Insônia e Doença Mental

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            É certamente uma das piores queixas que alguém pode apresentar em uma consulta médica o fato de se ter dificuldades de dormir, ter uma noite mal dormida ou um sono atrapalhado. As alterações logo se apresentam no dia seguinte: indisposição geral, cansaço matinal, irritabilidade exagerada, dores de cabeça, indisposição, mau humor e muitos outros sintomas em geral muito desagradáveis. E, se a insônia se sucede estes sintomas se agravam ao ponto das noites se transformarem em “verdadeiros tormentos”.  

            Desde a antiguidade clássica que a insônia desperta grandes interesses e curiosidades. Filósofos e médicos como Hipócrates relacionava a insônia a aborrecimento e à tristeza, enquanto Aristóteles tinha mais interesse nos estudos da fisiologia do sono, acreditando que o sono era uma condição necessária para a manutenção da percepção. Desta época pra cá muitos outros estudos sobre o sono foram se desenvolvendo ao ponto de considerá-los atualmente como uma das mais importantes estudos da neurofisiologia e da medicina.

            Do ponto de vista funcional os distúrbios do sono são classificados em 04 categorias, estando as insônias na categoria das Dissonias. Que são distúrbios que refletem anormalidades na quantidade, qualidade ou tempo de sono. Neste grupo estão também as hipersônias, narcolepsias, pesadelos, terror noturno, sonambulismo, entre os principais distúrbios.

Entre estes distúrbios a insônia é um dos mais referidos, em torno de 20% dos adultos sendo mais comun entre mulheres. É incomum entre crianças e adolescentes, aparece geralmente no adulto jovem (entre 20 e 30 anos) e se intensifica gradativamente, sendo muito frequente entre os idosos.

            Clinicamente temos a insônia primária onde sua prevalência anual gira em torno de 30 a 40% entre os adultos. Em clínicas especializadas em transtornos do sono, aproximadamente 15 a 25% dos indivíduos com insônia crônica recebem o diagnóstico de Insônia Primária. Neste tipo de insônia a queixa principal é a dificuldade para iniciar ou manter o sono, que dura em geral no mínimo 1 mês e causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Temos ainda insônias secundárias onde a insônia é sintomas de um transtorno médico, psicológico ou social subjacentes: depressões, distress, transtornos de ansiedade, distúrbios ocupacionais, abuso de álcool e de outras drogas, bem como outros transtornos médicos de diferentes naturezas podem também alterar a fisiologia do sono provocando insônias graves.

            Clinicamente há três tipos de insônias: insônia inicial, intermediária e a final. A inicial é muito frequente e a que mais comumente aparece como queixa nos consultórios. Nesta a pessoa tem dificuldade de começar a dormir passando horas rolando na cama e o sono não chega. É uma situação angustiante e incomoda demais as pessoas. Esta situação pode estar relacionada a pessoas ansiosas, excessivamente preocupadas que estejam passando por problemas recentes ou são reações iniciais de episódio depressivo.

            A insônia intermediaria é aquela em que a pessoa inicia seu sono, porém na madrugada não dorme mais ou fica acordando várias vezes na noite, tendo um sono interrompido fazendo com que no dia seguinte a pessoa tenha a sensação de não ter dormido nada. E por último a insônia terminal na qual a pessoa acorda no raiar do dia e não consegue mais dormir. Este tipo é comum e muito angustiante observdo em paciente portadores de depressões graves.

A evolução dos meios de diagnóstico das insônias e o surgimento de modernos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos destes distúrbios vieram ajudar muito o seu tratamento. Em princípio deve-se sempre buscar as causas da insônia seja ela primaria ou secundária, para orientar seu tratamento.  O uso de medicamentos nem sempre é o único recurso e se houver opção por este, deve-se sempre ter muita cautela para evitar que os portadores de insônias não fiquem viciados em hipnóticos.

 

 

 

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Insônia e Doença Mental

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           É certamente uma das piores queixas que alguém pode apresentar em uma consulta médica o fato de se ter dificuldades de dormir, ter uma noite mal dormida ou um sono atrapalhado. As alterações logo se apresentam no dia seguinte: indisposição geral, cansaço matinal, irritabilidade exagerada, dores de cabeça, indisposição, mau humor e muitos outros sintomas em geral muito desagradáveis. E, se a insônia se sucede estes sintomas se agravam ao ponto das noites se transformarem em “verdadeiros tormentos”.

            Desde a antiguidade clássica que a insônia desperta grandes interesses e curiosidades. Filósofos e médicos como Hipócrates relacionava a insônia a aborrecimento e à tristeza, enquanto Aristóteles tinha mais interesse nos estudos da fisiologia do sono, acreditando que o sono era uma condição necessária para a manutenção da percepção. Desta época pra cá muitos outros estudos sobre o sono foram se desenvolvendo ao ponto de considerá-los atualmente como uma das mais importantes estudos da neurofisiologia e da medicina.

Do ponto de vista funcional os distúrbios do sono são classificados em 04 categorias, estando as insônias na categoria das Dissonias. Que são distúrbios que refletem anormalidades na quantidade, qualidade ou tempo de sono. Neste grupo estão também as hipersônias, narcolepsias, pesadelos, terror noturno, sonambulismo, entre os principais distúrbios.

Entre estes distúrbios a insônia é um dos mais referidos, em torno de 20% dos adultos sendo mais comun entre mulheres. É incomum entre crianças e adolescentes, aparece geralmente no adulto jovem (entre 20 e 30 anos) e se intensifica gradativamente, sendo muito frequente entre os idosos.

Clinicamente temos a insônia primária onde sua prevalência anual gira em torno de 30 a 40% entre os adultos. Em clínicas especializadas em transtornos do sono, aproximadamente 15 a 25% dos indivíduos com insônia crônica recebem o diagnóstico de Insônia Primária. Neste tipo de insônia a queixa principal é a dificuldade para iniciar ou manter o sono, que dura em geral no mínimo 1 mês e causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Temos ainda insônias secundárias onde a insônia é sintomas de um transtorno médico, psicológico ou social subjacentes: depressões, distress, transtornos de ansiedade, distúrbios ocupacionais, abuso de álcool e de outras drogas, bem como outros transtornos médicos de diferentes naturezas podem também alterar a fisiologia do sono provocando insônias graves.

Clinicamente há três tipos de insônias: insônia inicial, intermediária e a final. A inicial é muito frequente e a que mais comumente aparece como queixa nos consultórios. Nesta a pessoa tem dificuldade de começar a dormir passando horas rolando na cama e o sono não chega. É uma situação angustiante e incomoda demais as pessoas. Esta situação pode estar relacionada a pessoas ansiosas, excessivamente preocupadas que estejam passando por problemas recentes ou são reações iniciais de episódio depressivo.

A insônia intermediaria é aquela em que a pessoa inicia seu sono, porém na madrugada não dorme mais ou fica acordando várias vezes na noite, tendo um sono interrompido fazendo com que no dia seguinte a pessoa tenha a sensação de não ter dormido nada. E por último a insônia terminal na qual a pessoa acorda no raiar do dia e não consegue mais dormir. Este tipo é comum e muito angustiante observdo em paciente portadores de depressões graves.

A evolução dos meios de diagnóstico das insônias e o surgimento de modernos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos destes distúrbios vieram ajudar muito o seu tratamento. Em princípio deve-se sempre buscar as causas da insônia seja ela primaria ou secundária, para orientar seu tratamento.  O uso de medicamentos nem sempre é o único recurso e se houver opção por este, deve-se sempre ter muita cautela para evitar que os portadores de insônias não fiquem viciados em hipnóticos.

 

 

 

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Confira 10 maneiras naturais de aliviar o estresse

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 Foto: Getty Images

A massagem relaxa os músculos tensos, reduz a dor e melhora a circulação, detalhes que podem fazer maravilhas para a mente. O estresse pode levar à pressão alta, obesidade, doenças cardíacas, ansiedade, depressão. Que tal tentar se livrar dele de maneira natural? Confira abaixo 10 dicas listadas pelo médico Manny Alvarez no site da Fox News:

Maracujá: a fruta é considerada um remédio popular para ansiedade e insônia, e alguns têm demonstrado que pode ser comparado à eficácia de benzodiazepínicos, que são usados para tratar o estresse. Embora não esteja comprovado, acredita-se que aumenta os níveis de um produto químico chamado ácido gama-aminobutírico no cérebro, o que diminui a atividade de algumas células do órgão, fazendo com que se sinta relaxado.

Massagem: relaxa os músculos tensos, reduz a dor e melhora a circulação, detalhes que podem fazer maravilhas para a mente.

Meditação: reservar 15 a 30 minutos por dia para meditar é fundamental. Esse tempo permite que seus pensamentos corram livres ou se concentrar apenas na sua respiração.

Exercícios físicos: a atividade física funciona como a meditação, porque fornece tempo para estar a sós com seus pensamentos. Também libera endorfinas no cérebro, o que melhora o seu humor. Ainda previne obesidade e outros problemas de saúde, dando-lhe menos motivos para ficar estressado.

Organize sua vida: organização oferece sensação de controle e paz de espírito. Se você é o tipo de pessoa que está sempre cheio de coisas para fazer, monte uma lista para se lembrar de tudo. Caso a casa esteja bagunçada, tire um tempo para colocar ordem nas coisas. Estudos têm demonstrado que simplesmente ver a desorganização pode nos deixar instáveis.

Coma de maneira saudável: alimentos saudáveis, como grãos integrais e proteínas, podem melhorar o humor e fornecer energia para enfrentar o dia a dia. As iguarias que são especialmente eficazes contra o estresse são mirtilo (blueberry), salmão, amêndoa. Lembre-se de que excesso de cafeína pode deixá-lo nervoso e ansioso.

Limite o uso de internet e celular: desconecte-se nos momentos de folga. Permita-se viver o momento sem ficar se lembrando dos problemas do trabalho, por exemplo. Fora isso, é importante cortar o uso de aparelhos eletrônicos durante a noite para evitar insônia.

Vitaminas B: promovem o funcionamento adequado do sistema nervoso e do cérebro, assim como ajudam a induzir o relaxamento e combater a fadiga. De fato, os indicadores de deficiência de vitaminas B incluem irritabilidade, depressão e apatia. Portanto, invista em alimentos ricos em vitaminas B, como grãos de cereais, feijão, ervilha, nozes, fígado, ovos e produtos lácteos.

Aromaterapia: em alguns casos, a inalação de determinados aromas apresenta efeitos de alívio de tensão imediatos por meio do aumento do humor, reduzindo a ansiedade e auxiliando a concentração. Especialistas explicam que os cheiros podem estimular o sistema límbico, que, por sua vez, libera substâncias químicas que afetam o cérebro, promovendo sensações de relaxamento, calma, amor e emoção. Os óleos populares para alívio do estresse e fadiga mental são lavanda, cipreste e alecrim.

Dormir: o sono é o redutor de estresse natural mais importante. Pouco sono torna as pessoas irritadas e, muito, lentas e deprimidas. Encontre o equilíbrio. Não pratique atividade física três horas antes de se deitar, tome banho quente e aposte em alimentos que contêm triptofanos, um precursor para a criação de melatonina: carboidratos, banana, amendoim, figo, leite.

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Estresse e depressão podem encolher cérebro, diz estudo

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O estresse e a depressão afetam no sistema que garante o bom funcionamento mental Foto: Getty ImagesA depressão grave e o estresse crônico podem encolher o cérebro, bloqueando a formação de novas conexões nervosas. Isso foi o que apontou um estudo americano divulgado no jornal Daily Mail. Segundo a pesquisa, esses problemas interrompem circuitos associados com o funcionamento mental e emotivo.

Isso poderia explicar porque pessoas com grande transtorno depressivo sofrem de perda de concentração e memória e têm suas respostas emocionais prejudicadas. De acordo com os cientistas, esses pacientes apresentam vários genes envolvidos na construção das sinapses, pontos de conexão entre as células cerebrais, suprimidos. Esse processo contribuiria para a retração do córtex pré-frontal do cérebro.

Os pesquisadores analisaram o tecido cerebral de pacientes que morreram após serem diagnosticados com grande transtorno depressivo. Eles descobriram sinais moleculares de atividade reduzida em genes necessários para a função e estrutura das sinapses no cérebro. As evidências apontam para o envolvimento de um único “interruptor” genético, ou fator de transcrição, uma proteína chamada GATA1.

“Nós queríamos testar a ideia de que o estresse provoca uma perda de sinapses cerebrais em humanos. Então, mostramos que os circuitos normalmente envolvidos na cognição são interrompidos quando este fator de transcrição único é ativado”, afirmou Ronald Duman, professor da Universidade de Yale e líder do estudo. A pesquisa foi publicada na última edição da revista Nature Medicine.

Outros estudos em ratos mostraram que quando GATA1 foi ligada, os roedores mostraram sinais de depressão. Isso sugere que a perda de sinapses no cérebro pode estar ligada a sintomas depressivos, bem como perturbações mentais. “Esperamos que através do reforço de conexões sinápticas, seja com medicamentos novos ou terapia comportamental, poderemos desenvolver terapias antidepressivas mais eficazes”, acrescentou Duman.

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Sedentarismo, saúde e doença mental

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A cada dia crescem as evidências que o homem contemporâneo, produto de uma era repleta de novos conhecimentos, pode viver mais e melhor. Esta é certamente uma das mais importantes notícias que todos nós queríamos ouvir, pois a busca da longevidade e da vida eterna é uma das mais antigas aspirações dos seres humanos e isto está se concretizando a passos largos.

Nos últimos 50 anos demos um salto muito grande na qualidade e em nosso estilo de vida atingindo índices de longevidade nunca antes alcançados, pois estamos vivendo mais e melhor. Sabe-se, que para atingirmos isto houve uma coincidência de fatores que garantiram estas conquistas quanto nossa maior longevidade: os avanços no crescimento da nutrologia, da bioquímica da imunologia, na farmacologia (surgimento de modernos e fármacos mais eficientes para o controle e combate ostensivo de doenças, da ergonomia e, principalmente, os conhecimentos de neurofisiologia e neuroquímica cerebral e do comportamento. Não se pode desconsiderar os avanços imprescindíveis no campo da tecnologia médica, os avanços sociais e econômicos, sobretudo na distribuição da renda e a maior participação de todos na cadeia produtiva e no trabalho.

Há algumas semanas, a revista médica britânica “Lancet” publicou um artigo científico mostrando que 5,3 milhões de mortes por ano no mundo estão relacionados ao sedentarismo. Para os pesquisadores, a falta de atividade física diminui a expectativa de vida da mesma forma que o tabagismo e a obesidade. Está no sedentarismo a causa para 10% das doenças não transmissíveis, como diabetes, câncer e problemas cardíacos.

Em outro estudo, coordenado por Pedro Hallal, da Universidade de Pelotas, informa que 30% da população mundial adulta é fisicamente inativa, e que 80% dos jovens entre 13 e 15 anos não se exercitam o suficiente. Outras informações mostram que 49% da população brasileira adulta não praticam atividade física, embora se saiba que o sedentarismo responde por 13% das mortes por infarto, diabetes e câncer de mama e do intestino.

 Em outros estudos, a inatividade física é descrita como a falta de exercícios moderados (como uma caminhada) de 30 minutos, cinco vezes por semana, e práticas mais rigorosas durante 20 minutos, três vezes por semana, ou a combinação dos dois. Mas, segundo os pesquisadores, identificar as causas do sedentarismo é importante para se pensar em intervenções eficazes e aumentar os níveis de atividade física. Outros enfoques importantes, relacionando atividade física e doenças mentais ocupam destaque neste debate.

 Especificamente sobre a saúde mental, um trabalho realizado com um grupo de mais de 700 indivíduos idosos sem demência, desenvolvendo níveis elevados de atividades físicas nas 24 horas, avaliada objetivamente pela actigrafia (que mede o ciclo de atividade/repouso através dos movimentos do pulso), verificaram que estes indivíduos apresentavam um menor risco para o desenvolvimento da doença de Alzheimer, bem como uma taxa mais lenta de declínio cognitivo. Esta descoberta dos pesquisadores apóia os esforços dos mesmos para incentivar a atividade física, mesmo em pessoas muito idosas.

A maioria dos estudos demonstra que a atividade física diminui o risco de declínio cognitivo e demência. Por outro lado segundo os pesquisadores, uma pessoa com baixa atividade física diária apresenta um risco 2 vezes maior de desenvolver Doença de Alzheimer (DA), em comparação com um que participe com alta atividade física cotidiana global. O nível de atividade física cotidiana global também foi associado com uma taxa mais lenta de declínio cognitivo global, particularmente para a memória episódica, memória de trabalho, velocidade na percepção e habilidades visuais / espaciais. Isto é, todas as funções cognitivas se beneficiam com atividade física regular

Os estudos também demonstram que não é só de exercício físico, mas também um incremento das atividades sem exercício está associado com um maior desempenho cognitivo na velhice. Indivíduos mais velhos, para quem a participação no exercício formal esteja limitado por problemas de saúde, pode se beneficiar de um estilo de vida mais proativo através do aumentos de todo o espectro de atividades de rotina. Isto é mesmo que a pessoa não pratique formalmente o exercício, mas se tem uma vida ativa, também se beneficiam evitando muitos transtornos neuropsiquiátricos.

Portanto atividade física é algo que não só mantém a beleza, como também saúde, vitalidade e longevidade, pois como se viu impede o surgimento de muitas doenças físicas e psíquicas graves e avassaladoras especialmente em populações de idosos.  

 

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Saiba mais sobre os sintomas e sobre como tratar a depressão

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Síndrome Fetal Alcoólica – SAF

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O álcool etílico é uma das substâncias psicoativas mais utilizadas pelo homem ao longo de sua história e seus efeitos sobre o cérebro e o comportamento já são bastante conhecidos. Estima-se que o homem faça uso de álcool há aproximadamente 15 mil anos.

Na Inglaterra, primeira metade do século XVIII, quando o consumo de gim era disseminado, as crianças nascidas de mães alcoólatras eram descritas como fracas débeis e desatentas. Apesar disso, até o século passado, a prática de não ingestão de bebida durante a gravidez estava relacionada apenas a aspectos morais e culturais.

Com os avanços científicos sobre as ações do álcool em mulheres gestantes, em 1968, surgiram importantes trabalhos demonstrando os efeitos teratogênicos (malformações biológicas em fetos) do álcool etílico consumido durante a gestação. E, em 1973, foram identificadas alterações específicas em crianças nascidas nessas condições, denominadas de Síndrome Alcoólica Fetal (SAF).

A SAF é uma condição grave e irreversível relacionada diretamente à exposição do feto ao álcool. Porém, a ciência ainda não identificou a exata quantidade de álcool e o tempo de exposição às bebidas que serão necessários para o desenvolvimento desse transtorno. No entanto, há evidências que sugerem ser o consumo de 20 gramas de álcool suficiente para provocar supressão da respiração e dos movimentos fetais, o que se verificou por meio de ultrassonografia. (mais ou menos uma dose de uisk)

A SAF apresenta anomalias típicas na estrutura do crânio, da face e no comportamento, assim como disfunções no crescimento, no sistema nervoso central, além de outras alterações. Não se deve confundir esta síndrome com os “Efeitos Fetais do Álcool – EFA”, pois este último designa outra condição médica relacionada à exposição de crianças na vida intra-uterina com os efeitos do álcool.

Quais as características da SAF? Microcefalia (cabeça pequena); hipotonia muscular; incoordenação motora; irritabilidade exagerada; baixo peso ao nascer; retardo no crescimento (baixa estatura); retardo mental, leve e moderado; dificuldades no aprendizado; alterações morfológicas do crânio e da face, consistentes, principalmente, em: estreitamento da fissura ocular, lábios superiores finos e lisos, rebaixamento na fixação da orelha e nariz chato e profuso.

O álcool e outras drogas ao serem ingeridas pela gestante, atravessam a barreira hémato-placentária, agindo na criança da mesma forma como age na mãe. Ocorre, todavia, que para os fetos, os efeitos do álcool são maiores, devido seu metabolismo ser mais lento e sua eliminação mais demorada, consequentimente permanecendo por mais tempo no líquido amniótico.

O etanol induz a formação de radicais livres de oxigênio os quais são capazes de comprometer a estrutura e função das proteínas e lipídeos celulares. Isso aumenta a apoptose (morte celular), prejudicando, por conseguinte, a organogênese (mecanismo biológico que dá origem aos órgãos), fatos que explicariam os inúmeros problemas anatômicos e funcionais das crianças portadoras desse transtorno.

O álcool etílico também inibe a síntese de ácido retinóico, substância que regula o desenvolvimento embrionário. Tanto o etanol, quanto o acetaldeído (substância produzida no processo de metabolização do etanol em nosso organismo) têm efeitos diretos sobre vários fatores de crescimento celular, entre os quais, o de inibir a proliferação de certos tecidos.

Há outros fatores que tornam os fetos mais ou menos sensíveis aos efeitos do álcool: a quantidade da bebida ingerida, freqüência de uso do álcool na época da gestação, o estado nutricional da gestante e a capacidade de metabolização do álcool da mãe e do feto.

O consumo de álcool na gestação está também relacionado ao aumento do número de abortos, com o risco de infecções, descolamento prematuro de placenta, hipertonia uterina, prematuridade do trabalho de parto, etc.

Além da gravidade epidemiológica e clínica da SAF no Brasil que corresponde, a caso para cada 1000 nascimentos, ainda há enormes dificuldades para o diagnóstico e tratamento desta situação, especialmente por se saber que, a cada ano, no mundo as mulheres estão bebendo mais e engravidando mais, especialmente as adolescentes. Assim, a situação tende se agravar, exigindo medidas preventivas para evitar a incidência da SAF.

Estamos, portanto, diante de um dos mais importantes problemas de saúde pública da atualidade, que é a ocorrência da SAF, é preciso que se haja ênfase em políticas de saúde públicas especialmente as preventivas que esclareça bem este assunto, especialmente entre as mulheres que bebem durante a gestação.

 

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Uso de drogas associado a outras doenças mentais

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                 Designa-se como comorbidade o fato de em um mesmo indivíduo apresentar mais de uma doença em seu contexto histórico. É uma designação nova em psiquiatria que não tem mais que vinte anos e vem sendo aplicado nesta especialidade com muito rigor considerando que o entendimento deste conceito diagnóstico favorecerá ou não o tratamento das doenças que o médico irá realizar. Na prática clínica o psiquiatra deverá examinar seu paciente com muito maiscuidado, pois vai exigir dele uma apurada avaliação clínica na busca dos diagnósticos existentes e consequentimente aos possíveis tratamentos que este paciente se submeterá.

              Na área específica do uso de drogas e a presença de outras doenças mentais a comorbidade se destaca. O número de dependentes químicos ou abusadores de álcool e outras drogas com comorbidade é muito elevado. Estudos recentes mostram que está acima de 75% o número de paciente que mentais que fazem uso de drogas. Passando, portanto a se constituir como uma das áreas mais importantes em psiquiatria onde se pode aplicar este conceito.

Estes achados clínicos vêm levantando inúmeras polêmicas. Será que a presença de outras doenças mentais favoreceria a busca de drogas por determinada pessoa? O uso de drogas funcionaria tão somente como desencadeador de outras doenças mentais entre os usuários? A presença de comorbidade seria empecilho para a recuperação destes enfermos?  universo destes usuários? Estas são apenas uma das principais questões que haveremos de responder nos próximos anos, muito embora já tenhamos avançado muito nestas questões.

Só a guisa de esclarecimentos o DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais da Associação Norte-Americana de Psiquiatria, nos informa que o transtorno por uso de substâncias, que engloba o abuso e a dependência de drogas, encontra-se freqüentemente associado a outras patologias psiquiátricas. Assim diante de um paciente com uso problemático de drogas, seja dependência ou uso abusivo, devemos sempre investigar a existência de outra doença emocional; ou por baixo da dependência ou como conseqüência.

É provável até que a existência de outros transtornos emocionais co-mórbidos à dependência dificulte a adesão do paciente ao tratamento, proporcione resultados piores em termos de freqüência e quantidade da droga consumida, bem como do funcionamento psicossocial. É isso mesmo. Nem sempre é a droga em si a responsável exclusiva pela apatia ocupacional do dependente, pelos fracassos sociais e familiares. Muitas vezes sua própria personalidade se mostra algo inviável para a condução da vida.

Outras questões relevantes que aprecem normalmente no âmbito deste debate são: Seriam outros transtornos emocionais que causariam isso tudo? Quais patologias mentais estariam mais freqüentemente associadas ao uso de drogas? Tais doenças teriam uma evolução diferente por culpa das drogas? Quais os tratamentos e as prevenções mais apropriadas?

Em relação às doenças mentais mais severas, temos a esquizofrenia e o transtorno bipolar do humor, em quase metade dos pacientes também aparece a associação com abuso ou dependência de substâncias psicoativas. Transtorno de conduta na infância, transtorno afetivo bipolar na adolescência e transtorno anti-social de Personalidade ou Borderline seriam fortes fatores de risco para uso de drogas. Há muitos relatos que crianças com temperamento considerado “difícil” isto pode representar fatores de risco para o uso futuro de drogas.  Outras comorbidade como depressão e uso de álcool, tabagismo e transtorno de ansiedade, distúrbios de personalidade e uso de crack, são muito freqüentes na prática médica.

Quanto ao tratamento do dependente químico portador também de outra doença mental tem resultados melhores quando se integra o tratamento dos sintomas psíquicos do eventual transtorno com atitudes direcionadas à dependência. A existência de comorbidade aumenta a dificuldade no controle de cada doença isoladamente, ou seja, é mais difícil tratar um paciente deprimido e dependente de cocaína do que o tratamento da depressão ou dependência à cocaína isoladamente.

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Os Caminhos das Drogas no Brasil e no Mundo

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Ruy Palhano

Psiquiatra

Nesta semana Nacional sobre Drogas, precisamente no dia 26 deste mes, a Organização das Nações Unidas – ONU através do setor especializado em crimes e drogas – UNODC lança o seu Relatório Mundial sobre a situação do tráfico e uso de drogas, fato que já era esperado, pois tradicionalmente nesta ocasião a ONU nos informa sobre esta situação.

Um dado que chamou muito atenção neste documento foi o incremento do mercado de drogas sintéticas, comparativamente ao mercado das drogas tradicionais como cocaína, heroína e maconha que segundo estas informações, estão estabilizados. “A diminuição dos níveis gerais de cultivo e produção de ópio e de coca foi contrabalanceada pelo aumento de produção de drogas sintéticas”, explicou a ONU.

A apreensão anual no mundo de metanfetamina (ICE como é denominada esta droga) duplicou entre 2008 à 2010 e chegou a 45 toneladas, graças às operações realizadas na América Central e Ásia. Na Europa, as apreensões de ecstasy foram de 1,3 tonelada em 2010.  Os consumidores de anfetaminas se situam entre 14 e 52 milhões de pessoas, enquanto o número de usuários de ecstasy fica entre 10 e 28 milhões de pessoas no mundo.

Estas drogas sintéticas, são excitantes, atingem com rapidez surpreendente o cérebro dos usuários, provocam uma hiperatividade acentuada deste órgão e pode por descuido provocar facilmente a morte dos usuários, por “over dose”. São drogas poderosas, fabricadas de forma clandestina, com ingredientes de substâncias conhecidas, e com alta letalidade.

Outra informação importante é que segundo o Relatório, 5% da população adulta mundial, entre 15 a 64 anos de idade perfazendo um total de 230 milhões de pessoas no mundo, consumiu alguma droga pelo menos uma vez em 2010, número parecido com dos relatórios anteriores, o que levou a ONU a afirmar que o consumo “parece ter se estabilizado no mundo todo”.  Os “consumidores problemáticos de drogas”, em sua maioria viciados em cocaína e heroína, são 27 milhões de pessoas, ou 0,6% da população adulta mundial.

“A heroína, a cocaína e outras drogas seguem matando cerca de 200 mil pessoas todos os anos e permanecem destruindo famílias e causando sofrimento a milhares de pessoas, disseminam insegurança e contribuem para a propagação do HIV”, afirmou o diretor-executivo da UNODC, Yuri Fedotov.  Este cidadão diz ainda: existe “um crescente reconhecimento de que o crime organizado e as drogas ilícitas obstaculizam a execução dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio”.  Isto comprova que a interface entre droga e crime constitui-se como uma das piores conseqüências que se pode prever entre os inúmeros problemas provocados pelo consumo e tráfico de drogas.

O cultivo de coca diminuiu 18% entre 2007 e 2010, sobretudo pela redução na Colômbia, enquanto o número estimado de consumidores de cocaína oscilou em 2010 entre 13,3 e 19,7 milhões, ou seja, entre 0,3% e 0,4%  da população adulta mundial. Os principais mercados desta droga estão nos EUA e na Europa.  Excepcionalmente houve no Brasil aumentou no consumo de cocaína provavelmente pela explosão do consumo de crack que segundo a Federal Nacional dos Municípios, mais de 90% dos nossos municípios já fazem uso regular desta substância.

Tradicionalmente, a maconha é a substância ilícita mais consumida no mundo. Com taxas que variam entre 119 e 224 milhões de pessoas provaram a droga em 2011, sendo a Europa seu principal mercado.

Dois outros fatos relevantes apontados no Relatório. Um é sobre o crescente consumo de substâncias obtidas pela internet fato que podem representar um sério risco para a saúde. O outro é que “o uso indevido de tranqüilizante e sedativo pode se transformar em um hábito crônico entre as mulheres”, embora a maioria dos usuários de drogas tradicionalmente sejam os homens, advertiu a ONU.

 

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A depressão vai além da dor e do sofrimento

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Ruy Palhano

Psiquiatra

Há alguns dias, a grande mídia nacional destacou os rumos que a depressão seguirá nos próximos anos. Os dados foram surpreendentes, pois de acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, até 2020, a depressão será a principal causa de incapacitação em todo o mundo. Muitas pessoas se tornarão incapazes e improdutivas do ponto de vista laborativo (absenteísmo) e social, fato que acarretará mais prejuízos econômicos para o país e mais ônus para o caixa da previdência.

Há no globo, atualmente, mais de 120 milhões de pessoas que sofrem de depressão e estima-se que, só no Brasil, existam acima de 17 milhões de pessoas afetadas pela doença. Cerca de 850 mil pessoas morrem, por ano, em decorrência da enfermidade, especialmente por suicídio, onde a depressão corresponde ao principal fator de risco. A OMS informa também que nos próximos 20 anos a depressão deve se tornar a doença mais comum do mundo, afetando mais pessoas do que qualquer outro problema de saúde, incluindo câncer e doenças cardíacas.

No aspecto sócio-econômico, a OMS nos informa que a depressão será a doença que mais acarretará custos econômicos e sociais para os governos, devido aos gastos com seu tratamento e por afetar a capacidade produtiva das pessoas. Na Europa, estima-se que a depressão gere um custo de 250 euros por habitante e atinja 21 milhões de europeus, produzindo custos para a economia em torno de 118 bilhões de euros por ano.

Ainda de acordo com o órgão, os países pobres são os que mais sofrerão com o problema, já que são registrados mais casos de depressão nestes lugares do que em países desenvolvidos. E os custos da depressão serão sentidos de maneira mais aguda em países em desenvolvimento, já que eles registram mais casos da doença e têm menos recursos para tratar de transtornos mentais.

Esses dados mostram claramente que, embora a ciência já tenha desvendado o caráter biológico da doença, o ambiente sócio cultural, as condições psicossociais e econômicas exercem um peso enorme na clínica, na epidemiologia e na recuperação destes pacientes.

O fato de vivermos em uma época conflitante, ameaçadora e instável do ponto de vista político, econômico e social, acarreta danos irreparáveis na estabilidade emocional, psicológica e social das pessoas, afetando diretamente os predispostos a desenvolverem a doença. A descrença, as decepções e a desesperança, sentimentos comuns nos dias atuais, provocam profundas rupturas psicossociais, resultando também na geração de comportamentos depressiogênicos (geradores de depressão). Por último, as frequentes e rápidas mudanças em nossas referências sociais, éticas, religiosas e afetivas promovem a ocorrência de depressão.

As perdas também foram objeto de estudo da OMS, que estima que em 2030, a depressão será isoladamente a maior causa de perdas (materiais, sociais e afetivas) entre todos os problemas de saúde, afirmou à BBC o médico Shekhar Saxena, do Departamento de Saúde Mental da OMS.

Além de todas estas conseqüências graves que a doença provoca em diferentes setores de nossa vida e de toda evolução que vem ocorrendo quanto ao conhecimento de sua origem e seu tratamento, a depressão permanece como sendo uma das doenças humanas que mais causa sofrimento intenso e dor nas pessoas, sendo às vezes, insuportável, ao ponto de levar muitos enfermos a se voltarem contra si mesmos.

É preciso, portanto que haja urgência nas mudanças de atitudes em relação a este problema: “A depressão é uma doença como qualquer outra doença física e as pessoas têm o direito de ser aconselhadas e receberem os mesmos cuidados médicos que é dado aos portadores de qualquer outra doença. É uma doença evitável, prevenível e curável”, Infelizmente, ainda existem muitos preconceitos em relação a ela fato que ao mer ver complica mais ainda seu manejo.

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