Na semana passada, a revista Billboard revelou sua lista das Melhores Capas de Álbuns de Todos os Tempos.
A capa do álbum de Bob Marley and The Wailers foi uma das selecionadas; “Rastaman Vibration”, lançado pela Island em 1976, ficou em 22º lugar.
O artista gráfico e fotógrafo jamaicano Neville Garrick projetou a capa de “Rastaman Vibration” e ficou extasiado com o reconhecimento.
“Estou muito animado, considerando que foi a primeira capa de álbum que tive a oportunidade de fazer para Bob Marley, que se tornou uma figura histórica na música em todo o mundo”, disse ele.
Garrick ficou conhecido por projetar várias capas de álbuns de Marley, bem como cenários para o festival Reggae Sunsplash ao longo dos anos 1980. Ele também trabalhou com Burning Spear, Steel Pulse e outras grandes estrelas do reggae.
A capa de álbum mais bem classificada é “The Velvet Underground & Nico” de 1967, projetada por Andy Warhol.
Há vários anos, São Luís tem sido agraciada com espetáculos de reggae internacionais incríveis. Tive a oportunidade de testemunhar apresentações memoráveis que deixaram uma marca duradoura em minha memória. A lista de lendas que já se apresentaram nesses palcos é verdadeiramente impressionante. Nomes como Dennis Brown, Jimmy Cliff, The Wailers, Big Mountain, U Roy, Big Youth, The Itals, The Gladiators, Donna Marie, Eric Donaldson, Owen Gray, Gregory Isaacs, John Holt, entre muitos outros, fazem parte desse legado. Esse período áureo englobou os anos 90 até 2012, e incluiu o notável encerramento do Maranhão Roots Reggae Festival, onde ícones como Bob Andy, Marcia Griffhts, Ken Boothe, Cedric Myton, Tribo de Jah, Culture e Lloyd Parks brilharam intensamente na capital.
Em contrapartida, perdi o show de Johnny Orlando durante o carnaval deste ano. Se minha memória não falha, essa teria sido sua quarta apresentação em São Luís. No entanto, é perceptível que o apoio e incentivo a esses eventos estão gradualmente diminuindo. Produtores estão hesitantes em investir devido aos custos significativos envolvidos.
Mas a esperança continua viva. Receber a notícia recente de que a cantora britânica J C Lodge será a atração principal da primeira edição do Resistência Reggae Festival trouxe uma onda de entusiasmo. Este festival, mesmo enfrentando desafios sem apoio cultural, está empenhado em ressuscitar os shows de reggae em São Luís. Lembro-me do inspirador show de Vernon Maytone em 2019, que celebrou o 10º aniversário do grupo Resistência Reggae.
Valorizar essa iniciativa é crucial, permitindo que São Luís recupere seu lugar no cenário dos shows de reggae internacionais. É decepcionante que artistas como Burning Spear e Max Romeo estarão no país em novembro, enquanto São Luís, conhecida como “Jamaica Brasileira”, não faça parte da turnê de encerramento desses renomados artistas jamaicanos.
J C Lodge, autora de sucessos como “Someone Loves You Honey”, continua cativando fãs. Suas músicas não apenas encantaram a Holanda, com vendas de mais de 500.000 cópias e um disco de platina, mas também tocaram os corações ao redor do mundo com composições como “Make It Up” e “You Can Dance”. A colaboração dela com figuras como Peter Tosh e Ruddy Thomas solidifica o lugar dela na história do reggae.
A voz envolvente de J C Lodge e as letras profundas dela, que abordam temas como amor, relacionamentos e questões sociais, continuam ressoando.
A aguardada turnê da artista passará por São Luís em 9 de setembro no Spazzio e em 16 de setembro no Parque dos Igarapés.
A cinebiografia de Bob Marley encontrou o ator para interpretar o protagonista. Kingsley Ben-Adir, conhecido por seu papel em “The OA” da Netflix e que recentemente esteve envolvido na minissérie da Marvel “Secret Invasion”, foi escolhido para retratar o lendário músico de reggae na produção da Paramount Pictures.
A família de Bob Marley está participando ativamente do projeto, com seus filhos Ziggy Marley e Cedella Marley, junto com a viúva Rita Marley, atuando como produtores em nome da Tuff Gong, a gravadora fundada por Bob. O filme ainda não tem uma data de lançamento confirmada.
Bob Marley, que vendeu mais de 75 milhões de discos ao longo de sua carreira, é conhecido por suas músicas que abordam espiritualidade e questões político-sociais. Ele faleceu em 1981 aos 36 anos, vítima de câncer.
Para mais detalhes sobre a cinebiografia de Bob Marley, sintonize no Reggae Point da Mirante FM às 19h com o DJ Waldiney.
Bunny Maloney faleceu em 28 de janeiro, na Jamaica, aos 69 anos. A notícia só foi divulgada em 8 de agosto, sem detalhes sobre as causas de sua morte. Seu corpo foi velado na Igreja Missionária Waterford, em Portmore, em 10 de agosto.
Maloney realizou um memorável show em São Luís em agosto de 2016, promovido por Sidney Crooks e Lady Conceição. Ele também foi entrevistado no Reggae Point da Mirante FM, onde compartilhou sua história, desde sua primeira canção “Julia”, que descreveu como a “mulher perfeita”. Ele falou sobre suas regravações, como “Give Me Some More” do grupo The Uniques e “Baby I’ve Been Missing You” e “Always On My Mind” de Elvis Presley, que foram bem-sucedidas no Reino Unido, destacando seu estilo romântico de cantar, bem como suas músicas abordando questões sociais.
Bunny Maloney, um rasta, expressou sua gratidão pela entrevista ao me presentear com uma boina, discos de vinil e pulseiras jamaicanas. Além de Bunny Maloney, outros cantores como Don Taylor, King Benj-I, Norris Cole, Lady Conceição, Kelling Beckford e Norris Cole Junior também participaram da entrevista.
Conforme informações, Bunny Maloney faleceu em casa, pois não buscou atendimento hospitalar. Sua música e legado continuarão a ser lembrados por sua contribuição à cena musical.
Com emoção e orgulho, o selo Trojan Jamaica anuncia o lançamento do último registro de estúdio de U-Roy, um dos maiores mestres da música jamaicana de todos os tempos: Solid Gold U-Roy. O disco estava previsto para ser lançado em 2020, junto com uma turnê mundial, mas, infelizmente, a pandemia atrasou os planos.
Em 17 de fevereiro de 2021, a notícia do falecimento de U-Roy, em Kingston, repercutiu mundialmente. Homenagens por sua indiscutível relevância para a música não faltaram na imprensa e nas redes sociais de estrelas da música e do cinema.
Exatamente um ano antes, U-Roy fazia sua última tour no Brasil ao lado de artistas como: BNegão, MiniStereo Público e Russo Passapusso, Digitaldubs e osfundadores do selo Trojan Jamaica, Zak Starkey e Sharna “Sshh” Liguz. Na época, U-Roy lançava “Wake The Town“, o primeiro single do disco Solid Gold U-Roy.
Agora, este lançamento se materializa como uma grande celebração coletiva em torno do nome de U-Roy, o criador do “toasting”. A técnica musical de canto-falar sobre o ritmo da música foi desenvolvida nos anos 60 e disseminada mundialmente. U-Roy foi o precursor deste estilo que influenciou tanto a cena sound system quanto o hip hop.
“Fizemos o álbum ‘Solid Gold’ porque queríamos que todos soubessem que U-Roy ajudou a inventar o rap”, afirma Sharna “Sshh” Liguz, fundadora do selo Trojan Jamaica ao lado de Zak Starkey.
Junto com U-Roy, 12 participações especiais figuram no álbum: Ziggy Marley, Santigold, Shaggy, Mick Jones (The Clash), Tarrus Riley, David Hinds (Steel Pulse), Jesse Royal, Rygin King, Sly & Robbie, Richie Spice, Big Youth e Scientist.
“Foi uma grande honra trabalhar nesse projeto com U-Roy, um verdadeiro precursor,” afirma Santigold. “Ele foi pioneiro num gênero que me influenciou profundamente. Tanto que a música da minha participação, “Man Next Door” é uma das minhas favoritas desde criança. Eu já tinha a harmonia da música no meu corpo, não precisei pensar nem um segundo”, completa ela.
“É uma sensação incrível ter colaborado com uma lenda do calibre de Daddy U-Roy”, afirma Rygin King. “Não é todo mundo que grava com um dos seus precursores. Agradeço demais por ter registrado ‘Stop That Train’, um clássico que faz parte da nossa cultura”, completa o astro em ascensão na Jamaica.
Zak Starkey e Sharna “Sshh” Liguz – os fundadores do selo Trojan Jamaica – conheceram U-Roy em 2018, em Kingston, e sua amizade se desenvolveu de forma natural. A dupla se sente extremamente privilegiada por ter assinado com ele e está profundamente comprometida a honrar seu legado.
“No primeiro encontro, nos demos muito bem e já conversamos sobre regravar seus maiores sucessos com convidados especiais. Era fácil conversar com ele, bastante acessível, mas muito digno e confiante. Seu jeito era despretensioso, mas quando abria a boca, saía uma grande declaração”, lembra Sshh.
“Três semanas após nosso encontro, começamos a gravar no estúdio Trojan Jamaica Sounds, em Ocho Rios”, conta Zak. “U-Roy brindava suas canções e Sshh cantava as partes que seriam cantadas posteriormente pelos convidados. Sshh e U-Roy se ligaram rapidamente e se divertiram muito fazendo isso. A banda era Sly & Robbie, Tony Chin, Robbie Lyn e eu”.
“Uma de nossas memórias favoritas é dele nos explicando por que Bob Marley e outros faziam dubplates especialmente para ele”, relembra Zak Starkey, multi-instrumentista também conhecido como baterista do The Who e filho do ex-BeatleRingo Starr.
No dia 18 de abril, aos 78 anos de idade, faleceu o renomado guitarrista, compositor e produtor jamaicano Ranford Williams, conhecido artisticamente como Ronnie ‘Bop’ Williams. A notícia do seu falecimento só foi divulgada recentemente, em 10 de julho, pelo jornalista Nicholas Jennings.
Ronnie ‘Bop’ Williams sucumbiu devido a complicações do diabetes e infecção generalizada, após ser internado. Nascido em Spanish Town, Jamaica, em 8 de novembro de 1942, ele deixou uma marca indelével na história da música ao contribuir para a evolução e popularização do reggae em todo o mundo.
Sua carreira musical foi marcada por colaborações significativas, incluindo trabalhos com ícones como Bob Marley, Jimmy Cliff, Johnny Nash e Toots And The Maytals. Além disso, ele desempenhou um papel crucial nos estúdios, trabalhando para figuras proeminentes como Duke Reid, Bunny Lee e Lee Perry, assim como para gravadoras notáveis, incluindo Trojan e Treasure Isle. A guitarra de Ronnie ‘Bop’ Williams fez parte de várias composições de sucesso, notavelmente em músicas como “Small Axe”, “Kaya”, “Trenchtown Rock”, “Sun Is Shining” e “Don’t Rock My Boat”, de Bob Marley.
Seu legado musical também se estendeu à icônica faixa “The Liquidator”, de Harry J All Stars, que se tornou um hino do futebol inglês. Em São Luís, suas contribuições foram aclamadas, com singles como “Cecilia”, “Tenderness” e “Little Boy”, presentes na coletânea “I Can’t Resist Your Tenderness”, de Ginger Wiiliams, com sua assinatura.
Até sua partida, Ronnie ‘Bop’ Williams residia em Toronto, Canadá, junto com sua esposa e cinco filhos. Sua influência perdurará através de sua música e das marcas que deixou na cena musical global.
Há quatro décadas atrás, Bob Marley, já considerado sem esperança pelos médicos, regressava da Alemanha para a Jamaica, visando passar seus derradeiros momentos ao lado da família. No entanto, em seu percurso de regresso, ele acabou sendo hospitalizado de forma urgente em um centro médico de Miami, onde veio a falecer em 11 de maio de 1981, aos 36 anos, vítima de um câncer.
No contexto brasileiro, o dia 11 de maio foi designado como o Dia Nacional do Reggae, uma homenagem à memória do músico. Desde os anos 1970, a música reggae originária da Jamaica influenciou diversos estilos musicais, comportamentos e estéticas por várias regiões do país. Entre essas localidades, São Luís do Maranhão é frequentemente comparada à “Jamaica brasileira”, devido à concentração de espaços onde se ouve o ritmo jamaicano e se pratica a dança em par, conhecida como “agarradinho”.
A tradicional dança do reggae no Maranhão, um aspecto distintivo da cultura local, está em vias de ser reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial. No Dia Nacional do Reggae, o Museu do Reggae do Maranhão apresentou a proposta para o tombamento dessa tradição no Livro de Registro das Formas de Expressão, conforme previsto na Lei nº 10.514, datada de 05 de outubro de 2016.
A avaliação da proposta caberá ao secretário de Estado da Cultura, Anderson Lindoso, que decidirá se a encaminha para aprovação junto ao governador Flávio Dino. Lindoso ressaltou que o estilo de dança do reggae no Maranhão é autêntico e fortemente enraizado na identidade maranhense.
A relação de São Luís com o reggae teve início na década de 1970, quando marinheiros traziam consigo discos da Jamaica, os quais acabavam sendo distribuídos nas zonas de prostituição como forma de pagamento pelos serviços. Além disso, a sintonização de ondas de rádio do Caribe também contribuiu para a difusão desse gênero musical. Com o passar do tempo, o reggae conquistou território na periferia da cidade e ganhou uma base fiel de adeptos. Durante a década de 1980, São Luís já contava com uma considerável quantidade de clubes, salões e programas de rádio dedicados exclusivamente a esse ritmo. A influência jamaicana também deixou sua marca no modo de falar e no vestuário das pessoas.
A Paramount contratou o cineasta Reinaldo Marcus Green (que comandou o inédito King Richard para a Warner Bros.) para dirigir a cinebiografia de Bob Marley em desenvolvimento no estúdio.
Ainda sem título, o projeto tem apoio da família do cantor e produção de Rita, Cedella e Ziggy Marley através da empresa jamaicana Tuff Gong.
“Estou muito animado por trabalhar no compartilhamento do legado do nosso pai. É uma responsabilidade incrível que assumimos com Reinaldo e a equipe da Paramount para contar a história de uma forma que realmente o honre e ao mesmo tempo que irá entreter, iluminar, elevar e inspirar seus fãs e públicos ao redor do mundo. É como abrir uma janela que nunca foi aberta antes”, disse Ziggy Marley.
O filme gira em torno da vida e obra de Marley, grande embaixador do reggae. O próximo passo é partir em busca de um ator para o papel.
O estúdio não anunciou uma data de estreia para o longa.
Bob Marley é considerado o maior expoente do estilo. Sua música simboliza protesto, a emancipação e a busca pela liberdade. O “rei do reggae” vendeu mais de 200 milhões de álbuns em todo o mundo. Ele morreu em Miami, em 11 de maio de 1981, aos 36 anos de idade.
No final de fevereiro, o cantor e compositor Carl Malcolm lançou o single “Deeper Pocket”. A parceria com o produtor musical Willie Lindo, da “Heavy Beat Record”, está disponível nas plataformas digitais.
A canção é uma prévia do próximo álbum, ainda sem data de lançamento.
As letras próprias e bem-humoradas do artista tornaram-se bastante populares na Jamaica e no Reino Unido. Entre elas, estão “Fattie Bum Bum”, “No Jestering” e “Miss Wire Waist”.
“Eu escrevi mais de 1000 canções e nunca parei de gravar meu próprio material. Acho que essa é a única maneira de contribuir com a difusão da cultura”, disse Malcolm.
Você pode ouvir a nova música de Carl Malcolm nos programas Reggae Point e Reggae Vibe, da Mirante FM.
“Satta Massagana,” escrita pelos jamaicanos Bernard Collins, Donald Manning e Linford Manning, celebra seu quinquagésimo aniversário neste ano de 2021.
Embora tenha sido gravada pela primeira vez em 1969, a música só foi lançada em 1971 pelo Studio One, de Coxsone Dodd. Além de se tornar um hino para os adeptos do movimento rastafári, essa composição também se destacou como um dos grandes sucessos do gênero reggae.
O jornal “The Guardian” incluiu “Satta Massagana” em uma lista de músicas que todos deveriam ouvir antes de morrer. A música foi descrita como “uma das músicas que transcendeu todas as fronteiras” e se tornou uma referência devido à sua importância e beleza clássica.
O trio “The Abyssinians” continua ativo, realizando shows que atraem grandes multidões. Em 2017, eles se apresentaram em várias cidades brasileiras como Recife, São Paulo, Aracaju e Salvador. Os shows do grupo receberam aplausos tanto do público quanto da crítica. Mesmo sem lançar um novo álbum nos últimos anos, os músicos estão ansiosos para voltar aos palcos e entoar seus grandes sucessos.