Bid e o seu Bambas Dois

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pedroebid2510Tive acesso ao disco“Bambas e Biritas”, do produtor paulista Bid, nome artístico de Eduardo Bidlovski, em Santa Tereza, no Rio de Janeiro, após audição feita com o amigo e parceiro, o DJ Zod. Foi um amor à primeira ouvida. Acabei fazendo uma resenha, publicada na segunda edição da revista Ótima, no ‘Music News’. E logo depois o‘deejay‘ Franklin fez um ‘download’ na internet e me presenteou com o ‘Bamba Dois. Uma outra proposta sonora, mas aprovada pelo meu ouvido criterioso.

No último dia (9/1), numa quinta-feira, tive o privilégio de conhecer ‘in loco’, o produtor Bid o responsável por essas duas obras representativas para a música brasileira e ser presenteado com o CD Book. “Bambas Dois”. Para o produtor, os dois discos são misturas de ritmos, filhos da Àfrica, que vão do samba ao funk, à musica do Nordeste e Norte, e um elo entre o velho e o novo.

– “Essa mistura e o elo entre o velho e o novo é uma coisa que gosto de fazer. Capto sons como se faziam antigamente. Gosto de mexer com equipamentos e microfones antigos e dar um tratamento mais moderno com o computador e a música vai para um terceiro lugar. É disso que chegou o resultado bacana das misturas. Faço isso sempre com músicos’ e nada de‘samplers’.. Músicos gravam colocam ali seu coração e sua vibração, Dali, vai para dentro do computador e trabalho sempre com uma mão humana como material de trabalho. Essa coisa entre o velho e o novo se estende aos convidados. No primeiro, a gente vê a nova escola com Black Alien, Rapin Hood, Seu Jorge fazendo contraponto com Elza Soares, Marku Ribas e o Carlos Dafé.  A troca entre o velho e o novo também é importante.O velho absorve um pouco do novo. O novo, a experiência e a história dos mais velhos. Isso aconteceu nos ‘Bambas e Biritas e ‘Bamba Dois – explicou.

Férias

Foto: Domenico Pugliese
Foto: Domenico Pugliese

Questionado por mim sobre essa vinda ao Maranhão, Bid disse que já era uma vontade de conhecer o Estado tendo em vista a amizade com o percussionista maranhense Papete, que participou do ‘Bamba Dois”.–  “Há muito tempo estava a fim de conhecer o Maranhão. Papete teria feito o convite para que eu conhecesse o Maranhão. Só agora, de férias, pude fazer a viagem e vim acompanhado de Otávio Rodrigues, o ‘Doctor Reggae’, que já morou em São Luís, e ,agora, somos parceiros musicais. Foram nove dias no Estado e vivenciei uma experiência valiosa. Tive o privilégio de visitar os Lençóis Maranhenses e participar das festas nos clubes de reggae de São Luís. Os costumes de quem consome essa música jamaicana na ilha. Tudo é muito peculiar. As radiolas, o culto ao reggae de raiz jamaicano, a forma de dançar agarradinho. Enfim, tem toda uma particularidade – ressaltou.

Bid deixou São Luís levando um pandeirão e uma parelha de tambor crioula recomendada e batizada pelo mestre Amaral.

Lipedroebid7510quidificador

Bid contribuiu no começo dos anos 1990, quando ajudou Chico Science & Nação Zumbi a produzir uma das obras-primas do movimento manguebeat, Afrociberdelia. Foi também fundador do “Funk Como Le Gusta”. Tampouco que, nos últimos anos, ele esteve envolvido na produção de outras dezenas de discos e trilhas sonoras de filmes.

Misturar é primordial na trajetória de Bird. E o “Bambas Dois” é o exemplo. O disco foi criado por ele, ao lado do músico Fernando Nunes e de DJ Gusta, da banda Echo Sound Systema, sendo gravado entre a Jamaica e o Brasil.

Segundo Bid, o novo disco soa como a continuação de “Bambas e Biritas – Vol. 1″, mas tem como objetivo convergir a polirritmia brasileira com o reggae e outros gêneros jamaicanos, entre eles o rocksteady e dancehall. E, para tanto, contou com a participação de vários e importantes artistas jamaicanos e brasileiros que dão legitimidade ao projeto.

pedroebid9510BiD apostou mais alto e chamou colaboradores internacionais: os jamaicanos Luciano, Sizzla, Kymani Marley (um dos filhos de Bob Marley), Jah Marcus, I Wayne, Queen Ifrica, Tony Rebel e o trio vocal The Heptones e Luciano, que fez a releitura de ‘Something”, dos Beatles.. Entre os artistas brasileiros que participaram do projeto estão: Dominguinhos, Luiz Melodia, Chico César, Daniel Ganjaman, Siba, o percussionista maranhense Papete, Pitoco, Céu, Anelis Assumpção e Lucio Maia (Nação Zumbi), entre outros. “Eu tentei pegar as pessoas autênticas em seus instrumentos. Esse disco tem o conceito de escrever músicas em conjunto. Os jamaicanos escreveram as letras, gravaram, adicionei para um equilíbrio do disco, para que  não ficasse nem Jamaica, nem muito nordestino, do Norte., Essa foi a busca”, assegurou.

Indagado se sentia a ausência de algum artista no projeto “Bamba Dois”, Bid citou os nomes de Chico César, além de Gilberto Gil, que já havia feito passeio por essa viagem, principalmente com o ‘Kaya N`Gandaya’ e o jamaicano Gregory Isaacs, que já estava doente no período da gravação. E, ao explicar sobre a importância de Chico César na concepção do disco, Bid disse que tudo começou durante viagem à Jamaica.

“Na primeira viagem a Jamaica e estava num barquinho para um mergulho Eu coloquei o disco ‘Francisco, Forró e Frevo”. Eu escolhi uma músicapara tocar e ver como iria soar em terras jamaicanas. O cara que estava conduzindo o barco começou a cantar em uma ,linha meio dancehall. Na hora deu o click e vou fazer um disco que vai misturar as duas culturas. Quando você viu U-Roy, Luciano, Heptones cantando e apesar da linha do baixo do reggae, existe a presença da zabumba, pandeirão, triângulo, e uma mistura que causou, não uma estranheza, mas um desafio. Enfim, eles perceberam que, na verdade, havia a mesma divisão rítmicas. Eles assimiliram a ideia que tem como objetivo juntar as culturas. Eles adoram o Brasil, futebol. E ao ouvir a música tiveram outra reação, pois a músicas falaram por si”. ressaltou.

pedroebid12510Na Estrada

Bid deixou bem claro que o trabalho não se resume apenas ao disco. Ele montou uma banda com doze músicos. “É difícil fazer shows. É difícil viajar por aí, É muita gente. Tá muito caro passagem, A gente conseguiu entrar em alguns festivais importantes, como, o Natura Nós, um festival bem grande. Tocamos em no festival Rio Louco, em Toulouse, na França, em junho deste ano, como ‘headline’ e a participação de Luciano. Em todos os shows chamamos músicos jamaicanos envolvidos no projeto para tocar. Estamos tentando trazer o show para São Luís, mas as coisas não parece fácil de viabilização. A ideia é trabalhar o disco com shows e a gente que São Luís seja um roteiro. Mas, vamos trabalhar o disco e lançá-lo na Europa este ano”. garantiu.

Para quem tem a música como combustível, oxigênio, musa, paixão eterna e prima pela criatividade, misturas e experimenta novas sonoridades, nada mais sugestivo essa audição de bambas.

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Joãozinho Ribeiro grava DVD no TAA

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João Batista Ribeiro Filho, ou simplesmente Joãozinho Ribeiro, viveu e cresceu em São Luís, entre os casarões da cidade histórica, grava cd ao vivo, nesta terça (27) e quarta (28), no show”Milhões de Uns”, no Teatro Artur Azevedo. Artista de múltiplas vertentes no campo da música popular,  o compositor divide o palco com vários convidados. Entre eles, Alê Muniz, Milla Camões, Josias Sobrinho, Rosa Reis, Chico Saldanha, Lena Machado, Célia Maria, Cesar Teixeira, Coral São João, Zeca Baleiro e o paraibano Chico César. Ele será acompanhado no show por: George Gomes na bateria; percussão Arlindo Carvalho e Wanderson Silva; no contrabaixo Serginho Carvalho; trompete Hugo Carafunin; além do saxofonista, Danilo Santos.
 
A iniciativa partiu do cantor Zeca Baleiro, que escreveu um texto distribuído aos artistas, poetas, produtores e amigos de Joãozinho sobre a importância do registro das cançõs do compositor, ressaltando: “Joãozinho Ribeiro é um poeta e compositor maiúsculo. Mas sempre foi mais que isso. João é uma espécie de ‘Guru da Galera’, o cara que aponta caminhos, que lança luz sobre as trevas culturais da cidade de São Luís – incansável, obstinado, convicto”. A gravação do primeiro disco de Joãozinho Ribeiro traz a expectativa de ser um registro clássico, comparado a outros grandes discos importantes da música popular brasileira. Em entrevista ao Blog do jornalista Pedro Sobrinho, Joáozinho Ribeiro relata a cada pergunta porque é um artista multifacetado e sempre em movimento.
 
Pedro Sobrinho  – Você tem uma história de miltância com a música. O seu legado abrange diversos gêneros musicais, desde o choro, samba e afins.. São mais de oitenta composições gravadas por artistas maranhenses. Zeca Baleiro o cita em texto que você é o ‘Guru da Galera’. Porque só agora a gravação de um disco ?

Joãozinho Ribeiro – Acho que uma das características que sempre mantive foi a de um cidadão do mundo multifacetado, fazendo muitas coisas ao mesmo tempo, sem a dosimetria (está na moda, né…rsss) do equilíbrio, do foco, ou coisa parecida. Produzi muito nestas últimas quatro décadas e o processo criativo sempre esteve ligado a construção coletiva de novas pontes humanas, defendendo um entendimento da Cultura pra lá das manifestações artísticas e dos eventos. Cultura como direito, economia, cidadania, alegria e dignidade das pessoas. O agora, talvez, tenha muito a ver com o meu atual estado de espírito – sou um guerrilheiro inveterado sonhando com a paz.

Pedro Sobrinho – Para Joãozinho Ribeiro, o que significa esse projeto “Milhões de Uns” ?

Joãozinho Ribeiro – Significa compartilhar com outros artistas, parceiros, perspectivas de transformar esse encontro em festa. Esse encontro é o resultado, a soma, de toda a contribuição que tenho procurado dar a música maranhense, definida também como brasileira.

Pedro Sobrinho – Fale da estratégia de dividir o show em duas etapas, ou seja, nos dias 27 e 28 deste mês, tendo como cenário o Teatro Artur Azevedo ?
 
Joãozinho Ribeiro – A estratégia se deve ao tamanho do repertório e das pessoas participantes que não caberiam em um só dia, além do risco que toda descoberta oferece. Essa  gravação ao vivo não é coisa para principiantes como eu…(risos). Todo cuidado é mínimo e devemos render além da conta tudo aquilo que faz bem a alma e ao corpo. A música me faz um bem danado. Talvez uma semana fosse a dose mais ou menos indicada para esse bem. São tantas almas envolvidas nesta construção coletiva que dá vontade de não desligar os aparelhos…
 
Pedro Sobrinho – Zeca Baleiro e Chico César virão a São Luís, especialmente, para celebrar com você esse seu momento. Bom, com Zeca você já tem uma afinidade geográfica e musical. Como você explica a participação do paraibano, do Catolé do Rocha, Chico César ?

Joãozinho Ribeiro – A idéia do registro sempre foi fazer algo que tivesse a cara da diversidade maranhense, brasileira, Àfrica, Caribe…e afinidade com o meu processo criativo. Conheci e me aproximei do Chico quando estava trabalhando no Ministério da Cultura e ele era Secretário de Cultura de João Pessoa. Sempre estava em Brasília, discutindo propostas de avanços da política cultural, e inúmeras vezes nos encontramos no Congresso Nacional, nas Comissões de Educação e Cultura, apresentando propostas e prestando informações sobre projetos de interesse do Governo Federal e dos Municípios. Começou uma amizade que até hoje permanece, fortalecida pela admiração mútua, pelo respeito que tenho pela sua produção musical e suas idéias. Não poderia fica fora do CD e aceitou o convite para a participação na primeira pegada, apesar dos inúmeros compromissos que possui atualmente com cantor e compositor e Secretário de Cultura da Paraíba. Uma pessoa fundamental neste Milhões de Uns.
 
Pedro Sobrinho  – Os shows têm várias participações. Célia Maria, Rosa Reis, Lena Machado, Mila Camões, Alê Muniz, Josias Sobrinho, Chico Saldanha, César Teixeira, além do Coral de São João. O que representa cada convidado em sua trajetória musical ?
 
Joãozinho Ribeiro – São parceiros antes de tudo, de copo, de alma, de militância cultural, de afinidade criativa. A maioria já compartilha comigo de longas datas, o ato de criar e produzir coletivamente. Individualmente, cada um tem uma história específica, porém no conjunto cada um é uma pessoa fundamental na formação dos Milhões… de música, de canto, de encantamento e cumplicidade cultural e artística. 
 
Pedro Sobrinho –  Você sempre enxergou a arte, especialmente a música, como um agente transformador. Você ainda acredita que ela tem o poder de influenciar as pessoas para lutar por uma causa ? Ou tem se tornado uma ferramenta obsoleta para a mudança ?

Joãozinho Ribeiro – Acho que a música pode ser traduzida em milhões de coisas, mas nunca pode deixar de ser música. Quanto a sua possibilidade de transformação vai depender muito da honestidade do criador com a sua arte musical. Assim entendida, faz muito sentido lutar pelas coisas que acreditamos. Por isso, acredito nelas e faço 
 
Pedro Sobrinho –  Além de músico, existe um Joãozinho que atuou no cinema e no teatro. Fez passeatas em defesa da meia-passagem para estudantes. Chegou a ocupar a Secretaria de Estadual de Cultura. Enfim, você é um artista sempre em movimento. Como você vê o cenário artístico do Maranhão, principalmente o da música ?

Joãozinho Ribeiro – Gostei do artista em movimento, você é a primeira pessoa que me traz esta imagem. Fiz muito de tudo e de tudo um pouco nesta paisagem feita de tempo, que sempre foi a minha vida. Da experiência colhida do ofício de viver e outros vícios, trago comigo a insuportável esperança de que o Maranhão ainda vai dar certo e a contribuição da Cultura será primordial. Acho que novamente ela está se colocando na mesa de debate, como fator essencial e estratégico de desenvolvimento humano. Acho que a criatividade é a grande ferramenta para enfrentarmos este fosso cruel das desigualdades que, ainda, atormenta em nosso Estado. Já passamos por vários ciclos: da cana-de-açúcar, da soja, dos minérios…por que não da criatividade?
 
Pedro Sobrinho – Onde você acertou, onde você pecou como secretário de Cultura do Estado ?
 
Joãozinho Ribeiro –  Não tenho nenhum instrumento perfeito de aferição, mas acho que a maior contribuição foi propor um Plano de Cultura para o Estado, pensando a cultura a curto, médio e longo prazo, com a implantação de instrumentos legislativos necessários – Fundo, Lei de Incentivo, Conselho, Plano, que até hoje serve de referência em todo território nacional. O pecado, se assim pode ser chamado, foi não ter conseguido superar a “cultura de Evento” e um entendimento bastante enraizado, que reduz as grandes possibilidades de uma gestão cultural aos festejos juninos e carnavalescos. Também não conseguimos avançar na questão do Patrimônio Histórico como desejávamos.

Pedro Sobrinho – Pra finalizar, a gravação desse disco já é um marco na sua carreira. Com ele você encerra um ciclo ou, ainda tem muitas cartas na manga pela frente ? Afinal, nunca é tarde para a poesia.

Joãozinho Ribeiro – Acho que ele escancara as janelas da vida para novas e imensas possibilidades, juntando pedaços do passado e do presente, apontando firme para o futuro, e provocando nas pessoas o sentimento de que a Cultura continua sendo o grande cimento da humanidade, ligando partes fragmentadas de um corpo que quer ser feito de solidariedade e carinho. “Sou cantador do tempo. E o tempo tenho cantado. Tempo que falta é futuro. Tempo que sobra é passado. Cantador que canta só, canta mal acompanhado”.
 
Serviço
 
Show “Milhões de Uns”, gravação do primeiro CD de Joãozinho Ribeiro
Quando: 27 e 28 de novembro, 21h
Local: Teatro Arthur Azevedo
Entrada: R$ 50,00 (meia para estudante)
Produção: Ópera Night Produções
Contato: 8137.7452 / 8786.6766

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Rita Benneditto canta nos 400 anos de São Luís

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Num bate papo informal, na manhã de domingo, (16/9), no CroaSonho, na avenida Barata Ribeiro, em Copacabana, no Rio de Janeiro, a cantora Rita Benneditto disse estar feliz com o convite de participar neste sábado (22/9), do show de 400 anos de São Luís, neste idealizado pelo governo do Estado, na Lagoa da Jansen. Durante a conversa de aproximadamente 40 minutos com direito a um café da manhã, ela falou do processo de transição da nova identidade artística. Falou do sucesso do Tecnomacumba e garantiu não estar com pressa para lançar novo CD. Rita Benneditto vai estar na mesma noite, em que se apresenta a dupla renomada sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano. Rita definiu o encontro com o gênero sertanejo como extremamente interessante. “Eu vou cantar também para o público de Zezé Di Camargo e Luciano. “As pessoas terão a oportunidade de conviver com a diversidade existente na Música Brasileira Contemporânea “, ressaltou.

Na Mira – Você vive um momento de transição com a mudança da identidade artística para Rita Benneditto. O público já está familiarizado, reagindo com aceitação ao novo sobrenome ?

Rita Ribeiro – Eu acredito que o processo é um pouco lento. Não é assim tão instantaneo mudar um nome depois de mais de 20 anos de carreira. Não é fácil, não é banal. Isso requer toda uma reestruturação para mim e também para o meu público. O primeiro impacto da mudança foi extremamente positiva. Eu percebi que tenho um público fiel. Uma galera que já me acompanha há muitos anos. Tenho recebido várias manifestações de apoio por parte do público. De gente que fala que tanto faz ser Rita Ribeiro ou Rita Benneditto, o importante é o que eu faço, é a minha história com a música. Alguns comentam que gostaram da mudança. Outros acham estranho. Eu ainda não fiz um trabalho de divulgação a nível nacional por questões particulares. Mas eu gosto de dizer de cara que eu quis mudar o nome. Independente de mudar existiam fatos reais que me levaram a tomar essa decisão. Comecei a observar o surgimento de homônimos, de muitas pessoas públicas com o mesmo nome na minha área. Existe uma Rita Ribeiro escritora, além de uma cantora portuguesa com o mesmo nome, gerando alguns conflitos. Uma dessas Rita Ribeiro resolveu fazer o registro artístico impossibilitando todas as outras de usarem o nome. Percebendo que a energia do estica pra lá e puxa pra cá é desgastante resolvi mudar de nome. Foi uma decisão extremamente delicada. Mas embarquei. Me sinto acolhida e familiarizada com a nova identidade. Antes de qualquer decisão procurei um numerólogo.

Na Mira – E como a numerologia interferiu na mudança ?

Rita Ribeiro – Em lugar de entrar com um longo e, possivelmente, desgastante processo na justiça e já que sempre fui ligada ao sagrado – vide o sucesso do show Tecnomacumba– resolvi então atender aos sinais e mudar o meu nome artístico. Escolhi um sobrenome que é, ao mesmo tempo, uma homenagem ao meu pai, que se chamava Fausto Benedito Ribeiro; à minha terra natal, São Benedito do Rio Preto, cidade do Interior do Maranhão; e também por ser um nome abençoado. Pensei também em São Benedito, que é um santo padroeiro das festas populares no Maranhão, especialmente, o tambor de crioula. E mais, Benedito tem origem no latim, Benedictus, significa abençoado, louvado, consagrado. Eu sou uma artista que se relaciona profundamente com os mistérios da existência. Cantar, para mim, não é só um meio de sobrevivência ou uma questão de prazer e vaidade. É antes de tudo, me relacionar com o sagrado. Então, alguns fatos me levaram a concluir que o sagrado estava me sinalizando para a troca de nome. Eu consultei um numerólogo de minha confiança para chegar a uma melhor grafia para novo nome artístico, garantindo as melhores vibrações possíveis. Se pensou na fusão do feminino, Rita, com o masculino, Benedito. Isso é muito forte, imponente. E para me respaldar o numerólogo sugeriu que eu escrevesse o Benneditto com dois (N) e dois (T), pois teria um potencial maior de carisma, sucesso e de mídia espontânea. O nome já está registrado para nao ser surpreendida novamente. Estou feliz com a mudança.

Na Mira – São Luís festeja 400 anos. Não são quatro meses, nem quatro anos ou quarenta anos. São quatro séculos de existência. Como você traduz o convite para fazer parte da festa ?

Rita Ribeiro – Fiz questão de fazer parte da festa. O meu compromisso é com o povo do Maranhão. O povo ludovicense. Com a história da minha cidade. De acordo com a sua pergunta estamos comemorando 400 anos e não 40 anos. Uma história extremamente rica. São Luís é um patrimônio histórico mundial. Já foi chamada de Atenas Brasileira, por conta de sua tradição de poesia e cultura. Já teve o apogeu industrial no período da produção de algodão. Tem personalidades importantes na sua história, entre eles, Sousândrade, Ferreira Gullar, Aluísio Azevedo, os mestres Felipe e Leonardo, na cultura popular. Tem a tradição do povo negro representado pela Casas da Minas, Nagô e Fanti Ashanti. Temos os índios Tupinambás, Guajajara. São Luís foi a primeira cidade fundada por franceses e depois colonizada por portugueses e holandeses. Temos uma culinária e indumentárias muito ricas. Tudo nosso é muito rico. Eu faço questão de estar em São Luís reverenciando a cidade. Isso não impede para que eu feche os olhos para alguns desequilíbrios no campo social no Maranhão, especialmente, em São Luís. Nós temos consciência desses problemas, mas também devemos ter consciência da nossa capacidade de transformação. Nós temos que delegar a nós essa responsabilidade acima de tudo. Eu penso assim. Sou uma artista, uma comunicadora. Eu acho que é uma responsabilidade minha estar em São Luís comunicando com o meu povo, comemorando com ele a mnha cidade. Se as pessoas estão lá é porque elas também tem consciência. Temos que equilibrar a balança das coisas. Não podemos deixar para trás tantos anos de história, simplesmente, porque o momento não seja mais adequado. Temos mais é que reverter isso a partir de nós mesmos e com festa.

Na Mira – Você poderia adiantar para o público o que está reservado em seu ‘set’ para o sábado, dia 22, na Lagoa da Jansen ?

Rita Ribeiro – Infelizmente só vou em São Luís anualmente. Fui na festa dos 399 anos e retorno para festejar os 400. É pouco tempo para usufruir da minha cidade. É pouco tempo para estar em contato de maneira mais constante com o povo da minha terra. Eu acabei montando um repertório para esse show fazendo com que as pessoas possam escutar sucessos representativos na minha carreira, dos meus discos lançados, e que todo mundo gosta de cantar. Fazemos isso para continuar essa cumplicidade. Eu também estou levando um pouco do repertório do Tecnomacumba, que também são músicas populares, músicas conhecidas. Estou levando algumas novidades pontuais. Uma delas é uma Mina Gegê, de autoria de Josias Sobrinho, que fez pra mim e conta a história da Mina no Maranhão. O resto eu prefiro deixar para o momento no palco. Ah, irei acompanhada de um quarteto de baixo, guitarra, bateria e percussão. Faremos um show bem diverso e divertido.

Na Mira – A dupla sertaneja Zezé Di Camargo e Luciano dividirão à noite com você. Você já vivenciou uma experiência com a música sertaneja ? E o que você acha dessa diversidade imposta pela na atual conjuntura pela indústria cultural em que o ecletismo de estilos e gostos é a palavra de ordem.

Rita Ribeiro – Será uma experiência pioneira. Vai ser legal porque estarei em contato com o público de Zezé Di Camargo e Luciano. Quanto a gosto musical é uma coisa indiscutível. Eu não sou apaixonada, enloquecida pela música sertaneja. Não compro discos, não gosto dos timbres das vozes. Não canto música sertaneja. Mas eu gosto de algumas músicas de Zezé Di Camargo e Luciano, sem nenhuma demagogia. Eu respeito o trabalho deles, pois são profissionais da música brasileira que alçaram voo e tiveram o trabalho reconhecido no cenário da Música Popular Brasileira. Eles falam de amor, uma coisa que o brasileiro adora. Uma característica do brasileiro, principalmente, do grande público que gosta dessa abordagem de amor que os sertanejos tratam com muita particularidade e que deu muito certo. Não é a minha melhor música, mas eu tenho respeito pelo trabalho desses caras. Eles têm um talento, uma força. Isso será importante para mim pois nesse encontro vou estar também com um público que não é meu. As pessoas vão assistir Zezé Di Camargo e Luciano e vão assistir Rita Benneditto. Mas é bom que se diga: eu vou abrir o show de Zezé Di Camargo e Luciano. Eu sou do Maranhão. Eu sou de casa. Eu estou recebendo a dupla. Eu sou anfitriã de Zezé Di Camargo e Luciano (brinca) e ao mesmo tempo irei recepcioná-los logo em seguida. Eu acho isso muito interessante. É a diversidade. Cada um com a sua sonoridade. Eu e meu quarteto numa pegada mais rock´n´roll. Eu tenho uma tendência mais rock´n´roll na atitude do meu som. E depois todo aquele aparato de super banda com aquelas coisas que já estamos acostumados de ver. As pessoas vão conviver com um panorama diverso da música brasileira. Você gosta de sertanejo, você gosta de Música Popular Brasileira Contemporânea. Vai ser extremamente interessante.

Na Mira – Falando do Tecnomacumba. O público já se desapegou dele ou continua ávido pelo projeto ?

Rita Ribeiro – O Tecnomacumba é um projeto atemporal. Quando eu penso que as pessoas se desencantaram, elas ficam enloquecidas pelo projeto. Nem eu mais tenho uma explicação muito lógica para esse fenômeno. Mas acredito que o Tecnomacumba pegou na veia do povo brasileiro, porque ele mexe com o imaginário, a memória cultural e afetiva do povo brasileiro. Há um hiato, um vazio nesse contexto. Quem hoje no Brasil faz música com essa temática tão escancarada quanto eu ? Eu chamo o Tecnomacumba de um manifesto de brasilidade. Uma intervenção cultural que trouxe à tona a herança da religião africana para a música brasileira. Eu digo que a música brasileira deve muito a religiosidade africana. Por isso, me respaldei de compositores que bebem nessa fonte como Toninho e Romildo, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Jorge Benjor, Nei Lopes, Arlindo Cruz, Clara Nunes, Maria Bethânia. E mais, esse projeto deu certo porque foi concebido no Rio de Janeiro. O povo carioca é extremamente religioso e ‘linkado’ com a religião de matriz africana. No Rio, São Jorge é um Deus. Macumba aqui é mais forte do que na Bahia. Não estou preocupada em fazer disco para público religioso. Não faço apologia a religião. Mas deixo bem claro que tenho como matriz a religiosidade africana. Enfim, o que fiz com o Tecnomacumba é uma representação da cultura popular brasileira, principalmente, a nordestina em formato de show, disco e DVD, em que a entidade principal é a deusa música. Ela consegue transcender qualquer tipo de preconceito. A música se faz presente de maneira absoluta. Eu aproveitei [ela] a música para difundir ao povo brasileiro a herança cultural africana que, de repente, ficou debaixo do tapete. Eu consegui elevar o nome dessa cultura a nível de mitologia. Há 9 anos faço o show do projeto sem parar. Sei que ainda tem muita gente que associa o Tecnomacumba de forma pejorativa. Modéstia à parte, eu tenho feito um grande serviço à música brasileira apresentando mantras maravilhosos construídos pelo povo negro. Me sinto feliz e realizada com o Tecnomacumba.

Na Mira – Mesmo com o sucesso do Tecnomacumba e do que ele representa em sua trajetória artística, o público, a crítica, cobra um novo disco seu. Isso é normal nesse mercado da música ?

Rita Ribeiro – Eu também acho que preciso de apresentar um novo disco. Agora, sou uma cantora independente desde 2003. Ser independente não é fácil. Às vezes eu questiono essa forma de cobrança do mercado e do público que exigem do artista que ele grave um disco por ano. Vejo Marisa Monte. Ela passa seis anos sem gravar e todo mundo acha ‘cult’. Que bom que ela pode passar todo esse período da vida dela reelaborando o que ela quer mostrar dentro da sua linhagem musical, no jeito Marisa Monte de fazer as coisas. Bom, eu lancei em 2009, o Tecnomacumba em CD e DVD. Estou em fase de pré-produção do novo disco, a príncipio, vai se chamar ‘Encanto’.  Ele está sendo estruturado. Vou esperar um pouco mais para explicar sobre esse projeto. Uma outra coisa que me preocupa no fato de ser independente é que saímos do patronismo das gravadores e passamos a ser reféns dos editais. Estamos com a lei Rouanet que nós dá uma carta de anuência para que possamos viabilizar os projetos. Portanto, ficamos a mercê desses editais. Não é um papo rançoso, pois não parei de trabalhar. O Tecnomacumba está aí resistindo ao tempo como uma peça de teatro que tem longa vida em cartaz. È preciso rever esse tipo de pensamento e perceber que a música pode seguir a mesma trilha do teatro nesse sentido. Quanto ao meu trabalho é de formiguinha, construído de degrau em degrau. O público que está comigo é porque gosta do que faço.

Na Mira – São Luís agora é quatrocentona. Daqui pra frente é chegada a hora da serpente acordar de vez ?

Rita Ribeiro – Eu acho que sim. Temos que ter um pensamento diferente dessa serpente. Todo mundo diz que a cabeça está na Fonte do Ribeirão. Á Fonte do Ribeirão é uma fonte de água. E quando se fala em uma fonte não se fala em ciclos, se fala em fluxos. Se está dormindo debaixo de nós e se acordarmos ela iremos abaixo. Temos que mudar esse pensamento. Eu sei que a serpente tem vários cultos. Para os cultos africanos ela tem uma força positiva muito grande. A serpente dourada nos rituais pagãs, os da Mina Gegê, que se chama Dan, é muito poderosa, e deu origem a Daomé [como diz o samba enredo da Flor do Samba]. O maranhense, o ludovicense tem total consciência disso. A gente não pode pensar nessa serpente parada, sem ação, esperando qualquer vacilo nosso para afundar com a nossa ilha. Se a gente pensar num movimento ascendente de evolução, de mudança, de transformação, essa serpente passa a ser a nossa parceira. E passa a vibrar positivamente na nossa cabeça, no nosso pensamento, na nossa história. Não sei se é uma viagem cósmica (rsrsrs), mas se pensarmos contra o contrário, o negativo de que vamos afundar, teremos um espiral de crescimento. Eu trago a minha terra comigo para qualquer lugar que eu vou. Eu tenho orgulho de ser maranhense, de ser criada em São Luís, orgulho do meu povo. E quero pensar que esse povo seja capaz de fazer uma grande transformação necessária para nossa história, para que a gente possa comemorar mais 400 anos de maneira mais consciente e evolutiva.

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Anna Torres canta as ‘Divas’

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A cantora maranhense Anna Torres, em entrevista, neste domingo (29), ao Plugado, na Mirante FM, apresentou o novo trabalho, o CD ‘Divas’, em que faz uma homenagem as grandes cantoras do jazz e da música brasileira, entre as quais, Billie Holiday, Ella Fitzgerald, Janis Joplin, Tânia Maria, Edith Piaf e Elis Regina, com destaques para canções ‘Night And Day’, de Cole Porter; ‘Upa Neguinho’, de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri; ‘Fever’, de Otis Blackwell; ‘Summertime’, de Ira e George Gershwin.

– Essas artistas e esses compositores representam muito em minha carreira de intérprete. E nesse disco resolvei reverenciá-las com o auxílio dos músicos que acreditaram nessa possibilidade. Escolhi alguns ‘standards’ do jazz e da música brasileira e montei um repertório de onze faixas – ressalta.

‘Divas’ é um disco com muita harmonia em que Anna Torres canta com personalidade, consegue misturar jazz, samba, funk e a música tradicional do Nordeste brasileiro, além de não esquecer que o seu Porto Seguro é o Maranhão.

Declaração de Amor

A artista aproveitou a única faixa do CD para declarar mais uma vez o seu amor por São Luís ao interpretar a canção ‘Ilha do Amor”, que já toca na programação da Mirante FM.

Além de divulgar o disco, Anna Torres está articulando a gravação de um videoclipe. A gravação será na Praia Grande, Ponta D´Areia, Olho D’água. “A minha história se resume a Lago da Pedra, terra Natal, que estendeu a São Luís, o meu outro grande amor, e percorreu o Rio de Janeiro, São Paulo e se estabelece momentaneamente em Paris, capital da França”, brinca a artista.

Indagada, ainda, sobre a música em que homenageia os 400 Anos de São Luís, Anna Torres disse que é uma mistura de ritmos entre a soul music e o bumba meu boi.   – Eu abri um parênteses nesse CD para fazer uma homenagem a São Luís e acabei misturando o bumba meu boi com a Soul Music, que acabou virando o Bumba meu soul. Essa é uma das músicas mais aplaudidas do show, é uma música muito forte”, declarou.

Shows

Anna Torres tem show marcados em São Paulo, Rio de Janeiro, Fortaleza e aguarda confirmação de uma apresentação em São Luís.

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Amy Winehouse elogia passagem pelo Brasil

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Em entrevista ao “Fantástico” que foi ao ar neste domingo (29), o pai da cantora Amy Winehouse, Mitch Winehouse, falou sobre como a cantora gostou de sua passagem pelo Brasil, em janeiro de 2011. “Ela me telefonou muito animada e disse: isso aqui é bonito, muito, muito bonito. Amy gostou das pessoas. Gostou de pegar sol. Ninguém a chateou, e ela gostou mesmo dos shows”, lembrou Mitch Winehouse.

Um ano depois da morte da cantora, Mitch conversou com Marcos Losekan sobre detalhes da vida da cantora, como a luta contra as drogas. Ele fez essa e outras revelações na biografia “Amy, Minha Filha” (Editora Record), prevista para ser lançada no Brasil dia 3 de agosto (leia trecho do livro aqui).

Mitch Winehouse contou, por exemplo, que Amy passou as últimas seis semanas de vida limpa, sem tocar em uma gota de álcool. A cantora morreu no dia 23 de julho de 2011, e o consumo excessivo de álcool, após semanas de abstinência, foi apontado como possível causa da morte.

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Pedro Araújo na trilha de Gabriela

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O guitarrista e violonista maranhense Pedro Araújo, sobrinho do saxofonista Sávio Araújo conversou com a repórter de O Estado, Carla Melo, onde falou da concepção do novo disco ‘Raiz’, com previsão de lançamento para outubro deste ano. Ele também comentou da sua participação na banda do Cabaré do Bataclá da novela Gabriela, da rede Globo, além da experiência de ter participado, como músico da trilha sonora da novela Avenida Brasil, também da Rede Globo; e do filme Proibido Proibir.

Pedro Araújo vem de uma família de músicos e desde a infância teve contato com o cavaquinho, momento em que conheceu o samba e o choro. Sávio Araujo, o apresentou ao jazz e à guitarra elétrica, bem como nomes como Joe Pass, Pat Metheny, John Scofield e John Mclaughlin. Aos 17 anos mudou-se para o Rio de Janeiro para ter aulas com o renomado guitarrista e professor Nelson Faria e com o violonista e arranjador Willians Pereira.

Indagado do novo disco, Pedro diz que o mesmo  será autoral e está em fase de mixagem. O disco Raiz é um projeto financiado pelo Edital Universal 2011 da Secretaria de Estado da Cultura.

– O fato de ser um disco instrumental com formações diversas me deu a oportunidade de escrever para big band e quarteto de cordas entre outras formações, colocando em prática meu lado arranjador e não só de instrumentista. Além disso, o repertório não vai ser, exclusivamente, de composições minhas, contará com arranjos de canções maranhenses conhecidas como Dente de Ouro (Josias Sobrinho) e Pastorinha (Chico Maranhão) entre outras. Músicas como essas fizeram parte da trilha sonora da minha infância e esse disco faz uma homenagem a esses grandes compositores bem como a minha cidade – esclarece.

Raiz terá também uma regravação de Cheiro do Jasmim, em um arranjo para pequena orquestra como também uma música do tio de Pedro, Sávio Araujo, chamada Tsunami, entre outras novidades. O primeiro, Buraco do Tatu, foi financiado pelo projeto cultural do Banco da Amazônia e foi lançado em 2008.

Experiência em novela global

Pedro Araújo disse que está feliz com o convite para participar da banda Cabaré Bataclan. Segundo ele, o convite surgiu por meio da orquestra da qual faz parte, a Baixada Jazz Big Band.

– Nosso maestro, o trompetista Altair Martins, me convidou para gravar os áudios (banjo e violão) e as cenas desse núcleo da novela. Tem sido muito bacana e uma experiência singular fazer parte de uma produção desse porte – elogiou.

Entre outras experiências semelhantes vivenciada pelo instrumentista, cita, entre muitas, a participação na novela Avenida Brasil e no filme Proibido Proibir e no musical Cabaret.

– Ao longo desses anos de Rio de Janeiro, já tive oportunidade de trabalhar com música em diferentes contextos, além das novelas Gabriela, Avenida Brasil e o filme Proibido Proibir, fiz participações no espetáculo musical Cabaret, com a atriz Claudia Raia. Tive a satisfação também de ter um arranjo meu para big band ser cantado por Milton Nascimento em um evento da Rio Jazz Orquestra. Participei como guitarrista oficial do Festival de Música do Sesi. Também participei como arranjador do espetáculo de poesia e música homenageando os 60 anos do compositor Aldir Blanc – destaca.

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Rita Ribeiro em recolhimento artístico

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Os três dias de viagem ao Rio de Janeiro fez legitimar que tenho sede de arte. Aproveitei para assistir o espetáculo “Tatyana”, da bailarina e coreógrafa paranaense Debora Colker, o show do rapper paulistano Criolo Doido, com direito a participação de Caetano Veloso, em dueto na canção “Não Existe Amor em SP”, além de pautar uma entrevista com a cantora maranhense Rita Ribeiro. Os desencontros impediram um pingue-pongue face a face. Mas, conseguimos papear virtualmente sem perder o foco e a vontade de saber a quantas anda a carreira da artista.

Em meio a perguntas e respostas, a cantora Rita Ribeiro diz estar, no momento, em recolhimento artístico. Ela se prepara para uma nova fase musical e confessa que está pesquisando repertório e construindo novas sonoridades para o próximo trabalho, que será lançado no tempo certo.

Durante a conversa, Rita destaca os oito anos em cartaz do Tecnomacumba, considerado por ela um projeto musical vitorioso. Ela se posiciona sobre a nova ordem musical brasileira. A artista também fala dos 400 anos de São Luís e deseja que o povo seja agraciado com um grande calendário cultural programado para festejar o aniversário da cidade, em que as manifestações artísticas locais sejam prioridades.

– E, mais que tudo desejo que haja uma consciência e um interesse maior em manter São Luís íntegra e preservada por mais 400 anos – defende a maranhense Rita.

Pedro Sobrinho: O que a artista Rita Ribeiro está fazendo atualmente ?

Rita Ribeiro: Estou no momento em recolhimento artistico, preparando-me para uma nova fase musical, pesquisando repertório e construindo novas sonoridades para o próximo trabalho que será lançado no tempo certo.

Pedro Sobrinho: O tempo é implacável e o mundo gira com uma rapidez enorme. E como a sua música acompanha essa mudança ?

Rita Ribeiro: “O tempo não para e no entanto, ele nunca envelhece”. Um dos primeiros sábios ensinamentos que aprendi na vida artística é ser eterna aliada do tempo. Acredito que dessa forma tudo o que acontece na minha musica é sempre de forma harmoniosa e atemporal. As mudanças são sempre necessárias ao seu tempo, mas o que nunca podemos perder é a essência do que somos e a consciência do caminho que queremos trilhar. Por isso, procuro sempre estar atenta ao movimento da minha musica no tempo.

Pedro Sobrinho: Leila Pinheiro, em entrevista ao G1, definiu o momento da música brasileira e internacional como ‘exótica’ e ‘bizarra’, criticando músicas em que prevalece a poesia: ‘eu digo tcha, eu digo tchu..tcha!.tcha !tcha! e pronto!) Você comunga dessa opinião ?

Rita Ribeiro: Esse é um assunto um tanto polêmico e contraditorio sobre vários aspectos. Concordo quando Leila critica essa forma imperativa de composição que cada vez toma conta da musica brasileira. Isso é reflexo da educação e das oportunidades oferecidas ao povo. Tudo ficou aparentemente mais fácil, mais fútil e descartável. Atualmente quase ninguém se liga na consistência poética das letras. É como se não tivéssemos mais nada a dizer ou defender. Esquecemos que durante muito tempo a musica serviu como forma de protesto as normas estabelecidas e que mesmo nossos compositores mais românticos sempre tiveram uma abordagem mais revolucionaria sobre o amor e sua capacidade de transformação. Perdemos muito no conteúdo das canções. Ainda quero acreditar ser possível uma revolução através da musica, pois sei que em contrapartida desse movimento alienado, existem grandes compositores de varias gerações empenhados em manter viva a tradição da boa musica brasileira.

Pedro Sobrinho: Você acha necessário correr riscos diante dessa nova realidade musical brasileira ?

Rita Ribeiro: Pra mim, artista que não arrisca, é artista morto. O desafio está justamente em não se acomodar e em não seguir apenas regras estabelecidas. É importante criar novas regras e subverter a realidade que se impõe de forma autoritária dentro do meio musical. Acredito que no dia que entenderem a arte e, especial, a musica brasileira como atividade basica na formação do povo, teremos muito mais oportunidades de escolhas. Poderemos interferir muito mais e de forma consciente sobre o que é melhor para nossos ouvidos.

Pedro Sobrinho: E vamos falar do Tecnomacumba. Tive o privilégio de assistir, em novembro do ano passado, o show do Tecnomacumba, no teatro Rival Petrobras, no Rio de Janeiro. Vi um show concorrido em que os cariocas assimilaram a ideia e festejaram no palco. A que você atribui essa interação ?

Rita Ribeiro: São 8 anos de festa, celebração e devoção. O Tecnomacumba provou ser um projeto vitorioso, popular e atemporal. Tudo que hoje acontece em relação ao projeto deve-se a devoção, carinho e respeito do publico, especialmente os cariocas, que me acompanham durante todos esses anos. Tenho completa sensação de dever cumprido e me sinto vitoriosa no meu objetivo de mostrar ao povo brasileiro o quanto a nossa musica deve a religiosidade africana. Tecnomacumba é um manifesto de brasilidade, uma intervenção cultural que busca manter viva a cultura popular de nosso país.

Pedro Sobrinho: E como ficou o projeto do disco “Suburbano Coração”, em que você chegou anunciá-lo como o sucessor do “Tecnomacumba’ ?

Rita Ribeiro: Tá na gaveta esperando uma oportunidade futura, o importante é ter sempre boas ideias para oferecer. Suburbano Coração é apenas uma questão de tempo.

Pedro Sobrinho: O assunto do momento nos quatro cantos de São Luís converge sobre o Quartocentenário da cidade. Rita Ribeiro foi convidada para participar da festa ?

Rita Ribeiro: Até o presente momento não fui chamada e nem sei qual é a programação cultural para festejar os 400 anos de nossa ilha. Independente de ser convidada ou não, espero que o povo maranhense e, especialmente, os ludovicences sejam agraciados com grandes eventos comemorativos ao longo desse ano e que acima de tudo seja destacada a cultura maranhense nessa programação.

Pedro Sobrinho: E como nem só de pão e festa vive o homem. Você teria um recado especial para uma São Luís prestes a completar quatro séculos ?

Rita Ribeiro: São Luis é nossa terra, nossa ilha, patrimonio cultural reconhecido mundialmente. É terra de poetas, músicos,vestida de azulejos e pedras de cantaria. É nosso dever preserva-la, exaltá-la, exigir das autoridades que sejam tomadas todas as providências para a manutenção desse patrimônio. Espero que haja um grande calendário cultural programado para festejar os 400 anos de nossa ilha. E, mais que tudo desejo que haja uma consciência e um interesse maior em mantê-la íntegra e preservada por mais 400 anos.”Todo mundo canta sua terra eu também vou cantar a minha modéstia parte seu moço minha terra é uma belezinha.” (Rita Ribeiro encerra o bate papo improvisando incidentalmente em trechos da poesia “Todo Mundo Canta a Sua Terra”, composição de João do Vale/Julinho).

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"Informação demais faz mal", diz Umberto Eco

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O escritor Umberto Eco vive com a mulher num apartamento duplo no 2º e 3º andares de um prédio antigo, de frente para o Palácio Sforzesco, o mais vistoso ponto turístico de Milão, na Itália. É como se Alice Munro morasse defronte à Canadian Tower em Toronto, Haruki Murakami instalasse sua casa no sopé do Monte Fuji ou então Paulo Coelho mantivesse uma mansão na Urca, à sombra do Pão de Açúcar. “Acordo todo dia com a Renascença”, diz Eco.

A enorme fortificação diante de suas janelas foi inaugurada pelo duque Francisco Sforza no século XV e está sempre lotada de turistas. O castelo deve também abrir seus portões pela manhã com uma sensação parecida. Diante dele, vive o intelectual e romancista mais famoso da Itália.

Um dos andares da casa de Eco é dedicado ao escritório e à biblioteca. São quatro salas repletas de livros, divididas por temas e por autores em ordem alfabética. A sala em que trabalha é pequena. Abriga aquilo que ele chama de “ala das ciências banidas”, como ocultismo, sociedades secretas, mesmerismo, esoterismo e bruxaria.

Ali estão as fontes principais dos romances de sucesso de Eco: O nome da rosa (1980), O pêndulo de Foucault (1988), A ilha do dia anterior (1994), Baudolino (2000), A misteriosa chama da rainha Loana (2004) e O cemitério de Praga (editora Record, 480 páginas, R$ 49,90). Publicado em 2010 e lançado com sucesso no Brasil em 2011, o livro provocou polêmica por tratar de forma humorística um assunto sério: o surgimento do antissemitismo na Europa. Por motivos diversos, protestaram a Igreja Católica e o rabino de Roma. A primeira porque Eco satirizava os jesuítas (“são maçons de saia”, diz o personagem principal, o odioso tabelião Simone Simonini).

De muito bom humor, ele conversou com ÉPOCA durante duas horas sobre a idade, o gênero que inventou – o suspense erudito –, a decadência europeia e seu assunto mais constante nos últimos anos: a morte do livro. Ele disse ainda que “informação demais faz mal” ao analisar a internet como ferramenta de comunicação.

É difícil de acreditar, mas aquele que era visto como o maior inimigo da leitura pelo computador está revendo suas posições. Ele diz agora que está até gostando de ler livros pelo iPad, que comprou durante sua última turnê pelos Estados Unidos, em dezembro.

ÉPOCA – Apesar da evolução, o senhor vê a internet como um perigo para o saber?

Eco – A internet não seleciona a informação. Há de tudo por lá. A Wikipédia presta um desserviço ao internauta. Outro dia publicaram fofocas a meu respeito, e tive de intervir e corrigir os erros e absurdos. A internet ainda é um mundo selvagem e perigoso. Tudo surge lá sem hierarquia.

A imensa quantidade de coisas que circula é pior que a falta de informação. O excesso de informação provoca a amnésia. Informação demais faz mal. Quando não lembramos o que aprendemos, ficamos parecidos com animais. Conhecer é cortar, é selecionar. Vamos tomar como exemplo o ditador e líder romano Júlio César e como os historiadores antigos trataram dele.

Todos dizem que foi importante porque alterou a história. Os cronistas romanos só citam sua mulher, Calpúrnia, porque esteve ao lado de César. Nada se sabe sobre a viuvez de Calpúrnia. Se costurou, dedicou-se à educação ou seja lá o que for. Hoje, na internet, Júlio César e Calpúrnia têm a mesma importância. Ora, isso não é conhecimento.

ÉPOCA – Mas o conhecimento está se tornando mais acessível com a internet. O senhor não acha que o acesso a bancos de dados de instituições confiáveis altera nossa noção de cultura?

Eco – Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos de dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você e eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente.

Nesse sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já conhece – e sabe onde está o conhecimento.

A longo prazo, o resultado pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias irrelevantes.

ÉPOCA – Há uma solução para o excesso de informação?

Eco – Seria preciso criar uma teoria da filtragem. Uma disciplina prática, baseada na experimentação cotidiana com a internet. Fica aí uma sugestão para as universidades: elaborar uma teoria e uma ferramenta de filtragem que funcionem para o bem do conhecimento. Conhecer é filtrar.

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O Rappa no Orkut

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Veja e ouça a entrevista feita com a banda carioca O Rappa, com apresentação de Roberta Martinelli, sobre a volta da banda. Na bancada, Falcão, Lauro, Xandão e Lobato.

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Zii e Zie

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Caetano Veloso polemiza quando o assunto é música; opina quando é política, mas esquiva-se quando o tema fica muito cabeludo. Caetano vira bicho quando a ofensiva volta-se para a religião de seus filhos. É o que se pode resumir da entrevista exclusiva que o cantor e compositor concedeu ao Terra na noite da última sexta (18) no Rio de Janeiro.

O encontro se deu por ocasião do lançamento do DVD Caetano Zii e Zie, gravado em parceria com a MTV no final do ano passado e que chega às lojas nesta terça (22). O vídeo registra a turnê de divulgação do álbum Zii e Zie, lançado em 2009.  Ouça ou leia a entrevista exclusiva de Caetano Veloso na íntegra:

Fonte: Renato Beolchi  – Direto do Rio de Janeiro

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