Durante anos, os produtores Lee Perry e Joe Gibbs produziram centenas de artistas no pequeno país da Jamaica. Muitos deles conseguiram sucesso nacional e internacional. Entre tantos, eu gostaria de destacar uma pessoa que tive o privilégio de entrevistar esta semana, o lendário Leo Graham.
Leo (nome de bastismo Llewellyn Graham) nasceu em Tree Lowene – interior da Jamaica – no dia 01 de março de 1941. Quando pequeno, fazia com que uma simples lata de sardinha se tornasse o seu principal instrumento musical. Vivendo, aprendendo e aperfeiçoando seus dons, montou seu primeiro e único grupo em 1968, o The Bleechers, que contou com a participação de Wesley Martin e Sammy. O grupo chegou a gravar para o J. J. Johnson a música “Adam e Eve”; e ao lado de Byron Lee & The Dragonaires apresentaram-se em diversos shows pela Jamaica. Nos anos 70, já em carreira solo, Leo gravou o seu primeiro single para o amigo e produtor Joe Gibbs, chamado “A Win Them” – que relata a história verídica de superação de um casal para se manterem juntos. A canção se tornou um hit na região e tocava pelo menos 10 vezes por dia nas rádios locais. Posteriormente, vieram “Hard Times”, “Perilous Time” e “Not Giving Up”, distribuídas pela Belmont. Depois, gravou com Lee Perry para o selo Upsetters, em destaque: “Dip Pit”, “It A Go Hot”, “Want A Wine”, “Black Candle”, “Big Tongue Buster”, “New Flash”, My Little Sandra” e “Voodooism”.
Com o surgimento do dancehall nos anos 80 e a morte do seu amigo Joe Gibbs, sentiu-se desestimulado e afastou-se dos estúdios e palcos. Após anos parado, foi redescoberto pelos empresários Ronaldo Alperin e George Castro (da Cia. Espaço Aberto), os quais se empenharam em promover uma turnê pelo Brasil e subsequentemente reativá-lo no mercado fonográfico.
Há pouco menos de um mês, o cantor desembarcou no Brasil tendo realizado seu primeiro show inédito em Fortaleza (CE). Acompanhado pelo também cantor Kush Dan I (Jah Law of Love) confessou está realizado e impressionado com tudo que já viu até agora em nosso país, principalmente em São Luís, onde notou a grande semelhança com sua terra natal.
Quando questionado sobre as produções locais, comentou que, apesar de eletrônicas, são muito boas.
Regravou no estúdio da Hot Star a canção “My Little Sandra” e gravou uma versão para “A Win Them”.
Com uma família grande, apenas o Daweh Congo (filho e autor de Iration, Provherbs e Most Naturally) seguiu carreira artística.
A previsão para sua apresentação em São Luís será no dia 2 de junho, no “Novo Forró do Arlindo”, e contará com a participação de Kush Dan I que prometeu interpretar seu amigo de adolescência, Bob Marley. Além dos artistas, a programação reunirá, também, a radiola Estrela do Som, a banda Capital Roots, a Tenda Roots e muito mais!
DJ Waldiney