Tulipa Ruiz: ‘a celebridade na nova ordem musical brasileira’
A cantora paulistana Tulipa Ruiz se apresenta pela primeira vez em São Luís com a turnê “Efêmera”, no Teatro Artur Azevedo. A artista conversou com o portal imirante.com sobre a trajetória de apenas quatro anos mais bastante elogiada por David Byrne, pela crítica, especialmente, o jornal inglês “The Guardian”. Para o períodico, a cantora tem todos os ingredientes para ser a próxima grande celebridade brasileira devido à graça de suas canções e poderosa presença de palco. Show conta com a participação do músico maranhense Djalma Lúcio.
Legado
– Eu gosto de tanto dos discos de cabeceira, que são discos que eu escuto desde pequeno. Impressionante como eles me inspiram, são sempre atuais, sempre frescos. O meu desejo é de fazer uma música assim. De repente uma velhinha, uma criança vai ouvir e fazer sentido daqui há vinte anos. Não pretendo inspirar, eu pretendo expirar. O meu desejo é permanecer fresca -.
Rótulo MPB
– Essa coisa de rótulos às vezes me incomoda um pouco. A gente pode ser tanta coisa. Eu posso fazer uma viagem para Pequim, na China, e conhecer uma galera de lá e fazer uma música que não seja em português. Enfim, o gênero de um artista é uma coisa tão em processo, tão mutante. Mas ao mesmo tempo eu entendo que essas categorizações são necessárias para as pessoas entender a gente. Eu não morro de amores, mas eu aceito -.
A Crítica: ‘The Guardian’
– É uma situação nova para o artista hoje, pois antigamente a palavra celebridade era direcionada para quem tinha muito dinheiro. Mas quem faz música hoje está na curva da indústria, numa curva dos meios de comunicação. Para mim tudo isso aí ainda é muito novo. Eu ainda estou tentando entender. Agora, essa situação não me incomoda. Não tenho medo, até porque o meu pai é jornalista e crítico musical. Essas coisas que saem na imprensa não me deslubram e tampouco me assustam.
Rock In Rio
– A projeção de tocar no Rock In Rio foi uma coisa absurda. Eu conseguiu aumentar o meu público. A gente tocou junto com a Nação Zumbi e muito gente que foi ao show passou a conhecer o meu trabalho nesse dia. E o palco Sunset foi interessantíssimo e espero que nas próximas edições do festival no Brasil ele esteja presente e até mais valorizado. Lá, rolaram encontros especiais e muitos preciosos. O encontro e os ensaios com a Nação Zumbi foram legais. Acabamos fazendo o show juntos. Participar do Rock In Rio foi um momento marcante para a minha carreira, pois era um festival que acompanhei quando criança em 84, no Brasil. E de repente lá estava como atração. Foi mais um circuito para que eu pudesse apresentar a minha música. Conquistei um público novo, um público de massa. O trabalho tem sido mostrado em trilhas de novelas e apresentado no Game da Fifa, no ano passado. Enfim, tudo isso é importante, pois novas pessoas chegaram ao meu trabalho –
Efêmera
– A gente está se despedindo da turnê Efêmera. O show em São Luís será o penúltimo show. O encerramento da turnê será em Natal (RN). Está todo mundo à flor da pele nesse momento de despedida. Estamos trazendo o show pela primeira vez a São Luís e a gente lamenta que ainda tem muitos lugares por onde a turnê não passou o que fica difícil de abandonar o “Efêmera”. Fizemos um show em São Paulo, na semana passada, onde brincamos ao mudar o setlist. Coisas novas foram apresentadas no palco. Até o último segundo estou aprendendo com essa turnê que chega a São Luís. A banda é formada por Márcio Arantes (baixo), Caio Lopes (bateria), o pai Luis Chagas (guitarra) e o irmão Gustavo Ruiz, que produziu os álbuns ‘Efêmera e ‘Tudo Tanto’ (guitarra) e um repertório direcionado ao “Efêmera”.
Tulipa Ruiz X Djalma Lúcio
– Estou ansiosa para conhecer o trabalho de Djalma Lúcio. Fiz um passeio por São Luís e encontrei alguns amigos daqui que conhecem o trabalho dele. E todos foram unânimes em dizer que iriam ao Teatro Artur Azevedo assisti a mim e ao Djalma –
Djalma Lúcio X Tulipa Ruiz
– É um privilégio, uma surpresa participar da abertura do show da Tulipa Ruiz. O convite surgiu de um jeito inesperado para mim e aceitei o desafio. Ao mesmo tempo é uma sincronia linda porque descobri há menos de um mês o CD “Efêmera”. Eu estou ouvindo o disco e achando tudo lindo. Descobri umas referências prováveis dela, de Caetano Veloso e de outros artistas que gosto. Isso me estimulou para que preparasse um show econômico, curto, solo e intimista para guitarra. Em um ‘set’ pequeno iremos mostrar canções do EP “Conforme Prometi no Reveillon”, de 2010, além de uma canção inédita que estará no meu próximo disco, e ‘Haicai’ feita no período da Catarina Mina, e que as pessoas pedem em show. E lógico iremos atender -.
Foto: David Fortes/Imirante.com