Carlton Hinds, filho caçula da lenda do reggae Justin Hinds, esteve em São Luís no último sábado para se apresentar na Arena Phenix, onde centenas de pessoas reviveram os grandes sucessos de seu pai, falecido em 2005. Acompanhado pela banda Raiz Tribal, o cantor subiu ao palco por volta de meia-noite e meia, abrindo o show com “If It Fire You Want”.
No repertório, também não faltaram clássicos como “Fire”, “Natty Take Over”, “Sinners” e “Carry Go Bring Come”. Carlton, o mais novo dos 10 filhos de Justin Hinds, ficou extremamente feliz por poder se apresentar em São Luís e receber o carinho tanto dos maranhenses quanto de pessoas de outras cidades que vieram prestigiá-lo.
Carlton, que honra o legado de seu pai, já se apresentou na Jamaica, em Cuba e em alguns países da Europa. Conhecido por sua simplicidade e alegria, ele também gravou músicas para as radiolas de reggae locais. Durante sua participação no podcast do Reggae Point, compartilhou histórias sobre momentos vividos ao lado de seu pai e de Bob Marley. O episódio estará disponível em breve no canal do Imirante.com no YouTube.
O cantor jamaicano Carlton Hinds chegou a São Luís e fará uma apresentação inédita neste sábado (28), na Arena Phenix, localizada no Anel Viário. O membro original dos Dominoes foi recebido com carinho por fãs e amigos no Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado. Entre os presentes estavam os artistas Norris Junior, Sidney Crooks e Conceição Crooks.
O show contará com o apoio da banda Raiz Tribal e as participações dos DJs Dread Silver, Helena Melo, Magno JP e DJ Waldiney. O repertório trará grandes sucessos de seu pai, Justin Hinds, falecido em março de 2005. Além da apresentação, Carlton Hinds cumprirá uma agenda intensa de gravações para radiolas de reggae locais e participações em podcasts, incluindo uma aparição especial no programa Reggae Point da Mirante FM.
Carlton Hinds, além de sua carreira solo, fez parte dos grupos “The Dominoes” e “The Jamaican All Stars” ao lado de seu pai, Justin Hinds. Em 2001, ambos estiveram no Brasil durante a primeira edição do “Maranhão Roots Reggae Festival”, onde, junto com a Fully Fullywood Band, realizaram um show inesquecível. Naquela época, Carlton era apenas um jovem percussionista, destacando-se ao lado de seu mentor nesse grande evento.
No último fim de semana, São Luís foi palco de um grande show com Al Griffiths, herdeiro de Albert Griffiths, fundador da banda The Gladiators. O cantor se apresentou na casa Rasta Reggae Beira Mar, acompanhado pela banda Barba Branca, e atraiu um grande público. Al Griffiths reviveu clássicos do repertório de seu pai, como “Watch Out”, “Ship Without a Captain” e “Bongo Red”, levando o público a cantar junto em cada música. Sua performance foi impecável, provando que o legado de The Gladiators está em boas mãos.
A sequência de grandes shows em São Luís continua: recentemente, Kevin Isaacs, filho de Gregory Isaacs, fez uma apresentação especial no Dia Municipal do Reggae. Agora, no próximo sábado (28), Carlton Hinds, filho de Justin Hinds, fará seu show inédito na ilha. Que venham mais eventos como esses!
Após uma década de ausência, Al Griffiths, filho de Albert Griffiths, fundador da lendária banda de reggae The Gladiators, retorna a São Luís para uma aguardada apresentação neste sábado, no Rasta Reggae, localizado na Avenida Beira-Mar. O cantor, muito esperado pelos fãs maranhenses, será acompanhado pela banda local Barba Branca.
Al Griffiths mantém vivo o legado de The Gladiators, uma das bandas mais influentes da história do reggae, conhecida por clássicos como “Roots Natty”, “Bongo Red” e “Hello Carol”. Fundada em 1968 por Albert Griffiths, a banda se tornou uma referência mundial no roots reggae, com letras de forte teor social e harmonias marcantes. Desde o falecimento de Albert, em 2020, Al tem a missão de continuar levando o som e a mensagem de seu pai pelo mundo.
Em entrevista, Al compartilhou sua profunda conexão com o trabalho de seu pai, mencionando que, desde criança, acompanhava Albert nas turnês e conhecia todas as músicas escritas por ele.
Antes de chegar a São Luís, Al Griffiths comemorou seu aniversário no último domingo, em Fortaleza, onde também fez uma excelente apresentação.
Com grandes expectativas para a apresentação, os fãs de reggae em São Luís aguardam um show carregado de clássicos dos Gladiators.
Parabéns, massa regueira! Hoje é o Dia Municipal do Regueiro, um dia especial para celebrarmos todos nós que fazemos parte dessa grandiosa história de amor pelo reggae. Quero homenagear todos que, de alguma forma, contribuíram para fortalecer e expandir esse movimento que tanto nos orgulha. A cada um que foi à Jamaica buscar discos, aos proprietários de radiolas, donos de casas de festa, artistas, bandas, DJs, colecionadores, investidores do reggae eletrônico, promotores de eventos, grupos de dança, trancistas, lojas de roupas especializadas, radialistas, jornalistas, dançarinos, pesquisadores… enfim, a todos que, de alguma forma, fazem o reggae crescer.
Meu reconhecimento vai para aqueles que estão na linha de frente, promovendo, criando e desenvolvendo o reggae. Tudo o que temos hoje — nosso legado, nossa história, nosso reconhecimento — não veio do nada. Foi fruto do trabalho árduo de quem, lá atrás, plantou as primeiras sementes, quando as músicas de reggae começaram a tocar nas rádios.
Parabéns a todos nós por alcançarmos o título de Capital Brasileira do Reggae! Nossa dança única, nossa identidade tão autêntica, se tornaram um patrimônio cultural e material do Estado, e isso é motivo de imenso orgulho.
Quero também lembrar e reconhecer aqueles que já se foram, mas que deixaram um legado insubstituível na construção desse movimento. Neste momento, só pedimos mais atenção, mais valorização, e que tudo seja dividido de forma justa. Porque o reggae é para todos! Vamos continuar lutando pelo reconhecimento que merecemos. Viva o Dia Municipal do Regueiro! O reggae vive em cada um de nós.
Em São Luís, conhecida como a Jamaica Brasileira, nós não conhecemos o reggae apenas pelo nome da música e do intérprete. Aqui, adicionamos um elemento especial: o “Melô”. Embora essa prática não tenha sido criada pelos ludovicenses, ela se tornou uma técnica de sobrevivência cultural para quem queria pedir uma música no rádio ou nas festas e, muitas vezes, não sabia o nome da canção ou do artista, por ser uma música estrangeira. Além disso, o “Melô” ajudou a manter a exclusividade das músicas para os proprietários de radiolas de reggae, que não revelavam os intérpretes.
Em breve, vou disponibilizar um podcast sobre a história do “Melô” no canal do Imirante.com no YouTube.
Na maioria das vezes, o “Melô” não tem relação direta com a letra da música, ou quase nenhuma. São histórias que fazem parte da nossa cultura. Ele pode servir para homenagear alguém, algo, ou até criar um significado próprio. Vou dar alguns exemplos: o “Melô do Caranguejo”, da música “White Witch”, gravada por Andrea True Connection. Na letra, há uma frase que diz “white witch gonna get ya” (a feiticeira branca vai te pegar). Ouvindo rapidamente, parece que ela diz “olha o caranguejo”, mas, na verdade, a letra fala sobre a lenda da Bruxa Branca de Rose Hall (uma história bem parecida com a lenda de Ana Jansen).
Outro exemplo é o “Melô da Poliana”, da canção “Think Twice”, cantada por Donna Marie. Esse “Melô” foi uma homenagem à filha de Ferreirinha, o proprietário da radiola Estrela do Som. Temos também o “Melô da Cohab”, que não homenageia o bairro da Cohab, mas sim um carregador de caixas de som de uma radiola, possivelmente também da Estrela do Som.
Já que estamos falando da Estrela do Som, o que me despertou a escrever esse texto foi o “Melô da Gaivota”. A música foi descoberta pelo maranhense Dread Sandro, DJ e colecionador de vinis de reggae, em 1994, e vendida para o radioleiro Ferreirinha. A canção fez parte da sequência musical do saudoso DJ Antônio José, na Estrela do Som, e ele a batizou de “Melô da Gaivota”. Não posso afirmar exatamente por que esse codinome foi escolhido, mas pode ter sido inspirado pelo título da música e pelo nome do selo: “Freedom”. Afinal, um pássaro tem a liberdade de voar.
A canção foi escrita e interpretada por Lester Lewis, que, na época, era rastafári e, segundo minhas pesquisas, hoje é evangélico. O curioso é que a música era um apoio político a Edward Seaga, que, em 1976, disputava a presidência da Jamaica pelo partido de direita JLP. Até hoje, o single é tocado em festas de recordações. Sim, é verdade, nós curtimos um jingle político produzido para a campanha de um candidato na Jamaica. Calma, tem mais. Assim como o “Melô da Gaivota”, outras músicas jamaicanas chegaram a São Luís e entraram para o repertório das potentes radiolas de reggae. Outro exemplo é o “Melô do Bairro da Forquilha”, do grupo The Tellers, encontrada na Jamaica pelo também maranhense Junior Black na década de 90. “Back Back”, título da canção, foi lançada em 1974 no país caribenho e fazia parte de uma campanha para a redução do crescimento populacional na Jamaica, desenvolvida pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional, que introduziu o primeiro projeto de marketing social através de mensagens no rádio, TV e jornais para encorajar as mudanças no comportamento de planejamento familiar.
Há muitos outros exemplos de canções que se tornaram parte do nosso repertório musical e que variam muito de tema, como protesto ou simplesmente para diversão. Isso pode ser outro assunto abordado aqui.
O reggae, com sua melodia e ritmo jamaicano, conquistou São Luís sem nenhum bloqueio. Inicialmente, ele cresceu nas periferias da cidade, onde havia pouco acesso à informação. Hoje, temos acesso a essas histórias e é importante compartilhar com você, leitor, o quanto a história de São Luís, que agora completa 412 anos, é rica, única e especial.
Desde a dança a dois, ou coladinho, e as grandes radiolas, que se assemelham muito ao movimento de sound systems na Jamaica, até os grupos de dança, colecionadores de vinis, casas de eventos, etc., nossa cultura é rica, única e muito bem vista lá fora.
O podcast desta quinta-feira traz um papo com Luiz Otávio, proprietário do Habeas Copos, uma casa de festas de reggae aberta de quarta a domingo, localizada na escadaria da Rua da Palma. O espaço tem atraído um grande público, composto por jovens e adultos, tanto de São Luís quanto de fora do estado. Otávio fala sobre suas inspirações para abrir uma casa dedicada ao reggae e sobre as dificuldades de mantê-la funcionando.
Com mais de 100 mil seguidores no Instagram, o Habeas Copos, que completa 5 anos, é um grande atrativo para os fãs desse ritmo jamaicano. Confira a matéria completa aqui.
Hoje, gravamos com a maranhense Jay Lobato, moradora do bairro Sá Viana, em São Luís, que há cinco anos se dedica ao ensino da dança de reggae. Atualmente, Jay forma uma parceria com Wesley Freire, e juntos conduzem uma oficina de dança de reggae na Rotatória todas as quintas-feiras. Durante a conversa, Jay compartilhou sua paixão pelo ritmo jamaicano e sua trajetória como professora de dança de reggae. Recentemente, ela participou de um workshop em Curitiba, a convite de um amigo, o que enriqueceu ainda mais sua experiência e técnica.
A matéria completa estará disponível em breve no canal do Imirante no YouTube. Fique ligado!
Atendendo a pedidos dos meus ouvintes, decidi mergulhar na história de Bernie Lyon, um cantor que deixou uma marca profunda na cena musical brasileira, especialmente em cidades como Fortaleza, Salvador, Belém e São Luís. Desde cedo, eu sabia que Bernie não era jamaicano, mas sabia absolutamente nada sobre a sua origem. Ele nasceu em Paris, França, filho de pais imigrantes da Martinica, e seu nome de batismo é Bernard Ancinon.
Nos anos 60, Bernie fazia parte de uma banda de rock chamada Les Pollux, na França, seguindo um estilo semelhante ao dos Beatles. Ele era cantor, compositor e violonista, e sua carreira se estendeu até os anos 80. Durante esse período, lançou dezenas de singles por grandes gravadoras, como a Philips e a Polygram.
Foi somente em 1979 que Bernie adotou seu nome artístico, Bernie Lyon, e passou a focar exclusivamente no reggae, sem abandonar suas raízes na soul music. Alguns de seus hits encontraram um espaço especial em São Luís, onde sua música alcançou o topo das paradas de sucesso.
Eu me lembro vividamente de ir com meu pai ao Mercado Central em São Luís para comprar discos de vinil. Na sessão de músicas internacionais, vi cópias dos álbuns de Bernie à venda. A música que mais tocava naquela época era “Hell”, que também ganhou popularidade em outros países. Este reggae tem um estilo jamaicano tradicional e é enriquecido com harmonizações vocais femininas de fundo.
A letra de “Hell” expressa uma resignação diante de uma vida difícil, onde o narrador aceita o “inferno” como seu destino. Ele já esteve nessa situação antes e vê o “paraíso” como algo entediante, preferindo o conhecido, embora desafiador, “inferno”. A canção reflete a ideia de que, mesmo em meio ao sofrimento, existe uma forma de encontrar propósito ou um certo conforto na familiaridade com a adversidade.
“Hell” foi, sem dúvida, o maior sucesso de Bernie em sua experiência com o reggae, tanto na Europa quanto na América do Sul. No Brasil, a canção se tornou um grande sucesso nas rádios em 1980, assim como sua regravação de “Eleanor Rigby”.
A música se tornou um clássico, tocado até hoje pelos DJs de reggae em São Luís, em lugares como o Bar do Nelson, Praia Reggae, Forquilha Roots, entre outros.
Para finalizar minha pesquisa sobre o cantor, li publicações de fãs em um artigo na internet que afirmam que Bernie Lyon, que também era funcionário de um banco em Paris, faleceu em 17 de junho de 2000, aos 53 anos, vítima de uma parada cardíaca. Um fã declarou que essa notícia foi divulgada pela própria viúva do cantor.
O Ministro do Turismo da Jamaica, Edmund Bartlett, esteve em São Luís na segunda-feira, 19, para cumprir uma agenda que ressaltou as profundas conexões culturais entre o Maranhão e a Jamaica. Acompanhado pelo governador Carlos Brandão, o ministro visitou os Lençóis Maranhenses, o Museu do Reggae e o Palácio dos Leões. Ao término da visita, a comitiva realizou uma entrevista coletiva no Museu do Reggae, onde foi reforçada a importância do reggae como um símbolo cultural que une as duas regiões.
Durante a visita, foi celebrado o Acordo de Cooperação Brasil-Jamaica para o Turismo Sustentável, uma medida que visa promover o desenvolvimento do turismo de forma sustentável em São Luís e fortalecer os laços culturais entre os dois países.
O acordo tem como um de seus principais objetivos reforçar a conexão entre o Maranhão e a Jamaica, duas regiões com uma rica herança afrodescendente. Essa parceria não só abre novas oportunidades econômicas e culturais, mas também fortalece o reconhecimento do reggae como patrimônio imaterial, tanto no Brasil quanto internacionalmente.
Em entrevista comigo, Ademar Danilo comentou:
“São Luís é a capital nacional do reggae. Não foi à toa que o ministro veio da Jamaica para conhecer nossa cidade. Isso é fruto de uma grande luta da nação regueira, uma luta que tem muitos nomes envolvidos nesse movimento desde sempre. Durante essa visita, foi anunciado um voo Brasil-Jamaica com o HUB, ou seja, com uma grande conexão em São Luís. Quem quiser ir para a Jamaica, saindo de Porto Alegre, São Paulo, Brasília, Campo Grande, Cuiabá, Recife, ou de qualquer lugar no Brasil, poderá passar por São Luís e daqui seguir para a Jamaica. Isso é uma contribuição muito grande para o turismo do Maranhão, especialmente para o turismo de São Luís.
Imagina agora, nós passando a associar o reggae com os Lençóis Maranhenses, o reggae com a história colonial de São Luís. Isso é extremamente positivo para o Maranhão. Como eu digo, o reggae só faz bem para o Maranhão.
Além dessa ação, teremos também a doação de instrumentos importantes e equipamentos históricos do reggae na Jamaica, que serão doados ao Museu do Reggae. Além do voo e da doação, também haverá cursos de inglês para os regueiros. Olha só, o governo do Estado vai oferecer cursos de inglês para o povo do reggae do Maranhão. Também teremos cursos de pós-graduação, a nível universitário, aqui para o povo do reggae.
Essa visita do ministro do Turismo da Jamaica, junto com o ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, e o governador do Maranhão, Carlos Brandão, trouxe só boas notícias para o povo do reggae”.