A música do globo perdia há 30 anos a voz mais expressiva do reggae jamaicano: Bob Marley. Com suas letras engajadas e canções atemporais, o rei dos ‘kayados e rastafaris’ do planeta fez escola e fãs em meio mundo.
Mas, a música não era sua única paixão. Ele também amava os Beatles, os Rolling Stones e o futebol. Sempre que podia, batia uma pelada no tempo livre que lhe restava antes dos shows.
Sobre o time do coração, dizem por aí que tinha uma afeição pelo Santos por conta do outro rei: Pelé. Mas rumores também dão conta de que ele seria um grande admirador do Tottenham (pra quem não sabe a Jamaica foi uma colônia britânica).
Além de Pelé, Marley também adorava o jogador argentino Ardiles. No Brasil, ele bateu bola com figurinhas carimbadas da MPB (Toquinho, Chico Buarque) e nomes do futebol canarinho como Paulo César Caju.
Não tenho ideia se Mr. Marley se saia bem como jogador, mas quem não gostaria de bater uma bolinha de perto com o astro. Bob Lives entre nós e vamos viajar sempre com a musicalidade dele que faz eco até hoje no mundo…
“Infelizmente o Brasil está atolado num cafona e imenso arraial agrobrega”, dispara Lobão ao ser questionado sobre a crise do rock nacional. Durante conversa com os leitores do Guia via Twitter, na tarde desta quarta-feira (27), o cantor também disse que acha imoral e uma covardia a meia-entrada: “Nenhum outro profissional é descontado em 50% na fonte”.
Em uma hora de bate-papo, Lobão contou, ainda, detalhes sobre o show que fará no Teatro Bradesco (zona oeste de São Paulo) em 11 de maio, disse que não gosta que fiquem pedindo músicas (nem antigas nem novas) e falou sobre o filme “50 Anos a Mil”, baseado em seu livro –que deve estrear no final de 2013. Lobão fez show da turnê “50 anos a Mil”, em São Luís, no último dia 23.
Abaixo, leia a íntegra da conversa via Twitter
Cantor e compositor Lobão (foto) conversou com leitores do Guia pelo Twitter, na tarde desta quarta-feira
* @guiafolha Oi, Lobão! Muito obrigada por participar do bate-papo. Ontem, você disse que começou a formular o set list pro show em SP. Já definiu algo?
lobaoeletrico pois é…estou estreando uns equipamentos eletrônicos novos e vou fazer muitas bases eletrônicas pra esse show
@guiafolha Ainda sobre o set list, o @ffronza pergunta: “além da fantástica ‘Das Tripas Coração’ podemos esperar mais algum som novo?”
lobaoeletrico Song For Sampa
@guiafolha Você também disse que não gosta de público nostálgico, que só quer flashbacks. Qual “das antigas” não adianta nem pedir?
lobaoeletrico Não é nada demais em relação ao repertório. Eu não gosto da atitude de ficar pedindo música. Mesmo se forem as novas…
@guiafolha O @Dreamsaller pergunta: “Vc acha que as bandas de hoje são mais imagem do que som? Ou apenas + uma forma de aparecer?”
lobaoeletrico não! as bandas de agora são excelentes..ouçam Macaco Bong,Vespas Mandarinas.Cidadão Instigado,Vanguart são bandas excelentes!!
@guiafolha Isso tem a ver com a pergunta da @leticiaslima: “vc acha que a mídia dá espaço pra cena independente do rock nos dias de hj?”
lobaoeletrico a cena independente é que não está dando a mínima para a mídia atual
@guiafolha A @PZBoldrin pergunta: “vc acha que ainda sofre retaliações por parte da indústria fonográfica, ou do que restou dela?”
lobaoeletrico num sei…tb não quero saber
@guiafolha Seu livro vai virar filme, com o produtor Rodrigo Teixeira. Você vai participar de todo processo? Vai fazer a trilha, né?
lobaoeletrico sim. Eu vou participar da trilha e da feitura do filme
@guiafolha A @bebetagouveia também pergunta “a quantas anda o projeto ‘Lobão, o filme'”.
lobaoeletrico está indo muito bem.
@guiafolha Mas vocês já têm ideia de quando será lançado? E de quando começam as filmagens?
lobaoeletrico as filmagens serão entre 2011 e 2012, e o filme estreia no final de 2013
@guiafolha Vai ser difícil escolher o que vai entrar no filme? Porque são tantas e tantas histórias.
lobaoeletrico vai ser extremamente divertido ficar escolhendo atores para os personagens…já tô cheio de idéia
@guiafolha Muita gente, como o @agnessmel, pergunta: “Lobão atuará como ele mesmo no filme?” Ou só na produção?
lobaoeletrico não. Só atrás das camêras. na trilha sonora, na narrativa
@guiafolha A @nivearando quer saber se é verdade que o Rodrigo Santoro poderá ser o Lobão no filme.
lobaoeletrico não sei de nada
@guiafolha Aliás, já pode falar alguns nomes de atores que você pensa em chamar para personagens específicos? Ou nada certo ainda?
lobaoeletrico não a gente agora tem é que ficar calado
@guiafolha E tem fã perguntando se consegue uma foto e um autógrafo com você após o show de SP. Você abre as portas do camarim sempre?
lobaoeletrico Sim! as portas do camarim estarão abertas pra rapaziada depois do show
@guiafolha O @vinibigu pergunta: “Qual previsão de lançamento do e-book e audio-book? Quem comprou o livro terá privilégio?”
lobaoeletrico no innício do segundo semestre
@guiafolha O @jonesr360 pergunta: “o rock nacional está em crise, mas gdes shows internacionais estão lotados,o q está acontecendo?” lobaoeletrico olha, infelizmente o Brasil está atolado num cafona, imenso e monomaíaco arraial agro brega
@guiafolha O @khalilgoch fala sobre a dificuldade de circular um show pelo Brasil. Como resolver isso? Sempre foi assim? Digo em relação aos problemas aéreos, e também parece que o ônibus da sua equipe teve problemas no trajeto a Imperatriz, né?
lobaoeletrico não agora com o sucarteamento das estradas,aeroportos e a invasão agrobrega.o país retrocedeu uns 50 anos no showbizz. Tá tudo muuuuito pior doq ue no início dos anos 80 que já era uma áfrica!
@guiafolha E você acha que tem como frear essa “invasão agrobrega”?
lobaoeletrico só com um sistema intensivo de educação geral
@guiafolha A @EmannueleSeixas pergunta: “Esta é a geração do q? As “causas” perderam espaço para os egos?Ainda há espaço pra revolução?”
lobaoeletrico olha..basta estancar essa babaquice e essa ignorância cavalar que eu me dou por satisfeito
@guiafolha O @winstonjagger quer saber o que você acha da “meia entrada”.
lobaoeletrico uma covardia….nenhum outro profissional é descontado em 50% na fonte..IMORAL.o governo,se quisese que inteirasse a bagaça
@guiafolha O @EmrsonFerreira pergunta se a internet serve como “saída para a caretice”?
lobaoeletrico a caretice não tem cura, pois é falta de percepção, sensibilidade, inteligência…e isso é o Brasil
@guiafolha Muito obrigada pela atenção, em nome de toda a equipe do Guia! E bom show aqui em SP.
lobaoeletrico Bom gente, foi um prazer imenso levar esse lero com vocês. Espero que vcs tb tenham gostado. Beijão!!!
Bela matéria a exibida pela TV Mirante, recentemente, no JMTV-1ª edição, que mostrou a Pedra da Memória, um dos monumentos históricos e turísticos de São Luís, que mesmo com várias pichações, ganhou uma iluminação artística.
E no flagrante das imagens da equipe da TV Mirante pelas ruas da capital maranhense, o que se vê é o completo estado de abandono em que se encontra o nosso patrimônio público, inclusive o aeroporto, que tive a oportunidade de sentir de perto o problema ao desembarcar em São Luís, na madrugada da segunda-feira, (12), vindo de Curitiba.
Fazer comentários desfavoráveis parece que estamos sempre na contramão e torcendo contra o lugar que moramos. Mas, a realidade é dura para uma cidade que está prestes a festejar 400 anos. Uma capital, com anos e anos de existência, comparada a Atenas antiga e dona de uma história significativa para o País, não merece ser tratada pelo descaso e abandono.
Tenho pavor ao pessimismo, mas o cenário atual de São Luís está de dar dó. Muita coisa tem que ser feita, urgentemente, para tirar a cidade de um buraco que foi criado e possamos comemorar os 400 anos com dignidade.
O abandono de logradouros públicos, de monumentos históricos, revolta a todos [nós] moradores que amamos de verdade essa ilha [Patrimônio da Humanidade] e, também, acaba decepcionando os turistas que [aqui] chegam cheio de vontade para conhecer as nossas riquezas. Acabam encontrando uma cidade bombardeada pelo descaso, surrealismo e utopia.
Chocado, consternado e comovido. Esse é o meu sentimento e de todos os brasileiros com a tragédia vivenciada por estudantes e funcionários de uma escola em Realengo, zona norte do Rio de Janeiro. Um massacre a adolescentes, pessoas inocentes e indefesas, onde não se tem uma resposta lógica para o caso.
O assassino, um jovem identificado como Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, foi estudante da Escola Municipal Tasso da Silveira. Tinha um comportamento instrospectivo e estranho. Adorava navegar na internet em busca de informações fundamentalistas, frequentava a igreja Testemunha de Jeová, criava um cachorro e um gato, era virgem, de poucos amigos, dizem que foi vítima de ‘bullying’ na escola, perdeu os pais cedo, [aonde a mãe biológica tinha distúrbios mentais]. O pai e mãe adotivos, que tanto amava, perdeu em curto espaço de tempo.
Um jovem com um histórico de vida tão conturbado deveria ser mais assistido por uma sociedade muitas vezes injusta. Mas, também jamais se poderia imaginar que o inimigo estivesse do nosso lado, pois estudava, trabalhava normalmente e não tinha antecedentes criminais.
O caldo está derramado. Agora, restam os “porquês”. Entre muitos deles é o de que estamos diante de um sociopata, esquizofrênico, que se especializou como atirador profissional e premeditou a barbárie, escolhendo como maioria das vítimas meninas e apenas dois meninos. Em seu próprio ‘ tribunal de inqusição bizarro’ deixou o mundo triste e reflexivo diante de uma tragédia sem explicação, a não ser de um homem frustrado e que pode ter sido alvo de maus-tratos. Só que isto não justifica o que fez.
Pois bem, o pior aconteceu: “dez brasileirinhas e dois brasileirinhos”[ com vidas cheias de realizações ] desapareceram no apagar dea luz e o protagonista de toda essa brutalidade recorreu ao suicídio. Também se conseguiu o seu principal objetivo: o de autocelebrizar o seu universo esquisito e chamar a atenção desse mundo moderno, dessa aldeia global, conectada pelo individualismo, falta de fé, entre outras manifestações violentas típicas de um ‘apocalipse now’.
Ah ! amanhã é um novo dia para se discutir nos meios de comunicação de massa um crime de repercussão global, que foge dos padrões brasileiros. E como as crianças e adolescentes que conseguiram escapar da fúria desse psicopata vão encarar a escola que foi palco de um massacre sangrento ? A presença do Estado Brasileiro e de Direito é importante no apoio integral para que essas vítimas e os seus familiares possam superar perdas e danos emocionais que vieram de maneira tão violenta, inesperada, e que irão carregar como ‘nódoa eterna’ .
De um lado o Brasil está de luto pela perda do ex-vice presidente da República, José Alencar, um homem e político que soube valorizar a vida com ética. Nas idas e vindas lutando contra doença, [que faz pouco caso da gente], até o seu último dia na Terra, ficou evidenciado mais do que nunca que a vida é bela, mas é breve. E a beleza da vida não está ‘linkada’ com os adjetivos do tipo arrogância e preconceito.
Infelizmente, ainda estamos diante de milhares de pessoas que violam um dos direitos constitucionais fundamentais da vida: o do respeito ao outro. Ninguém é obrigado a gostar disto ou daquilo, mas sair por aí destilando o que pensa e sem responsabilidade beira à patologia.
A fala do deputado Jair Bolsonaro no programa “CQC” da Band merece repúdio de todos os brasileiros. Depois do caldo derramado, o parlamentar descompensado tentou se justificar em Plenário, mas as imagens não mentem. E o que ele merece é uma punição severa, pois o dito cujo desrespeita o Congresso Nacional, o povo brasileiro e debocha da constituição violando os Direitos Humanos com as suas declarações homofóbicas e racistas. Ouça a entrevista com a participação de brasileiros e brasileiras, inclusive o da cantora Preta Gil, e as respostas preconceituosas para quem se considera um “parlamentar cheio de imunidade’, Jair Bolsonaro.
Um Gerô morreu, assassinado pela Polícia Militar do Estado, em 22 de março de 2007. Outros Gerôs continuam a ser mortos pelas periferias das cidades, inclusive, em nosso Estado. É de se perguntar, então, qual a causa dessa mortandade ? Na origem, a escravidão, mal maior da história do Brasil.
Não se faz impune três séculos de escravidão. A dicotomia Casa Grande e Senzala continua. No contínuo dizer de Mino Carta, a escravidão marcou profundamente o caráter da sociedade brasileira. Da Casa Grande, extraem-se os privilegiados. Aqueles que nascem condenados à impunidade. Por origem ou por pertencerem as organizações públicas, à Polícia, por exemplo, que embranquece negros.
Do outro, nós, que existimos e não-existimos ao mesmo tempo. Se se tratar de cotas raciais para ingresso em Universidades Públicas, todos ou boa parte se coloca contrário, pois, basta melhorar o sistema educacional e todos terão condições de acessar ao ensino superior. Mas, se o caso for de embate com a Polícia, Justiça, essas instituições não têm dúvida de “decidir quem é quem”.
A vida e o inefável cotidiano mostram dia a dia essas certezas. Fato: 21 de novembro de 2010, Salvador, bairro da Amaralina, a Polícia mata garoto de 10 anos. Os policiais envolvidos foram “severamente punidos”, deixaram de fazer serviços externos. Na Paraíba, morrem 1.083% (doze vezes) mais negros do que brancos. A ministra Luiza Bairros explica com propriedade a causa desses números: “os policiais aprendem a caçar negros”.
Estudos mostram que a imagem utilizada para compor o criminoso é centrado na pessoa negra. Mora na periferia (senzala), pele negra e, por dedução, é marginal. Aqui, referimo-nos ao racismo institucional, que de resto molda o comportamento das corporações militares, no caso, sem as exceções de praxe.
Morreu Gerô. Alguns de nós ainda lutam na esteira da resistência cultural. Esquecem o que diz o Rappa que em todo camburão, tem um pouco de navio negreiro e, complementa o Marcelo D2: resistência cultural é casa do “baralho”.
Para que deixem de morrer GERÔS precisamos lutar pelo Poder Político. Dito de outra forma: “precisamos conquistar a consciência da cidadania, que há de ser o objetivo decisivo”, como diz o Mino Carta.
Desde que me entendi como gente aprendi a conviver com a diversidade e a coerência. O ser diverso e coerente é lei divina outorgada e assimilada entre os homens. Infelizmente, uns entendem essa necessidade, outros não. Tem gente que fecha os olhos e tapa os ouvidos para não compreender essa receita básica para se chegar a algum lugar. Defendo de corpo e alma a tese que a diversidade com coerência é essencial para quem tá fim de curtir a globalização sem perder a identidade e os seus ideais.
E no Carnaval: a festa da carne, da brasilidade e do multiculturalismo (?) A receita é simples: a folia deve acontecer em parceria, que adicionada com a diversidade e a coerência se traduz em uma celebração vitoriosa. Assim foram os quatro dias do projeto “Outros Carnavais”, idealizado pelo Feijão de Corda, tendo como cenário a pontinha da Ponta do Farol.
No ‘line up’ o ‘deejay’ Pedro Sobrinho, o grupo de samba Espinha de Bacalhau e Mano Borges & Natália Ferro. Era cada um no seu quadrado, mas todos tinham algo em comum: a música. Seja ela de carnaval ou não, o importante foi pirar o cabeção de gente de todas as idades e comunidades.
Foram quatro dias de festejo, em uma casa cheia de bambas, biritas, yuppies, headbangers, rastas, popozudas, mascarados, pierrots apaixonados, colombinas, purpurinas, entre outros baratos afins. Enfim, tudo era Carnaval. E o que não faltou foi animação. Também pudera. Música e ritmos para todos os gostos.
O “Outros Carnavais”,patente do músico Mano Borges, é um projeto para celebrar a vida e com o ideal de que música não foi criada para servir de parâmetro entre o bem e o mal, o que é bom ou ruim, o que é local e global. Com música se faz arte para brincar e ser feliz.
Mesmo reconhecendo a escassez do mercado fonográfico nacional na atualidade, ainda tem gente apostando que conceber disco ainda é
possível e se torna com uma opção para o artista brasileiro se mostrar vivo. E o legal é saber que existem mil e uma possibilidades para que o processo se concretize e valorize o músico que não pertence ao que resta no ‘mainstream’ das grandes gravadoras.
E o Maranhão, mesmo não tendo uma noção de mercado e uma cena forte e consistente que consegue se subsidiar e facilitar para que o artista não migre em definitivo para outros cantos do Brasil e mundo afora, tem muita gente boa e que merece ser valorizado pelo público local.
Um desses bons exemplos é o cantor e compositor Bruno Batista. Atualmente morando em São Paulo, cravado em uma selva de concretos e multifacetada de culturas, dá para perceber que a terrinha, com aspectos provincianos é útil como um Porto Seguro e fonte de inspiração para o artista, embora seja obrigado musicalmente a falar a língua dos homens e do mundo para que não seja excluído do processo natural do Globo.
No meio a turbulências e obstáculos, Bruno Batista consegue gravar o segundo disco “Eu Não Sei Sofrer em Inglês”, produzido por Guilherme Kastrup e Chico Salem. O disco reúne 12 faixas autorais, mas no momento apenas três singles “Nossa Paz (Bruno Batista) participação de Tulipa Ruiz, “Lia, Não Vá” (Bruno Batista) e “Tarantino, meu Amor”, (Bruno Batista) chegam as emissoras rádio para divulgação. O trabalho sinaliza muito de sua herança musical e passeia por diversos ritmos da tradição brasileira – ou seja – do baião ao samba -sempre com o olhar voltado para o contemporâneo e demais influências da música pop.
Com uma banda formada por nomes conhecidos da nova cena paulistana, como Gustavo Ruiz, Estevan Sinkovitz, Márcio Arantes e Marcelo Jeneci – as bases foram gravadas ao vivo, em três sessões, com o intuito de dar mais unidade estética e sonora ao disco. “Queria que soasse como um disco de banda”, explica Bruno Batista.
O álbum conta com as participações especiais de Zeca Baleiro, na faixa Acontecesse, Rubi, em Vaidade, Juliana Kelh, em Para Um Amor em Paris”, e Tulipa Ruiz, em Nossa Paz”, essa última já integrando o playlist’ da programação da Mirante FM.
Mixado e masterizado por Carlos “Cacá” Lima, o disco será lançado pela YB Music e deverá chegar às lojas em abril deste ano, para a
felicidade geral dos que andam órfãos de uma música concebida sem a receita do lugar comum
O Brasil está diante de mais uma barbárie, sem precedentes, provocada por mais um psicopata que é notícia nessa imensa onda de violência deflagrada aqui, acolá, em qualquer lugar. Fiquei chocado com as cenas mostradas pela TV em que um homem identificado Ricardo José Neif utilizou o seu Golf preto como uma arma atirando-o contra os ciclistas do “Massa Crítica”.
Pra quem não sabe, nas sexta-feiras, diversos ciclistas, incluindo crianças, jovens e idosos, se reúnem e seguem um roteiro por algumas ruas de Porto Alegre. Eles formam um grupo, mas na verdade juntam mais de 100 pessoas que não são parte de nenhum movimento organizado – ou pelo menos um movimento que os una. Eles se juntam porque têm uma motivação em comum: usam bicicleta como meio de transporte e querem que esse seu direito seja respeitado.
A maior prova de que esse direito não é respeitado aconteceu, na última sexta-feira (25), com a “Massa Crítica”, como é chamada a manifestação. Um homem identificado como Ricardo José Neif não gostou de se sentir atrapalhado no trânsito, e principalmente, por um grupo de ciclistas e por não considerar a bicicleta como um meio de transporte, resolveu agir com agressividade e desequílibro emocional.
Não se tem certeza sobre o que ele pensa ou deixa de pensar, A única coisa é que esse cara irresponsável, maluco, dependente de um carro para viver, passou do limite do que uma pessoa pode fazer numa situação de stress. Ele passou por cima. Ponto. Ali não importava se era criança, jovem ou idoso. Foi uma reação em cadeia. Me coloco (euzinho) na cabeça do motorista/quase assassino, e chego a conclusão errada que bicicleta não é meio de transporte e lugar de pedestre é somente na calçada.
É bom que se diga essa é uma mentalidade que tem predominado em alguns segmentos da sociedade brasileira, que ainda vivem culturalmente de maneira primitiva, privilegiando o abuso de Poder e a impunidade como uma manifestação politicamente correta, deixando de lado a harmonia social, o respeito ao outro, configurado como uma virtude de todos. È lamentável se perceber a todo instante que o cultural na cabeça de alguns mortais é comprar um carrão importado ou não, de última geração ou não, e sair por aí blasfemando em tom arrogante: “a rua é minha e daqui ninguém me tira”.
No que diz respeito ao que aconteceu em Porto Alegre exacerba a legislação do trânsito. O quadro é preocupante, pois não foi uma infração. Foi intencional, uma tentativa de homicídio e coletivo. Mas, o infrator é rico e em depoimento relatou que agiu em legítima defesa e para não morrer utilizou a sua única arma: o Golf preto.
Na internet, algumas distorções sobre o acontecimento. Por exemplo, uma das coisas que a policia começa a dizer é que os ciclistas não avisaram os órgãos oficiais sobre o evento. E que a falta deste aviso torna a Massa Crítica irregular. Segundo os idealizadores do passeio ciclístico, não é um evento que tem que ser avisado. Eles dizem que a manifestação tem como objetivo buscar a conscientização dos motoristas sem que estes precisem de aparato repressor para compreenderem do direito deles estarem ali.
Se uma pessoa que dirige um carro não respeita uma ou mais pessoas que estão de bicicleta e precisa de policia ou fiscalização para respeitar, isso caracteriza que ela precisa ser supervisionada, repreendida para agir com educação e respeito. A ideia é a de que motoristas e ciclistas compartilhem o transito.
É importante que o absurdo de ontem traga um questionamento, que repercuta, que incentive uma consciência crítica sobre os valores da nossa sociedade de consumo, em que o dono do carro se acha o dono da rua porque tem dinheiro. Se as autoridades competentes vão fazer alguma coisa deconcreta não se sabe. Agora, não se deve calar, mas sim cobrar das autoridades punição severa a quem merece.
Como integrante de uma massa crítica e longe de pertencer ao admirável gado novo, o que me resta é viver a utopia ou viajar para Pasárgada, pois lá não tem trânsito…
Não escondo que me tornei um admirável fã dos textos escritos por Silvana Duailibe. O “Lixo e o Chorume”, o último post na internet feito por ela, me serviu de fonte de inspiração para pegar carona e comentar sobre os“lixões e os catadores”ou politicamente correto, os “aterros sanitários e os catadores de material reciclável”espalhados por esse imenso Brasil.
Antes, não posso esquecer que sou uma pessoa que produz muito lixo. E como defensor árduo da cidadania procuro recolher e guardá-lo em lugar apropriado. É feio espalhar lixo em qualquer lugar. Mas, jogando ou não na lixeira [essa última atitude são dos insconscientes e mal educados], a imensa sujeira produzida na zona rural e urbana tem como fim o aterro sanitário. Sorte nossa é que existem os catadores. Gente, que passa batida aos nossos olhos. E quando o observamos é com o olhar de discriminação e de degradação humana.
Assistindo a um programa de TV em que o tema era o documentário “Lixo Extraordinário”, me fez refletir sobre o lixo espalhado dentro e fora de nossas vidas. E logo me veio a cabeça o lixo da ignorância, da omissão e do preconceito. E como lixo para mim não significa trocar a dignidade humana pela vaidade, procurei entender a vida desses trabalhadores que o sistema precisa valorizar e oferecer condições para que eles possam viver como cidadãos.
Como ainda não perdi a fé por acreditar que em algum lugar do planeta tem gente contribuindo, não para mudar o mundo, mas para aliviar a dor de pessoas que são excluídas por falta de oportunidades, mesmo que alguns entendam que aquele voluntariado(a) venha a ser um aproveitador que usa como trampolim a miséria alheia.
Lixo Extraordinário
Como é prazeroso saber que catadores de lixo brasileiro [com todo respeito] podem dividir o palco do Oscar com gente como Brad Pitt e Johnny Depp no final de fevereiro, depois de estrelarem um documentário sobre o poder transformador da arte.
Em “Lixo Extraordinário”, indicado ao Oscar de melhor documentário, retrata o dia-a-dia de Sebastião Carlos dos Santos, o Tião,presidente da Associação dos Catadores de Lixo do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias, e um grupo de outros trabalhadores, no maior aterro sanitário da América Latina. Eles tornam-se fontes de inspiração do artista plástico Vik Muniz, que lança uma luz sobre uma atividade que a sociedade prefere ignorar.
Usando fotos ampliadas deles mesmos e do próprio lixo que vasculham todos os dias em busca de objetos recicláveis, Santos e seus colegas ajudam Muniz a criar obras de arte belíssimas que são compradas por colecionadores internacionais por milhares de dólares.
Conhecido por seu apelido, Tião, o catador acaba viajando com Muniz para uma importante casa de leilões em Londres e cede às lágrimas quando uma foto, baseada em sua pose numa banheira descartada, é arrematada por 28 mil libras (45 mil dólares).
Para Tião, que começou a ajudar sua família a catar lixo no aterro do Jardim Gramacho, em Duque de Caxias (RJ), quando tinha apenas 11 anos, estar em Hollywood, não parece real para ele e os demais protagonistas do filme. Lembra um pouco a historinha de Cinderela. E quando o relógio bater a meia-noite, eles perdem os sapatos, o encanto da fada madrinha acaba, e o mundo volta para onde estava. Com certeza, Tião o mundo pra você e os parceiros nunca mais será como antes.
As pessoas, que vêem o lixo e os catadores como algo insignificante e invisível, serão obrigados a perceber o filme. Ele mostra o quanto vocês são batalhadores e sustentam as suas famílias honestamente. Talvez, uma coisa que ainda falta é o reconhecimento e uma política governamental convincente para valorização da profissão.
Quanto ao “Lixo Extraordinário”, dirigido pela britânica Lucy Walker e Karen Harley, (“Waste Land” em inglês), com codireção brasileira João Jardim, mesmo que não conquiste a estatueta no Oscar, já tem um lugar garantido na galeria da sétima arte e de Hollywood. Além de dar um brilho a mais no cinema nacional, pois valoriza pessoas reais, que acabam tendo a possibilidade de ver um pequeno fio de esperança aonde se agarrar, além de reacender questionamentos sobre a importância dos aterros sanitários e dos catadores de material reciclável em um Brasil ainda tão preconceituoso com essa matéria.