No último dia 25, a arte e a cidadania ocuparam a Fonte do Ribeirão. Rolou por lá o terceiro manifesto: o “Sarau e “Varal”. O movimento recebeu novos convidados, mais informações e jorrou cultura para todos os lados, no espaço que parece, agora, ser mais visto, entre tantos outros abandonados no maior conjunto arquitetônico de origem portuguesa da América Latina em São Luís.

Tudo começou com um café da manhã, com meia dúzia de simpatizantes. Depois foi a lavagem da fonte, uma festa de cidadania com a maior alegria. Os primeiros resultado, ainda que tortos, começaram a aparecer.

Com certeza, para que se faça direito o que é preciso fazer, as praças, ruas, avenidas, shoppings, ou qualquer outro ponto emblemático da cidade, serão ocupados com arte e atitude cidadã. Afinal de contas, o patrimônio é nosso.

Embora tardio, eis alguns flagrantes das lentes do fotógrafo Rafael da Hora.

A Fonte do Ribeirão volta a ser ocupada nesta sexta-feira, a partir das 17h30. Em mais um ato simbólico e pela cidadania, intitulado “Sarau e Varal”, artistas, moradores e simpatizantes do manifesto realizam mais uma ação à base de arte. O objetivo é chamar atenção das autoridades para que façam a sua parte mantendo o patrimônio público e da humanidade existente em São Luís preservado.

Na ocasião será uma montada uma mesa para celebrar a cidadania. Um grupo de artistas realiza recital de poesias, intervenções teatrais e mostra de fotografia, além de música comandada pelo “deejay” Pedro Sobrinho. Estarão presentes os poetas Celso Borges, Fernando Abreu, Lúcia Santos, Paulo Melo e Sousa, Keyla Santana, além da Tapete Criações Cênicas, Cia. Chegança de Teatro, Sexteto de Berimbaus com Mestre Patinho, o ator performático Uimar Jr. e vários fotógrafos profissionais e amadores sob a coordenação de Márcio Vasconcelos, Eduardo Cordeiro, Ghuga, e o apoio do Movimento Nossa São Luís, coordenado por Daniel Madorra.

O primeiro ato aconteceu no dia 1º de fevereiro, com um café da manhã, na Fonte do Ribeirão. contou com a presença de várias pessoas que estão organizando o ato público, como Celso Borges, Andréa Oliveira, Chico Maranhão, Kátia Dias, Christian Knepper, Márcio Vasconcelos e Marília de La Rouche, além dos integrantes do Laborarte e da Companhia Tapete. No dia 10/02, foi realizada a Lavagem na Fonte.

Os organizadores do evento deixam bem claro que a ocupação na Fonte do Ribeirão não simboliza protesto, movimento de caras-pintadas, entre outros gritos e tais. O objetivo maior do ato é despertar consciência de valorização de São Luís com lazer.

Monumento

A Fonte do Ribeirão é um exemplar valioso da arquitetura da época colonial. Ela foi construída em 1796 no governo de Dom Fernando Antônio de Noronha. Localizada em um amplo pátio, é recoberta de pedras de cantaria e cercada por dois paredões e ornamentada com um frontão decorado com símbolos religiosos que estão apoiados em duas pilastras laterais. A água jorra de cinco carrancas de pedra com biqueiras de bronze, que estão fixadas na parede. Depois de cair em um tanque, o excesso d’água é escoado para a antiga Praia do Caju.

Diz a lenda que dentro da fonte existe uma serpente que destruirá São Luís no dia em que a cabeça encontrar a cauda. A fonte está situada entre as ruas dos Afogados e Isaac Martins (antiga Barrocas). Desde 1950, o monumento é tombado pelo Iphan.

Serviço

• O quê

Sarau e Varal na Fonte do Ribeirão

• Quando

Sexta-feira, dia 25, às 17h30

• Onde

Fonte do Ribeirão