Bumba meu boi receberá Certificado de Patrimônio Cultural Brasileiro

0comentário

Um grande evento vai mobilizar toda a comunidade boieira do Maranhão nesta quinta-feira, dia 30/8. A entrega de títulos de Patrimônio Cultural Brasileiro aos grupos de bumba meu boi do Estado, às 17h, no Teatro Alcione Nazaré, na Praia Grande, no Centro de São Luís, e vai contar com a presença da ministra da Cultura Ana de Hollanda, do presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Luiz Fernando de Almeida, e da superintendente do Iphan-MA, Kátia Santos Bogea. Estão confirmadas na solenidade as participações da governadora do Maranhão, Roseana Sarney, e da secretária de Estado da Cultura Olga Simão.

A titulação do bumba meu boi, promovida pelo Ministério da Cultura, por meio do Iphan, juntamente com o Governo do Maranhão, será realizada como parte do  “II  Fórum Bumba meu boi do Maranhão –  Patrimônio Cultural do Brasil”. O evento está sendo esperado pelos grupos de bumba meu boi desde o ano passado, quando a mais conhecida manifestação da cultura popular maranhense recebeu o título de Patrimônio Cultural do Brasil em reunião do Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, realizada no dia 30 de agosto em Brasília.

Precedendo a solenidade de titulação será assinado o Termo de Cooperação Técnica para a Salvaguarda do bumba meuboi, com a instalação do Comitê Gestor da Salvaguarda e o lançamento do vídeo São Marçal. A Festa dos Bois da Ilha, e da cartilha sobre a patrimonialização do Bumba meu boi do Maranhão. O Termo de Cooperação Técnica é a base legal para a instalação do Comitê Gestor e o desenvolvimento das ações de salvaguarda.

O documento será assinado pelos órgãos públicos e entidades da sociedade civil: IPHAN, a Universidade Federal do Maranhão, a Secretaria de Estado da Cultura, a Fundação Municipal de Cultura de São Luís, a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo de Caxias, a Comissão Maranhense de Folclore, a Federação das Entidades Folclóricas e Culturais do Estado do Maranhão, a União de Bois de Orquestra do Maranhão, a Central de bumba meu boi da Baixada e de Costa de mão, o Clube Cultural de bumba meu boi de Zabumba e Tambor de Crioula do Maranhão, e o Instituto São Marçal de Cultura e Desenvolvimento Social.

O Comitê Gestor será composto por representantes das instituições, dos grupos de bumba meu boi, sendo um de cada sotaque: Baixada, Matraca, Orquestra, Zabumba e Costa de mão.Cada sotaque tem características próprias que se manifestam nas roupas, na escolha dos instrumentos, no tipo de cadência da música e nas coreografias. Os representantes passarão a trabalhar pela salvaguarda da manifestação cultural, buscando a implementação de ações para promover a continuidade do bem registrado. O Comitê Gestor é o coordenador desse processo, pois trata-se de um planejamento de curto, médio e longo prazo pensado de forma coletiva, onde a participação dos praticantes do bumba meu boi é fundamental.

Como uma das ações de salvaguarda do bumba meu boi, oIphan apoiou, esse ano, a Festa de São Marçal com a produção de um vídeo sobre a Festa, em parceria com o Instituto São Marçal. O vídeo, que será lançado na solenidade de titulação, registra a participação de 21 grupos de bois do sotaque da Ilha que desfilaram no dia 30 de junho na Avenida São Marçal, no João Paulo. Uma cartilha será distribuída com informações sobre o processo de instrução e benefícios do registro e as linhas de atuação para salvaguardar o bumba meu boi.

Encerrando o Fórum, serão entregues os títulos de Patrimônio Cultural do Brasil aos grupos de bumba meu boi, quando serão homenageadas as pessoas que contribuíram para sua memória e preservação. Uma programação cultural com apresentação de grupos dos vários sotaques está prevista para o final do evento.

sem comentário »

Amos e poetas do Boi

0comentário

O cantor, compositor e percussionista Papete está envolvido na produção do projeto “Os Senhores Cantadores, Amos e Poetas do Bumba Meu Boi do Maranhão”.

Manoel Tetéu, artesão, compositor, músico e cantador do Boi de Periz de Cima. Foto: Márcio Vasconcelos

A intenção do trabalho é promover uma pesquisa iconográfica que culminará com a edição de um livro de fotografias, entrevistas e depoimentos. Este livro terá três CD’s e um DVD como encarte.

O Projeto foi a provado na Lei Rouanet e tem o patrocínio da Caixa Econômica Federal.

sem comentário »

Festa para São Sebastião…

0comentário

Há mais de 40 anos acontece em Sobradinho, no Distrito Federal, sob o comando do boi do mestre Teodoro Freire, hoje com 91 anos, o Festejo de São Sebastião. O evento teve início nesta terça-feira (10) e prossegue até o dia 20. Depois dessa data, será comemorado o aniversário de 49 anos do grupo folclórico do mestre Teodoro, maranhense que vive em Brasília há várias décadas.

E para participar do festejo de São Sebastião foram convidados o Boi de Morros e o Tambor de Crioula Raízes da Ilha, grupos folclóricos maranhenses.

Ontem, a abertura foi marcada pela participação das caixeiras do Divino Espírito Santo, que rezaram ladainha na solenidade de levantamento do mastro. De hoje até o dia 19 haverá novenas e no dia 20, a procissão será realizada às 18h. Em seguida, as caixeiras rezarão ladainha para a derrubada do mastro e depois da reza, no altar serão distribuídas frutas para os presentes. Na sequência, o festejo será encerrado oficialmente.

No dia 25, será realizada a festa em comemoração ao aniversário de 49 anos do Boi do Mestre Teodoro, a partir das 18h, na sede o boi. De Brasília, se apresentarão o Tambor de Crioula e o bumba meu boi do Seu Teodoro Freire.

Tradição – A tradição do Festejo de São Sebastião é mantida há mais de 40 anos pelo Boi do Mestre Teodoro Freire. O maranhense Seu Teodoro, como é conhecido em Brasília, é o responsável pela forte presença do bumba meu boi em Brasília.

Ele chegou à capital federal em 1962 para trabalhar na UnB e anos depois iniciou projetos culturais para preservar a cultura maranhense ainda que morando fora do Maranhão. A festejo realizado por ele sempre reúne diversos grupos maranhenses.

Em 2006, Seu Teodoro foi premiado com a Ordem do Mérito Cultural devido à sua contribuição à cultura e recebeu a láurea de comendador do ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto. No evento organizado pelo maranhense, também costumam participar artistas e grupos culturais do Distrito Federal.

O folclorista realiza festas também em outras épocas do ano como no mês de junho. A perspectiva é de que Brasília receba, a convite dele, até 10 grupos maranhenses este ano. Devoto de São Sebastião, o maranhense une a fé com a paixão pela cultura de seu estado.

sem comentário »

Por um triz

0comentário

Nesta terça-feira (30), o Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural se reúne no Iphan, em Brasília, para avaliar o registro do bumba meu boi como patrimônio imaterial do Brasil.  A reunião está marcada para as 16h, na sede do Iphan, em Brasília.

Representante do Iphan, secretários de Estado e integrantes de grupos de bumba meu boi de diversos sotaques estarão presentes. A proposta foi apresentada ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) pela Comissão Interinstitucional de Trabalho no ano de 2008.

A comissão é composta pela Superintendência Regional do Iphan e atual Superintendência do Iphan no Maranhão, Secretaria de Estado de Cultura, Fundação Municipal de Cultural, Comissão Maranhense de Folclore, Grupo de Pesquisa Religião e Cultura Popular da UFMA, representantes dos Grupos de Bumba meu boi dos Sotaques da Baixada, Matraca, Zabumba, Costa de mão, Orquestra e de Bois Alternativos.

Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural

O Conselho que avalia os processos de tombamento e registro de bens do patrimônio cultural brasileiro, presidido pelo presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e da sociedade civil.

Bumba meu boi do Maranhão

 O boi, segundo o dossiê descritivo do DPI/Iphan, já era objeto de culto em diversas sociedades do mundo desde a pré-história.

Em algumas grandes festas populares do Brasil, a figura do boi é o elemento central, sendo que essas festas do boi ocorrem em todas as regiões. São brincadeiras como o Bumba-meu-boi, Boi-bumbá, Boi Surubi, Boi Calemba, Boi Pintadinho, Boi Barroso, Boi Jaraguá, Boi de Canastra, Boi de Reis, Reis de Boi, entre outros.

Em relação ao Bumba-meu-boi do Maranhão, uma das diferenças é o momento do ano em que as festas acontecem. Em geral, no Norte do país, as festas ocorrem durante o chamado Ciclo Junino, assim como o Bumba-meu-boi do Maranhão. Já nos outros estados do Nordeste, os festejos se concentram próximo do Natal.

A festa comporta diversos estilos de brincar – chamados de sotaques – praticados por homens e mulheres, de diferentes classes sociais e que atuam profissionalmente como estivadores, pescadores, trabalhadores rurais e pequenos comerciantes.

De um modo geral, o auto do bumba-meu-boi é apresentado como a morte e a ressurreição de um boi especial.

As apresentações cômicas são feitas com grande participação do público e são entremeadas por toadas curtas contando a história sobre um boi precioso e querido pelo seu amo e pelos vaqueiros. Pai Francisco, o escravo de confiança do patrão, mata e arranca a língua do boi para satisfazer os desejos de grávida de sua esposa, Mãe Catirina. O crime de Pai Francisco é descoberto e por isso ele é perseguido pelos vaqueiros da fazenda, caboclos guerreiros e os índios.

Quando preso, são infligidos terríveis castigos e, para não morrer, Pai Francisco se vê forçado a ressuscitar o animal. É quando o doutor entra em cena para ajudar a trazer à vida o boi precioso, que, ao voltar, urra. Todos, então, cantam e dançam em comemoração.Como em muitas festas populares, o Bumba meu boi também requer grande dedicação e preparo dos participantes ao longo do ano.

É necessário fabricar as vestimentas e treinar as toadas, entre outras atividades que, em geral, se concentram no fim do primeiro semestre e no início do segundo semestre. Os festejos podem ser divididos em quatro etapas: os ensaios, o batismo, as apresentações e a morte do boi.

Os ensaios começam no Sábado de Aleluia e seguem até a primeira quinzena de junho. Na véspera do Dia de São João, em 23 de junho, as rezadeiras fazem o batismo do boi que é acompanhado pelos participantes na sede dos grupos, nas Igrejas católicas ou em casas de culto afrobrasileiro. Esse é o momento de purificação do novilho, quando São João dá permissão para o boi brincar.

A partir daí começam as apresentações que se concentram no fim do mês de junho e vão até o dia de Sant’Ana, em 26 de julho.

Em São Luís, por exemplo, ocorrem em arraiais financiados pelo governo estadual e municipal, nas casas ou em arraiais de instituições. Existem dois grandes eventos que marcam a etapa de apresentações na cidade de São Luís: a alvorada na Capela de São Pedro, no bairro de Madre Deus, no dia 29 de junho, e o desfile da Avenida São Marçal, no bairro de João Paulo, no dia 30 de junho. Com o fim do ciclo festivo, os grupos começam a programar a morte do boi, um momento para encenação política, pois o tamanho da festa é diretamente proporcional ao prestígio daquele boi e do seu grupo na cidade.

A festa da morte, quando o boi retorna para São João, pode durar de dois a sete dias e envolve um elaborado ritual com ornamentos, toadas e encenação.

O universo místico-religioso e social da festa maranhenseDurante a realização do Inventário Nacional de Referência Cultural – INRC sobre o bumba meu boi do Maranhão, os técnicos do DPI/Iphan destacaram que a festa possui profundas relações com as esferas religiosas da vida através do catolicismo popular e das religiões afrobrasileiras e também se associa às expressões lúdicas.

Os participantes fazem o boi para pagar promessa ou como oferenda a entidades espirituais, por exemplo, como existem também aqueles que querem apenas fazer a sua apresentação. Desta forma, o bumba meu boi do Maranhão está presente em muitas dimensões da vida social dos participantes, tanto que existem regiões no estado onde os grupos fazem visitas às covas de cemitério para saudar os mortos, reforçando a relação que o ciclo festivo estabelece com o ciclo vital, com a vida e morte de bois e homens.

Medidas de Salvaguarda

Ao concluir que é no contexto da celebração que o universo místico-religioso com a devoção a São João, outros santos juninos e de cultos afrobrasileiros, as músicas, as danças, o teatro, os artesanatos, entre outros, alcançam seus sentidos plenos e se transformam no bumba meu boi maranhense, o Iphan indica o registro do Complexo Cultural do bumba meu boi do Maranhão como Patrimônio Cultural do Brasil.

Para preservar a festa, o DPI/Iphan sugere algumas medidas de salvaguarda como o incentivo à documentação, conhecimento e divulgação; fortalecimento e apoio à sustentabilidade dos grupos; e valorização das expressões tradicionais do bumba meu boi. Entre as sugestões de salvaguarda estão a implantação de políticas públicas em municípios do interior para integrar os grupos, buscando a valorização de expressões locais e a redução da discriminação.

Também é necessário criar novos espaços para a apresentação dos grupos, aproximando integrantes e a platéia, com o objetivo de manter viva a prática de sociabilidade tradicional do bumba-meu-boi, baseadas na aproximação entre brincante e espectador.

Outro patrimônio do Maranhão

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural também já avaliou o tambor de crioula do Maranhão como Patrimônio Cultural do Brasil.

A manifestação foi inscrita no Livro das Formas de Expressão em 2007.

Fonte: Secom/Governo do Maranhão

sem comentário »

Tradição maranhense em Brasília

0comentário

A partir de sexta-feira e até o domingo (19, 20 e 21/8), na Quadra 15 Área Especial no. 2, em Sobradinho, o Centro de Tradições Populares realizará a 48ª Festa do Boi de Seu Teodoro – A Matança do Gado.

Idealizada pelo Mestre maranhense Teodoro Freire – hoje com 90 anos de idade é o grande responsável pela presença do Bumba-Meu-Boi em Brasília – A Festa da Morte do Boi de Seu Teodoro é realizada tradicionalmente há 47 anos em sua sede na cidade de Sobradinho/DF. Este ano realiza a sua 48ª.  com grupos de Brasília e do Maranhão.

Grupos participantes

Companhia Barrica – grupo artístico de São Luís do Maranhão, premiado com a Ordem do Mérito Cultural do Brasil, com 26 anos de permanente atuação voltada para a valorização e afirmação da cultura popular brasileira, apresentando em seus espetáculos uma variedade de danças, ritmos, músicas e indumentárias das maiores festas tradicionais do Brasil: os festejos de São João, o Natal e as folias Carnavalescas e também no exterior.

Grupo carnavalesco do Maranhão “Bicho Terra”-  De acordo com informações do poeta Joevah França, “dando vida as variadas formas de brincar o carnaval do Maranhao , o Bicho-Terra nao erra pelos desvaos das terras inférteis de falta de identidade cultural como tantos outros por aí e canta as suas raízes, cores e ritmos mil: pelos cantos guerreiros de tribos de índios; pelo banzo de afoxés de negro – mina – Jeje – Nagô; pelos príncipes e súditos folioes da cadencia dos blocos tradicionais; pela sujeira da caieira de molambos maltrapilhos da alegria dos Baralhos e blocos de sujos, sob saraivadas de frevos e marchinhas e confetes de saudades.

O espetáculo é carnaval! Apresenta-se sob essa variedade de ritmos e de danças, cantando as liçoes da natureza, num cenico-musical que alia a mímica e o grasnar dos animais, na relaçao entre os reinos vegetal, mineral e animal, todos na corda bamba do desequilíbrio da vida simbolizada nas rústicas fantasias e máscaras: trágicas e alegres, de peleja e folia, de choro e riso, de sino e de guizo, tilintando e berrando neste planeta Terra”.

Boi de Santa Fé (MA) – sob o comando de José Joaquim Figueiredo – o Zé Olhinho, a brincadeira firma-se há 22 anos como legítimo representante do Sotaque da Baixada no estado do Maranhão,

Boi da Fé em Deus (MA) – do sotaque de zabumba, que há 73 anos faz parte do elenco de brincadeiras que colorem e enriquecem a cultura popular maranhense.

Foi o primeiro grupo de bumba-meu-boi a inserir em sua indumentária elementos decorativos compondo desenhos no couro do boi, como miçangas e canutilhos, que deram um colorido e um brilho especial aos grupos de zabumba, que até hoje chamam atenção pela riqueza de seus bordados não só no couro do boi, mas também nos saiotes, chapéus e golas dos brincantes;

Boi do Maiobão (MA) – que com o seu bailado e aproximadamente 300 brincantes vêm divulgando e fortalecendo o sotaque do Bumba Boi de matraca, em apresentações no Maranhão e em outros estados

Baile de Caixa (MA) – que é uma dança de roda com acompanhamento de instrumentos de percussão, tendo ao centro um ou dois pares de brincantes. A dança apresenta coreografia complexa, com reviravoltas bruscas que exigem grande agilidade dos componentes da brincadeira. Os integrantes da roda dançam com passos rápidos e variados com os casais dançando, ora frente a frente, ora de costas, num ritmo alegre e contagiante e,

Bloco Tradicional Pierrot (MA) – uma das mais antigas brincadeiras carnavalescas em atividade em São Luís do Maranhão.

Serviço:

48ª FESTA DA MORTE DO BOI DE “SEU” TEODORO

LOCAL: Sede do Barracão do Grupo. Quadra 15 – AE n° 2 – Sobradinho I

DATA: 19 a 21/08/2011

HORÁRIOS: 19h-23h30(6ªf) // 15h-23h30(Sáb)  //  5h às 19h (Dom)

Entrada Franca e Classificação Livre

sem comentário »

Bumba meu boi é maioria

0comentário

O Maranhão entra nos últimos dias de festança no período junino deste ano. Este foi o assunto da enquete do portal Imirante, iniciada na tarde de sábado (25) e encerrada na manhã de hoje (27), que contou com a participação de 258 internautas foi perguntado: “Qual das brincadeiras você mais aprecia no São João do Maranhão?”.

A maioria dos internautas (57,4 por cento) afirmou gostar mais do “bumba meu boi”. Já 18,2 por cento dos internautas são mais ecléticos, afirmaram gostar de “Todas as brincadeiras”.

Outros 7,36 por cento gostam mais da “Quadrilha”; 8,91 por cento do bailado envolvente e sensual do “Cacuriá”; 5,81 por cento da tradicional “Dança portuguesa”; e 2,32 por cento do “Tambor de Crioula”.

sem comentário »

Louvação a São Benedito

0comentário

Em pleno agosto de São Benedito, a Praça dos Catraeiros, ao lado da Casa do Maranhão, na Praia Grande, viverá um momento especial neste sábado, dia 14.

tambor1

Um encontro entre os tambores dos quilombos de Minas Gerais com o tambor de crioula dos negros do Maranhão. O evento comemora em São Luís os 22 anos da Fundação Cultural Palmares e terá ainda um convidado especial: o grupo paulista A Barca, que faz um primoroso trabalho de pesquisa e difusão dos ritmos tradicionais brasileiros.

O Encontro de Tambores Afrodescendentes com a Cultura Popular começa às 19 hs deste sábado e será aberto pelo Tambor de Taboca da Casa Fanti-Ashanti, que convida o grupo A Barca para uma grande celebração.

Em seguida, entra na roda o Tambor de Crioula Prazer de São Benedito, do Mestre Apolônio, que chama para o encerramento da noite o Tambor de Matição, vindo diretamente dos quilombos de Minas Gerais trazendo ritmos como o Candombe e canções do folclore mineiro. Um encontro para aproximar culturas, fortalecer identidades. Um encontro para entrar na história das rodas de tambores do Maranhão.

Fundação Palmares

Criada em 1988, no clima da reconquista das liberdades democráticas e do centenário da Abolição da Escravatura no Brasil, a Fundação Cultural Palmares tomou para si o combate à intolerância racial no Brasil, buscando potencializar a participação da população afro-brasileira no processo de desenvolvimento do País. Foi o primeiro órgão de Estado a ter como eixo central a questão racial, mais especificamente a cultura e o patrimônio afro-brasileiro.

A criação da Fundação foi uma resposta às pressões do movimento negro organizado no Brasil, que lutava pela oportunidade de contribuir para uma mudança mais rápida da realidade brasileira. Em mais de vinte anos de história, a Fundação Palmares protagonizou várias ações e iniciativas de forte impacto sociocultural, como a certificação de mais de 1.340 comunidades remanescentes de quilombos, a criação do Observatório Afro-Latino e a inauguração do Parque Memorial Quilombo dos Palmares, entre outras. Foi a primeira instituição pública a debater o sistema de cotas raciais nas universidades públicas brasileiras e tem financiado pesquisas e publicado inúmeros livros com o objetivo de complementar a formação de professores e lideranças. 

tamborBeto

O Tambor de Crioula é uma manifestação que só existe no Maranhão, mas que aos poucos vem se tornando conhecida e difundida pelo Brasil inteiro, principalmente depois que foi tombada, em 2009, como patrimônio imaterial do povo brasileiro. É uma dança de divertimento e ao mesmo tempo uma forma de pagamento de promessa a São Benedito , que é santo preto e gosta de tambor. São Benedito é sincretizado com o vodum jeje-nago Averequete, originário do Daomé.

O Tambor de Crioula não é considerada uma manifestação religiosa e sim uma “brincadeira”, que pode ser realizada em qualquer local e época do ano, inclusive no carnaval e em apresentações públicas. Homens tocam três tambores longos, com couro em uma só boca e entoam toadas conhecidas ou de improviso. Mulheres cantam e dançam, dando entre si uma “punga” ou umbigada, numa espécie de convite à dança. (trechos de artigo do pesquisador Sérgio Ferreti)

tambordetaboca

Tambor de Taboca

O Abanijeun é um grupo de tambor de crioula de taboca, formado por crianças e adolescentes da Casa Fanti Ashanti, tradicional comunidade de São Luís, que preserva há décadas manifestações culturais de matriz africana. O tambor de crioula de taboca (um tipo de bambu) é uma variante do tambor de crioula, bastante difundido no Maranhão e que agora começa a ganhar o país. Abanijeun significa “aquele que divide o prato com os outros”. Graças a esse trabalho, a tradição do tambor de crioula, que corria o risco de ser extinta, é passada a futuras gerações.

A Casa Fanti-Ashanti foi fundada em 1954. Os Fanti e os Ashanti eram povos da antiga Costa do Ouro, na África, atual República de Gana. Em São Luís, a Casa de Fanti-Ashanti fica localizada no bairro do Cruzeiro do Anil. É uma Casa de Mina e Candomblé que mantém a tradição desde sua fundação. Além dos rituais do Tambor de Mina, do Candomblé e das festas para os orixás, a Casa também realiza o “Samba de Angola” para os boiadeiros. Há também rituais ligados à pajelança, ao catolicismo popular (Divino Espírito Santo) e ao folclore ,como o boi de Corre Beirada e o Tambor de Taboca. O chefe do Terreiro, Euclides Menezes, herdou seus conhecimentos religiosos do antigo Terreiro do Egito, que funcionou até o final da década de 70.

tambordematicao

Tambor do Matição

O Tambor do Matição surgiu no ano de 1998, na cidade de Jaboticatubas, região da Serra do Cipó, a 70 quilômetros de Belo Horizonte. Mato do Tição é uma espécie de quilombo encravado na zona rural do município.

O grupo procura, com seu trabalho, preservar e perpetuar um pouco das tradições vivenciadas ali. O folclore mineiro, as tradições, a religiosidade, tudo isso é incorporado às canções que retratam as tradições do congado, o candomblé e a folia de reis, além de inserção de canções do Vale do Jequitinhonha. Mas sua música não se prende apenas às fronteiras do Estado de Minas, ela também incorpora algumas influências de diversas outras regiões brasileiras.

Um dos principais ritmos difundidos pelo grupo é o Candombe, ritual afro que antes era vedado a não-iniciados. O ritual estava para os negros como a maçonaria para os brancos. No passado, os tambores de Candombe eram objetos sagrados. Havia rituais para a iniciação tanto de novos tambores quanto de novos percussionistas. Pesquisadores acreditam que, a partir do Candombe, teriam nascido outras duas manifestações culturais: o Congado e o Moçambique.

tambordeapolonio

Tambor de Mestre Apolônio

O Tambor de Crioula “Prazer de São Benedito” de mestre Apolônio Melonio foi fundado 1980, no bairro da Floresta, na Liberdade, em São Luís. É um grupo tradicional que procura preservar a cultura popular maranhense respeitando os costumes e valores da história do tambor de crioula.

Nascido em um lugarejo chamado Canarana, no município de São João Batista, na Baixada Maranhense, Mestre Apolônio começou cedo sua vida cultural. Fundou o seu primeiro grupo de Bumba-Meu-Boi ainda na década de 40 e no início dos anos 70 criou em São Luís a Turma de São João Batista ou Bumba-Meu-Boi da Floresta.

Ao longo dos anos, recebeu muitas homenagens pela sua grande contribuição à preservação da cultura tradicional do Maranhão. Em 2005, no Rio de Janeiro foi reconhecido com o troféu “ORILACHÉ” que significa na língua dos Iorubás “a cabeça tem o poder de realizações”, concedido pelo grupo Afro – Reggae, pelo trabalho social com os jovens na comunidade da Floresta, no bairro da Liberdade.

abarca

A Barca

A Barca é um grupo paulista que pesquisa gêneros tradicionais brasileiros desde 1998. Partindo da reflexão sobre o fazer artístico e suas responsabilidades estéticas e sociais, realiza um amplo trabalho de criação de espetáculos, documentação, arte-educação e produção cultural.

O trabalho da Barca partiu do estudo e do diálogo com a obra de Mário de Andrade, levando o grupo a mergulhar nas incontáveis manifestações populares do Brasil e estabelecer laços com diversas comunidades, entre elas a Casa Fanti-Ashanti, no Maranhão, com quem lançou em 2002 o CD Baião de Princesas. O trabalho inclui coletar material musical nos locais onde as manifestações acontecem Brasil adentro, analisá-lo, criar arranjos e até mesmo composições inéditas inspiradas por este material.

O grupo divulga os resultados de suas pesquisas através de gravações e realização de espetáculos. Além de realizar centenas de espetáculos, oficinas e gravações pelo país, o grupo produziu os CDs Turista Aprendiz (2000); Baião de Princesas (2002); a caixa Trilha, Toada e Trupé (2006) – três CDs e um DVD documentário e a Coleção Turista Aprendiz (2007), sete CDs e sete curtas documentários com outros registros desta viagem.

Nesta apresentação vamos contar com a seguinte formação: André Magalhães (bateria e percussão), Ari Colares (percussão), Chico Saraiva (violão), Juçara Marçal (voz), Lincoln Antonio (piano), Renata Amaral (contrabaixo elétrico), Sandra Ximenez (voz) e Thomas Rohrer (rabeca e saxofone). 

Foto: Beto Matuck

sem comentário »
https://www.blogsoestado.com/pedrosobrinho/wp-admin/
Twitter Facebook RSS