Com um olhar poético, o fotógrafo Vicente Júnior reuniu uma série de imagens que questionam a falta de conservação do Centro histórico de São Luís, declarado Patrimônio da Humanidade. A exposição “Tombamento”, que entra em cartaz nesta quinta-feira (18), na Galeria de Arte Sesc, em São Luís.

O fotógrafo, que já havia levado ao público através da exposição “Desterro: a cara da Comunidade”, em 2014, durante a feira do Livro de São Luís, a beleza do cotidiano daquele bairro, agora, com 16 imagens, revela a percepção sobre a condição degradável do Centro Histórico, hoje tomado pelas ruínas, pelo lixo, com paredes, portas e janelas encobertas pela pátina do tempo que pode ser vista a olho nu.

– As fotografias tratam de temáticas que estão no limiar da resistência da memória e da passagem do tempo que lenta e displicentemente consome esse casario tombado como patrimônio histórico da humanidade que como tal, deveria ser conservado para as gerações futuras. Mas que, infelizmente, desmorona a olhos vistos – comenta Vicente.

A lente

Para esse novo trabalho, Vicente Júnior optou por utilizar recursos de câmera analógica, que para muitos pode ser uma tecnologia ultrapassada em tempos de uma sociedade hipermoderna, mas que para ele necessitava de um processo mais lento e artesanal da fotografia que flertasse com o tema proposto.

A exposição Tombamento fica em cartaz até 29 de março, com entrada gratuita. A visitação pode ser feita de segunda a sexta, das 9h às 17h (exceto feriados).

Serviço

O quê

Exposição Tombamento, de Vicente Júnior

Quando

De 18 de fevereiro a 29 de março

Onde

Galeria de Arte Sesc (Centro)

Informações e agendamento

3216-3830 / [email protected]

Entrada gratuita

“Eu Amo o Centro Histórico” é o título da campanha que a Prefeitura de São Luís, lançou na tarde dessa terça-feira (1º), com o objetivo de promover a preservação, proteção e o cuidado do espaço.

Uma caminhada marcou o início das atividades. Debates, apresentações culturais e ações de mobilização se estendem até sexta-feira (4).

Participaram da caminhada, a primeira-dama da capital, Camila Holanda, que é coordenadora geral do programa “Todos por São Luís”, a secretária municipal de Turismo, Socorro Araújo e o subprefeito do Centro Histórico, Fábio Henrique Carvalho, além do presidente da Fundação Municipal de Patrimônio Histórico (Fumph), Aquiles Andrade.

Programação

Quarta-feira (2)

Auditório da Setur
15h – Oficina de Fotografia

Praça Nauro Machado

15h – Exposição Educativa sobre o Lixo no Centro Histórico; Exposição Pop Up
15h – Oficina de Educação Patrimonial; Oficina de Reciclagem (Semosp); Oficina de Reciclagem (Impur) e Oficina de Artesanato para Crianças
17h – Apresentação dos Amigos da Dança
18h30 – Apresentação Cia de Teatro Histórias da Ilha
19h30 – Apresentação do Bloco Tradicional Os Feras

Quinta-feira (3)

Feira da Praia Grande
8h – Roda de Conversa com a comunidade

Praça Nauro Machado
8h – Exposição Educativa sobre o Lixo no Centro Histórico
15h30 – Pula-Pula, distribuição de pipoca, algodão doce e água
15h – Roda de Conversa com a comunidade – Bares e Restaurantes da Praia Grande
15h30 – Apresentação Grupo Recrear É Viver – Peça Infantil sobre a importância do Patrimônio
15h30 – Oficina de Sucata Rede Amiga da Criança; Oficina de Reciclagem
17h30 – Apresentação Grupo Rede Amiga
18h30 – Show
19h30 – Apresentação do Boi Pirilampo

Sexta-feira (4)

Auditório da Setur
9h – Mesa Redonda: Patrimônio, Turismo e Sustentabilidade

Praça Nauro Machado, na Praia Grande, será entregue à população maranhense nesta sexta-feira, dia 12 de junho, Dia dos Namorados.

O local passou por reforma e nesse dia terá uma programação especial junina tendo início às 18 horas.

Uma grande sacada é o FLORESCER, idealizado pelas entusiastas culturais da ilha, Poliene Schalcher e Fafá Lago. O projeto tem como objetivo ornamentar com flores a sacada do prédio da Secretaria Municipal de Turismo e na escadaria Humberto de Campos, e chamar a atenção dos moradores e quem passa pelo local para a imponência, importância e valorização do Centro Histórico, tombado pela UNESCO, como Patrimônio da Humanidade.

Nesta quarta-feira, a partir das 16 horas, será assinado o Termo de Adesão ao projeto na sede da Secretaria Municipal de Turismo, que tem a Prefeitura de São Luís, como parceira, além do Sindicato de Empresas de Hospedagem e Alimentação do Maranhão (SEHAMA). Em seguida será dado início os trabalhos de reflorescimento da área.

Oito tipos de flores, entre alfinetes vermelhos e amarelos, alamandra, grama roxa, lantana, clorofito, amor de onze horas e aspargo, e 168 pés de plantas serão distribuídos em 28 vasos colocados na sacada da sede da Setur. Na escada Humberto de Campos serão colocados 14 jarros com 14 arecas, um tipo de palmeira muito conhecida no Brasil e bastante resistente ao clima de São Luís.

E que aconteçam outras intervenções do projeto FLORESCER em outros polos do Centro Histórico e que o projeto ganhe outros aliados, seja ele, de instituição pública, privada ou da sociedade civil.

Criada a primeira subprefeitura no Centro Histórico de São Luís. E no comando o turismólogo Fábio Henrique Farias Carvalho.

A subprefeitura ira funcionar no mesmo prédio da Secretaria Municipal de Turismo. Fábio Henrique Carvalho explicou que ela terá um olhar especial no centro da cidade de São Luís, em todos os onze bairros que compreendem o Anel Viário.

Fábio Carvalho garantiu, ainda, que  a subprefeitura também vai trabalhar em conjunto com as secretarias Municipal e Estadual de Turismo e a de Cultura, além da Fundação Municipal de Cultural (Func).

Quem visita São Luís tem como um dos cartões postais mais imponente da cidade, a Praia Grande, em pleno Centro Histórico. Foram intensificadas ações no sentido de revitalizar a área. A segurança do local foi reforçada, assim como o trabalho de limpeza, lavagem das ruas e escadarias, além da varrição e coleta do lixo, manutenção da iluminação pública, poda de árvores e restauração do calçamento.

Outras intervenções previstas para a próxima etapa são a instalação de lixeiras subterrâneas, a reforma dos banheiros do Mercado das Tulhas e a implantação de uma base da Polícia Militar na Praça Nauro Machado, que também será utilizada pelo Batalhão de Policiamento Turístico. Também serão desenvolvidas, na área do Centro Histórico, ações de saúde, como o projeto “Crack: é Possível Vencer”, para prestar assistência à população de rua e atendimento aos usuários da droga. A ação será coordenada conjuntamente pelas secretarias de Saúde municipal e estadual.

Os primeiros passos estão sendo dados, por meio de uma parceria entre a Prefeitura de São Luís e o governo do Estado. Resta agora, os comerciantes, moradores da região, e à população em geral, que frequenta a Praia Grande, fazerem à sua parte. E o desejo é que essas ações se estendam a todo o Complexo Histórico de São Luís, tombado como Patrimônio da Humanidade, pela Unesco.

Fiz um passeio pela Praia Grande na noite de sexta-feira (7/11), e mais uma vez sai de lá decepcionado com o cenário e cenas degradantes e deprimentes. A impressão é que mesmo que a Humanidade se encontre em uma evolução contínua e ascendente, tem um comportamento anormal. Ele (o humano) ignora simplesmente aquilo que definimos como real. Tudo em nome do individualismo. Eu me refiro a uma parcela significativa da população maranhense, especialmente a ludovicense, que prefere a apreciar a sua zona de conforto à convergir com um problema que é coletivo.

É chato bater sempre na mesma tecla. Mas, não justifica um dos cartões de visita mais imponente de São Luís, Patrimônio da Humanidade  tombado pela Unesco se tornar alvo do descaso. Além de mendigos, “hippies”, uma população alucinada pelo “crack”, entre outras substâncias lícitas e ilícitas, vagando pelas ruas e becos do Centro Histórico, encontramos por lá, gente mal educada jogando lixo no chão, dirigindo, estacionando carros em locais proibidos e casarões abandonados servindo de abrigo para quem a vida perdeu sentido. E o maior agravante ao problema é a cegueira total da sociedade civil e organizada desse Estado.

Como já dizia o educador Paulo Freire: “A única coisa capaz de formar um ser humano é a consciência crítica, a capacidade de pensar seu ambiente e suas relações. Alfabetizar é isso, não é aprender a escrever o próprio nome num papel.” Portanto, muita reflexão e ações concretas para que possamos legitimar um amor verdadeiro por São Luís.