Soberania…

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assembleia4.jpgO telejornal Bom Dia Brasil, da Rede Globo. trouxe como um dos destaques da edição desta terça-feira (26), sobre a velha polêmica dos bailes funk, um gênero musical que serve de referência aos cariocas, e querendo ou não conquistou uma legião de fãs Brasil afora. Ao perceber a polêmica no funk, lembrei do que acontece com o reggae no Maranhão, onde alguns puristas fazem vista grossa ao movimento e reforçam o preconceito contra o gênero. É simples: tanto o funk quanto o reggae nasceram e são fundamentados nos Guetos. E na cabeça dos preconceituosos de plantão vem o estigma e a asociação das duas vertentes com todo tipo de violência. Música é arte, um direito a cidadania. Violência é algo provocado pelo psíquico e pelo regime de ‘casta’ em muitos são impostos a conviver.

Pois bem, vamos aqui acreditar que alguém faça apologia as drogas, ou incentiva a criminalidade, em letras de funk ou reggae. Agora, não podemos esquecer que os dois gêneros, originários dos guetos de dois países distintos e do mesmo continente americano(EUA e Jamaica), têm uma função social da diversão, da liberdade de expressão e movimentos de resistência, que só agregam valôres. Basta apenas um toque de sensibilidade para percerber.

Neste caso, prefiro relativizar acreditando que na vida existe o bem e o mal, o bom e o mau. Portanto, prefiro não dividir opiniões e acreditar que o funk carioca pode virar movimento cultural e musical.

Daqui a uma semana os deputados do Rio de Janeiro votam projeto de lei que inclui o funk em iniciativas de educação e lazer. E também decidem se revogam a lei que criou várias restrições para a realização dos bailes. Na prática, a lei aprovada no ano passado gerou repressão às festas, mas não impediu a realização de eventos longe da ação da polícia.

No meio à discussão, o presidente da Associaão dos Profissionais e Amigos do Funk, MC Leonardo, acha que é ‘um desserviço total, imaginar que o traficante vai olhar um para cara do outro, vai falar ‘tem uma lei aí que proíbe baile funk’.

– É uma utopia, ela só criminalizou as pessoas que querem dar opção de divertimento fora das favelas para a população do Rio – opinou.

– Tudo o que vale para o rock, para o forró e para o samba tem que valer para o funk. Não tem porque termos uma lei discriminatória contra um determinado ritmo – defende o deputado Marcelo Freixo, da Comissão de Direitos Humanos da Alerj.

– Cada um tem o direito de se expressar, desde que respeite o espaço dos outros – diz um homem.

– A gente vai impedir o divertimento de muita gente? Tem que existir sim, claro – diz uma mulher.

– De uma maneira que pudessem todos freqüentar. É igual ao futebol. Se vai reprimir o futebol? – questiona outra mulher.

Lógico, que muitas letras de funk, os chamados “proibidões” que fazem apologia à violência às drogas, contribuíram para uma certa estigmatização. O fato é que o funk veio para ficar, está aí há 40 anos, pode ter letras positivas. É importante que os bailes de Funk, Reggae, aconteçam onde o Estado atua, incluindo socialmente as comunidades. Com o cuidado e o respeito ao espaço de todos.

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Tome Baile…

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Mucuripe Club lotado, no último sábado (22), para o show de lançamento da edição 2009 do Ceará Music com Seu Jorge e banda. Ele aproveitou para mostrar a turnê do seu último CD “América Brasil”. Foi uma autêntica farra de samba rock, funk, soul, com direito a momento intimista de Seu Jorge. Destaque ainda para a “big band”, o conjuntão, como define o artista.

É uma grande família que não fica resumida a cozinha do palco. Vai pra sala, pra frente dele, e interage com coreografias, harmonizando a canções com solos de cada integrante da banda. Foi prazeroso ver o maranhense Júnior Gaiato, com a sua gaita, seu arco e violino solando na releitura feita para “Mas Que Nada”, de Jorge Ben(jor) e “Sossego”, de Tim Maia. Enfim, assistir ao show de Seu Jorge é sentir-se num “Baile Moderno”.

E por falar em Samba Rock, o gênero que se virou mania nacional, será a grande sacada do Ceará Music. Os organizadores da festa apresentarão como sugestão para dançar o “Arco da Lapa”. Além de samba, o espaço será garantido pelo electro funk feito dos cariocas. Foram também anunciadas as bandas que estarão no palco principal do Festival, entre as quais, o Rappa, Jota Quest. Biquini Cavadão. Tem ainda Lulu Santos, Cláudia Leite. No ‘cast’ dos Djs destaque para o paulista Gui Borato O Ceará Music está marcado para outubro, no Marina Park.

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Nômades

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Assistir ao show e logo em seguida procurei a rapaziada do Chico Corrêa e a Electronic Band (PB). A primeira impressão é a de que como Chico Science e o seu Mangue Beat fizeram escola Pernambuco afora. Lógico, já tinha ouvido falar e já tinha incursionado em algumas coisas feitas pelo Chico Corrêa. 

O contato direto com a banda no palco principal da Feira da Música legitimou o que eu pensava a respeito do projeto musical renovador de Chico, apontando para uma trilha saliente que impressiona pela liberdade com que seus músicos encontram parentescos entre os gêneros tão diversos quanto rock, funk, bossa nova, baião, samba, côco, jazz, jungle, trip hop, dub e por aí vai.

Chico Corrêa e a Electronic Band é a música nômade nordestina da década, que “vive de porta em porta com a mochila na mão”.

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“Eu” e “O Outro”

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No conteúdo programático, aplicado na última quinta-feira, 13, aos alunos do 5º período do curso de jornalismo da Faculdade São Luís, problematizamos o Etnocentrismo, seus conceitos e todas as consequências sociais que causa e que maneira devemos discutir o tema dentro da academia. E no exercício da profissão como devemos agir ao se deparar diante do conceito do “eu” contra os “outros”.

Falar de Etnocentrismo dentro da sala de aula corremos o risco de ser estigmatizados, rotulados de “etnocentricos”, pois o professor aparece como o dono da verdade absoluta e esquece que na sala de aula existem alunos das mais diferentes origens e vertentes ideológicas, onde  cada grupo se acha melhor ao outro, único, e a verdade trazida por si também é absoluta.  Não existe uma categoria antropológica que caracterize melhor a relação dentro da escola do que o etnocentrismo. É muito difiícil passarmos o conhecimento e recebermos nos despindo de nossas crenças e valores, de maneira neutra, se certos conceitos estão incutidos em nós. Como discutir em sala de aula sem gerar conflitos entre os grupos ?

Para o professor pesa bastante, pois tem que tomar cuidado para não pisar em ovos quentes ou tomates estragados, pois para cada um, uma ideologia contrária a sua é considerada uma espécie de afronta, ameaça, arrogância.

Segundo Carvalho etnocentrismo origina e tem origem na “heterofobia” (o Outro – em suas diversas formas: primitivo, selvagem, louco, imaturo, homossexual, bissexual, negro, delinquente, bêbado, baderneiro, “hippie”, prostituta, herege, o professor acomodado, questionador, o aluno preguiçoso, mal comportado, etc… – constitui “perigo” que deve ser exterminado). O etnocentrismo gera grandes problemas por todo o mundo, como grande conflitos políticos, culturais, religiosos, promovendo o “apartheid”, o preconceito social, racial, e por aí vai.

Na sociedade há uma segregação entre grupos, pois o grupo do “eu” se acha superior ao do “outro” e simplesmente o exclui. Tudo isso que se observa nas relações sociais ocorre no universo escolar. É nesse espaço que muita das vezes ocorrem relações conflitivas e a manifestação de divergências entre os grupos diferentes.

Se analisarmos profundamente iremos observar que os segmentos da docência e dos alunos são etnocêntricos e que manifestam isso frequentemente nos mais diversos momentos da escola. A exemplo, um aluno novato na sala, ele primeiramente é conhecido só como “novato”. É muito difícil para ele se entrosar com grupos pré-estabelecidos e enquanto não muda o semestre procura se relacionar com outros novatos. O mesmo ocorre com determinados professores que usam da graduação para se sentirem os detentores do saber, onde a sua verdade é soberana.

A partir da postura etnocêntrica, o diferente não é visto como alguém que possa acrescentar valores, informações, mas é visto como alguém que deve ser evitado. Assim sendo, o “eu” relaciona-se com seus iguais negando os diferentes e as diferenças. A tendência é nos aproximarmos dos nossos iguais ou dos conhecidos afastando-nos dos diferentes ou estranhos. Essa situação pode ser comprovada, em sala de aula, na medida em que os professores propõem trabalhos em grupo, alterando as relações e formando “panelinhas”.

Uma postura do professor que deveria ser banida é a de fazer o juízo de valor de certo grupo de alunos, quando, por exemplo, durante a aula as conversas paralelas atrapalham a sala. O grupo dos “aplicados” o professor protege e briga com os “alunos problemas” aumentando a “rivalidade” existente entre eles gerando conflitos.

O certo seria a observação da situação, e fazer o que a perspectiva antropológica propõe, que é a relativização, a contraposição do etnocentrismo, pois é quando compreendemos o “outro” nos seus próprios valores e não nos nossos: ai, estamos relativizando. Enfim, relativizar é ver as coisas do mundo como uma relação capaz de ter um fim ou uma transformação. Ver as coisas do mundo como a relação entre elas. Ver que a verdade está mais no olhar que naquilo que é olhado. Relativizar é não transformar a diferença em hierarquia, em superiores e inferiores ou em bem e mal, opressor e oprimido, mas vê-la na sua dimensão de riqueza por ser diferença. (Rocha, 1999).

O desafio maior para o docente é promover interações dos grupos diferentes, perceber que pessoas diferentes, costumes diferentes possibilitam novas coisas a se aprender. Esse tipo de postura da escola é muito difícil.

O Etnocentrismo não se encontra somente nas relações sociais entre alunos, mas também no próprio conteúdo programático, a estória ainda ensina que o “outro” e sua cultura, da qual falamos na nossa sociedade, são apenas uma representação, uma imagem distorcida que é manipulada como bem entendemos. Ao “outro” negamos aquele mínimo de autonomia necessária para falar de si mesmo (Carvalho, 1999). Ainda vemos em nossos livros didáticos discursos totalmente distorcidos, etnocêntricos, que não dão ao aluno a mínima autonomia de tirar suas próprias conclusões. Pois os textos estão viciados na opinião de quem o escreveu, quando nos deparamos num livro de Geografia, por exemplo, com o Capitalismo. Geralmente os textos didáticos o apontam como o grande “vilão”, a causa de todas as mazelas sociais do mundo. O Capitalismo torna-se algo totalmente negativo, o aluno não consegue enxergar um outro lado, qualquer coisa positiva no modelo econômico, e cria uma aversão ao sistema e a certos países, como os Estados Unidos. Gerando cada vez mais preconceitos.

O etnocentrismo é um fenômeno que ocorre em todos os setores da sociedade, na escola não poderia ser diferente, pois se trata de um local onde há grupos das mais variadas procedências, com hábitos, costumes, e culturas diferentes. Isso gera conflitos entre grupos sociais diferentes, porém a escola é a instituição que as pessoas atribuem grande parte da sua formação. Então não pode ser permitido atitudes de exclusão por parte dos alunos, e nem por próprios professores. Cabe a esse vencer seus conceitos e preonceitos pessoais e orientar corretamente os alunos para isso. Buscando sempre melhor o convívio da comunidade escolar. Pois os docentes precisam estar cientes que a exclusão escolar é o início da exclusão social.
E que a reflexão se estenda ao exercício diário de quem faz acontecer a Academia Universitária….

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Inigualável…

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woodstockja1.jpgPara as pessoas que participaram do Festival Woodstock em Bethel, ao norte de Nova York, de 15 a 16 de agosto de 1969, o espetáculo anunciava o advento de uma nova era, definida como a fundação da “Nação Woodstock”.

Tem gente que acha que a euforia de ontem se transformou hoje em ressaca porque passados 40 anos não ficou claro se o Woodstock conseguiu mudar alguma coisa. Para alguns os hippies da época perderam o cabelo e trocaram o consumo do LSD pelo Viagra. Para outros o festival  marcou, na realidade, o fim – e não o inicíio – da revolução dos anos 60 e da contracultura. Para aqueles o tema de paz e amor passou a ser algo pitoresco. Para aquelas o destino de alguns artistas que participaram das três noites de festa foi a morte prematura, carreira fenomenal ou mergulho total no esquecimento. Questionamentos à parte, não podemos esquecer que o Woodstock deixou, em todo caso, um legado que vai além da música e da vestimenta, além das calças boca-de-sino, que, por sinal, voltaram à moda.

Ironicamente ou não, o resultado mais palpável foi a apropriação da música rock pelas empresas como fonte de renda. Os shows passaram de encontros improvisados a operações que geram grandes somas de dinheiro.

Em entrevista, Stan Goldstein, um dos organizadores originais do Woodstock, disse que o festival mudou a indústria da música. “Pela primeira vez, pudemos ver o poder que tinham os artistas para atrair multidões”, acrescentou.

O lendário festival de Woodstock, que em três dias de “paz, amor e música” reuniu mais de 500 mil pessoas para ouvir Jimi Hendrix, Joan Baez, Santana e The Who, entre outros, completou 40 anos e continua sendo considerado um acontecimento inigualável.

Na minha opinião, fazer réplicas de Woodstock em qualquer canto do mundo, nos dias atuais, ecoa com uma tentativa frustrada. O festival de 1969 foi e será um momento único e não cabe versões. Os tempos são outros, os valôres sociais e os modelos econômico e político vivenciados nos dias atuais são mais opressores, segregacionistas, capitalistas, individualistas e alienantes. A nova ordem musical não tem a essência do que representou o festival na época.

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Pois bem, pra quem viu e sentiu de perto a celebração restam as boas lembranças.  Pra quem ainda não era vivo ou não pôde chegar por ter perdido o bonde, a boa é viajar em documentários sobre o festival, que reuniu centenas de milhares de pessoas onde muitos reinaram. Um dos exemplos é casal-símbolo, Nick e Bobbi Ercoline, que aparecem na capa do LP do festival.

Em conversa ao G1, o casal, que segue juntos após 40 anos e foi protagonista de uma das histórias mais românticas do movimento hippie, disse ‘não mudou nada, ainda somos daquele jeito’.

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Antitabagismo

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Seguindo o exemplo do Rio e São Paulo, gerando polêmica ou não, a lei antifumo passa a vigorar no Maranhão, Aprovada e promulgada pela Assembleia Legislativa, sancionada pela governadora Roseana Sarney, a proibição de fumar em ambiente fechado já está no Diário Oficial. A lei passa a vigorar na prática no fim de semana. O cerco vai fechar para os fumantes ativos e proteger o cidadão passivo que inala por tabela a fumaça de quem é viciado em tabaco.

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A aplicação da lei é importantíssima, mas tem que ser feita de forma civilizada. Portanto, todo cuidado é pouco para não gerar discriminações e confusões por parte de quem não fuma. Aos fumantes  incontroláveis e compulsórios, a lei antitabagismo pode despertar a consciência de que fumar em lugar fechado é inadequado, sem esquecer de que os outros não devem ser incomodados.

Infelizmente, muitos mortais para viver em sociedade precisam ser regimentados por leis. Se é proibido, proibir, não sei ! Mas, apoio a causa.

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Transcendental…

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O crítico Pedro Dias da Silva desceu lenha no quinto álbum “Radio Retaliation”, do Thievery Corporation, formado pela dupla norte-americana Rob Garza e Eric Hilton. Entre os comentários feito pelo ‘xará´de nome e profissão sobre o trabalho do Thievery: Vira o disco e toca o mesmo: “Politicamente ativo, duo de Washington DC edita quinto álbum de originais. Com a mesma música de sempre”.

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De acordo com Pedro Dias, o Thievery Corporation revela-se longe de conseguir invocar argumentos que lhe permitam reinventar-se. Incapazes de reconverter a matriz sonora que os celebrizou, e que têm perpetuado nas suas criações, Eric Hilton e Rob Garza permanecem reféns de uma certa ideia de exotismo musical – hoje estafada,  já que permanentemente glosada e espremida até à exaustão por um sem número de projetos, que continua a ser a imagem de marca de um som que ajudaram a criar e sedimentar.

Não deixa de ser verdade que, a cada nova edição, são notórias inegáveis alterações na abordagem ao processo criativo, mas insuficientes para conduzirem a alterações suficientemente fortes que justifiquem a manutenção da curiosidade do melómano.

Em Radio Retaliation são de novo convocados elementos hip-hop, dub, bossa nova, jazz e psicodélicos que remetem para as áreas geográficas da Índia, América Latina, Brasil ou Caraíbas, numa espécie de viagem planetária em que é impossível escapar aos locais mais turísticos.

O crítico dá uma aliviada ao dizer ser inegável que existem neste álbum boas canções (”Vampires”, “Hare Krishna” ou “The Numbers Game”), alvo de um irrepreensível trabalho de produção que ajuda a perpetuar o som Thievery Corporation, agarrado a esse universo está uma enorme sensação de déjà-vu , perante a qual existe já uma blindagem que deita por terra qualquer tentativa de mensagem de teor político, de denúncia do controlo estatal das atividades dos cidadãos e consequentes atropelos às suas liberdades e direitos.

E, nem mesmo a participação dos cantores e músicos convidados Chuck Brown, Seu Jorge, Anoushka Shankar, Jana Andevska ou Femi Kuti, procurando, tal como no álbum anterior, The Cosmic Game , fazer o contraponto com os habituais colaboradores, é suficientemente marcante para permitir registar destaques significativos.

Bela escrita feita por quem entende do riscado. O caro amigo esqueceu de uma coisa. “Gosto é como aquilo. Cada um tem o seu”. Eu acho o trabalho do Thieverey Corporation interessante e cheio de personalidade. Eu não percebo muito bem o “gênero musical”. Sinto apenas as influências de várias musicalidades, entre as quais a Bossa Nova, o Samba Rock, com pitadas de música eletrônica. Ouvi-los remete a um certo misticismo, a uma atmosfera “chill out”, “lounge bar”, típica para momentos especiais e inesquecíveis.

Portanto, “Radio Retaliation” é um disco político, um grito de justiça universal cantado em várias línguas. Acho que pelo título já é possível chegar a essa conclusão. Os protestos transcedem em vários estilos musicais: reggae (Sound Alarm), jazz (Retaliation Suit), trip-hop (Beatiful Drug e La Femme Parallel, cujo vocal feminino dá um toque bem parisiense), uma pitada mexicana (El Pueblo Unido) e até raízes indianas (Mandala).

E como era de se esperar, o gosto pela música brasileira não ficou de lado: Seu Jorge empresta sua voz e seu violão na faixa Hare Krsna – parece mais uma música dele do que propriamente do Thievery Corporation.

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Surrealismo…

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O conceito de ser jovem nos dias atuais parece deturpado. Muitos entendem que ser jovem é cultuar a futilidade, não ter limites e não ter o bom senso em saber onde começa e termina os seus direitos. Ah, como é legal uma pessoa chegar cheio de juventude aos 40, 50, 60. Não é aquela juventude com síndrome de Peter Pan, ou querendo ser a titia ou titio da Sukita. É o ser jovem na melhor idade, com a leveza da alma e consciente do papel social.

Na época ápice da juventude frequentei festinhas em boates, em casas de amigos. Fui ao cinema, ao teatro, a shows, acompanhados de amigos ou não. Me divertia bastante, voltava pra casa de alma lavada, consciente de que a festa tinha acabado e que a vida continuava, já pensando em uma outra ‘overdose’ de diversão. Como o meu tempo é o hoje, não parei de curtir à noite ou dia, quando o assunto é diversão. Mais moderado optei por um lazer mais tranquilo, onde um bate papo informal é sempre viável. Mas isto não impede de curtir uma balada dançante, principalmente quando ela é da boa.

Embora tenha cara de sisudo, me considero uma pessoa tranquila, despojada e alegre. É por isso que adoro diversão. Só que já está virando rotina algumas atitudes mal educadas a serem vivenciadas em alguns locais da ilha. Na quarta-feira,29, resolvi passear por um shopping da cidade para apreciar as vitrines das lojas, degustar na praça de alimentação e depois quem sabe assistir a um filme. De repente, passo a conviver com cenas inusitadas, pois foram registradas em um shopping. Um local em que a gente pensa estar seguro por pagar um preço alto pelo acesso. As cenas foram patéticas, por se tratar de quatro jovens, que aparentemente têm família, renda e frequentam escola.

Já que não existiu diversão, o jeito foi se contentar com as cenas divertidas e hilárias de duas adolescentes brigando no tradicional puxa puxa de cabelos. A confusão foi acabar dentro de uma loja. Veio o questionamento sobre a motivação da briga. Alguém blasfemou em alto e bom som. ‘É por causa de namoro”. Pensei que o triste cenário não fosse acabar, pois a platéia de jovens conivente com a baixaria, ao invés de apaziguar, colocava lenha na fogueira. Foram bons minutos de duelo entre as duas jovens, onde nem os seguranças do dito shopping, conseguiram acalmar os ânimos das destemidas. Depois de muito arranca rabo, barraco armado, as pugilistas se retiram do local, não sei se ficaram envergonhadas com a Ópera Bufa.

Até aí, tudo bem. A cultura da paz volta a reinar no shopping. Quem disse ! De repente, dois adolescentes na fila do cinema resolveram trocar chutes e pontapés. Me sentindo mais num campo de batalha do que num shopping,  resolvi tirar o time de campo diante de tanto descaso, da santa ignorância e de um ‘surrealismo’ vivenciado em uma noite de fim de férias num shopping center. Na volta pra casa o que restou-me foi refletir sobre tais conflitos.

Para aqueles que acham que os problemas psicossociais da juventude são de ordem apenas das classes desfavorecidas de dinheiro, entre outros bens materiais, eis um equívoco. A crise existencial é de todos. Está na hora das família, religiões, escola, entre outras instituições sociais e políticas, se engajarem a uma questão tão séria. Tem muita gente precisando de tratamento. Não basta falar que a cidade está crescendo por que tem muito carro, gente rica e emergente, condomínios luxuosos. O desenvolvimento tem que caminhar com a Cidadania, Ética, legitimadas pela educação.

Portanto, jogar lixo na rua, não respeitar a faixa do pedestre, buzinar no trânsito, fazer ultrapassagem pela direita e em alta velocidade, não respeitar a fila, cuspir e fazer xixi no chão, desrespeitar o idoso e brigar em shopping, são atitudes feias.

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Ser alternativo…

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Alternativo.  Mas afinal o que é isso hoje em dia? É bom? Mau? Em todo o lado se ouve falar de alternativo. É a música alternativa, teatro alternativo, gente alternativa.. Há um culto que muita gente apregoa. Para os desinformados de plantão, o ser alternativo ecoa de maneira pejorativo. Têm aqueles que acham que o alternativo é sinônimo de alguém que resolveu adotar um estilo alienígena. Como é difícil conceituar o que é ser alternativo. O politicamente correto é saber conviver com a expressão, pois ela é uma realidade. Existem vários tipos e exemplos de como sentir-se alternativo. 

Uma amiga minha disse que foi a uma peça de teatro alternativo. Ela contou como foi  parar lá? Uma amiga da amiga dela, vivia com uma rapariga que por sua vez era homossexual e cuja companheira fazia parte dessa peça. Disse ela para mim: “Mas que raio de peça mais estranha.. aquilo não tinha diálogos, nem um monólogo que fosse.. era dança/bailado com uns grunhidos e muitas luzes. Quando a dita pessoa que lá participava, no fim da peça veio perguntar se tínhamos gostado e face à nossa cara de estranheza, lá disse: É teatro alternativo!! O que fazemos nós por amor..”

Mas na música é igual! O que é isso de música alternativa? Apenas o que não é popular? O que não é comercial? Se assim é como é que há gente que diz ouvir música alternativa? Qual o balizamento? Mozart não me parece comercial, mas não pode ser conceituada de algo inatingível (?).]. Música alternativa deve ser aquela em que os “artistas” andam mascarados no palco.. Deve ser isso deve..

Mas o que me levou a escrever isto, foi pelo fato de não concordar muita das vezes com o senso comum. Ora bolas, seria mediocridade da minha parte, falta de personalidade em concordar que a vida é uma eterna festa e que tenho ser igual a maioria para ser feliz. Não gente, gosto de seguir na contramão, lógico, respeitando os direitos alheios.

Sou alternativo, e você ? Optei por um tipo de “alternância”, onde o bom é namorar com a química do amor. Isto não quer dizer que não devemos também usar a razão para que a relação se mantenha viva.

Não confundo ser alternativo com ser exótico. Gosto de vestir e comer sem perder a tradição do mundo ocidental. Sou católico, apostólico, não praticante, e defensor do ecumenismo.
 
Como alternativo, sei que gosto de ouvir a música que acredito, mas sou contra a imposição em achar que a melhor música é a que ouço. E graças a a capacidade que tenho de me permitir, ouço axé music, oxente music, funk carioca, tecnobrega, lambada. Tudo depende do estado de espírito. Afinal de contas, sou um alternativo que quer apenas uma ideologia pra viver.

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                                                                         De todas as comunidades

Acho louvável e normal o pensamento e postura do ator Marcos Palmeira. Em sua passagem mais uma vez por São Luís, optou em conhecer a São Luís com o seu patrimônio arquitetônico, histórico, costumes e de quem tem um elo genético com a cidade. São atitudes de nobreza, de quem tem consciência e a sabedoria de não deslumbrar-se com as badalações encontradas em grande escala em qualquer esquina do globo.

Numa aparição recente pela ilha, Marcos Palmeira visitou a sexta regueira do Bar do Porto, na Praia Grande. Em seu retorno para gravação da próxima novela global das seis, “Cama de Gato”, em São Luís, o ator frequentou a quinta regueira do Chez Moi (Praia Grande) e baixou no sábado (25), no Trapiche Reggae Bar (Ponta D`Areia) para curtir os shows das bandas paulistas Planta e Raiz e da maranhense Caco d´Telha e o cantor Guilherme Gusmão, além da radiola da equipe África Brasil Caribe, comandada pelo DJ Ademar Danilo.

Não faltou aquela tradicional ‘tietagem” com direito a sessão de autógrafos patrocinada pela legião de fãs do ator. Nada mais do que justo para um artista que busca felicidade com discrição e o talento de saber enxergar o mundo.

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Bom Senso…

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 bardoleo.jpgNão sou um frequentador assíduo do bar do Léo, localizado no hortomercado do Vinhais, em São Luís. As poucas vezes que visitei o estabelecimento comercial fui acompanhado de amigos, entre os quais, o renomado DJ sergipano Dolores ou Helder Aragão.

Ao entrar no bar do Léo, o DJ sentiu-se em casa e lembrou do seu pai ao escutar canções do arco da velha e da boa, que só encontramos em um lugar tão peculiar. Curtir um bar com esse perfil é estar em contato com um ‘museu vivo da música e da cultura brasileira’.

Agiu com bom senso o Poder Público ao garantir a permanência do bar no local, pois ficaríamos órfãos de uma audição regada a um bate papo informal.

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