Tambor de Crioula é destaque no Rio Grande do Sul
Aconteceu no último fim de semana, em Porto Alegre, uma celebração, que reuniu as manifestações afro gaúcha e maranhense com roda de tambor de crioula, tocado com Sopapo e tambores do Candombe. O evento contou com a oficineira maranhense Carla Coreira, que vem percorrendo diferentes estados do país, realizando palestras e oficinas sobre as manifestações populares maranhenses.
O tambor de crioula é uma manifestação afro maranhense, patrimônio imaterial do Brasil, que durante muitas décadas foi proibido de se apresentar em locais públicos, perseguido pelos governos e forças de segurança, assim como era a Capoeira. Hoje, é um dos atrativos mais procurados no Estado por turistas e visitantes de todo o mundo, estando presente principalmente nos festejos de São João, mas realizado o ano todo em festas de aniversário, casamento, pagamentos de promessas ou para uma simples reunião de amigos.
O evento que aconteceu em Porto Alegre, iniciou no sábado com oficina de dança tambor de crioula. As participantes puderam conhecer um pouco mais sobre a manifestação popular e sua importância para os maranhenses, relembrando questões políticas relacionadas à escravidão e o cotidiano dos descendentes de africanos no Estado até os dias de hoje.
No domingo, a oficina foi de toques de tambor de crioula e também de manifestações afro gaúchas como os toques de Nação. Utilizando os tambores gaúchos, os participantes experimentaram o clima de uma boa roda de tambor, na festa intitulada SOPAPUNGA, uma mistura de tambor de Sopapo com a punga do tambor de crioula. Uma forma de unir ainda mais as duas culturas, mostrando também que somos de uma mesma raiz.
Durante a tarde também houve degustação de bebidas e doces maranhenses, como a cachaça tiquira que não pode faltar numa roda de tambor de crioula. Uma exposição de fotos do fotógrafo falecido RafaelBavaresco,gaúcho que viveu mais de dez anos no Maranhão e retratou o dia a dia de diversos pontos do Estado. Também rolou um bazar com produtos dos artistas envolvidos no evento e roupas e acessórios da estilista maranhense Têka Art’s.
A proposta inicial do evento também previa o batizado da parelha de tambor de crioula (nome dado ao conjunto dos três tambores de crioula), que estava sendo construído em Porto Alegre. Porém, os tambores apresentaram problemas e tiveram de ser descartados. Com isso, surge a oportunidade de realizar mais uma bela roda de tambor para batizar a nova parelha que, desta vez, virá direto do Maranhão.