Aprovado reembolso de EMT

Aprovado reembolso de EMT: Planos de saúde terão que repassar os valores do procedimento nos próximos dias

Publicado em 14 de dezembro de 2012 
Foi aprovado nessa sexta-feira, 14 de dezembro, em reunião na Câmara Técnica Permanente da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM), em São Paulo, o reembolso para o procedimento de Estimulação Magnética Transcraniana (EMT).

Representando a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), na reunião de inclusão do procedimento EMT – contendo as diretrizes de utilização com os respectivos CID-10, o psiquiatra Marco Antônio Marcolin e o suplente do Conselho Fiscal da ABP, Sérgio Tamai.

“Esta foi a segunda reunião, onde na primeira foram solicitadas alterações no texto. Desta vez tivemos unanimidade na votação. Trata-se de um procedimento novo, cuja interferência da ABP foi fundamental para a incorporação do método, junto às seguradoras de saúde. Agora, os planos de saúde terão de repassar os valores referentes ao 3C mais uma Unidade de Custo Operacional (UCO) de 5,30”, disse Marco Antônio Marcolin.

Para entender – A estimulação magnética teve aprovação em outubro de 2008 do órgão governamental americano Food and Drug Administration (FDA) para tratamento de depressões e para o planejamento de neurocirurgias. No Brasil, a pesquisa para o reconhecimento da técnica foi realizada pelo Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Em maio deste ano, o Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu a técnica de Estimulação Magnética Transcraniana como ato médico privativo, onde passou a ser cientificamente válida para uso nacional, com indicação para depressões uni e bipolar, alucinações auditivas nas esquizofrenias e planejamento de neurocirurgia.

Após a aprovação do CFM fez-se um levantamento de custos, onde foi encaminhado para a ABP, que concordou e remeteu para a Câmara Técnica da Associação Médica Brasileira.

Para Marco Antônio Marcolin esta foi uma importante decisão que contou com a intervenção da ABP para que pudesse chegar à aprovação do repasse das operadoras de saúde. “A Associação teve significativa participação neste processo. Agora, é encaminhada uma ata de reunião, que consta o número do procedimento, onde os especialistas que utilizam o método, já podem exigir seus direitos”, finalizou o psiquiatra.

Fui pioneiro na introdução desta técnica entre nós e desde esta época que realizamos tratamentos com emt. Tata-se de uma técnica indolor, não invasiva e altamente eficaz no tratamento, especialmente de depressão, zunbido,  TOC e alucinações auditivas de pacientes esquizofrênicos e, agora com os custos asegurados pelas operadoras de saúde, a população pode ter acesso facilitado a esta forma importante de tratamento da psiquiatria e da neurologia.

 

 

Realidades sobre o Transtorno Obsessivo Compulsivo – TOC

Também conhecido como TOC o transtorno obsessivo-compulsivo é uma das doenças que no âmbito da psiquiatria ainda causa muita estranheza e dificuldades no seu diagnóstico e tratamento.

É um transtorno que cursa de forma lenta e insidiosa ao ponto da pessoa após certo tempo de exposição aos seus sintomas, já apresenta graus variados de sofrimentos a partir, entre outras coisas, de rituais psicopatológicos impostos pela doença. O TOC apresenta um quadro clínico exuberante, cuja descrição é praticamente universal, embora clinicamente seu diagnóstico não seja fácil.

Em geral os sintomas iniciais da doença fazem com que muitos pacientes os mantenham escondidos, pois embora reconheçam que seu comportamento não vai bem, eles tem muito medo de serem ridicularizados ou de serem descriminados pela presença destes sintomas. Em geral são pensamentos ou atitudes repetitivos que se instalam em sua mente e sobre os quais não tem mais comando ou controle. São pensamentos, idéias ou imagens contrárias a sua convicção, moralidade ou crença e condenáveis e ameaçadores que sobre os quais não consegue expulsá-los da mente.

Uma publicação recente da Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP mostra que o TOC é um transtorno com sintomas heterogêneos, com um grande número de possibilidades de apresentações fenomenológicas.  Os diversos sintomas tendem a ocorrer no mesmo paciente e mudar de conteúdo ao longo do tempo.

 Além disso, frequentemente os sintomas do TOC se relacionam com sintomas de outras doenças, caracterizando a comorbidade psiquiátrica que é a existência de mais de uma doença no mesmo sujeito, fato que dificulta mais ainda seu manejo terapêutico e seu diagnóstico. A comorbidade mais freqüente do TOC é com a depressão e com outros transtornos de ansiedade tipo doença do pânico, fobia social e ansiedade generalizada.

Ainda no trabalho da ABP, são identificadas várias manifestações psicopatológicas que ocorrem no TOC, envolvendo principalmente alterações da vontade, do pragmatismo, do humor/afetividade, do pensamento e do juízo e de realidade, não havendo, todavia consenso sobre quais destes distúrbios é o mais importante na fisiopatológica (causa) deste transtorno.

Como vimos acima, um das características principais da doença é a persistência de idéias, pensamentos, ou outras vivências psicológicas, que se impõe na mente destas pessoas ameaçando seu equilíbrio e paz interior pelo caráter absurdo das idéias, pensamentos ou imagens que povoam sua mente ao mesmo tempo não consegue demove-los, a isto denomina-se obsessão.

Quando a obsessão vem acompanhada de rituais físicos, como limpar as mãos dezenas de vezes, ou examinar inúmeras vezes se fechou ou não a porta da geladeira, da janela ou do quarto ou mesmo outras dúvidas sobre suas atitudes, de forma descontrola, onde a própria pessoa reconhece o absurdo destas atitudes e não consegui alterá-las, denomina-se de compulsão. Portanto a compulsão tem haver com a atitude e a obsessão com o pensamento, as idéias ou as fantasias.

O tratamento do TOC é realizado com medicamentos e com psicoterapia. A técnica recomendada é a Terapia Cognitivo Comportamento – TCC e os medicamentos recomendados para seu tratamento são os anticompulsivos e anti obsessivos da categoria dos antidepressores e ansiolíticos. A aplicação destas duas estratégias tem oferecido um prognóstico favorável a estes pacientes. Podemos ainda sugerir a opção do tratamento com estimulação magnética transcraniana – EMTr um recurso formidável para o controle deste transtorno.

 

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