Vanusa Santos Flores: novo disco da artista

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Aconteceu nessa segunda-feira (19/5), no Tom Jazz em São Paulo, o lançamento oficial do EP Vanusa Santos Flores e do videoclipe da música “O Silêncio dos Inocentes”, feita especialmente pra Vanusa por Zé Ramalho. O evento, fechado para convidados, reuniu compositores, artistas, amigos, imprensa e fãs.

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Após a exibição do videoclipe, Vanusa emocionou o público com canções marcantes de sua carreira como “Paralelas” (Belchior) e “Manhãs de Setembro” (Vanusa e Mario Campana), e ainda mostrou novidades do disco, como “Mistérios”, de Zé Geraldo e Mário Marcos, presentes na noite de lançamento. Ao final, para homenagear Zeca Baleiro, produtor do disco, Vanusa cantou “Flor da Pele” e, emocionada, chamou o cantor e compositor maranhense para ajudá-la. “Estou mais nervosa hoje que quando me apresentei pela primeira vez”, comentou.

Há mais de dez anos afastada dos estúdios, Vanusa volta a gravar um disco de inéditas. Com produção de Baleiro, o álbum terá seu nome de batismo, Vanusa Santos Flores, e trará canções de Angela Ro Ro, Guilherme Arantes, Vander Lee, Zé Geraldo, Zé Ramalho, além de parcerias de Vanusa com Luiz Antonio e Luiz Vagner (Tapete da Sala) e Zeca Baleiro (Tudo Aurora), entre outros.

Antecipando o que vem por aí, a Saravá Discos lança o EP Vanusa Santos Flores, em formato digital e físico, com as primeiras quatro canções do novo disco, que terá capa de Elifas Andreato, que também esteve na noite de lançamento.

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Rita Benneditto grava CD Encanto com participações

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A cantora Rita Bennedito marcou presença no último sábado (5), no Festival Artes Públicas, na Praça da Harmonia, na Gamboa, zona portuária do Rio de Janeiro. Ela cantou e encantou a plateia com o seu magnetismo e musicalidade em uma iniciativa, itinerante, de artes integradas e louvável, cujo objetivo é contribuir para a ampliação do acesso aos bens culturais, aprofundar o debate sobre a ocupação dos espaços públicos e a elaboração de políticas para as artes, através da ocupação cultural e artística de praças.  Além de cantar em espaço fechado, Rita mostrou que também sabe levar a arte aonde o povo está. E graças ao talento e engajamento musical, tornou-se uma das ‘ artistas queridinhas dos cariocas’.ritabenneditto640x480

Aproveitamos o tempo livre dela antes da apresentação para um bate papo rápido. Indagada sobre o novo disco cujo o título é “Encanto”, Rita disse que está no estúdio de gravação da Biscoito Fino desde a virada do ano, e felizmente, finalizou o novo álbum, o primeiro depois da mudança oficial do nome artístico, para “Rita Bennedito”, adotado em 2012. Para quem ainda a conhecia como Rita Ribeiro, o novo cd, que vai se chamar “Encanto”, deixa claro que Rita agora está em nova fase e com um projeto novo a caminho. Recém-chegada de uma apresentação no MIDEM, em Cannes (feira internacional da indústria da música) e de dois grandes shows no carnaval de Recife, Rita terminou de colocar voz no álbum “Encanto”, que tem produção musical de Felipe Pinaud e da própria Rita. rita&BiRibeiro640x480

O CD, com previsão de lançamento para depois da Copa do Mundo (segundo semestre), conta com participações especialíssimas como as de Arlindo Cruz e Bi Ribeiro, dos Paralamas do Sucesso. Bi comparece com os músicos da banda Reggae B, que andava desativada, na nova versão para “Extra”, de Gilberto Gil. O repertório traz a mistura musical que encantou o Brasil no show Tecnomacumba, há 11 anos sucesso absoluto por onde passa. Traz releituras e inéditas, como o samba “O Que é Dela é Meu”, que ganhou de Arlindo Cruz, que também participa do disco tocando banjo e cantando com Rita, essa artista maranhense e brasileira, cheia de misticismo, mas que tem a música como a sua principal religião.

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Bruno Batista e o novo disco “Lá”

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O cantor e compositor Bruno Batista está em São Luís para divulgação do segundo disco, intitulado “Lá”. Acompanhado da cantora paulistana Dandara Modesto, que participa de cinco faixas do disco, o músico define o novo trabalho tendo como pontos de referencias a vivencia em São Paulo e o cosmopolitismo sonoro que diz está inserido.

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– Esse disco tem muito de experiencia de vida nos últimos dois anos em São Paulo. A cidade é um ponto receptor de toda a música do Brasil. Todo o mundo vai para São Paulo, e isso é sedutor tendo em vista a captação de uma sonoridade ampla responsável por um movimento muito particular vivenciado atualmente na cidade. Tudo isso me seduziu para que eu gravasse um disco com uma linguagem diversa. O título “Lá” é curto, dialogando de maneira plural e com os arranjos – explicou o artista, que nasceu em Recife (PE), mas tem o Maranhão como Porto Seguro e fonte de inspiração.

O CD foi produzido por Guilherme Jastrup – que assinou com Chico Salem o álbum anterior “Eu Não Sei Sofrer em Inglês – e Rovilson Pascoal, com o patrocínio do Sistema Fiema/Sesi. “Lá” possui onze faixas todas de autoria de Bruno Batista. Cada uma das canções traz um som orgânico e original com personalidade de Bruno Batista, mas trazendo a marca da banda formada por Rodrigo Campos (guitarras e cavaquinho), Ricardo Prado (baixo e teclados), Rovilson Pascoal (guitarras), Guilherme Kastrup (bateria), Felipe Roseno, Maurício Bade e Chico Valle (percussões) responsáveis pela ampla referência do disco, em que prevalecem sinais de minimalismo aliado a harmonia das percussões, provocando uma atmosfera coerente e de fácil acesso aos ouvidos. Tudo vai depender da sensibilidade na audição.

Destaque para a gravação da canção “Rosa dos Ventos”, de Bruno Batista, interpretada por Cláudio Lima, vencedora do Festival Viva 400, realizado em 2012, que fecha o disco, e, também, para os convidados André Bedurê (baixo), Jonas Moncaio (cello) e a cantora paulistana Dandara Modesto, com quem Bruno divide faixas como “É você que tem”, “Pois, Zé”, além da faixa homônima do álbum.

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Convidada

Em conversa com o Blog, Dandara Modesto, que visita o Maranhão pela primeira vez, declarou que tinha curiosidade em conhecer o Maranhão. Disse estar encantada com as belezas arquitetônica de São Luís e natural, ao fazer um passeio aos Lençóis Maranhenses.

– Isso só foi possível pelo fato de conhecer o Bruno Batista, a quem chamo de pai. Ele é um artista talentoso, daqui do Maranhão, dono de um trabalho que traduz uma linguagem com a qual tenho afinidade. Tão logo me fez o convite para participar do disco “Lá” aceitei e tive a felicidade de dividir com ele  três faixas – ressaltou.

O álbum “Lá” encontra-se à venda no Bar do Leo (Vinhais) e na PlaySom (Tropical Shopping).

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Bob Marley ‘Remixado’ em versão eletrônica

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Isso é que é mistura – uma lista de artistas acostumados a efeitos eletrônicos se uniu para remixar alguns dos clássicos de Legend, de Bob Marley & The Wailers, no disco Legend: Remixed. Com lançamento marcado para o dia 25 de junho, o álbum reúne novas versões para 15 das 16 faixas originais. Ouça abaixo.

De diversas formas, o projeto teve toque familiar. Stephen, filho de Marley, se reuniu com o produtor Jason Bentley para criar uma versão de “Three Little Birds”, enquanto o primogênito do cantor, Ziggy, ofereceu um remix simples e aconchegante de “Redemption Song”. Outros colaboradores são RAC (“Could You Be Loved”), Thievery Corporation (“Get Up Stand Up”) e Nickodemus e Zeb

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“Sr. José de Ribamar & Outras Praias – Papete”

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O cantor e compositor Papete fez audição do seu mais novo CD duplo, o 23º da carreira, intitulado “Sr. José de Ribamar & Outras Praias”, na edição desta quinta-feira (6), do Plugado, na Mirante FM, sob o comando de Pedro Sobrinho. Entre uma faixa e outra, o músico conversou sobre a concepção do trabalho, definido por ele, “como um disco pessoal em que a sonoridade é única e que transmite paz, essência e universalidade”.

papete510Concepção do Sr. José & Outras Praias

Foram cinco anos sem gravar um álbum de inéditas. Esse disco foi gravado entre março e maio deste ano, e contou com a participação de músicos maranhenses e paulistanos, entre os quais, Israel Dantas (violões e guitarra), Sérgio Murilo Rego (piano), Rui Mário (teclados), Assis (contrabaixo), Adonias Júnior (trombone) e Toninho Ferragutti (acordeon), além de Jair Torres (violões e arranjos da música título Sr. José). O projeto gráfico é do próprio Papete, em parceria com Nathanael Gonçalves. Um detalhe curioso no trabalho é que Papete toca bateria em todas as faixas. Ele explica que fez questão de dar a sua cara rítmica ao trabalho.

– Esse disco tem uma representativade na minha história com a música. Fiz questão de dar a minha cara rítmica ao trabalho cuja a grande inspiração foi o CD “Live For Change – United Musicians Around The World”, que já vendeu 45 milhões de cópias no mundo inteiro. Quando ouvi esse disco, por meio da minha mulher, misturando Bob Marley e John Lennon, ou seja, com artistas de rua de várias cidades do mundo, disse a mim mesmo: eu quero gravar algo assim. E o resultado é esse CD duplo que vem para fechar um ciclo e reiniciar outro – explicou.

Embora conhecido como percussionista, Papete disse que abdicou, temporariamente, dessa atividade em virtude de conceber um trabalho de pesquisa, registro e divulgação da música maranhense. Para ele, essse é o disco em que retorna às origens, do músico premiado internacionalmente, que viajou o mundo tocando com grandes artistas e aprendendo que o universo tem seus sons e a música é uma dádiva.

Lado A Lado B

O Sr. José de Ribamar e Outras Praias é dividido em duas etapas nessa fase do músico. No álbum 1, ele grava, além de Alberto Trabulsi, quatro outros compositores maranhenses: Josias Sobrinho (O Biltre), Erasmo Dibel (Navegantes), Godão (Amigo) e Carlos Pial (Mãe Natureza), além de velhos parceiros como Almir Sater e Paulo Simões (Cubanita) e Capenga e Patinhas (Um Sinal de Amor e de Perigo), interpretado por Diana Pequeno. O CD traz, ainda, cinco faixas instrumentais: Last Train Home (Pat Metheny), Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso), After Sunrise (Oscar Castro Neves), Era Uma Vez (Stênio Matos) e Mãe Natureza (Carlos Pial).

– Esse disco surgiu depois que eu recebi um convite do compositor Alberto Trabulsi. Ele pediu que eu cantasse no disco dele uma música chamada “Sr. José”, que ele acabara de fazer em homenagem ao pai. Pensei: eu me chamo José, e mais ainsa, de Ribamar e já sou um senhor. E porque não uma alusão à praia de São José de Ribamar, o nosso santo padroeiro. E quantas as outras praias, simboliza as outras vertentes e águas que bebi pelo mundo afora – ressaltou.

Em meio à vida musical mundana, Papete revisita no álbum dois, o Bandeira de Aço, que festeja os 35 anos de existência. Ele regrava todas as faixas do trabalho lançado originalmente em 1978.

– Eu modernizei o disco enquanto sonoridade, arranjos e interpretação. Cuidei para que aquelas músicas ficassem bem gravadas, mixadas e masterizadas. O original tem falhas de gravação, de mixagem, além de instrumentos desafinados. Ele tem o ar “vintage” que todo mundo gosta, além de ser um vinil. Regravei todas as faixas com novos arranjos, novas interpretações e uma sonoridade nova que fosse assimilada pelos ouvidos atuais – explica.

Preocupação com a cantoria

Esse disco mostra Papete preocupado com a interpretação de cada uma das músicas. “Na verdade, nunca gostei de mim cantando, mas ao me ouvir nesse trabalho, me descobri como intérprete. Hoje me amo muito mais”, afirma.

Ao comparar os dois CDs, Papete destaca o contraponto que um disco faz ao outro. “São dois discos que transitam paralelamente, mas que nunca se encontram. Eles não vão convergir nunca. E também não vão divergir. Eles vão trabalhar lado a lado sempre, um ajudando o outro a definir minha alma e minha essência”, ressalta.

Não existe música boa ou ruim. Existe música mal lapidada

Para encerrar o bate papo, se falou de programação das rádios e da atual produção musical brasileira. Questionado de como se situava com a produção de um disco autoral, independente e resistente à música senso comum que prolifera nas mídias eletrônicas, Papete foi categórico em dizer que existe espaço para todo mundo e defendeu a música feita arranjos e poesia ricas.

– Não existe música boa ou ruim. Existe música mal feita. Eu respeito todo e qualquer tipo de música, mas no meu trabalho priorizo a qualidade harmônica, da poesia. Enfim, gosto de produzir uma música apurada e que faz bem aos meus ouvido – finaliza.

Nesta terça-feira (11), a partir das 20h, haverá noite de autógrafos “Sr. José de Ribamar & Outras Praias”, com direito a um faixa a faixa do disco. O local será o bar e restaurante L´Apero (Praia de São Marcos).

O Disco

CD 1

Faixa 1: O Biltre (Josias Sobrinho)

É um reggae que eu queria gravar há muito tempo. Rita Ribeiro gravou, o próprio Josias gravou num disco que produzi pra ele com a Lenita cantando junto. Acabou se tornando um “reggae-canção” – Sempre quis registrar à minha maneira com a sonoridade do Live for Change.

Faixa 2: Senhor José (Alberto Trabulsi)

Composição que o Alberto fez em homenagem ao seu pai, José Trabulsi. É uma música junina que não é nem quadrilha, nem toada, mas uma música pop com levada meio Paul Simon, só com violão, baixo e percussão.

Faixa 3: Navegantes (Erasmo Dibel)

Essa música de Dibel faz parte do projeto Ouro de Mina, série de shows que apresento no sul do país. Tem uma pegada latina, sem ser salsa ou merengue. Criei uma coisa bem sensual, rítmica, em que a música assume uma conotação latina sem perder a essência maranhense da composição. Gravei com o violão do próprio Dibel, que tem uma pegada só dele, mais os teclados do Murilo Rego.

Faixa 4: Ela (César Costa Filho)

É mais uma música com a cara do Live for Change. Foi gravada pela Elis Regina, no final dos anos 60. Faço uma coisa bem “Al Stewart”. Estou numa fase muito zen, ligado às coisas do universo. Minha concepção de música hoje é pra lá de universal. Tudo o que faço tem ligação com outras dimensões espirituais e sinto que isso funciona sem nenhuma loucura ou “bichogrilice”. Esse disco reflete toda a minha espiritualidade. E Ela tem isso também como sonoridade. É uma música triste, conta a história de uma moça que vive sozinha no oitavo andar de um prédio, em eterno conflito com ela mesma.

Faixa 5: Cubanita (Almir Sater e Paulo Simões)

Eu sempre quis gravar uma composição do Almir Sater. E essa tem uma história muito gozada. Dizem que o Paulo Simões se apaixonou por uma cubana, que depois de ter feito estragos com ele, sumiu. Essa música tem uma parte em “portunhol”, mas é cantada em português. É uma das mais pedidas no show do Almir, mas ele nunca canta. Gravei com o ritmo de polca paraguaia, meio ”chamamé”, como falam lá pras bandas de Mato Grosso.

Faixa 6: Last Train Home (Pat Metheney)

Last train home é uma música que remete muito à sonoridade dos compositores mineiros principalmente Toninho Horta, Lô Borges, Flávio Venturinni e Beto Guedes, de quem gosto muito. Pra mim, a música mineira foi o maior achado sonoro que já se fez no Brasil até hoje. Eles inverteram a maneira de compor, de cantar, de harmonizar, assessorados pelo conhecimento e sensibilidade de Wagner Tiso. Pat Metheney bebeu muito na fonte dos compositores de Minas, do Toninho Horta, principalmente. E Last train home é a música mais mineira dele. Fiz uma coisa totalmente lounge, quase que arrítmica, uma sonoridade para sonhar, em que o berimbau alinhado ao piano e o violão atinge graus de alta sonoridade, simples e contemplativa.

Faixa 7: Estrela de Madureira (Acyr Pimentel e Cardoso)

Havia uma passista muito famosa da Império Serrano chamada Zaquia Jorge, que morreu em 1971. Era uma vedete maravilhosa e Acyr Pimentel e o Cardoso compuseram uma música em homenagem a ela, que foi o samba enredo daquele ano. A Império Serrano acabou campeã e o samba foi um grande sucesso na voz de Roberto Ribeiro. Sempre amei essa música e a gravei de forma diferente, em ritmo de samba de quadra, com umas loucurinhas percussivas de arrepiar.

Faixa 8: Era uma vez (Eugênio Matos)

É um instrumental com uma alusão muito forte à percussão do Maranhão, embora minha versão seja bem pop, com uma levada de rock que lembra o Queen. Eugênio Matos é um pianista de Brasília. Essa faixa tem participação de minha filha Vitória, no começo e no fim da música

Faixa 9: Amigo(Godão e Bulcão)

Essa linda canção é uma resposta ao Boi de Lágrimas, de Raimundo Macarra. Pra mim é a música mais linda de Zé Pereira. Eu já tinha feito uma gravação dela anos atrás, mas não gostei. Tem um piano lindo de Sergio Murilo Rego, soberano, no mesmo estilo dos grandes Bill Evans e Billy Joel dos anos 1970. A coisa ficou tão emocionante, que a gente chorou durante a gravação. No final, faço uma citação de “amanheceu, já se apagou, não chora, amor, não chora, que a Madre Deus já confirmou que meu boizinho se perdeu..”. Aí ele entra com caixinha de música que vai se sobrepondo a dois pianos e eu cantando junto. Parece que a música está levantando vôo, como se o boizinho voasse em busca da sua estrela – difícil segurar as lágrimas…

Faixa 10: Na baixa do sapateiro (Ary Barroso)

Mais uma faixa resgatada do CD Era uma vez, instrumental que fiz com o pianista paulistano, Luís Lopes. Eu regravei com outras citações instrumentais. Tem uma presença muito forte do berimbau, até porque é uma música que fala da Bahia, porém sem aqueles instrumentos de axé tocando o tempo todo, com solo discreto de timbáu ao final.

Faixa 11: Um sinal de amor e de perigo (Capenga e Patinhas)

Um grande sucesso da cantora Diana Pequeno nos anos 1980. O Patinhas, para quem não sabe, é o João Santana, marqueteiro do Lula e da Dilma. Nessa faixa entra o Papete preocupado com a preservação ambiental. A música fala disso. “A noite a cidade parece que some…” e no fim eu me transformo em MC e faço um hip hop com uma forte percussão e apelo potente às causas sócio-ambientais : “E então o que é que você faz aí sentado, com essa cara de bundão que não foi convidado para a grande festa-baile da destruição?…”.

Faixa 12: After sunrise (Oscar Castro Neves)

Era uma música que eu tocava muito com a grande violonista Rosinha de Valença. Ela tocou com Sergio Mendes, com quem quase fui tocar (Paulinho da Costa foi no meu lugar…) e quem substituiu Rosinha no conjunto do Sergio Mendes foi Oscar Castro Neves. É uma música feita para pandeiro, congas, berimbau. Os pandeiros com a levada de Marcos Suzano que eu adoro tocar no mesmo estilo. É uma ode à música instrumental, ao percussivo.

Faixa 13: Mãe Natureza (Carlos Pial)

Faixa instrumental composta pelo maranhense Carlos Pial, na minha opinião o maior percussionista brasileiro da atualidade. Nela, eu crio um paraíso, um Éden, com passarinhos, muita água e muita natureza. No final, entra uma música incidental da cantora Anna Torres e do Chico Poeta chamada Água, em que faço uma levada indígena. E o berimbau sempre presente, grave e solene…

Foto: Gustavo Sampaio / Imirante.com

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Nathália Ferro lança EP na sexta-feira

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Um dos destaques do atual cenário da música maranhense, a cantora e compositora Nathália Ferro lança, esta semana, seu primeiro EP, um trabalho intitulado “Instante”. Para celebrar um novo momento de sua carreira e mostrar ao público seu novo trabalho, a cantora apresenta um show nesta sexta-feira (15), a partir das 20h, no Teatro Municipal (antigo Roxy), em São Luís.

nathalia510A versatilidade é uma das características que marcam a nova fase da carreira de Nathália Ferro, que passeia pelo blues, brega, pop e rock alternativo. As canções do EP “Instante” foram gravadas no estúdio Andar de cima, com produção musical de Memel Nogueira e de Nathália Ferro e banda. Além das composições próprias e parcerias com outros compositores, o repertório da cantora é formado, também, por interpretações de músicos maranhenses.

No show, Nathália será acompanhada de João Simas na guitarra, Marlon Silva no baixo, André Grolli na bateria, e Dney Justino nos teclados. Uma prévia do disco já foi divulgada pela cantora nas redes sociais. A faixa que leva o nome do disco, uma parceria com Rommel Ribeiro, pode ser ouvida em sua página do soundcloud.

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Ten, do Pearl Jam, campeão de venda

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O disco Ten, lançado em 1991 pelo Pearl Jam, não apenas apresentou a banda ao mundo como também se tornou um dos principais clássicos do grupo de Eddie Vedder. Segundo a Billboard, o álbum alcançou agora, mais de 20 anos mais tarde, a marca de dez milhões de cópias vendidas.

Desde Ten, o Pearl Jam voltou a lançar outros oito discos de estúdio, sendo o último Backspacer, de 2009. A banda apresentará em março o extenso repertório no Brasil – o Pearl Jam é um dos headliners do Lollapalooza, que acontecerá no Jockey Club, em São Paulo, em março.

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Zeca Baleiro no disco “Luas de Gonzaga”

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O cantor e compositor maranhense Zeca Baleiro participa do disco que revela valsas e choros secretos de Luiz Gonzaga, reunindo quinze composições do rei baião entre os anos 40 e 50, numa produção de Gereba Barreto.

zeca510Zeca Baleiro escreveu a letra para a valsa “Mara”, assim batizada por Gonzaga nos anos 1940. Em uma coincidência, essa música é o nome da mulher de Baleiro – a musa inspiradora de Gonzaga rendeu as estrofes para a musa de Baleiro: “Se as estrelas me ouvissem/ Eu pedia o amor de Mara/ Amoras no caminho/ Ó vida tão amara”. A letra é acompanhada pelas sanfonas de Dominguinhos.

“Foi uma honra sem tamanho tornar-me parceiro do Lua (apelido de Luiz Gonzaga), ainda que postumamente. Espero que, lá de onde ele está agora, tenha aprovado minha letra sem restrições”, deseja Baleiro.

Além de Baleiro, o disco, que reverencia o centenário de vida de Luiz Gonzaga, conta, ainda, com as vozes de Gilberto Gil, Fagner, Lenine, Margareth Menezes, Elba Ramalho, Lirinha, Dominguinhos, Jorge Vercílio, entre outros convidados por Barreto para ingressarem no projeto.

Os achados, gravados em disco 78 rotações e perdidos no acervo do sítio em Exu, cidade pernambucana onde há 100 anos nasceu Gonzaga, acabam de virar o álbum “Luas do Gonzaga” (Gravadora Tratore), lançado em Salvador (Bahia). Sai de cena o arrasta pé e entram 15 músicas inéditas, criadas entre os anos 1941 e 1953, que tocam outra praia do sanfoneiro até então preservada do grande público.

Gereba Barreto, amigo de Gonzaga, conta que a semente do projeto foi plantada em 1985, durante a festa de 73 anos de Luiz Gonzaga (que durou 4 dias).

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Muse em disco

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A banda de rock britânica Muse, que estava há três anos sem lançar um disco, partiu em busca de suas origens para dar vida ao seu sexto álbum de estúdio, o The 2nd Law, que chega às lojas de todo mundo a partir desta terça-feira (2).

Na mítica sala Roundhouse, situada em Camden Town, ao norte de Londres, o grupo liderado por Matt Bellamy apresentou algumas das canções com as quais a banda espera retornar ao seu rock mais puro, livre de adornos instrumentais e outros efeitos, como no começo da carreira em 1992. O show foi realizado na noite de ontem e arrancou muitos suspiros dos fãs.

O álbum The 2nd Law (A Segunda Lei, em livre tradução), que faz referência à segunda lei da termodinâmica, mostra que a banda britânica segue sua evolução mesmo em busca de um resgate de sua sonoridade inicial. Canção oficial dos Jogos Olímpicos de Londres, o primeiro single do disco, intitulado Survival, evidencia bem essa situação ao falar do avanço humano.

A bateria de Dominic Howard e o baixo de Christopher Wolstenholme acompanham a voz de Bellamy, que, neste álbum, deixou suas engajadas letras de lado para dar espaço à melodia de canções como Madness, o segundo e aplaudido single de The 2nd Law.

Uma das grandes surpresas do disco vem pelas mãos de Wolstenholme, que pela primeira vez assume os vocais de duas faixas, Save Me e Liquid State, as quais relatam sua experiência com o alcoolismo e são acompanhadas pelo piano de Bellamy.

Em The 2nd Law, o Muse também abre mão da sonoridade do órgão, da experimentação com instrumentos e também dos falsetes característicos de Matt Bellamy.

Além disso, as letras deixam a transcendência e gravidade, com a qual o Muse falava de teorias conspiratórias, da vida extraterrestre e de apocalipses, para dar passagem a uma reflexão sobre o atual modo de vida nas grandes cidades.
The 2nd Law chega ao mercado depois que o Muse ignorou o estúdio de gravação por três anos, época que a banda se dedicava à turnê The Resistance, que, por sua vez, ganhou o Grammy de melhor álbum de rock em 2011.

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A Sinfonia de Baticum de Madian

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O encontro já está marcado com o público exigente e antenado de São Luís. Neste domingo, 30 de setembro, no palco externo do Ceprama, às 22 horas, o artista maranhense Madian faz o show de lançamento do seu primeiro CD, intitulado “Sinfonia de Baticum”. O disco, 100% autoral, teve a direção musical e arranjos do Maestro Vidal França. O lançamento ocorre no projeto BR-135, parceiro da 1ª Mostra de Cultura Ativa, idealizado pelo Sebrae-MA.

“Minhas músicas fazem apenas perguntas, questionamentos. Minhas letras são resenhas. São conclusões de um cara que usa os dois lados do cérebro. É preciso gostar do inesperado, ouvir sem preconceitos”, alerta Madian.

O “Sinfonia de Baticum” possui 10 faixas (ver Box) com arranjos intrincados, ritmos complexos, melodias desconcertantes e letras que versam sobre a vida, ciência e a arte. No prefácio do encarte da obra, escrito por um dos parceiros de Madian, Augusto Delós, é possível vislumbrar a proposta musical do artista. Escreve Delós: “Esta obra que o leitor/ouvinte tem em mãos, resume o fruto de mais ou menos uma década de composições. Madian fez prevalecer a diversidade. Da primeira a última faixa estará ali, quase palpável, a sua cidade natal, o campus da UFCG, o sertão nordestino, as preocupações políticas e ambientais, as reminiscências de infância, a poesia telúrica”.

Harmonias não convencionais, mudanças de andamento, melodias em contracanto, o uso de instrumentos eruditos mesclados com os modernos e o trabalho de percussão e ritmo bem acentuado forçam o ouvinte a um exercício rumo ao entendimento do inesperado. “Não quero soar falso nem raso. Eu acho que tem que ser abissal. Lá embaixo é que mora a sapiência, a profundidade das coisas. Tudo está dentro de tudo”, filosofa Madian.

O Show

Madian sobe ao palco com um time de músicos experientes, alguns deles inclusive participaram da gravação do disco. A banda “O Escarcéu” é composta por Érico Monk (guitarra e direção musical), Oliveira neto (bateria), Miguel Ahid (contrabaixo), Rodrigo Sencial (violão), Jorge Paco (percussão), Jeff Soares (violoncelo), Danilo Santos (clarinete), Andrea Canta e Thizar Costa (backing vocal).

O diretor musical do show, o guitarrista Érico Monk, explica que a ideia da apresentação de hoje é executar os registros do disco com clima de show ao vivo. “Esse desafio é singular pra todos os músicos”. Além de estar a frente da guitarra elétrica e da direção musical, Monk também foi o responsável pela direção de arte e projeto gráfico do “Sinfonia de Baticum”, que na capa traz um quadro do artista plástico maranhense Fransoufer.

O show também terá a presença ilustre do maestro Vidal França, responsável pelos arranjos das canções. Vidal foi maestro titular da extinta RCA Victor, onde trabalhou com nomes como Chico Buarque de Holanda, Simone, Paulinho da Viola, Xangai, entre outros.

A banda promete também apresentar canções inéditas que devem ser trabalhadas no próximo disco. O convite está feito. Nas palavras de Madian: “o universo é aqui”!

CD SINFONIA DE BATICUM – FAIXA A FAIXA

ESPÍRITO

Essa música trata do impulso inicial de coisas físicas e metafísicas. Nada é estático desde que seja impulsionado. Metaforicamente, esse impulso inicial em Espírito é o fogo. Será que autoabraço funciona? A música faz essa pergunta ao ouvinte.

CANTO DE RESPOSTA

É uma parceria com Augusto Delós, amigo da palavra. Esse cara interage comigo como se tivesse dentro da minha cabeça. Canto de Resposta fala de Alcântara e dos conflitos advindos da construção do Centro de Lançamento de Foguetes.

Essa faixa conta com a participação especial de Tião Carvalho.

 JIHAD

Jihad tem vários significados. Ela dá uma volta nos conflitos árabes. Minha origem é árabe. Por imposição do cinema moderno, criou-se uma imagem distorcida desse povo. É um lamento. Essa é a minha interpretação do livro sagrado Alcorão.

 SÃO LUÍS

É um blues que fala da capital do Maranhão. Um texto que retrata a nossa cidade. Composta em parceria com Augusto Tampinha, grande compositor, gravado por Alcione e outros medalhões. Um sambista primoroso que pariu esse blues comigo.

SENHORINHO

Essa música foi inspirada em René Descartes. Parceria com o violonista Rodrigo Sencial e um amigo de Campinas, Flavio Sampaio. Senhorinho é um convite a repensar as coisas, nossas atitudes e posturas diante dos fatos da vida.

UM REI

Essa canção remete ao Teorema de Tales e seus paralelos. Uma parceria com meu primo Aquiles Andrade. A música é um conto sobre um rei muito vaidoso e ao mesmo uma análise da nossa primeira guerra televisionada. Esse ‘rei’ pode ser o Bush pai ou filho dele, o tal canalha de farda. É um relato bem humorado da história contemporânea do mundo.

TODAS AS BORBOLETAS

A primeira música de verdade que eu fiz. Uma parceria com o poeta paraibano Ale Maia. Fala sobre a Teoria do Caos. Sobre encontros aleatórios que acontecem. Buscamos inspiração nisso e nas transformações que essas coisas podem causar nas pessoas.

CHORO TAMBÉM

Parceria com o meu pai. Surgiu de uma conversa séria, da declaração oficial e definitiva que fiz a ele: “Pai, eu sou um compositor, um músico, não engenheiro”. Sentimento nobre.

VALSA MODERNA

Uma declaração de amor para a minha madrinha, uma música para que ela ouvisse e se visse nela. Tia Zuleika foi a responsável por eu ter me tornado músico. Influência de Strauss nas melodias e arranjos. Eu acho Valsa Moderna singular, pois repete o refrão diversas vezes.

 PERAMBULEIO

 O título é uma palavra que não existe em nossa língua. Coisas de Guimarães Rosa, mestre. Perambuleio vem de perambular, passear. A música retrata o caminhar de um cara que em um dado momento pensa ser um miolo de boi. Um sertanista, um cangaceiro. O sujeito está em busca de respostas diversas sobre a vida, sobre quem é ele, sobre caminhos a trilhar… Chega à cidade grande, paulistana, cosmopolita, mas não se deixa engolir e nem esquece suas origens. Ao final, chega a uma conclusão. Diz a letra: “Sei que sou do mato, serei caipira. No cofo mil flechas que podem mais que as suas seis balas”.

TEXTO: MIGUEL AHID – MÚSICO E JORNALISTA

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