O Coletivo Teatro do Redentor apresenta o espetáculo “Cão Morto”, dias 19, 20, 26 e 27 deste mês, às 19h, no Centro Cultural Vale Maranhão, situado na avenida Henrique Leal 149, Praia Grande, no Centro Histórico de São Luís. A entrada é gratuita. Os Ingressos, num total de 55, devem ser retirados 30 minutos antes da apresentação.
Inspirado no texto “O mendigo ou o cachorro morto” de Bertolt Brecht, “Cão Morto”, com adaptação feita pelo ator Josué Redentor, que, também, encena ao lado de Thaty Yazigi. É uma tentativa de fotografar em lentes épicas, um diálogo travado entre um rei e um mendigo, que coloca em questão nossas existências, sobretudo políticas.
• FICHA TÉCNICA
Texto: Bertolt Brecht
Tradução: Luiz Antônio M. Correa
Adaptação: Josué Redentor
Encenação: Josué Redentor e Tathy Yazigi
Atuação: Josué Redentor
Percussão: Eduardo Lima
Cenografia e figurino: Josué Redentor e Tathy Yazigi
Sexta (26/5) e sábado (27/5), o Coletivo Teatro do Redentor, apresentará no teatro Alcione Nazaré o espetáculo “ Para uma avenca partindo”. Com texto de Caio Fernando Abreu. A peça é um monólogo que conta a história de um homem triste, pobre e desesperado que ama e não aceita a dor da despedida. Através de um discurso sincero, se expressa por palavras gestos, risos e silêncios, no entanto, não consegue dizer o que honestamente sente ou sem dizer já o diz. A cada tentativa frustrada de expressar seus sentimentos, vai potencializando sua batalha por este amor, como se ainda fosse possível impedir a partida.
O trabalho pode se interpretado como uma apresentação, um ato cênico, uma performance ou até mesmo histórias independentes contadas , girando sempre em torno de um mesmo tema: O Amor, variando entre amor e sexo, amor e morte, amor e abandono, amor e alegria , amor e memória, amor e medo, amor e loucura. Mas se o espectador também quiser, pode ser uma espécie de romance-móbile. Um romance desmontável, onde as peças talvez possam completar-se, esclarecer-se, ampliar-se ou remeter-se de muitas maneiras umas as outras, para formarem uma espécie de todo, aparentemente fragmentado, mas de algum modo, completo.
Sobre a música
A música no espetáculo tem papel fundamental, o pianista russo, radicado no Maranhão, Evgeny Itskovich, cria uma trilha sonora exclusiva para a peça. A sonoridade criada no decorrer da peça, surge na tentativa de diálogo entre o ator Josué Redentor, o músico, espectador e espaço. A música vira um personagem que fala diretamente com o ator em cena e vem para discutir e se integrar com os demais elementos da encenação. O papel do pianista é de respirar junto com Josué e interagir com sonoridades diversas, parecido com o cinema mudo, que explora os sentimentos e o ritmo cênico, criando uma atmosfera dinâmica para cena.
O Coletivo Teatro do Redentor
A pesquisa de linguagem cênica do Coletivo Teatro do Redentor tem início no ano de 2005, quando o ator Josué Redentor resolve reunir alguns amigos de profissão para formar um coletivo de estudos continuados em artes cênicas, buscando um ponto de interseção entre: performance, dança, música e teatro. Com o objetivo de aglutinar olhares diversos e com eles estimular processos criativos contemporâneos e reflexões plurais sobre teatro e arte.
Sob forte contaminação do vírus da performance, dança, música e teatro, o Teatro do Redentor, realiza questionamentos a respeito do mundo, da arte e do ser no contexto presente. Cada trabalho é uma tentativa de dialogar com o contemporâneo, o caos e suas sensações.
Ao longo dos seus doze anos de trajetória, o grupo participa ativamente das principais mostras e festivais do seu estado e de outras capitais: Mostra Sesc Guajajaras de artes(participou de 06 edições), Semana de teatro no Maranhão(participou de 08 edições), Festival ponto de vista de teatro/ UFMA (participou de 02 edições), Mostra de arte contemporânea / UFMA(participou de 02 edições), Encontro Humanístico/ UFMA(participou de 04 edições).
No ano de 2015, foi comtemplado para compor a programação da “Caravana 3 Marias” no Maranhão, projeto agraciado com o prêmio funarte de teatro Myriam Muniz, e recentemente participou do 23º Festival nordestino de Teatro de Guaramiranga (2016). Atualmente o núcleo trabalha com textos não dramáticos. São contos, crônicas, cartas, manifestos de autores consagrados e dramaturgia própria.
Serviço: O quê: Espetáculo Para Uma Avenca Partindo Onde: Teatro Alcione Nazaré Quando: Sexta (26) e sábado (27) de maio Horário: 19h
“Para uma avenca partindo”, do Teatro do Redentor, representa o Maranhão, no 23° FNT – Festival Nordestino de Teatro, que acontece a partir deste domingo, dia 3 de setembro, e vai até o dia 10 de setembro, em Guaramiranga, cidade serrana do Ceará.
O texto de Caio Fernando Abreu ganhou esta adaptação de Josué Redentor, que divide o palco com o pianista Evgeny Itskovich. A montagem do grupo maranhense tem a direção de Áurea Maranhão, com o apoio de Maria Itskovich. A apresentação, que integra a Mostra Nordeste, carro-chefe do Festival, será no dia 8, às 19h no Teatro Rachel de Queiroz.
Concepção
O espetáculo, concebido, há anos, por meio de experiência na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), foi apresentado em diversos espaços locais, sempre com boa aceitação do público. Maria Itskovich disse que já assistiu a várias montagens da peça, mas segundo ela, o trabalho evoluiu, está mais maduro.
– Nós passamos por diversas transformações que fazem parte do processo da montagem do espetáculo. Estamos sempre experimentando fórmulas novas, reinvenções, para que o monólogo tenha consistência e se legitime a cada apresentação. Enfim, esse é o desafio. Sinto que o trabalho está mais maduro. Ganhou uma textura, uma qualidade muito grande com a presença de Áurea Maranhão na direção. Ela veio para polir o trabalho desenvolvido com competência pelo Josué como ator e Eugene como autor da trilha sonora do espetáculo. Até pouco tempo estávamos em fase de transformação. Áurea trouxe novos elementos na cenografia como um todo – ressaltou.
Protagonista
Josué Redentor diz que “Para uma Avenca Partindo” retrata a história de um rapaz que tenta dizer algo ao seu amor antes que ele parta. Estando na estação de ônibus o rapaz fala, mas não diz nada. Seu amor parte sem que ele consiga exprimir todo o sentimento contido. O conto é metafórico e carrega na avenca sua principal indagação.
– As avencas são plantas que denotam fragilidade e são difíceis de crescer, além de carregarem a fama de espantar o mau-olhado e capazes de absorver as energias negativas – define.
Josué Redentor é ator, encenador, graduando do curso de teatro da UFMA, técnico em artes cênicas, habilitado na escola Cacem/Centro de Artes Cênicas do Maranhão e professor de Expressão Teatral no NASA/Núcleo de Assistência a Saúde do Adolescente, projeto de extensão da UFMA.
Ativo no campo das artes há nove anos, já participou de várias montagens com diversos grupos de teatro do Maranhão e já fez parte do elenco fixo da Companhia Tapete Criações Cênicas e do Grupo Teatral Improviso.
Trilha Sonora
Indagado sobre a participação na peça, Eugene diz que, embora seja um monólogo e intimista, a trilha existe como um diálogo.
– Embora seja um monólogo, a peça não é formal. Eu criei uma trilha sonora conceitual e autoral em que interfiro na própria ação do ator. Embora intimista, a trilha ajuda a entrar no ambiente da peça e aproximar mais o público. Enfim, é uma triangulação entre o músico, o ator e o público. Temos uma ampla liberdade de interação – assegura.
Conquista
“Para uma Avenca Partindo” passou por um processo de seleção concorrendo com várias peças teatrais de todo o país e acabou sendo selecionada para participar do festival.
Eugene disse que a peça seguiu os critérios da seleção e foi selecionada. Para ele, é uma conquista justa de um trabalho que está dando certo.
– Passamos pela seleção. È a nossa apresentação fora do Maranhão. É uma realização muito grande. É a valorização de um trabalho contínuo – acrescenta.
Para Maria Itskovich, é uma experiência muito valiosa está participando de um festival em que vai mostrar o cenário do que está sendo produzido no universo do teatro brasileiro.
– É um reconhecimento para o trabalho que está sendo feito. Estamos na expectativa e ansiosos. É uma troca de conhecimento participar do festival. Vamos representar o Teatro do Maranhão o que não deixa de ser um desafio e um grande orgulho. Vamos mostrar a consistência do trabalho. Esperamos que seja a primeira de muitas apresentações do espetáculo fora de São Luís – admite.
Intercâmbio
Áurea Maranhão, diretora do espetáculo, garantiu presença em Guaramiranga. Ela disse que o mais importante para a vida de um espetáculo é que ele circule, viaje, seja visto.
– A peça esteve em temporada na Pequena Companhia de Teatro, numa linda parceria com o grande diretor Marcelo Flecha e circulou alguns festivais em São Luís. E levar o nosso trabalho para além do Maranhão, gera a possibilitar esse intercâmbio, pois levará gente do Brasil para Guaramiranga, no Ceará – pontuou.
Possibilidade
Sobre a possibilidade de transformar a peça em filme, Áurea disse que é mais um projeto em parceria com o Teatro do Redentor, o Espaço ECI MUSEUM / Museu Russo do Maranhão e o NUPPI / Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem.
– Mas não está finalizado, trabalhamos num caráter de pesquisa e sem financiamento. E sabemos o que implica um processo cinematográfico. Nosso desejo é buscar financiamento para finalizar esse projeto – finaliza.