Todo preconceito é sinônimo da ignorância humana

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A discriminação racial é uma atitude tão ingênua, que o racista se torna uma criatura digna de pena e não percebe.

Ludmila e Marcão Chumbo Grosso. Foto: Divulgação

Infelizmente, existem pessoas que não compreendem que a discriminação racial é crime. Mesmo assim, o preconceito racial se fortalece em comentários infelizes. São profissionais da comunicação que usam o espaço na mídia para ofender o outro, ou a outra, com atitudes preconceituosas, em que a questão da cor da pele está sempre em evidência. Nas redes sociais, as pessoas expressam os seus sentimentos preconceituosos tendo como argumento a liberdade de expressão e o livre arbítrio.

Vira e mexe, o racismo é um assunto presente na mídia  gerando polêmica. Desta vez, o alvo foi a cantora Ludmila é a mais nova vítima dessa onda racista que se propaga, afetando negros famosos e não famosos. E o que mais envergonha é que o ato preconceituoso partiu de um jornalista, um formador de opinião.

É questionável alguns programas em formato de “Talking Show”, “Jornalismo Comunitário”, em que seus personagens confundem jornalismo com responsabilidade o transformam em verdadeira Ópera Bufa”. Em busca da audiência, eles abusam do humor barato, sensacionalista e cheio de preconceitos contra negros, pobres, nordestinos, religião de matriz africana, gêneros, gerando intolerância e desconforto.

Entres os nomes da TV brasileira, figura o de ‘Marcão Chumbo Grosso’ ou ‘Marcão do Povo’, apresentador do programa “Balanço Geral do Distrito Federal”, na capital federal. De forma insana, inconsequente e reforçando o preconceito, o comunicador agrediu a cantora Ludmila chamando-a de “pobre e macaca”.

O comentário foi feito nos dias 9 e 17 de janeiro, no quadro “Hora da Venenosa”, ao se referir a uma notícia de que a cantora teria evitado fotos com fãs. “É uma coisa que não dá para entender. Era pobre e macaca, pobre, mas pobre mesmo. Sempre falo, eu era pobre e macaco também”, disse, tentando suavizar a ofensa.

Enfim, a primeira medida já foi tomada. A direção da Record TV Brasília demitiu o apresentador Marcão do Povo e suspendeu o quadro “Hora da Venenosa”, apresentado por Sabrinna Albert.

Indignada com a discriminação racial sofrida, Ludmila afirmou que vai tomar todas as medidas cabíveis para punir com rigor o “Marcão Chumbo Grosso”. Segundo a artista, “o caso não vai ficar impune, pois trata-se de um desrespeito absurdo e vergonhoso

Fica evidente que esse cidadão Marcão não possui nenhum pudor ou constrangimento em ofender alguém em rede nacional. Enfim, todo preconceito sinônimo da ignorância humana.

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O Racismo é um julgamento precipitado

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Na quinta-feira passada (17/11),  fui convidado pelo Coletivo Bantu Kunlê para participar de uma mesa redonda em que o tema em questão era a “A Representatividade do Negro e a Mídia”. Clique e Leia

Dia Nacional da Consciência Negra. Foto: Divulgação
Dia Nacional da Consciência Negra. Foto: Divulgação

O bate-papo proveitoso aconteceu no Anfiteatro do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, e contou com a participação da jornalista Ivana Braga, de Salete Farias, Bacharel em Ciência da Computação, e Eduardo Inke, designer e artista visual, tendo como mediadora Carla Georgia, integrante do Coletivo Bantu Kunlê.

Acredito que o bom da conversa foi não tornar o discurso unilateral. Senão, sairíamos de lá, sem polemizar e buscar novas perspectivas para discutir um assunto histórico, centenário e cheio de complexidade.

E a minha contribuição como jornalista, cidadão brasileiro, maranhense, ludovicense e negro, foi a de que devemos discutir o racismo, nos dias atuais, com outro olhar. O olhar de um mundo que gira a cada instante, em que a informação e o comportamento humano sofrem influências nesta nova ordem mundial.

Lógico que a questão do racismo precisa ter a sua história contada a partir de Zumbi dos Palmares e todos aqueles quilombolas, abolicionistas, que lutaram e deram a vida em nome da libertação de um povo  colocado na condição de escravo. Não podemos esquecer que os tempos são outros.

Nós, negros, continuamos maioria na cadeia produtiva deste Brasil continental e miscigenado. Mas, somos minoria no processo da divisão do bolo. Mesmo sabendo da nossa contribuição em diversos aspectos para o desenvolvimento do país, continuamos não sendo levados a sério por essa elite branca e dominante.

As estatísticas estão aí para comprovar. Mas não podemos ficar presos no discurso apenas dos dados, do passado e de uma visão literalmente acadêmica. É necessário a sensatez que precisamos rever a fala. Precisamos mostrar os dados, exigir políticas públicas dos órgãos constituídos e trabalhar autoestima do povo negro sofrido e oprimido, não mais nas senzalas, mas, nas favelas, palafitas, entre outras ocupações vulneráveis existentes pelos quatro cantos desse imenso Brasil. Mostrar e colocar em prática que somos capazes e podemos conquistar a liberdade plena por meio de uma educação com dignidade e ascensão social justa.

Não Basta Ser Negro, tem que participar…

E se o assunto é o negro e a mídia, devemos quebrar paradigmas e repensar os conceitos, mesmo respeitando a tradição histórica. Portanto, vamos, sim, nos apropriar dessa tal mídia tradicional, aberta, até porque ela é uma prestação de serviço, uma concessão pública, em que temos o direito de usufruir quando for necessário e aproveitar desse espaço para dar o nosso grito de liberdade, denunciar contra o preconceito racial. Infelizmente, ainda existe e incomoda.

Defendo que o lugar do negro é em todo e qualquer lugar. O que nos falta é o pagamento real de uma dívida histórica feita com Justiça Social. Mas acredito que uma alternativa para se chegar lá é ampliando a discussão não só para negros, assim como para brancos, pardos, mamelucos, entre outras pigmentações, e legitimar que o preconceito racial é um julgamento precipitado, ou quem sabe, um mal entendido da Humanidade.

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Mulheres Negras marcham pela Igualdade em BSB

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Ocorre nesta quarta-feira (18/11), em Brasília, a 1ª Marcha das Mulheres Negras. A concentração acontece neste momento, no Ginásio Nilson Nelson.  O percurso inclui o Eixo Monumental e área próxima ao Congresso Nacional. A marcha vai retornar ao ginásio, onde ocorrerá um show. A marcha vai ocupar a Esplanada dos Ministérios, dois dias antes do Dia Nacional da Consciência Negra.

Equipe da Secretaria de Mulheres do Maranhão. Foto; Divulgação.
Equipe da Secretaria de Mulheres do Maranhão. Foto; Divulgação.

Entre as questões que serão levadas à marcha, estão temas como visibilidade e identidade das mulheres negras. A violência de gênero, o racismo institucional e o genocídio da juventude negra também integram a agenda das mulheres negras.

Engajadas

O Maranhão será representado pela secretária de Estado da Mulher, Laurinda Pinto, e equipe da Secretaria de Estado da Mulher (Semu). Na agenda, uma visita a Casa da Mulher Brasileira de Brasília (CMB).

A Casa faz parte de um dos eixos do Programa “Mulher, Viver sem Violência”, coordenado pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) do Ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Garante acesso a serviços especializados para ofertar condições de enfrentamento da violência contra a mulher e sua autonomia econômica. É considerada uma inovação no atendimento humanizado às mulheres.

No espaço, serviços especializados de apoio a mulheres vítimas de violência, como acolhimento e triagem, apoio psicossocial, delegacia, juizado, Ministério Público, Defensoria Pública e promoção de autonomia econômica. Há uma área especial para cuidado de crianças, com brinquedoteca, alojamento de passagem e central de transportes.

Significativa

Enfim, a Marcha das Mulheres Negras significa um momento em que elas vão resistir ao preconceito racial cotidiano. Elas vão marchar para que as possam se reconhecer como negras, numa sociedade hipócrita, que, tem a coragem de afirmar, que, no Brasil não existe racismo.

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