Insubstituível

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No meu setlist tem Nina Simone, Ella Fitzgerald, Bessie Smith, Elza Soares, Janis Joplin, Amy Winehouse e Dona Teté, com sua ‘Lera’.

Uma perda para Cultura Popular do Maranhão. Jamais será esquecida pelo seu cacuriá que fez escola Maranhão afora. Insubstituível. Resta saudades e a continuação do legado deixado por essa diva, marcada pela irreverência e juventude.

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O maestro

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A Jovem Guarda não se resumiu apenas a Renato e Seus Blue Caps, Golden Boys, o Maranhão tinha Nonato e seu Conjunto como representante. Infelizmente, o maestro Nonato partiu vítima de um ataque fulminante, aos 75 anos, deixando um hiato e sua contribuição de quem veio a serviço da música.

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Capas dos discos da banda Nonato e seu Conjunto. / Imagens: Acervo Tauvane Lukato

O maestro Nonato e a banda “Nonato e Seu Conjunto” fizeram muito sucesso na década de 70. E o reconhecimento veio com o Prêmio Universidade FM. Na ocasião, ele foi escolhido como personalidade de 2009. Filho de Itapecuru-Mirim, o maestro Nonato legitimou em uma carreira que teve início nos anos 50 e atravessou décadas, que a música era um alimento da alma.

E faço “jus” a frase do diretor musical da banda Mákina do Tempo, Fernando Rodrigues, (amigo pessoal do maestro Nonato) ao citar “que a música maranhense pode ser dividida em dois períodos: antes e depois de “Nonato e seu Conjunto”.

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Revolução Silenciosa

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Tem gente vem ao mundo a passeio, outros a serviço. Magno Cruz, na condição de militante e ativista, contribuiu carregando como bandeira de luta a causa da população afrodescendente ainda discriminada nesse País.

Tive poucos contatos com ele em vida, mas percebia fidelidade em seus ideais. Infelizmente, Magno Cruz teve de sair de cena deste plano fisico, mas legou consigo a revolução silenciosa e deixou um legado  a servir de lição para os que lutam com a essência da verdade.  Ele teve um funeral digno de um cidadão, uma autoridade, que soube fazer política com personalidade e sem subserviência. Em vida, lutou até última ponta em nome da mudança de comportamento da humanidade e pelo fim do preconceito racial no Brasil.

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Andar de Cima

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Acordei com uma notícia que me deixou triste. O clarinetista, saxofonista e elegante, Paulo Moura, de 77 anos, partiu para o andar de cima. O músico morreu de câncer, no fim da noite desta segunda-feira, 12, na Clínica São Vicente, na Gávea, Zona Sul do Rio de Janeiro. Paulo Moura estava internado desde o dia 4 de julho.

Tive o privilégio de um contato rápido com o músico, natural de São José do Rio Preto, São Paulo, em uma das edições do extinto Free Jazz Festival, no Rio de Janeiro. Conheci o músico em uma daquelas boas e saudosas “Jam Sessions” que aconteciam no “Jazzmania”, em Ipanema. Lembro, ao lado dos amigos Gilberto Mineiro e Ricardo Gonçalves, da afeição que o músico tinha pelo Maranhão. Chegou a dizer que uma das suas grandes vontades seria visitar o Maranhão. Ele tinha uma relação muito boa com o violonista maranhense Turíbio Santos, e sem falar do desejo pela gastronomia maranhense.

Infelizmente, isto não será possível. Agora, Paulo Moura vai tocar em uma outra freguesia, ou seja, integrará o time do céu com as estrelas. Pra quem não sabe, Moura foi um dos saxofonistas e clarinetistas mais requisitados no Brasil e no exterior. Foi reconhecido no ano 2000 com o Grammy – o maior prêmio da música mundial, com seu trabalho “Pixinguinha: Paulo Moura e os Batutas”. Em 2009, ele se apresentou na Tunísia e no Equador., e lançou o CD AfroBossaNova.

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Zeca ‘Jagger’

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Morreu no Rio, esta quarta-feira, o produtor musical e jornalista Ezequiel Neves, aos 74 anos. Ele estava internado desde janeiro na Clínica São Vicente, na Gávea.

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Incansável festeiro, sempre a mil por hora, Zeca, como era chamado pelos mais próximos, conviveu nos últimos cinco anos com um tumor benigno no cérebro, enfisema e cirrose. “Descobridor” de Cazuza e produtor do Barão Vermelho, Zeca morreu exatamente na data de aniversário de 20 anos da morte de seu pupilo.

Juntos eles escreveram clássicos como “Codinome beija-flor” e “Exagerado”. Cazuza faleceu em decorrência da Aids, 7 de julho de 1990. Com seu humor ferino, Ezequiel Neves – chamado no anos 70 de Zeca Jagger – fez “novo jornalismo” muito antes de o gênero ser reconhecido.

E em quase duas décadas de atuação no setor, passando pela grande imprensa (revistas “Playboy” e “Pop” na Editora Abril, “Jornal da Tarde”, de São Paulo) e pela alternativa (a edição pirata da “Rolling Stone”, as revistas “Som Três” e “Música do Planeta Terra”, o “Jornal da Música”), fez escola, inspirando dezenas de jovens a ingressarem no jornalismo cultural. Carreira que o próprio tratou de abandonar, trocando-a pela de produtor musical (e eventual letrista) a partir do início dos anos 1980, quando apostou no talento bruto do Barão Vermelho.

Foi devido à insistência de Ezequiel que João Araújo, então presidente da gravadora Som Livre, concordou em lançar o grupo que tinha como cantor e letrista seu filho, Cazuza, ao lado de Roberto Frejat (guitarra e composições), Guto Goffi (bateria), Dé Palmeira (baixo) e Maurício Barros (teclados).

Amigos e músicos lamentam morte de Ezequiel Neves

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Dedicação…

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RAMIRO MUSOTTO (1964-2009)

Acessando o blog do músico baiano Lucas Santana, tomei de supresa nesta segunda-feira, 14, a notícia sobre a morte do percussionista argentino Ramiro Musotto de quem sou fã do trabalho. Pra quem não tem idéia da importância desse músico, nascido em Bahia Blanca, Argentina, o ‘cara’ conhecia profundamente toda a liturgia ritmíca do candomblé, a ponto de escrevê-la em partitura. Não só candomblé baiano, quem o conheceu tocando sabe da sua personalidade intensa, pois tudo que o interessava da musicalidade brasileira virava alvo de estudo e dedicação.

Além de grande percussionista e fissurado pelo Brasil, especialmente, pela Bahia, que adotou como segunda casa, Ramiro também era entusiasta tecnológico. Ele e Liminha foram as duas primeiras pessoas no país a ter e pilotar um MPC, instrumento adotado por diversos músicos nos dias de hoje.

Ele foi um pioneiro do sampler no Brasil, onde usou e abusou dele em discos do Skank, Caetano Veloso e Gilberto Gil, Marisa Monte, Paralamas do Sucesso, Lulu Santos, Fernanda Abreu, Titãs, Sergio Mendes, Gal Costa, Adriana Calcanhoto, Zeca Baleiro dentre outros, com os quais tocou,  gravou e produziu ao longo desses anos.

Entre muitas contribuições à música brasileira, destaque para a produção dele para “Um Canto para Subir” de Margareth Menezes. Esse disco encheu os ouvidos de David Byrne e promoveu a carreira de Margareth no exterior, apadrinhada por Byrne.

É de Ramiro também a produção da faixa “Eu sou Negão” de Gerônimo. Foi a primeira vez que a percussão de um bloco foi programada numa bateria eletrônica. Essa música foi um marco divisório no carnaval da Bahia. Foi por causa dela que os trios elétricos adotaram o samba regaae no seu set.

Solo

Em 2001, Ramiro comecou seu trabalho solo lançando o disco Sudaka. Numa das faixas do disco, “Ginga”, ele entorta o samba reggae. Em 2004, Ramiro empresta todo seu talento na gravação do disco  Lenine in Cité, gravado ao vivo em Paris. E em 2007 lança seu segundo disco:

Além desses dois discos, Ramiro lançou também o DVD Sudaka ao vivo com a participação de Sacha Ambeck, Leo Leobons, Kabo Duca e Felipe Continentino.

Muitos não sabem, mas Ramiro Musotto re-inventou o berimbau. Depois de Nana Vasconcelos foi quem deu o grande passo a frente na modernização do instrumento, transformando-o harmonicamente, e termos de sonoridade, ao utilizar diversos tamanhos e afinações diferentes, além de cabaças de metal. Portanto, música para elevar a alma…

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