especialmente, se utilizadas em épocas muito precoce da vida, tais como na infância e na adolescência.

 Dados do II LENAD/2012 mostram que na população adulta brasileira, 5,8% declarou já ter usado maconha alguma vez na vida – ou seja, 7,8 milhões de brasileiros adultos já usaram maconha pelo menos uma vez na vida. Entre os adolescentes, esse número é de 597 mil indivíduos (4,3%) dentre os mais de 14 milhões de adolescentes brasileiros. Analisando o consumo de maconha nos últimos 12 meses (anteriores a pesquisa), 2,5% dos brasileiros adultos declaram ter usado e 3,4% dos adolescentes – representando, portanto, mais de 3 milhões de adultos e 478 mil adolescentes em todo país.

A partir desses dados, imaginem o impacto disso, nessa população jovem do nosso pais. Faço minhas as palavras dos pesquisadores do JAMA, citado acima: ““educar os adolescentes a desenvolver habilidades para resistirem à pressão do grupo para usarem drogas”, deve ser nossa meta. Acrescentaria, ainda: são necessárias políticas públicas mais consistentes para ajudar esses milhões de jovens a levarem uma vida mais saudável.

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Avanços e Retrocessos em Psiquiatria

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Avanços e Retrocessos em Psiquiatria

As doenças mentais, inexoravelmente, caminham para uma cronificação e essa evolução é da natureza desses transtornos. Ocorre, que essa evolução não é prorrogativa única das doenças psiquiátricas, pois, a maioria absoluta das doenças humanas, evoluem também nesse sentido. Vejam-se as doenças metabólicas, autoimunes, cardiovasculares, renais, hepáticas, endócrinas, reumatológicas e assim por diante.

Particularmente, o tratamento das doenças mentais, desde seus primórdios até aos dias atuais, evoluiu muito, ao ponto de muitas dessas enfermidades hoje já não representarem grandes ameaças, mesmo sabendo-se que elas poderão caminhar para o “status de doença crônica”.

Essa evolução terapêutica é atribuída, entre ouras coisas, aos modernos conhecimentos sobre a fisiopatologia, neuroquímica e genética das grandes síndromes psiquiátricas, entre essas as depressões, a esquizofrenia, os transtornos de ansiedade, as dependências químicas, as demências entre outras. É também atribuída ao advento de modernas técnicas diagnósticas que favorecem o diagnóstico precoce dessas doenças e ao descobrimentos de modernos psicofármacos, moléculas capazes de mudarem drasticamente  a clínica e o curso natural dessas enfermidades. Por último, atribui-se esse crescimento ao surgimento de modernos aparelhos que promovem neuromodulação do funcionamento do Sistema Nevoso Central, sede material das doenças mentais.

Muitas pessoas poderiam tornar-se incapazes e improdutivas do ponto de vista laboral e social, caso não lhes fosse oferecida a possibilidade de um bom tratamento em Psiquiatria. Quando isso ocorre, a vida da pessoa portadora de uma dessas doenças pode mudar inteiramente.

Ocorre que, apesar de toda evolução até então empreendida nessa especialidade médica, há ainda fatores que contribuem negativamente quanto ao manejo dessas enfermidades mentais. O principal deles, sem qualquer dúvida, é preconceito/estigma que ainda existe em torno dessas doenças.

Esses são enormes, desumanos, segregadores e marginalizantes e representam tudo que não presta em desfavor dos enfermos, dos seus familiares e dos que transitam em seu entorno. Hoje, a nossa maior arma de contestação são os conhecimentos modernos da Psiquiatria, que nos permitem entender que as doenças mentais são doenças como outras quaisquer, respeitando, certamente, as particularidades clínicas, pessoais e socioculturais que há em cada uma delas.

A enfermidade mental, como as outras, dispõe de uma fisiopatologia, isto é, um mecanismo que explica a forma como a doença ocorre, tem um curso natural, uma evolução, é absolutamente tratável e muitas delas curáveis ou controladas clinicamente, tendo um prognóstico que pode ser favorável ou desfavorável, e são preveníveis e evitáveis. Além disso, sofrem também influências diretas das condições sociais, políticas e econômicas, como o que ocorre em todas as doenças humanas.

A doença mental não tem nada de sobrenatural, de divino, muito menos de diabólico. Essas crenças e pechas sobre elas são seculares e provêm de época onde imperava o obscurantismo no pensamento psiquiátrico, épocas, em que não se sabia nada comparativamente ao que se sabe hoje, sobre essas enfermidades. Hoje, a Psiquiatria moderna, se inspira na evolução do conhecimento neurocientífico. O que se discute atualmente é a neurobioquímica, a genética, a imunologia e a neurofisiologia das doenças mentais à luz da neurociência e da farmacologia clínica. Hoje, o que se discute, é a implantação de Deep Brain Stimulation – DBS no cérebro dos humanos para se controlar muitas doenças mentais e neurológicas que anteriormente eram verdadeiros desafios a ciência comportamental.

Modernamente, para os diagnósticos em Psiquiatria, utilizam-se instrumentos de última geração como a Tomografia por Emissão de Pósitrons e a Ressonância Magnética Funcional. Acabou-se, definitivamente, o “achismo”, comum no período obscuro e mágico da prática psiquiátrica, onde a bruxaria predominava ou onde os doentes mentais eram sacrificados por serem considerados possuidores de forças sobrenaturais.

A psicofarmacologia atual dispõe de um volume grande de medicamentos altamente eficazes, que se bem aplicados e em um tempo correto, são capazes de impedir que alguém se mate ou mesmo que mate alguém. Pode prevenir o reaparecimento de sintomas de uma doença crônica, ou ainda evitar que o um paciente leve uma vida sem qualidade ou ter que passar a vida inteira internado em um hospital psiquiátrico, devido aos altos e baixos de sua doença, impedindo-os de levarem uma vida feliz e estável.

Outros tratamentos na atualidade usam técnicas sofisticadas como a Estimulação Magnética Transcraniana – EMTs, procedimento que através de equipamento especializado, gera uma corrente eletromagnética, que por sua vez, estimula o cérebro funcionar melhor, representa atualmente um recurso fabuloso no tratamento de depressões resistentes (crônicas) e depressões refratarias, as quais, não respondem a nenhum tratamento medicamentoso. EMTs é uma técnica não invasiva, indolor e altamente eficaz no tratamento dessas condições citadas acima, podendo inclusive ser aplicada em outras condições clínicas.

A aplicação da moderníssima Eleroconvulsoterapia – ECT, através de aparelhos modernos, altamente eficazes, que monitoram todo o curso e evolução do tratamento proposto aos enfermos. Também indicado para depressões com algo risco de suicídio, refratárias e resistentes.

Enfim, os tempos mudaram, acabaram-se as bruxas e as bruxarias. A doença mental não é mais um bicho de sete cabeças que nos assustava e sobre as quais poderíamos fazer muito pouco. Hoje, já sabemos bastante sobre elas e as perspectivas são cada vez melhores para os próximos anos. É o futuro chegando mais próximos de nós, onde muitas outras coisas ainda mais importantes surgirão, porém, enquanto esse futuro não chega, devemos fazer uma cruzada geral para destruir definitivamente os piores inimigos da doença mental, a ignorância científica e os preconceitos.

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Até o BB na rota de medidas econômicas

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