Festival de Jazz e Blues chegou chegando em SLZ
Depois de Barreirinhas onde a sexta edição do “Lençóis Jazz e Blues Festival” colocou os moradores e turistas para respirar música no, último fim de semana, o evento chegou a São Luís, na sexta-feira (8) e sábado (9). Em seu primeiro dia, o festival só comprovou o sucesso, colocando milhares de pessoas para fazer uma viagem musical ao som do jazz e blues. Na primeira noite de programação, o evento levou mais de 2.000 pessoas à Praça Maria Aragão, no Centro de São Luís, uma realização da Tutuca Produções.
A programação musical foi aberta por Augusto Pellegrine, um dos músicos a trazer o jazz e o blues ao cenário artístico de São Luís, há mais de três décadas. Em uma apresentação envolvente e recheada de referências internacionais, o ilustre músico embarcou em um setlist que privilegiava grandes momentos do jazz norte-americano no show denominado “Augusto Pelegrinne in Jazz”. Em sua parte solo, o cantor conquistou todo o público e foi aplaudido de pé em um momento de emocionante reconhecimento a trajetória musical de Pellegrine em São Luís. “É fantástico, pois ver essa plateia toda só para ver você cantar é um reconhecimento do que eu tenho feito pelo jazz durante estes 35 anos”, vibrou o intérprete.
Acompanhado, não foi diferente. “É uma exposição muito gratificante se apresentar ao lado de músicos que já percorreram muita estrada”, disse Augusto sobre os convidados especiais Fernando de Carvalho e Camila Boueri. Ambos garantiram momentos ímpares aos presentes com apresentações inesquecíveis que mostraram a beleza, a força e a afinação de suas vozes. Fernando de Carvalho falou do prazer de se apresentar no festival.
“Eu acompanho o festival desde o início como músico e também na plateias e me senti muito honrado em ser convidado por Augusto que acatou a sugestão de Tutuca para que a gente se apresentasse junto com a Camila. Foi maravilhoso”, comemorou Fernando de Carvalho. Camila Bouere se emocionou ao falar do projeto. “Esse projeto é tudo de bom por vários motivos: pela qualidade musical, por ser na praça, por ser de graça, por democratizar a música e possibilitar a integração entre os músicos. É maravilhoso”, comentou a cantora.
Em seguida, foi a vez das exuberantes e empolgadas Clusters Sisters. A repercussão do programa “Superstar”, da TV Globo, pelo qual elas passaram, mostrou que as cantoras garantiram um público fiel em São Luís. Cheias de ritmo, carisma e uma excelente banda de apoio, as cantoras captaram a essência musical dos anos 30, fizeram referência à Motown, à era disco e, também, a hits nacionais, como “Tico Tico”.
“É uma oportunidade que vamos levar para sempre. Ser convidado para tocar aqui é um prazer imenso”, comentaram as cantoras. No repertório, hits como “Hit The Road Jack”, de Ray Charles, ganhou uma nova roupagem e trouxeram um momento teatral e dançante ao público do festival. Elas também lembraram que São Luís é a “Ilha do Amor”, terra de muita música e de reggae, que também fez um breve passeio no repertório das meninas.
Para fechar o primeiro dia do festival em São Luís, o gaitista carioca Jefferson Gonçalves proporcionou uma apresentação regada por bastante blues. Fazendo uma grande mistura musical de ritmos, com momentos de evidente referência aos clássicos da música nacional e, também, ao gênero rock. Jefferson Gonçalves também presenteou a plateia trazendo em sua banda o ilustre e premiado percussionista Laudir de Oliveira que já ganhou o prêmio Grammy com a banda Chicago e tocou com muitos ídolos do cenário internacional como Michael Jackson e Santana. Juntos brilharam, encantaram o público e fecharam em grande estilo a primeira noite do evento.
No período da manhã, o mesmo músico iniciou a programação do festival, com uma oficina de gaita realizada na Escola de Música Lilah Lisboa, no Centro Histórico de São Luís. Várias crianças e adolescentes da Escola Liceu Maranhense puderam conhecer um pouco mais sobre o instrumento, sobre técnicas de respiração e da importância delas para o aprimoramento musical. Vanessa Drummond, de 14 anos, adorou. “Achei o máximo. É muito educativa e ajuda muito as pessoas que querem seguir uma carreira musical e estão em dúvida do que querem fazer. Me chamou à atenção o modo como ele toca. É muito diferente. A gaita também é muito educativo. E ele falou se sonhos. Da gente acreditar em nossos sonhos. Eu sonho em ser cantora e foi bom ouvir a história de vida dele”, ressaltou.
SÁBADO – O público, realmente, comprou a ideia do festival e embarcou em uma viagem musical com muito jazz, blues e, também, outros estilos bem distintos como o pop, a MPB e o rock, no sábado (9). A diversão foi iniciada com a talentosa cantora carioca Joyce Moreno.
Com um setlist arrebatador, que contava com “Essa Mulher”, “Medo de Amar” e “O Morro Não Tem Vez”, a cantora soube conquistar os milhares de ludovicenses fosse com a banda, ou em seus momentos solos, como na interpretação marcante de “Águas de Março”, ou na belíssima homenagem ao cantor maranhense João do Vale em “Carcará”. “Já vinha cantando essa música, com a banda Casuarina. Vindo ao Maranhão, nada melhor do que cantar João Vale, esse grande compositor”, afirmou. “Foi uma delícia me apresentar em São Luís. Foi lindo”, acrescentou Joyce.
Em seguida, foi a vez da atração internacional da noite: a estonteante e carismática cantora cubana Yilian Canizares. “Estou muito feliz em estar aqui”, disse a artista logo nos segundos iniciais de sua apresentação. Com um repertório animado e empolgante, foram poucos os que não se renderam ao talento da cantora. Muitos aplaudiram, seguiram em coro e vibraram, principalmente, com a entrada da artista maranhense Rosa Reis e as caixeiras, que fizeram uma participação especial no show. Uma homenagem à cultura popular e a integração de povos proporcionada pela música. O público aplaudiu de pé e se emocionou sentindo-se homenageado pela artista que mora na Suíça.
“O público foi muito receptivo. O festival é muito precioso e espero que continue, com bastante êxito”, revelou Yilian Canizares. Já para a cantora Rosa Reis, fazer o intercâmbio entre Brasil e Cuba foi um momento ímpar. “Fomos pegos de surpresa e foi um momento muito importante pra gente. E a música atinge todas as pessoas, de qualquer lugar e qualquer região”, comentou.
Para encerrar a noite e a sexta versão do Lençóis Jazz e Blues Festival, foi a vez do eclético Artur Menezes, que não poupou nos estilos musicais em sua apresentação “blueseira” e fez uma verdadeira salada musical: teve pitadas de forró, uma mistura de rock com jazz e um temperozinho com gosto de country e soul. Totalmente empolgado, o artista não conteve a alegria em participar do festival e se entregou ao público: foi para a plateia “tocar juntinho” canções do seu repertório.
“Estou muito feliz por fazer parte do festival desde o começo. Fiz um show bem pra cima, com muito carisma, pra interagir muito com o público”, revelou o músico. No setlist, a pegada rock falou mais alto, mas canções como “Early To Mary” deram o tom baião ao show, que ainda contou com uma homenagem a Luiz Gonzaga.
O festival é um projeto social que tem como objetivos contribuir para o desenvolvimento socioeconômico e cultural dos dois municípios por meio da música e oferecer entretenimento de boa qualidade a moradores e turistas.
Neste ano, o 6º Lençóis Jazz e Blues Festival, com entrada gratuita, teve o louvável patrocínio da COMPANHIA ENERGÉTICA DO MARANHÃO (CEMAR), por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura, os apoios culturais das Prefeituras Municipais de Barreirinhas e de São Luís (FUNC e SETUR), Tam Linhas Aéreas, FIEMA/SESI, SESC, Tory Brindes, Clara Comunicação, Taguatur, Quebrantar Music e Tv Mirante e as parcerias das Pousada Murici, Pousada Lins, Pousada Paraíso dos Lençóis, Pousada do Riacho, Pousada Paraíso dos Guarás, Pousada Lins, Porto Preguiças Resort, do Hotel Grand São Luís, do restaurante Deck Bistrô, do Rock & Ribs Lounge Steakhouse São Luís, do Rossetti Buffet e do Sens Beauty Lounge.
Fotos: Taciano Brito