Depressão em idosos, um agravo frequente.

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              A depressão é uma condição muito frequente e um dos mais importantes problemas emocionais e psicológicos que ocorre no idoso. É uma condição, em geral, negligenciada por todos, embora absolutamente tratável. É comum, recorrente, sub-diagnosticada e sub-tratada, principalmente ao nível dos cuidados primários de saúde. Prevê-se que as consequências na saúde pública do sub-tratamento da depressão no idoso irão aumentar, dado o envelhecimento crescente da população.

              Do ponto de vista psiquiátrico, a depressão pode ser um sintoma, uma síndrome ou uma doença e, no caso do idoso, pode aparecer sob a égide de uma dessas três condições, sendo imperioso realizar o diagnóstico adequado e logo iniciar o tratamento.

              O envelhecimento da população é hoje um fenômeno universal, tanto nos países desenvolvidos, como nos países em desenvolvimento, e os esforços se ampliam entre os governantes para construir uma política de saúde do idoso que garanta melhor qualidade de vida. No Brasil, impressiona a rapidez com que ocorre o envelhecimento da população, pois segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o ano de 2025, a população idosa no Brasil crescerá 16 vezes, contra cinco vezes o da população total.

              Isso classifica o país como o sexto do mundo em idosos, correspondendo a mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (OMS, 2006). Com esse aumento eleva-se a prevalência de doenças crônico-degenerativas, dentre elas aquelas que comprometem o funcionamento do sistema nervoso central, como as enfermidades neuropsiquiátricas, particularmente a depressão.

              Os tipos de depressão mais frequentes entre idosos são: depressão bipolar, depressão maior crônica, distúrbio distímico agravado pelas condições de vida, distúrbios de ajustamento a outros transtornos orgânicos, que afetam drasticamente a performance e a resposta ao tratamento no idoso e as síndromes cerebrais orgânicas, próprias da idade. Além disso, citamos os quadros de depressão reativa comuns na idade.

             Todo ser humano em qualquer fase de sua vida pode experimentar sintomas depressivos. Nos idosos a probabilidade de ter depressão é ainda maior, pois se pode associar às limitações próprias da idade. O idoso deprimido passa por uma importante piora de seu estado geral e por um decréscimo significativo de sua qualidade de vida, ao ponto de provocar alta prevalência de suicídio.

             Estudo realizado pela OMS em 13 países europeus mostra que as taxas médias de suicídio entre pessoas com mais de 65 anos chega a 29,3 por 100.000 habitantes, e as de tentativas de suicídio, 61,4 por 100.000. Além dos dados serem elevados, a razão entre tentativas de suicídios e os consumados é muito próxima, quase 2:1.

             Os sintomas proeminentes da depressão no idoso são: isolamento social, desesperança, sentimentos de culpa e remorso e anedonia (falta de prazer). Podem surgir alterações do sono e do apetite, dificuldades em tomar decisões ou iniciativas, tristeza profunda e desalento acentuado em tudo que faz, além de inquietação ou inibição psicomotora.

             Uma boa recomendação para se enfrentar isso é a prática de exercício físico, regular e bem planejado, que contribui muito para diminuição do sofrimento do idoso deprimido. Além de oferecer oportunidade para o desenvolvimento de habilidades sociais, melhora do funcionamento psicossocial, elevação da auto-estima e das funções cognitivas.  Em casos mais severos é imprescindível o tratamento psiquiátrico para controle da situação. O uso regular de medicamentos indicados a esta condição e o apoio psicossocial através de técnicas psicoterápicas especializadas são bem recomendadas.

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