Diálogo com outras aldeias
A cantora Lena Machado disse que não querer ser rotulada apenas como sambista. Em entrevista neste domingo, 4, ao Plugado, na Mirante FM, a artista falou do segundo disco “Samba da Minha Aldeia”, título homônimo do show que apresenta nesta quarta-feira, 7, às 20h, no Teatro Artur Azevedo.
O convívio com o ambiente musical, sobretudo com músicos de uma maneira ou outra vinculados ao Clube do Choro do Maranhão, garantiu a Lena Machado um amadurecimento percebido quando se comparam os dois trabalhos – o primeiro também teve repercussão nacional e foi lançado, além de em São Luís, em Aracaju/SE e Brasília/DF.
Natural do município de Zé Doca, Lena Machado considera uma cantora aberta a toda e qualquer vertente. Afirmou ainda que o trabalho como uma pérola a ser conquistada em sua vida. “Esse disco representa um sonho realizado, em que faço um passeio pelo samba, choro, blues, baião, salsa, pitadas eletrônicas, sem perder as referências com as raízes maranhenses e ao mesmo tempo com a preocupação de um contato, o de dialogar com outras aldeias sonoras”, explicou.
Lena Machado destaca no trabalho representantes da velha e jovem guarda da música popular maranhense, entre os quais, Aquiles Andrade, Bruno Batista, Cesar Teixeira, Chico Canhoto, Chico Nô, Gildomar Marinho, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Patativa e Ricarte Almeida Santos.
Para marcar o lançamento oficial de Samba de Minha Aldeia, Lena Machado escolheu o palco do Teatro Arthur Azevedo.
– É um dos mais belos teatros do Brasil, um dos mais antigos e tem uma energia positiva. Muita coisa importante para a música do Maranhão e do Brasil aconteceu aqui. É inspirador cantar aqui – revela.
O show desta quarta-feira, 7, tem arranjos e direção musical de Luiz Jr. (violão e viola caipira), e um time de músicos formado por alguns nomes que não participaram do disco, tais como, George Gomes (bateria) e João Paulo (baixista). O show terá ainda as participações de Patativa da Madre Deus, Célia Maria, Leo Spirro e Aquiles Andrade.
Se compositores, repertório e instrumentistas são luxos e primores, o projeto gráfico não poderia ser diferente: assinado por Waldeilson Paixão, traz fotografias de Rivânio Almeida Santos que captam o clima de Botequim (título de choro de Cesar Teixeira, gravado por Lena) no Bar do Léo, no bairro do Vinhais.
– Aquiles representando a nova geração de talentos maranhenses que tem surgido, um dos compositores que gravei. Célia, Spirro e Patativa [esta a única compositora gravada por Lena] são, cada um a seu modo, grandes mestres da música produzida aqui, personagens importantíssimos, tenho aprendido muito com eles – comentou.
Além do repertório do disco, que será interpretado na íntegra, Lena Machado cantará também obras de compositores como Antonio Vieira e Chico Maranhão, entre outras surpresas para o público.