Bandeira Tribuzi reverenciado pela Marambaia
Bandeira Tribuzi, poeta, jornalista, economista e autor do hino “Louvação a São Luís” terá a vida contada no enredo da Marambaia do Samba, no Carnaval da Passarela do Samba, no Anel Viário.
No mês do aniversário de 89 anos, o poeta, jornalista e escritor Bandeira Tribuzi será o grande homenageado com o samba enredo “De Tribuzi a São Luís, uma louvação ao Carnaval”. A agremiação, sediada no Bairro de Fátima, relembrará a trajetória do homem que introduziu o Modernismo no Maranhão e fundou, ao lado de José Sarney, o jornal O Estado do Maranhão.
A escola de samba do Bairro de Fátima, sob o comando do carnavalesco Denys Melodia, vai desfilar com 18 alas, quatro alegorias, dois tripés e cerca de 1.600 pessoas.
Homenageado
José Tribuzi Pinheiro Gomes nasceu em 2 de fevereiro de 1927 e morreu no dia 8 de setembro de 1977, em São Luís. Deixou como legado uma obra que contempla áreas distintas e comprova a grandeza do maranhense. Dono de espírito irrequieto, o poeta caminhou com desenvoltura pelo jornalismo, economia, política e música.
Filho do português Joaquim Pinheiro Ferreira Gomes e da maranhense Amélia Pinheiro Gomes (teve o codinome incorporado ao nome devido à predileção pela obra de Manuel Bandeira, a quem admirava), antes de completar 3 anos de idade seguiu com a família para a terra natal do pai.
Na Europa, frequentou escolas em Porto, Aveiro e Coimbra e por lá permaneceu até concluir sua formação superior. Formado em Filosofia e Ciências Econômicas e Sociais, Bandeira Tribuzi retornou a São Luís em 1946.
Apesar de filho de comerciante bem-sucedido, não assumiu cargo na firma do pai. A sólida formação humanística o impeliu para outras paragens. Sob a influência de nomes como Sá-Carneiro, José Regio, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade, além de García Lorca, o poeta e escritor logo contagiaria sua geração com ideias novas.
Não tardou para que o jovem poeta unisse em torno de sua figura um grupo de jovens amigos para discutir artes plásticas, música e literatura. Tribuzi foi o primeiro a mostrar aos maranhenses versos do Modernismo. Apesar de ter voltado ao Maranhão, vindo de Portugal, em 1946, portanto anos depois da Semana de Arte Moderna de 1922, ainda encontrou seus conterrâneos escrevendo em rimas e simetria de versos.
A obra de Tribuzi no gênero poesia está publicada em 10 livros e foi reunida no volume “Poesias Completas” (1979), reeditado em 1986 com o título de “Poesia Reunida”. Em 2002, os versos do poeta ganharam nova seleta em “Obra Poética”, dentro da coleção Maranhão Sempre, editada pela Secretaria de Estado de Cultura, com direito a textos de José Sarney, Jomar Moraes e Nauro Machado.
Relíquia
Em sua biografia, destaca-se a autoria da marcha-rancho “Louvação a São Luís”, tomada como hino da cidade que tanto cantou. Amigo e contemporâneo do escritor José Sarney, com o qual fundou o jornal O Estado do Maranhão. Tribuzi morreu dia 8 de setembro de 1977, aos 50 anos.
Publicou, no gênero poesia, os livros “Alguma existência” (Edição do autor. São Luís, 1948), “Rosa da Esperança” (Rio, Orfeu, 1950), “Safra” (Rio/São Luís, Departamento de Cultura, 1961), “Sonetos” (São Luís, 1962), “Pele e Osso” (Rio, Orfeu, 1970), “Breve memorial de longo tempo” (São Luís, 1977) e “Guerra e paz; in Itinerário” (Fortaleza-CE).
Após sua morte teve publicadas as obras “Poesias completas” (Rio/Brasília, Cátedra/INL, 1979, inclusive as obras anteriormente publicadas acrescidas dos inéditos “Canções do exílio”, “Viola de amor”, “Romanceiro da Cidade de São Luís”, “Intimo comício e outros poemas”), “Rosamonde (o touro da morte)” (São Luís, Sioge, 1985), “Tropicália consumo&dor” (São Luís, Sioge, 1985) e “Obra poética” (Editora Siciliano, São Paulo, 2002).
Bandeira Tribuzi assina ainda a novela “Da conveniência de fazer-se um deputado conveniente” (São Luís, Sioge, 1985). No campo da economia assinou “Esboço da formação da economia maranhense. Comportamento recente da economia maranhense. Perspectiva econômica das BRs no Maranhão” e “Formação econômica do Maranhão: uma proposta de desenvolvimento” (São Luís, Fipes, 1981).