Canto de Lá…

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O talento e a cumplicidade com a música brasileira, produzida no Maranhão, estão presentes na vida do cantor e compositor Glad. Com mais de 20 anos de carreira trilhando pela Música Popular Brasileira, o músico resolveu gravar o quarto disco da carreira tendo como carro-chefe a musicalidade maranhense.

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Glad disponibilizou no disco “Canto de Lá”, doze clássicos do cancioneiro maranhense para legitimar que o cordão umbilical com o Maranhão jamais será cortado. Morando no Rio de Janeiro, há quase duas décadas, influenciado pela vertente do rock nacional dos anos 80, Glad explicita em cada faixa do novo trabalho que o destino dele ainda é São Luís, a capital de nascimento e fonte de inspiração.
 
“Canto de Lá” traz como atmosfera um banzo saudável e cheio de requinte, pois o artista soube garimpar a música feita pras bandas de cá com muita sabedoria. “Minha História”, do pedreirense João do Vale abre o CD. O artista afirma que já cantava essa música no conjuntão carioca Voluntários da Pátria, liderado pelo músico Tico Santa Cruz (vocalista Detonautas), e que tem em João a referência do poeta eterno do povo. Na sequencia, a clássica “Ponteira”, de Sérgio Habibe, seguida de “Oração Latina”, de César Teixeira, a canção emblemática e panfletária, que representa para o Maranhão o que ‘”Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, representa para o Brasil. 

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 Tem ainda, “De Cajari Pra Capital”, de Josias Sobrinho; “Diverdade”, de Chico Maranhão, gravada também por Diana Pequeno; “Namorada do Sol”, de Nonato Buzar; “Canção em Alfa”, de Ronald Pinheiro; “Cajueiro Velho”, do maestro João Carlos, consagrada na voz de Alcione; “Erva Santa”, de Joãozinho Ribeiro; “O Bonde”, de Papete, do disco “Água de Coco”, gravado pelo selo independente de Marcos Pereira, em 1968;  “Aleijadinho”, do sambista Chico da Ladeira e cantada em verso e prosa nos arraiais e rodinhas de festas de amigos em São Luís. E pra fechar, nada mais sugestivo do que o poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar, musicalizado outrora pelo cantor e compositor cearense Raimundo Fagner.  No “Canto de Lá”, Glad constrói em “Traduzir-se” um balaio com base numa arquitetura poética que só o próprio define ao interpretar.
 
Esse apanhado, essa pesquisa feita por Glad tendo como trilha sonora básica, a música feita por maranhenses, não teria se tornado uma realidade sem as parcerias mais que perfeitas. “Canto de Lá” foi gravado entre junho e julho de 2008, no estúdio Bagasound, em São Luís e mixado no estúdio Mills, no Rio de Janeiro. A gravação das faixas “Oração Latina”, “Erva Santa” e “Traduzir-se” ocorreram no estúdio Mills, no Rio de Janeiro. 

E na concepção das faixas um time de músicos, backing vocals, entre os quais, Oliveira Neto (bateria), Pedro Dantas (baixo), Jayr Torres (guitarra), Carlos Pial (percussão), Rui Mário (acordeon), Cecilia Leite (backing vocal), Dani Maia (backing vocal), Tony Boca (violão), Neném Torres (baixo), Cacau Amaral (percussão), Carlos Mills, Josias Pedrosa, Juliana Peres, Eunice Simeão (coros e palmas), Paulo Santoro (violoncelo), Adriano Sousa (teclado pad), Nonato Buzar (voz do poema Namorada do Sol), Marcelo Caldi (sanfona) e Roberto Sthepson (flauta transversal).
 
Enfim, um disco que surge num momento propício, ou seja, justamente quando São Luís festeja os seus 398 anos. “Canto de Lá” resgata um pouco da história da música maranhense para o Brasil conhecer e ouvir.

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