O gratuito que virou privê…

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Não era de se esperar que um dos maiores guitarristas do mundo, o norte-americano Stanley Jordan, tocasse apenas para 17 pessoas em São Paulo. Um detalhe o show era gratuito e aconteceu na Praça de Eventos de Guainases, área carente de atrações culturais, local onde era realizada a Quebrada Cultural, inspirado na Virada Cultural, que acontece na região central paulistana.

stanleyjordan

Foram várias as desculpas para justificar o público pequeno que assistiu ao show do músico ‘gringo’. Uns alegaram a falta de divulgação, outros não atentaram para o local do evento. Muitos disseram que parecia preconceituoso mas a organização pecou ao trazer um artista desconhecido da população da região. Afirmaram que os moradores da área gostam mesmo é de pagode e rap. Ninguém sabia quem era o cara.

O diagnóstico poderia fazer algum sentido se Stanley Jordan não fosse conhecido pras bandas de cá. Que a organização tenha falhado no processo da divulgação.  As preferências existem, mas um pouco de curiosidade não faz mal a ninguém.. É isso mesmo !

Pois bem, não é o show de Stanley Jordan o melhor exemplo para justificar um problema. Mas sejamos aqui realistas, estamos convivendo com um cenário triste de alienação por conta de uma informação filtrada e de interesses, que chegam na maioria das vezes de maneira deturpada  ao grosso da população.

Durante a Conferência Nacional de Comunicação, aberta nesta segunda-feira, 14, em Brasília, o presidente Lula foi categórico em defender a inclusão digital, ao referir-se a internet não mais como artigo de luxo e sim um instrumento de extrema necessidade para a população e para o exercício da cidadania.

O presidente Lula não pode nunca esquecer que tudo passa por um processo chamado educação  e de uma mudança de mentalidade por quem é responsável na construção da notícia. Portanto, não justifica o avanço tecnológico, as diversas ferramentas de comunicação que surgem com o piscar dos olhos, principalmente, diante de uma significativa parcela da população, que segundo pesquisas e estatísticas, aparece na lista dos analfabetos funcionais e feito admirável gado novo.

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As aparências enganam…

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Muito legal o post “Duas ou Três Coisas que aprendi com Lady Gaga“, do jornalista, crítico musical e apresentador de TV Zeca Camargo. Se perguntar para mim, se gosto do trabalho da Lady Gaga, direi que não é a minha praia, mas não faço vista grossa ao fenômeno. Se eu conheço alguma música da artista, direi que ouvi apenas “Just Dance“, em FMs e festinhas. A análise é simples: a renovação é necessária. Agora se caiu no senso comum é melhor não pré-julgar para não correr o risco do preconceito.

zecaelady

Zeca Camargo e Lady Gaga trocam idéias em bate papo informal

O maior mal da humanidade é o de antecipar conceitos e o julgar pela aparência.  A partir desse comportamento é que são criados os rótulos, que você é isto ou aquilo, ou faz parte disto ou daquilo. Euzinho (aqui) deixa bem claro que não comungo com tribos, apartheid, entre outras formas de etnocentrismo cultural. Se a boa é uma ideologia para viver, o politicamente correto é experimentar, transitar com coerência e saber ouvir para conhecer melhor o produto.

Na entrevista feita com a cantora Lady Gaga, entre outras ‘persona’ do Pop, Zeca Camargo disse que aprendeu uma coisa na vida de bastidores do showbiz. “Você pode esperar qualquer coisas de um entrevistado. Os detalhes dessas entrevistas, bem como uma coleção de histórias vivenciadas com celebridades da música estão no livro “De A-ha a U2″. Declara o jornalista que no seu arquivo pessoal, prefere sempre ficar com as boas surpresas. Além de Lady Gaga, Camargo ficou de queixo caído, ou melhor encantado, com o jeitão politizado e o envolvimento social sem demagogia da cantora colombiana Shakira, mostrada em uma entrevista feita por ele no programa Fantástico, da Rede Globo.

–  Fiquei simplesmente encantado com a honestidade da dedicação da cantora a um outro trabalho que não tem a ver com sua música, mas com um trabalho social: sua campanha pela educação primária de crianças pequenas, que começou com uma pequena iniciativa na sua cidade natal (Barranquilla, na Colômbia) e hoje é uma organização que está presente em vários países latino-americanos (inclusive o Brasil) e não para de crescer! Ao contrario de boa parte das celebridades que simplesmente emprestam seu rosto para uma causa humanitária (muitas vezes – infelizmente – como uma alavanca para sua carreira), Shakira é 100% envolvioda com sua causa. E a paixão com que ela fala de seu projeto, por vezes até supera a que tem pela música. Poderosa – quantas artistas atuais podem se orgulhar de fazer sucesso no mundo todo, inclusive no Oriente Médio? – e generosa, Shakira sabe que para levar adiante sua missão pessoal precisa mais ainda do sucesso em sua carreira, e assim, investe nas duas coisas com a mesma garra. Se já era fã, virei seu grande admirador depois de nossa conversa.

A outra artista que surpreendeu Camargo recentemente foi Lady Gaga.” Ela é a artista mais interessante que apareceu  no pop recentemente? Ou que “Paparazzi” é a melhor música pop do ano (estamos em Novembro, e eu desafio qualquer artista a vir com algo melhor em seis semanas…)? Já me rasguei aqui em elogios com relação à sua performance recente no Vídeo Music Awards da MTV americana. Assim, vou cortar qualquer introdução para ir direto ao nosso encontro, que aconteceu há duas semanas, em Nova York“, comentou.

Para conseguir bater um papo com a artista não foi fácil. Foram cinco meses negociando com a gravadora dela, onde chegou a fazer um programa “No Limite” inteirinho nesse meio tempo. Camargo já tinha desencanado da entrevista até que um produtor (e amigo) do “Fantástico” veio com a notícia de que ele estaria disponível para a entrevista dia 29 de outubro, em Nova York. É, muita persistência, perserverança e determinação. São os ossos do ofício da profissão de jornalista.

Foi numa quinta-feira ensolarada, depois de um drinque com amigos no teto do Metropolitan Museum – onde tinha acabado de ver uma mini-exposição em torno de uma verdadeira obra-prima emprestada do Rijksmuseum holandês: “A leiteira”, de Vermmer –,  Camargo foi a pé até um hotel em Columbus Circle e esperou. Sim, porque esperar faz parte…

A perspectiva não eram muito ruim: Lady Gaga, anunciava seu assistente, atrasaria uma hora para começar as entrevistas. A sugestão era que ele voltasse em uma hora – tempo que gastou então na megalivraria Borders, ali mesmo no Columbus Circle. Quando retornou, o mesmo assistente disse que Lady Gaga já estava lá, que as entrevistas já haviam começado, e que a minha aconteceria dali a mais uma hora. “Não posso dizer que reclamei de passar mais uma hora na Borders, mas, só lembrando, estava em Nova York de “folga”… Se ela atrasasse um pouco mais, poderia facilmente arruinar meu programa da noite – e só de pensar nisso eu já começava a ficar um pouco tenso”, desabafou.

No entanto, quando voltou ao quarto do hotel, exatos 60 minutos depois do segundo aviso, veio a boa notícia: ele era o próximo na fila! “E menos de um quarto de hora depois eu estava diante de um rosto redondo emoldurado por uma cabeleira loira – muito loira! – vestida num longo preto de cetim (quem, em sã consciência, recebe a imprensa de tarde para entrevistas num longo preto de cetim?), e óculos escuros “banda larga” e praticamente impenetráveis! O que esperar de uma figura assim? Bem, como já disse que a experiência me ensinou… qualquer coisa! Apesar de ser fã – e, por isso, acompanhar bem sua carreira –, naquela manhã achei que precisava me preparar um pouco melhor para entrevistar Lady Gaga. Assim, mesmo de férias – é bom reforçar –, dediquei boa parte da minha manhã a conferir outras entrevistas que ela havia dado na TV (viva youtube!), apenas para sentir o clima. Ela me pareceu extremamente atenciosa e paciente em quase todas elas (a com Johnathan Ross é a exceção gritante!), especialmente com quem lhe perguntava pela “zilionésima” vez de onde vinha seu nome (para os não iniciados, vem da música do Queen, “Radio Gaga”). Fiz uma anotação mental para não fazer essa pergunta…Diante dela, porém, toda minha pauta desmoronou. A mulher poderosa dos clipes e das poucas performances no palco que eu pude conferir parecia recatada – quase frágil. Tudo bem que essa era a quarta ou quinta entrevista do dia – essas sessões acontecem sempre em “pacote” –, mas será que ela estava tão cansada assim a ponto de mal projetar a sua não exatamente tímida voz? Seria um personagem? Um truque para eu me compadecer e tentar poupá-la fazendo a entrevista com menos do que os 15 minutos que me haviam sido concedidos? Nada disso. Aquela impressão inicial era passageira. Não demorou muito para perceber que não era eu que estava avaliando ela, mas ela que estava me “sacando”, tentando descobrir se aquela seria mais uma entrevista protocolar ou ia dar para sair uma conversa interessante. Senti-me desafiado e comecei – confesso – meio nervoso. O que foi bom, pois acho que acertei logo na primeira pergunta: se era mais importante para ela ser reconhecida como uma cantora pop ou uma artista performática…”, conta.

A resposta para essa – e as outras perguntas – você vai ver em breve no “Fantástico”. “Mas eu quis avançar um pouco essa conversa para falar mais das minhas impressões sobre Lady Gaga – aliás, como fiz no próprio livro que já citei (“De a-ha a U2”), depois de ter chegado à conclusão de que boa parte do que é dito nessas entrevistas envelhece, mas a experiência de encontrar essas pessoas fascinantes não!”, explicou.

No final do bate papo, Zeca Camargo conclui que Lady Gaga não é uma pessoa comum e vazia no cenário do pop. “Entre uma pergunta e outra, ela criticou sultimente o culto à celebridade e para quem não sabe a sua origem como cantora vem da música clássica”.

Portanto, quais são, enfim, as duas ou três coisas que Camargo aprendeu com a cantora? “Primeiro de tudo, não julgar um artista apenas pelo seu produto final – tem sempre muita coisa no seu processo criativo que pode te surpreender. Depois, nunca me desanimar com o pop – pois sempre vai aparecer gente com a sofisticação e inteligência como a dela para oferecer ao mundo um trabalho interessante. E ainda, se for para passar uma mensagem maior com sua arte, tente fazer com que ela seja simples e acessível: o que tem que ser maior é a intenção e não o que as pessoas vão receber, já que cada um interpreta tudo do jeito que quiser”, opinou.

Foto postada no Blog do Jornalista Zeca Camargo

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Duas paixões

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Um domingo de sol escaldante, digno de férias, com a temperatura beirando os 40 graus no Rio de Janeiro, a cidade efervescente e do caos. E no meio de tanto calor, gente na praia, a melhor pedida foi ouvir música, praticar e prestigiar as diversas modalidades esportivas.

Se tem uma mistura que curto é o da música e do esporte. Quem esteve na areia de Copacabana, no domingão, pôde apreciar a etapa Mundial de Skate de Rua. Manobras radicais, malabarismo na rampa e no final venceu o argentino Milton Martinez. Um festão animado por um “deejay” que castigou em hip hop e rock´n´roll, consideradas trilhas oficiais dos skatistas. Valeu ouvir Snoop Dogg e Rage Against The Machine, dois nomes prediletos da cabeceira.

Nada mais justo também falar de futebol em um domingo delirante. A paixão nacional dos brasileiros está cada vez mais mobilizada com a reta final do Campeonato Brasileiro da Série A. No Rio, o fim de semana foi de festa. Mesmo sendo derrotado pela Portuguesa, em casa, por 1 a 0, o Vasco recebeu a taça de campeão da série B e o retorno para a elite do futebol brasileiro no ano que vem. Haja festa em São Januário. Já o domingo foi de expectativa para flamenguistas, tricolores e botafoguenses. E o que se viu no fim da tarde, foi o Botafogo, que vestiu a sua camisa e a do Flamengo para vencer o São Paulo de virada, por 3 a 2, no Engenhão. Tudo para não cair. Na lista dos possíveis rebaixados, o Fluminense foi até Recife e adquiriu os três pontos que precisava contra o Sport, rebaixado e na lanterna, e ainda acredita na possibilidade de permanecer na série A. O Pó de Arroz em fase de superação surpreendente ainda pega os equatorianos da LDU, em decisão da Copa Sul-Americana. Serão dois importantes jogos para conquista de título inédito e que servirão como vingança. Quem não se lembra do título da Libertadores perdido  em casa no ano passado.

E o Flamengo, quem diria, não passou vexame, mas deixou a sua torcida frustrada. Eu e os zilhões de flamenguistas espalhados pelo país inteiro esperávamos uma vitória contra o Goiás, em pleno Maraca. O alviverde goiano endureceu o jogo e arrancou um empate sem gols. Um verdadeiro apagão rubro-negro. Ah, mas nem tudo está perdido. Restam ainda esperanças e tudo está em aberto. Os próximos capítulos da decisão ficarão para as duas últimas rodadas de um dos campeonatos brasileiros mais disputados desde que inventaram os pontos corridos.

E depois de um domingão esportivo, nada de tristeza, ou de ficar assistindo o Silvio Santos ou Faustão, a boa mesmo foi cair na gandaia. E um ponto de encontro festivo foi o bairro de Santa Tereza, onde estavam animados os bares do Mineiro, do Gomes (locais que já serviram de cenário para gravação de comerciais de cerveja), e o da Fatinha, onde lá estava o projeto Mixando o Mundo, a convite do DJ Zod (RJ). No setlist não faltou som do mangue, música cor de abóbora, orgânica, inorgânica, merengue ouvido nas radiolas do Maranhão e samba (lógico). E por falar no maior cartão postal sonoro e genuínamente brasileiro, (o samba) (ele) veio em forma de rock, reggae, do Recôncavo, Jongo, raiz, caule. O importante que o ziriguidum rolou e fez animar, em meio aos vitoriosos e derrotados no domingão esportivo e ensolarado, o carioca, paulista, maranhense, a gringalhada (isso mesmo) e todo e qualquer brasileiro que se sente da gema. Enfim, só o som e o esporte salvam. O resto é…

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Esse Cara

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Ainda em clima de férias, resolvi tirar o sábado, 14,  para curtir à noite, animada por shows de estilos diferentes e convidativos. Era o reggae de John Holt e Gregory Isaacs, no Centro Histórico, o Skank, na Lagoa, e Caetano Veloso. com seu “Zii e Zie”, traduzindo “tios e tias”, no Multicenter Sebrae.

Optei em degustar a música de Caetano. Um cenário simples, mas ambientado por uma asa delta, pirotecnia de luzes e slides. Tudo numa combinação perfeita para o ‘setlist’ escolhido pelo artista baiano, mundado e transgressor. O show que estreou turnê nacional por Brasília começa com Caetano cantando “A Voz do Morto”, um samba que fez no início da carreira, na década de 60, para Araci de Almeida cantar em homenagem a Paulinho da Viola. Um resgate histórico saboroso. E cá com meus botões questionei. Como é que pode um samba de mais de 40 anos ser cantado de uma maneira tão pós-tudo como se tivesse sido ontem ? Felizmente, pode, principalmente, quando o assunto é Caetano e o seu eterno jeito camaleônico e a sua necessidade de reinventar.  Assim fez o artista em mais um disco,  numa concepção dividida com a moçada da banda Cê (Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado).

O trio, aliado a Caetano, experimentou em estúdio e no palco colocando em cada faixa camadas de rock´n´roll à musicalidade brasileira, onde o foco é o samba e a quebra de paradigmas, que para ser bom tem que vir da raiz.  E o show de Caetano seguiu intercalando músicas antigas com as do CD “Zii e Zie”. Entre as boas destaco a interpretação de “Lapa”, um verdadeiro transamba-clip musicovisual do histórico e sempre boêmio bairro carioca, tão cantado por Noel Rosa e também Chico Buarque, além de “Odeio”, do penúltimo trabalho “Cê”.

Entre as velhas e boas canções destaque para “Trem das Cores” e “Irene” rearranjadas, mas não perderam a majestade. A viagem ao túnel do tempo continuou arrasadora em “Objeto Não Identificado” e “Betânia”, a quem dedicou a memória do teatrólogo e criador Augusto Boal, que dirigiu a todos os baianos, inclusive a ele mesmo, no “Arena Canta Bahia”. Ele aproveitou e fez uma pausa para reverenciar São Luís, como uma das capitais mais bonitas do Brasil. Disse que os elogios foram feitos em rodas de amigos, que concordaram com a sua colocação. Quanto comentário não soou mentiroso, ou demagógico. Foi verdade pura feita a uma bela mulher que precisa ser tratada com mais carinho por quem diz que a ama.

Mas, retomando o show “Zii e “Zie”, Caetano foi espetacular e ousado com a poetação de “Eu Sou Neguinha”. Foi a música em que pensou estar se despedindo do público e mostrou no palco, que além de músico é um ator. Aplausos e o pedido do bis. Ele retorna cantando “Força Estranha”, reverenciando Roberto Carlos e aqueles que foram ao show em busca dos “hits”, ou as “babas” do artista.  Caetano fechou em grande estilo homenageando o baiano Neguinho do Samba, pai do samba-reggae, que morreu recentemente,  “avisando a todos” que é um artista único.

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Contra a banalização do crime

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Amanheci com a sensação de que o Brasil é uma caixinha de boas e péssimas surpresas. E o Maranhão, como um dos estados da federação, não pode ficar de fora do contexto. Sentimos orgulhosos em dizer que vivemos num País e num estado cheio de belezas naturais, arquitetônicas, rico e diversificado culturalmente, e com um povo trabalhador e festivo. Mas é deprimente quando temos que ler um jornal, acessar a internet, ligar o rádio ou a TV e estar diante de noticiários destacando os mais variados tipos de crimes, como exemplos: seqüestro, latrocínio, homicídio, entre outras barbáries, que nos causam uma certa “síndrome do medo”.

Moisés Nobre e Gerô. Foto: Divulgação
Moisés Nobre e Gerô. Foto: Divulgação

Ao levantar bem cedo soube da morte do repentista Jeremias Pereira da Silva, carinhosamente chamado no meio artístico de Gerô. Segundo a imprensa, ele foi vítima da atitude inconseqüente e racista de dois policiais militares fardados e em plena atividade.

Gerô era um artista simples, às vezes angustiado pelas contradições da vida, mas dono de um bom caráter. Sempre que o encontrava pelas ruas de São Luís, lá estava ele cantarolando um baião já gravado, ou outro que acabara de gravar. É triste saber que tenha morrido de forma trágica e o pior confundido como um delinqüente pelo fato de ser pobre e negro.

Chegamos a uma guerra urbana e rural velada que tem deixado a sociedade civil e governantes atordoados. De um lado, a criminalidade banalizada e devastadora e do outro a Polícia, que em determinados momentos deixa de cumprir o seu papel de cidadã e proteger aqueles que não precisam de Polícia.

É bíblico, está nos mandamentos da Lei de Deus. Não justifica se tirar a vida de um irmão em qualquer que seja a circunstância. A atitude dos policiais foi de despreparo e abuso de poder. Esperamos que o Sistema de Segurança Pública se sensibilize com o caso, apurando. E se os policiais tiverem a culpa no cartório que paguem pelo que fizeram, não apenas sendo expulsos da Corporação, mas sendo punidos no rigor da lei.  Afinal de contas, torturar também é crime Hediondo.

E que o governo do Estado cumpra o seu papel indenizando a família de Gerô, mesmo sabendo que o dinheiro não venha confortar a dor da perda.

Fique com Deus Gerô. A forma trágica com que você partiu simbolize uma luta da sociedade civil e poderes constituídos. Governantes e Poderes Constituídos (Movimentos Negros, Secretaria Extraordinária de Promoção da Igualdade Racial, etc.) que trabalham em defesa das minorias. Juntos possamos refletir numa perspectiva de uma mudança de comportamento. Assim, estaremos evitando no futuro episódios dessa natureza tendo como vítimas Gerôs, Josés, Joãos, Pedros, caboclos, mestiços, artistas ou anônimos, residentes na Liberdade, Barreto, Anjo da Guarda, Coroadinho, entre outros bairros carentes e vulneráveis pela falta de Políticas Públicas.

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