MACONHA SINTÉTICA, uma ameaça grave à vida e a saúde mental

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          Em nosso país e no mundo, de uns anos para cá vem surgindo, com força total, uma outra droga psicoativa, de natureza sintética, avassaladora e altamente indutora de dependência, denominada de Spice. Ela é também, conhecida pelo mundo afora com as seguintes designações: K2, K4, K9 (High Legal, Black Mamba, Cannabis Blend, sendo que essencialmente, seu princípio ativo fundamental é uma substância, encontrada entre os mais de 600 princípios ativos da maconha natural, que é o Delta 9 Tetra Hidro Canabinol ou simplesmente THC.

          Esses produtos químicos industriais com moléculas sintéticas de THC pulverizados sobre qualquer erva seca – como capim, folhas secas envoltas em brilhantes e chamativos pacotes coloridos são vendidos sob uma variedade de nomes como (as mais conhecidas), embora centenas de outras marcas são encontrados.

              Ela é projetada com maconha, mesmo não possuindo aroma e a aparência da natural, é acrescentada incenso e ervas aromatizadoras, o que não tem nada a ver com a maconha natural, e por ter como base o THC seu consumo afeta o cérebro de forma diferente do que a droga natural, muito embora nos mesmos receptores cerebrais do THC.

            De acordo com o National Institute on Drug Abuse – NIDA dos Estados Unidos, Instituto que trata das questões das drogas de abuso, informa que os usuários podem experimentar: quadros graves de ansiedade, agitação psíquica e motora, náuseas, vômitos, crises graves de hipertensão arterial, convulsões, alucinações auditivas e visuais, ataques de pânico, incapacidade de comunicação, paranoia, episódios psicóticos agudos, desagregação da orientação quanto a si mesmo e quanto ao espaço, além de levar o usuário a agir com violência e completamente desorganizada. Portanto, a utilização dessa maconha sintética pode ter efeitos imprevisíveis e altamente perigosos para a saúde, não só do ponto de vista da saúde mental quanto física.

              Devido aos riscos à saúde associados à maconha sintética e à falta de regulamentação adequada, muitos países e estados têm proibido ou restringido sua venda e uso. É importante enfatizar que a maconha natural e a maconha sintética são substâncias distintas, com efeitos e riscos diferentes.

             O K2 ou Spice, como podemos notar, é uma das marcas comerciais desse tipo de maconha. A composição exata do K2 e de outras marcas de maconha sintética pode variar, pois os fabricantes alteram as fórmulas para evitar a detecção pelas autoridades. No entanto, em geral, a maconha sintética é feita pulverizando produtos químicos sintéticos em ervas secas ou vegetais cortados.

              Como assinalamos acima, os produtos químicos sintéticos utilizados nessa maconha sintética são projetados para ativar os mesmos receptores de canabinoides encontrados no sistema nervoso central (receptores endocanabinoides) que são estimulados pelo THC, que é o único princípio ativo da maconha natural que age no Sistema Nervoso Central (cérebro) sendo o principal composto psicoativo da maconha natural. Esses receptores estão envolvidos na regulação de várias funções do corpo e no comportamento, como o humor, a memória e a senso-percepção da dor, a atenção, etc.

              No entanto, a maconha sintética pode ser muito mais potente e imprevisível em seus efeitos do que a maconha natural, devido à composição química variável e à falta de controle de qualidade. Além disso, muitas vezes, os produtos químicos sintéticos utilizados no K2 não são bem compreendidos em termos de seus efeitos no corpo humano. Estima-se que a concentração do THC da maconha sintética seja até 100 vezes mais potente que o THC da maconha natural.

                Quando uma pessoa fuma ou consome maconha sintética, os produtos químicos sintéticos entram na corrente sanguínea e afetam os receptores canabinoides do cérebro e provoam os estragos já conhecidos. Isso pode levar a uma série de efeitos colaterais, que podem variar de pessoa para pessoa e dependendo da formulação específica do K2. Alguns dos efeitos colaterais relatados incluem euforia, relaxamento, aumento da sociabilidade, mas também provocam quadros graves de ansiedade, paranoia, alucinações, náuseas, convulsões e problemas cardiovasculares, conforme já havíamos anunciado acima.

              É importante ressaltar que a maconha sintética, incluindo o K2, é considerada ilegal em muitos países e pode representar riscos significativos para a saúde. É altamente recomendado evitar o uso de maconha sintética e, em vez disso, buscar formas mais seguras e legais de lidar com questões relacionadas à cannabis, como o uso medicinal da maconha natural, quando apropriado e legalmente permitido.

             Amaconha sintética ou maconha líquida foi lançada na década de 90, na Carolina do Sul, pelo químico americano John W. Huffmann, o qual começou a sintetizar canabinóides, na busca de medicamentos para o alívio do sofrimento de pacientes de AIDS e câncer, mas que acabou por fim se tornando uma droga poderosa.

             Apesar de sua comercialização ser proibida, a ‘maconha sintética’ não possuí um fabricante específico. São muitos fornecedores, o acesso é relativamente fácil, pois basta uma rápida pesquisa pela internet que você consegue achar vendas de pacotes individuais e até lotes da substância, inclusive no Brasil. O seu custo gira a cerca de US$ 1, no Brasil em torno de 5 reais.

                              Resumidamente, como essa droga funciona no cérebro que é a sede material de nossa saúde mental ou de nossas doenças psíquicas seus efeitos incluem:

            Transtornos de ansiedade: Muitos usuários de K2 experimentam sintomas intensos de ansiedade, como nervosismo, agitação, preocupação excessiva e ataques de pânico. A ansiedade pode ser temporária, mas em alguns casos pode persistir e se tornar um distúrbio de ansiedade crônica.

            Paranóia: O uso de K2 pode levar a um aumento significativo da paranoia, resultando em pensamentos persecutórios, desconfiança extrema e medo irracional. A paranoia pode ser intensa e causar uma disrupção significativa na vida cotidiana do indivíduo.

            Episódios psicóticos: Em casos mais graves, o uso de K2 pode desencadear sintomas psicóticos, com a presença de delírios e alucinações. A psicose relacionada ao uso de maconha sintética pode ser temporária ou persistente, exigindo tratamento psiquiátrico especializado.

            Transtornos do humor: O uso de K2 também tem sido associado a alterações do humor, como oscilações de humor, irritabilidade, depressão e até mesmo comportamento suicida.

            Dependência e abstinência: A maconha sintética, incluindo o K2, causa dependência psicológica e, em muitos casos, dependência física física. A interrupção repentina do uso pode levar a sintomas de abstinência severa, como ansiedade, agitação, insônia, irritabilidade e ânsias intensas, tremores, agitação vômitos etc.

            É importante destacar que cada indivíduo pode reagir de maneira diferente ao uso de maconha sintética e que a predisposição genética, histórico pessoal e outros fatores podem influenciar a suscetibilidade a distúrbios mentais relacionados ao uso de K2. Buscar ajuda profissional, como de um psiquiatra ou terapeuta especializado em dependência química, é fundamental para avaliar e tratar eventuais problemas de saúde mental decorrentes do uso de K2

           Além disso, já foram observadas em usuários da maconha sintética complicações graves como rabdomiólise (degradação do tecido muscular), lesão renal aguda, infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico, pneumotórax (colapso do pulmão) e exacerbação de asma.

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Sofrimento entre os doentes mentais

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             Em artigos anteriores, tratando sobre as doenças mentais, destaquei que as mesmas, entre as doenças humanas, são as que mais provocam uma ampla gama de problemas que resultam em grandes sofrimentos para esses enfermos, para seus familiares e para os que com os quais convivem.

              Evidentemente, que toda essa carga de dor e sofrimento que recai sobre os doentes mentais, deverá ser atribuída, a um grande número de fatores, já que se sabe que absoluta maioria das enfermidades mentais são ocasionadas por múltiplos fatores que interagem entre si, resultando na expressão da enfermidade. 

           O fenômeno do adoecer psíquico é complexo e não estão adstritos a um órgão ou sistema biológico com estão a maioria absoluta das outras doenças humanas as quais são a rigor diagnosticadas através dos conhecimentos exuberantes da clínica médica ou por exames laboratoriais cada vez mais precisos e sofisticados. No caso dos transtornos mentais, a sua maior expressão se dá no comportamento, interno ou externamente ao sujeito. 

            O comportamento, abrange todas as formas de ações expressão de uma pessoa. É o modo de agir, de funcionar e desenvolver ações e reações dos seres humanos, perante o seu ambiente, interno ou externo à pessoa. Por isso, é que consideramos o comportamento como algo extremamente complexo porque muitos fatores podem interferir na materialidade da expressão de alguém. E, é através dele que inferimos sobre as condições de saúde ou doença mental, as quais, embora não saibamos completamente como surgem ou os motivos do seu aparecimento, é através do comportamento que elas se revelam.

           Resumidamente podemos afirmar que enquanto as outras doenças humanas se revelam através de sinais ou sintomas próprios das disfunções de órgãos e sistemas da nossa economia biológica e isso define a saúde ou a doença de alguém, nas doenças mentais, o que está disfuncional é o comportamento propriamente dito dos indivíduos em distintas áreas afetiva, emocional, cognitiva, executiva e sensorial tais disfunções irão influenciar a forma efetiva no comportamento dessas pessoas.   Destacamos: 

  • A  dor é o sofrimento imposta pela própria doença mental
  • A dor é o sofrimento impostas pelos preconceitos sofridos pelos pacientes
  • A dor é o sofrimentos por serem doenças invalidastes invalidantes
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A Psiquiatria no curso do Covid-19

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A pandemia do Corona Vírus ocasionou um dos maiores problemas de saúde pública do século. As consequências foram devastadoras em todos os sentidos. Os índices de morbimortalidade são surpreendentes e nunca vistos. Todas os ramos da medicina e de outras áreas da saúde foram pegas de surpresas e as consequências foram devastadoras. A Psiquiatria, como especialidade médica e secularmente carregada de preconceitos e discriminações, passou a ser, no curso da pandemia, “a menina dos olhos das especialidades médicas”. O incremento de casos psiquiátricos e em saúde mental na população em geral, a imensa diversidade de casos psiquiátricas e as ocorrências de casos em crianças e adolescente e em outras faixas etárias, desencadeados pela virulência e pelos enormes impactos psicoemocionais da pandemia na população infantil e infantojuvenil, são os principais fatos nessa rede de situações.
As doenças mentais, caminham inexoravelmente para cronificação, muito embora muito delas possar aparecer, abruptamente (condições agudas). Porém em ambas as condições se recomenda tratamento precoce. Apesar de tudo, sabe-se que essa evolução não é prorrogativa única das doenças psiquiátricas, pois, a maioria absoluta das doenças humanas, evoluem também em ambos os sentidos.
Os tratamentos das doenças mentais, evoluíram muito, ao ponto de muitas dessas enfermidades hoje já não representarem grandes ameaças, mesmo sabendo-se que elas poderão caminhar para o “status de doença crônica”. Os modernos conhecimentos sobre a fisiopatologia das grandes síndromes psiquiátricas, e as modernas técnicas diagnósticas e tratamentos nessa área da Medicina e, principalmente na área farmacológicas e da neurociência. Ocorre que, os preconceitos e os estigma que ainda existe em torno dessas doenças (assunto tratado em diversos artigos escritos por mim para esse jornal), permanecem sendo os grandes entraves dessa especialidade médica.
Esses preconceitos são enormes, desumanos, segregadores e marginalizadores e o preço que se paga são gigantescos. As enfermidades mentais dispõem de uma fisiopatologia, de um curso natural, de uma evolução, de um prognóstico, de um diagnóstico e de um tratamento, isto é, de tudo que outras doenças humanas apresentam, não têm nada de sobrenatural, de divino, muito menos de diabólico. E
Essas crenças e pechas sobre elas são seculares e provêm de época onde imperava o obscurantismo no pensamento psiquiátrico, épocas, em que não se sabia nada comparativamente ao que se sabe hoje, sobre essas enfermidades. Hoje, a Psiquiatria moderna, se inspira neurobiologia, na farmacologia. na neuroquímica, na genética, na imunologia e a neurofisiopatologia e na clínica das doenças mentais.
Enfim, os tempos mudaram, acabaram-se as bruxas e as bruxarias. A doença mental não é mais um “bicho de sete cabeças” que nos assustava e sobre as quais poderíamos fazer muito pouco. Hoje, já sabemos bastante sobre elas e as perspectivas são cada vez melhores para os próximos anos.

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Bullying e Ciberbullying

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              Iniciaremos, tratando da humilhação. Ser humilhado, é certamente, uma das piores experiências que alguém pode passar na vida. É uma ocasião de muita dor, revolta e sofrimento. Dependendo do grau da humilhação, porque elas passam pode marcá-las para sempre e essas lembranças permanecerão incólume a vida toda, não se esquecendo jamais desse fato.

                 A humilhação é uma experiência emocional negativa, traumática que pode ser descrita situações onde a pessoa humilhada apresenta sensações desagradáveis de ser rebaixado, envergonhada ou desrespeitada por outra pessoa ou por grupos de outras pessoas. A humilhação pode ser causada por diversas situações, como ser exposto a uma falha em público, ser insultado ou ridicularizado, ser vítima de bullying ou discriminação, entre outras.

                Humilhar é o também um ato de fazer alguém se sentir inferior ou inadequado em uma situação social. É um comportamento intimidatório e desrespeitoso que pode levar à perda de autoestima e autoconfiança. A humilhação pode ser feita através de palavras depreciativas, críticas injustas, gestos agressivos ou através do isolamento social. Infelizmente, a humilhação pode ocorrer em vários ambientes, como em casa, no trabalho, na escola, entre outros. É importante lembrar que a humilhação é um comportamento inaceitável e que todas as pessoas merecem ser tratadas com respeito e dignidade. Caso você esteja sendo humilhado, procure ajuda de amigos ou profissionais capacitados para lidar com a situação.

              A humilhação pode causar uma série de emoções negativas, como raiva, frustração, ansiedade e vergonha. Ela pode afetar a autoestima e a autoconfiança de uma pessoa, bem como suas relações sociais e profissionais. A humilhação pode ser uma experiência muito dolorosa e é importante que as pessoas aprendam a reconhecer e lidar com ela de forma saudável.

              Humilhar, é tornar alguém desacreditado, mal afamado; é vexar-se, rebaixar-se. É uma espécie de menosprezo a; tratar com desdém a, é desprezar. Ou ainda, tornar alguém, algo ou a si mesmo, sujeito a; submeter-se, sujeitar-se. Se origina do latim, humilĭo,as, āvi, ātum, āre, abaixar, abater, humilhar. Humilhar é uma condição de mão dupla, a pessoa tanto pode humilhar a alguém quanto pode ser humilhado, nas mesmas ou diferentes ocasiões que o fato ocorra.

            Humilhar e passar vexame que são coisas similares. Outros sinônimos como: espezinhar, rebaixar, achincalhar, ridicularizar, desonrar, diminuir, acabrunhar, ultrajar, são também sinônimo de humilhação bastante aplicados na linguagem coloquial. Vexar vem do latim vexare, é o mesmo que afligir, atormentar, maltratar alguém, causar vergonha a si mesmo ou a outrem.  Enfim todas essas designações servem para revelar a humilhação.

            Em meados da década de 70, quando os educadores do leste europeu notaram que vinha ocorrendo um grande aumento de violência entre os alunos nas escolas desses países, professores estudiosos da área, passaram a se interessar por esse assunto e a desenvolverem estudos de forma mais científica para compreenderem melhor esses fatos. 

           Foi o professor e pesquisador norueguês Dan Olweus quem primeiramente relacionou a palavra Bullying a esse fenômeno de comportamento de violência escolar. E, nesses casos, não se trata, somente, de violência física, embora essas possa estar presente, mais também violência moral, psicológica, social ou de qualquer outro tipo, envolvendo alunos das escolas. 

            Na década de 90, vários países como Espanha, Canadá, Portugal, Inglaterra e Noruega se tornaram os pioneiros, em estudos sobre o bullying, estudos esses considerados fundamentais pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Como resultado, criaram campanhas Antibullying por todo o mundo, tendo resultados positivos. No Brasil só em 2004 que o tema se tornou mais conhecido, devido aos inúmeros casos que vinham ocorrendo nas escolas.

         Bully, é um termo inglês e que significa, valentão(ona), tirano, sendo, frequentemente, usado para descrever um tipo de assédio interpretado por alguém que está de alguma maneira, em condições de exercer o seu poder sobre outro ou sobre um grupo mais fraco. É o mais forte contra o mais fraco. É uma situação que se distingue por agressões verbais ou físicas, feitas de maneira repetitiva e intencional. Ocorrem sem motivação evidente e são exercidas por uma ou mais pessoas contra um ou mais colegas.

          No ambiente escolar, onde mais, frequentemente, ocorre esse fenômeno se revelam quase sempre através de brincadeiras, em geral de mal gosto, praticados por estudantes. Pode surgir através de risadas ofensivas e discriminatórias, de empurrões ou agressões físicas, dos maiores contra os menores, fofocas ou comentários desairosos que ofendem ou denigrem a imagem ou conceitos sobre as pessoas, apelidos agressivos, etc.  

           O objetivo dos que praticam bullyies é sempre a de amedrontar ou agredir o outro. Supostamente, a vítima não teria a possibilidade ou a capacidade de reagir a altura ou de se defender, por ser considerado mais fraco, frágil ou covarde. Nesses casos há uma relação de desigualdade de força, profunda. Portanto, esses comportamentos, estão muito longe de serem encarados como comportamento normal, inofensivo ou como uma brincadeira de crianças. Há, sim maldade, violência, opressão e profunda humilhação inominável presentes nessas atitudes.

          Nos últimos anos, mais precisamente com o desenvolvimento da era tecnológica e das tecnologias sociais gerou-se um outro fenômeno dentro do espectro do bullying e que ocorre virtualmente, designado de Cyberbullying. Esse acontece na perspectiva do ambiente virtual, e não presencial como acontece com o bullying. Nesse caso as pessoas envolvidas não se veem umas às outras, a não ser de forma virtual. Passando, por isso mesmo, a ser mais um agravante para o problema, já que o anonimato dessas pessoas que se comunicam, permite o aumento de atitudes cruéis, como comentários e ameaça e ofensas e de tudo mais que possa humilhar as outras pessoas, tornando tais efeitos muitas vezes mais graves. 

          Para muitos, o Cyberbullying é o Bullying da era digital, onde as modernas tecnologias da informação e da comunicação, se destacam. Essas tecnologias vieram para ficar e a cada dia ampliam seu alcance e seu papel na vida de cada um, por isso mesmo deram novas versões a esse tipo de problema. E-mails ameaçadores, difamação em redes sociais, mensagens que denigrem as pessoas, comentários inverídicos, fake news, postados em sites de relacionamento, blogs e nas chamadas redes sociais, através de fotos e textos constrangedores, são em geral as formas mais comuns de se praticar o Cyberbullying.

              Do ponto de vista psiquiátrico e psicodinâmico, as sucessivas ocorrências de humilhação vivida por alguém podem ser responsáveis por enormes prejuízos, emocionais, sociais e psiquiátricos de todos os tipos. O isolamento social é uma das principais consequências da humilhação, sobretudo se for por assédio (sexual, moral), devido ao enorme constrangimento vivido pela vítima. É uma sensação muito ruim, carregada de dor e sofrimento, e muito prejudicial à saúde mental dessa pessoa. Se a humilhação ocorre no ambiente de trabalho a pessoa pode passar a ter ideia fixa, obsessiva de ser demitida, de perder o emprego, de ser taxada de negligente, irresponsável incompetente etc. 

          Quadros graves de depressão, transtornos desadaptativos que podem suceder a uma humilhação, pode sobrevir também ideação suicida e até o suicida propriamente dito. 

          Além da depressão e outros transtornos psicológicos e emocionais, a pratica da humilhação, por qualquer motivo, pode provocar também outros transtornos de ansiedade como síndrome do pânico, stress pós-traumático, Síndrome de Burnout (a doença do esgotamento profissional), reações psicóticas, comportamentos ansiosos-depressivos, fobias e gerar quadros graves de desadaptações psicossociais. 

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