Sobre Drogas, para onde nosso país quer ir?

0comentário

              Semana passada foi criada no país mais uma entidade, formada por políticos, empresários, cineastas, intelectuais e outros profissionais, com o propósito de examinar a problemática das drogas e buscar saídas mais honrosas para o enfrentamento do problema nacional. Para tanto, pretendem estabelecer um canal aberto com a sociedade para o debate.

           Acho, particularmente, uma iniciativa oportuna, considerando que, pela complexidade do assunto, uma das grandes saídas é fomentar um amplo e profundo debate para que todos possam manifestar suas opiniões sobre os pontos ambíguos e obscuros, que pairam sobre o assunto.

              A proposta do grupo, batizada como rede “Pense Livre”, é eleger quatros temas prioritários, que passarão a reger as discussões. Entre eles, estão a liberação do consumo de todas as drogas e, ao mesmo tempo, investir em abordagem de saúde pública, regular o uso medicinal e autocultivo da cannabis para consumo pessoal, investir em programas para a juventude em risco e viabilizar pesquisas médicas e científicas com todas as drogas.

             Um dos mais importantes membros do grupo é o Sr. Fernando Henrique Cardoso, que já manifestou, por inúmeras vezes, seu ponto de vista favorável à descriminalização do uso das drogas. Na mesma linha de pensamento está a Comissão que propôs a reforma do Código Penal Brasileiro.

           Por outro lado, recentemente, a Universidade Federal de São Paulo e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Drogas nos informam que pelo menos 2,8 milhões de pessoas no Brasil usaram cocaína de forma inalada ou fumada, via consumo de crack ou de oxi, nos últimos 12 meses. Esses números transformam o País no segundo principal mercado consumidor de cocaína do mundo, atrás só dos Estados Unidos, onde 4,1 milhões usaram cocaína no último ano. Caso sejam considerados somente os que consumiram crack, o total chega a 1 milhão de pessoas no País, o que torna o Brasil o principal mercado consumidor do planeta.

          A pesquisa nos diz, ainda, que em relação ao mercado de cocaína, o Brasil fica à frente, até mesmo, de continentes inteiros como a Ásia, onde 2,3 milhões de pessoas usaram cocaína no mesmo período. No Reino Unido, que ocupa a terceira posição no número de consumidores, há 1,1 milhão de usuários. Sobre isso, em uma reportagem importante, o  jornalista Bruno Paes Manso, do Jornal O Estado de S. Paulo, diz claramente que o mapa da dependência química entre nós  é dramático e assustador. A trágica liderança do Brasil no mercado mundial de entorpecentes traz gravíssimos problemas de segurança pública, saúde e assistência social, decorrentes do consumo de drogas. Diz ainda o ilustre jornalista o hediondo mercado das drogas está, de fato, dizimando a juventude. Ele avança e vai ceifando vidas nos barracos da periferia abandonada e no auê dos bares e boates frequentados pela juventude abonada. Movimenta muito dinheiro. Seu poder corruptor anula, na prática, estratégias meramente repressivas.

         A prevenção e a recuperação, as únicas armas eficazes no médio e no longo prazos, reclamam um apoio mais efetivo do governo e da iniciativa privada às instituições sérias e aos grupos de autoajuda que lutam pela reabilitação de dependentes.

         Eis a questão, o debate está posto, e retorna com força total para se definir para onde levaremos nosso país. Por um lado, alguns teóricos propõem a descriminalização do uso de drogas em um país que já tem índices altíssimos de consumo, que, com a liberação ou descriminalização, fatalmente aumentará. Por outro lado, relevantes achados científicos mostram um quadro preocupante quanto ao uso dessas drogas. Então, meus amigos, temos mais um problema com que nos preocupar, qual seja, o de se definir para onde levaremos o nosso Brasil diante da terrível questão do uso de drogas

Sem comentário para "Sobre Drogas, para onde nosso país quer ir?"


deixe seu comentário

Twitter Facebook RSS