Esta semana tive conhecimento de uma pesquisa que me chamou muito atenção e não poderia deixar de registrar que me suscitaram algumas interrogações. Tratava-se de uma pesquisa sobre os gostos musicas da juventude maranhense (leia-se o gosto de alguns alunos do ensino médio de escolas públicas da capital), o que por si só já é de cara questionável, quem é essa tal juventude? Como generalizar uma amostra de um universo vasto e tão variado? Mas o que me chamou atenção mesmo foram os ritmos citados, 19 estilos musicais foram selecionados e cada pesquisado deveria escolher um, aquele que faria parte do seu gosto. Segundo os dados, a preferência foi pelos ritmos forró, sertanejo e pagode, sendo o gospel o mais citado. Os ritmos rejeitados foram axé, brega e música clássica. O reggae não apareceu na lista.
Surpresa?! Não, nem seria isso, só acho que esta invisibilidade já nos diz muita coisa. Sem desprezar os outros estilos (não é isto que está sendo questionado aqui, respeito o lugar de cada um) como esquecer do título que carregamos de “jamaica brasileira”? É à toa? Onde está o reggae de São Luís? Não é difícil enumerar, há uma quantidade de programas de reggae, uns arrendados por radiolas, que tomam conta da programação diária das estações de rádio tradicionais e comunitárias na capital. E as casas de reggae espalhadas pela ilha? São tantas que chegam a ser incontáveis…
Será que recebemos o título de jamaica brasileira com outro ritmo? Entendam, não quero dizer que o reggae tenha que aparecer em primeiro lugar na referida pesquisa ou em qualquer outra que seja, mas não posso esquecer da minha experiência enquanto DJ, passei dois anos discotecando no Chama Maré para um público formado por jovens e adultos, sem falar do Nelson, Patrimônio, Bar do Porto, Porto Seguro, Trapiche, Reggae Bar, Roots Bar, Túnel do Tempo, etc. Temos mais de um milhão de habitantes e não podemos definir, ou melhor, generalizar o gosto do ludovicense.
Concordo DJ