Dia Internacional Contra a Corrupção

Hoje, dia 9 de dezembro, comemora-se o dia Internacional contra a Corrupção. Esse dia refere-se a instalação da Convenção internacional das Nações Unidas contra o crime, realizada em 2003, em Mérida nos Estados Unidos. A ideia da convenção era fortalecer as medidas de prevenção e combate a corrupção em todo mundo e nosso pais e signatário, inclusive a comemoração alusiva ao dia 09 foi sugestão da delegação brasileira na convenção.

Os Srs. já imaginaram se houvesse uma mobilização global na face da terra onde todos os continentes em um só voz e com a participação de todos indistintamente desbancassem, de uma vez por todas, com essa praga chamada corrupção, que assola o mundo? Já imaginaram um mundo livre dela, e mesmo que houvesse, os que a praticassem fossem punidos de forma mais rigorosa? Imaginem, se dispuséssemos  uma justiça ágil que obrigasse esses larápios devolvessem todos os bens, que fossem saqueados ao erário publico? Que governantes corruptos fossem para as cadeias?

Muitos estão dizendo; isso e utopia, isso não existe. Mas, eu pergunto: não são as utopias e os sonhos, que nos fazem mudar? Alguém que não sonha, cresce na vida, progredi ou avança em seus propósitos? O que seria de nos se não sonhássemos? Posso afirmar, que sem sonhos a vida perde o sabor e o sentido, nada ocorre de importante quando não se sonha. Ocorre, que permanentemente somos convocados a enfrentar tantos desafios e tantos percalços, que nos resta pouco tempo para sonhar.  O mundo sem corrupção e possível, e o que  todos querem, e o desejo de todos.

Ocorre, que para se chegar onde se quer devemos fazer por onde. Não se muda nada sem agirmos, tudo começa no pensamento nas se materializa na ação. A corrupção, como ação criminosa e repudiável se alimenta de praticas espúrias que fomentam indignação e revolta. São crimes abomináveis e praticados, por bandidos em geral vestidos de terno e gravata, que a rigor exercem funções de notoriedade publica, se apossam do erário publico sem qualquer pudor, culpa ou remorso e os “ganhos” os aplica em seu próprio beneficio. Esses larápios,  aparecem vindo de todos os lados, sem avisar e, de forma lenta e insidiosa, semelhante a uma peste daninha, vai minando e destruindo todos os setores da vida publica ou privada, dilacerando prerrogativas de muito valor como a honradez, a ética, a moralidade na gestão da coisa publica, a justiça, e principalmente as instituições.

Ninguém, muito menos uma sociedade, resiste aos efeitos deletérios e devastadores da corrupção. Lamentavelmente e uma presença marcante e forte no mundo contemporâneo.

Em recente relatório internacional sobre corrupção nosso pais figura na 72 posição no ranque internacional da corrupção. Um fato curioso e que a população apesar de ainda se indignar diante das praticas de corrupção vem se tornando tão comum  e tao frequente frequente essa pratica em nossas instituições que parece que alguns segmentos dessa mesma população já se acostumou com esse câncer. Algo muito parecido ocorre quanto a onda de violência que assola o nosso pais e principalmente nosso estado. As vezes a impressão que se tem e que se tornou tão banal  corriqueiro se falar em assalto, assassinato, roubo e muitos outros crimes que já nãos nos assustamos como antes, isto e, estamos incorporando em nossa cultura essas praticas, situação que ao meu ver nos imobiliza a todos .  E tanto a pratica violência, em suas diferentes facetas, quanto a pratica da corrupção parecem que ambas as condições que fazem parte do nosso dia a dia.

Todavia, não devemos deixar que isso ocorra, devemos aproveitar o mote desse dia internacional para fortalecer movimentos internacionais, nacionais ou locais para se contestar de forma acirrada contra essas praticas antihumanas e abomináveis. Devemos manter sempre acesa a chama anticorrupção e ante tudo que seja antiético e imoral para garantir nossa sustentabilidade como seres humanos.

Na tentativa de controlar essa pratica da corrupção no pais, o governo federal propõe que a corrupção seja considerada um crime hediondo. Essa condição implicaria em punições ,ais severas contra esses bandidos corruptos. Este projeto já foi aprovado na Câmara Federal, seguira para o Senado e, se aprovado ira para a sansão da presidente.

Em 01 de agosto desse ano, foi sancionada a lei brasileira anticorrupção de numero, 12.846 a qual dispõe sobre a responsabilização objetiva, administrativa e civil de pessoas jurídica pela pratica de atos contra a administração publica nacional ou estrangeira sendo possível alcançar o patrimônio da pessoa jurídica incidindo penas altas sobre o faturamento dessas empresas, caso se envolvam com atos de corrução ativa ou passiva.

Haverá em nossa cidade algumas manifestações pontuais alusiva a esse dia, vamos participar, gritar, contestar exortando a importância de um mundo, de um pais e de uma cidade sem corrupção. Vamos ficar  apostos e fechar o cerco contra essas impostores e, uma arma a nosso favor e a denuncia. Denunciar corrupção aos órgãos competentes e um dever cívico e ético na medida um que fortalece as ações  de enfrentamento desse problema.

 

As famílias e os dependentes de drogas

No último dia três deste mês, foi anunciado dados de mais um trabalho de pesquisa realizado pela Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, sob a coordenação do Prof. Ronaldo Laranjeira, que desta feita tratou de questões relevantes sobre as famílias que possuem dependentes químicos, assunto importante porém pouco tratado em políticas públicas sobre a temática das drogas.

O Levantamento Nacional de Famílias de Dependentes Químicos mostrou que cerca de 28 milhões de brasileiros vivem com um dependente químico. Foi uma pesquisa inédita que mostrou também o impacto que ocorre na família, quando alguém do seu núcleo, faz uso de álcool e de outras drogas.

O levantamento mostrou que entre os parentes entrevistados, 80% são  mulheres, sendo que 46% delas são mães dos dependentes de drogas. Mais da metade delas (66%) são responsáveis pelo tratamento. Essas mães também são consideradas chefes da família, fazendo com que, além da sobrecarga de cuidar do filho usuário de drogas, cuidam tambem dos outros membros da casa.

Esse dado nos faz refletir sobre o papel de homens e mulheres em nossa cultura e no ambiente familiar pois, quem assume mesmo a lida com esses doentes são as mulheres. E, de fato, é o que se verifica na prática, pois na maioria dos casos são elas que tomam a frente para conduzir o tratamento recomendadado para esses dependentes quimicos.

Pelo estudo, mais da metade (57,6%) das famílias têm outro parente  usuário de drogas, isto é, não se trata somente de um caso, o que já seria por si só muito difícil, mas são mais de um. Para as pessoas entrevistadas, (46,8%) acreditam que maus  companhias e baixa autoestima pessoal dos usuários (26,1%) são fatores de risco mais relevantes que influencia no problema.

Na realidade, o ambiente onde se vive, as companhias, a auto-estima, as frustrações, o desengajamento em atividades sociais e no trabalho, o baixo nível educacional, a presenca outras doenca mentais ou problemas sociais, psicológicos ou comportamentais, são situacoes relevantes como fatores de risco para o uso de drogas, além de influenciarem nos mecanismos de recaídas que se veifica entre esses doentes.

A pesquisa avaliou também o tempo que as familias gastam para buscarem ajuda após o reconhecimento do uso dessas drogas, que é de três anos. Entre os usuários de cocaína e crack, o tempo é menor, dois anos. E, entre  usuarios de álcool esse tempo sobe para 7.3 anos.

 

Tempo muito longo para se buscar ajuda, para usuários de crack e cocaina, pois essas drogas provocam dependência em pouco tempo. Entre os consumidores de álcool,  sete anos também já é um tempo longo, embora se saiba que o álcool provoca dependência por maior tempo de uso. Em ambos os casos, muitos já apresentam sinais de cronificação da doença, fato que dificulta sobremaneira a recuperação dessss pessoas. Sabe-se hoje, que quanto mais cedo se empreender prevenção, as famílias evitarão muitos dissabores relacionados com o uso dessas substâncias.

Um terço dos parentes (44%) descobriram o uso de drogas entre familiares por causa da mudança de comportamento e apenas 15% por terem visto o paciente usar droga fora de casa e que se gasta muito com o tratamento desses enfermos, pois 58% desses tratamentos foram custeados exclusivamente pela família, afetando drasticamente o orçamento das mesmas, em 45% dos casos.

Esses fatos demonstram claramente a necessidade dos governos investirem mais em prevenção e em reabilitação psicossocial desses doentes. Oferecer uma rede de atendimento mais abrangente e mais eficiente que cubra as necessidades dessas famílias, deveria estar em primeiro plano nas políticas desse setor.

Podemos concluir, a partir desses dados, que as famílias de dependentes químicos estão praticamente sozinhas e desamparadas, não têm a quem recorrer, essa que é a realidade! Volto a dizer: tem-se que investir massicamente em prevenção e rabilitação psicossocial, para evitar os alarmantes índices de recaídas que se verifia entre essas pessoas. Alem do mais, ampliar a rede de cuidados primários para identificação precoce da dependência e começar desde cedo a tratá-los, pois, quanto mais cedo, maiores serão as chances de se livrarem desses problemas.

 

 

 

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