O Racismo é um julgamento precipitado

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Na quinta-feira passada (17/11),  fui convidado pelo Coletivo Bantu Kunlê para participar de uma mesa redonda em que o tema em questão era a “A Representatividade do Negro e a Mídia”. Clique e Leia

Dia Nacional da Consciência Negra. Foto: Divulgação
Dia Nacional da Consciência Negra. Foto: Divulgação

O bate-papo proveitoso aconteceu no Anfiteatro do Centro de Criatividade Odylo Costa, filho, e contou com a participação da jornalista Ivana Braga, de Salete Farias, Bacharel em Ciência da Computação, e Eduardo Inke, designer e artista visual, tendo como mediadora Carla Georgia, integrante do Coletivo Bantu Kunlê.

Acredito que o bom da conversa foi não tornar o discurso unilateral. Senão, sairíamos de lá, sem polemizar e buscar novas perspectivas para discutir um assunto histórico, centenário e cheio de complexidade.

E a minha contribuição como jornalista, cidadão brasileiro, maranhense, ludovicense e negro, foi a de que devemos discutir o racismo, nos dias atuais, com outro olhar. O olhar de um mundo que gira a cada instante, em que a informação e o comportamento humano sofrem influências nesta nova ordem mundial.

Lógico que a questão do racismo precisa ter a sua história contada a partir de Zumbi dos Palmares e todos aqueles quilombolas, abolicionistas, que lutaram e deram a vida em nome da libertação de um povo  colocado na condição de escravo. Não podemos esquecer que os tempos são outros.

Nós, negros, continuamos maioria na cadeia produtiva deste Brasil continental e miscigenado. Mas, somos minoria no processo da divisão do bolo. Mesmo sabendo da nossa contribuição em diversos aspectos para o desenvolvimento do país, continuamos não sendo levados a sério por essa elite branca e dominante.

As estatísticas estão aí para comprovar. Mas não podemos ficar presos no discurso apenas dos dados, do passado e de uma visão literalmente acadêmica. É necessário a sensatez que precisamos rever a fala. Precisamos mostrar os dados, exigir políticas públicas dos órgãos constituídos e trabalhar autoestima do povo negro sofrido e oprimido, não mais nas senzalas, mas, nas favelas, palafitas, entre outras ocupações vulneráveis existentes pelos quatro cantos desse imenso Brasil. Mostrar e colocar em prática que somos capazes e podemos conquistar a liberdade plena por meio de uma educação com dignidade e ascensão social justa.

Não Basta Ser Negro, tem que participar…

E se o assunto é o negro e a mídia, devemos quebrar paradigmas e repensar os conceitos, mesmo respeitando a tradição histórica. Portanto, vamos, sim, nos apropriar dessa tal mídia tradicional, aberta, até porque ela é uma prestação de serviço, uma concessão pública, em que temos o direito de usufruir quando for necessário e aproveitar desse espaço para dar o nosso grito de liberdade, denunciar contra o preconceito racial. Infelizmente, ainda existe e incomoda.

Defendo que o lugar do negro é em todo e qualquer lugar. O que nos falta é o pagamento real de uma dívida histórica feita com Justiça Social. Mas acredito que uma alternativa para se chegar lá é ampliando a discussão não só para negros, assim como para brancos, pardos, mamelucos, entre outras pigmentações, e legitimar que o preconceito racial é um julgamento precipitado, ou quem sabe, um mal entendido da Humanidade.

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Roda de Conversa sobre a relação do Negro e a Mídia

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Novembro é o mês da Consciência Negra. O Coletivo Bantu Kunlê, que existe há três anos, em São Luístem como foco de atuação o fortalecimento e empoderamento da população negra maranhense.

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Por conta disso, tem desenvolvido diversas ações no intuito de instrumentalizar os afrodescendentes quanto a sua cidadania e pertencimento racial.

Entre os dias 17 e 29 de novembro, o Coletivo Bantu Kulê realiza diversas rodas de conversas, com o tema central “UBUNTU: Eu sou, porque nós somos”.

O objetivo é discutir em bairros, praças e espaços sociais para construir um dialogo nas comunidades, cujo o entendimento para a criação de sociedade mais igualitária socialmente e racialmente justa.

PROGRAMAÇÃO

Rodas de conversa, debates e apresentações culturais.

17 de novembro – Anfiteatro do Odylo Costa Filho às 19h
Mesa Redonda: Representatividade Negra e Mídias

18 e 19 de novembro – Comunidades do Goiabal e Vila Embratel -18h

Projeto Papo Reto: PEC 241 e Reforma do Ensino Médio no Brasil: E nós juventude negra, como fica mano ?-

Dia 28 e 29 de novembro- Sala de Multimídias do Odylo Costa Filho das 9h às 17h

Oficina de Elaboração e Gestão de Projetos Sociais com Acessibilidade com modelagem para Lei Rounet e Lei Estadual de Esporte, Cultura e Lazer.

Dia 30 de novembro- Anfiteatro do Odylo Costa Filho -17h

Estética Negra e Empoderamento Social: E aí,o que diz o teu Black?

Show cultural ENEGRECER É PODER com Tássia Campos, Andrea Frazão, Grupo Artístico Lélia Gonzales, Grupo de Dança Resistência de Rua e Banda Yunguerê – às 20h

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