“Não Deixe o Samba Morrer”

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O quesito emoção prevaleceu na reportagem especial feita pelo Bom Dia Brasil, da TV Globo, e exibido na edição desta sexta-feira, 12, onde a pauta foi o aniversário de Martinho da Vila, que segundo a marrom Alcione, Martinho é da Vila Isabel, da Portela, da Mangueira e do Mundo. Os rasgados elogios são justos tendo em vista a contribuição dele ao gênero genuínamente brasileiro.

martinhodavila

Além da roda de samba feita pelos bambas e amigos de Martinho, o papo fluiu sobre o samba-enredo. “Aquele que, do nada, vem à cabeça, que de trechinho em trechinho, vira eterno. O questionamento era o seguinte: como é que acontece o processo de um dos grandes segredos do carnaval ?

O repórter Marcos Uchôa conversou com uma turma que entende do assunto. Compositores que fazem sucesso há 40 anos e estão felizes porque um nome vai ser muito aplaudido, este ano, nos desfiles do Rio de Janeiro. Sucesso tem nome. Simples assim: Martinho da Vila.

O encontro, no tradicional Bar Capelinha, em Vila Isabel, teve a presença de Paulinho Mocidade, Zé Catimba, Zuzuca do Salgueiro, David Corrêa, Aluísio Machado, Martinho da Vila, Sérgio Cabral e Haroldo Costa. Em volta da mesa de bar, muitas lembranças de sambas antigos. No papo, regado a samba, petiscos e cerveja, também teve espaço para política. “Hoje em dia, para uma samba ser escolhido, é preciso campanha, investimento”, disse Martinho da Vila.

Para ele, samba tem que emocionar. Gostei do comentário do Zé Catimba brincou argumentando que “nos bons tempos existiam parcerias no samba e hoje o que existe é “formação de quadrilha”. E mais a maior reclamação foi quanto a cadência do samba. Para muitos acelerou e perdeu o sentido. Mas, tudo faz parte de um carnaval chamado de contemporâneo, onde a receita é a inovação. O bom foi saber que em meio aos questionamentos o velho e bom samba não perdeu a espinha dorsal quando cantado por quem realmente entende do riscado.

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Carnaval com lucidez…

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“Mas é carnaval, não me diga mais quem é você/Amanhã tudo volta ao normal’ (Noite dos Mascarados/Chico Buarque)

mascaradecarnaval

Fevereiro no Brasil: tem carnaval. E quem não tem uma história para contar ? Carnaval é uma festa popular e como tal, é recheada de histórias engraçadas e tristes. É a época em que todos os homens e mulheres ficam magicamente mais belos depois de uma certa dose de álcool.

Tem gente que no calor da festa troca telefones, marca encontro e só então já curado da ressaca, descobre que o ‘Príncipe Encantado’ que beijou era um sapo, e a sereia era a ‘Bruxa do Mal’. Carnaval para muitos é sinônimo de excessos, comida, bebida, amores, violência, (infelizmente).

Se perguntarem para mim, o que faz você no carnaval ? Não sou hipócrita para dizer que não gosto da folia. Até gosto, seja em qualquer circunstância ou circunscrição. Agora, comungo da idéia de que para ser alegre não preciso de muito barulho, nem multidão, empurra-empurra, de cair no embalo do ‘Rebolation’, de uma audição com algumas marchinhas de duplo sentido, muita das vezes preconceituosas, e ser conivente com som nas alturas dos trios elétricos, ou de qualquer acessório de sonorização poluidor utilizado no período momesco. Não aprecio a surdez e  tenho medo da alegria superficial.  Ela pode parecer melancólica, surreal e tenho pavor de perder a lucidez. Ainda sou daqueles que tudo meu tem dono.

Portanto, irmãozinho, sejamos folião.  Mas, que tal os quatro dias Gordo da folia para também descansar, rever os amigos, ir ao cinema, escutar uma musiquinha, que não seja literalmente carnavalesca, viajar, se preferir, ficar quietinho em casa e refletindo sobre a vida como ela é. Não podemos esquecer que o carnaval é a festa da carne, portanto, não enfiemos de vez o pé na jaca.

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Brothagem (!)

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Tem muita gente que deixa de ser feliz porque não consegue conviver com o diferente. Essa história de a minha comunidade, a minha tribo. Tudo não passa de um papo furado. As afinidades estão além dos limites geográficos e a minha tribo sou eu e os outros. Assim fez a cantora Madonna que se permitiu a um programa tipicamente carioca e fugiu bastante do lugar comum. É a constatação de que ela é pop mesmo e pelos menos dá a impressão de não carregar consigo as marcas do preconceito de muitas celebridades.

madonnacirco

Entre a visita ao Cristo Redentor, cartão postal e uma das sétimas maravilhas do mundo, Madonna, que visitou o Morro Santa Marta, na viagem anterior ao Brasil, aproveitou a noite de quarta, 10, para  jantar com amigos em um restaurante em Santa Teresa, no centro do Rio. E depois seguiu para assistir a um show no Circo Voador. Ela acompanhou um show com vários músicos comandado pelo cantr do grupo O Rappa, Marcelo Falcão. Lógico, que a artista não quebrou o protocolo. Enfim existe a tietagem e os malucos de plantão. Portanto, Madonna entrou no Circo Voador pelo portão dos artistas. Deixou o centro cultural uma hora depois, sem dar entrevistas, e voltou para o hotel em Ipanema, na Zona Sul do Rio.

O bom do passeio da cantora é tentar entender que essa tal globalização, ruim ou não, permite que o artista se integre independente do País, do idioma ou identidade sonora. E o resultado sempre proveitoso: troca de informações,  o da exclusão da xenofobia e o da legitimação de uma confraternização global.

Foto: Alex Palarea / Ag. News

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Rock X Pop

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Encarregados de cobrir o show da diva Beyoncé em São Paulo, nesse sábado (6), no Estádio do Morumbi, os repórteres do Terra Osmar Portilho e Ana Carolina Moura empregaram seus olhares de uma forma diferente na apresentação, deixando o manual da imparcialidade do lado e falando como fãs. O primeiro, fã de rock, nostálgico e defensor da música crua tocada ao vivo, contra a segunda, fã confessa de música pop comercial que arrebata corações adolescentes. Confira:

Osmar Portilho

O palco era o mesmo. Estádio também. As pessoas não. Uma semana após a trupe de James Hetfield ensurdecer os fãs de Metallica em São Paulo, o cenário que havia sido invadido por camisetas pretas ganhou nova cara. No lugar das estampas de bandas com caveiras, vestidos curtos ou shorts jeans. Substituindo os coturnos, sapatos de salto alto. Em vez de cabelos ensebados sendo sacudidos aos riffs pesados de Kirk Hammet, cortes impecáveis estruturados com muitos produtos e aquela escova que temia a chuva que não veio.

Ir ao show de um grupo como o Metallica, com mais de 20 anos de banda e experiência de sobra, e comparar com um show de Beyoncé podia ser algo injusto alguns anos atrás. Bandas de metal e rock sempre tiveram mais “know-how” com as grandes multidões e souberam lidar com adversidades e se sair por cima. O rock de arena, termo que surgiu com as primeiras bandas que se aventuraram a lotar estádios, é prova disso. Uma maré de garotos enlouquecidos com seus punhos erguidos hipnotizados. Nesta fórmula, U2, Bon Jovi, Kiss, Oasis e outros também se tornaram “experts” no assunto.

No entanto, um show como o deste sábado (6) nos faz pensar diferente. Assim como Madonna, que também desembarcou no Brasil com sua gigante turnê Sticky & Sweet no final de 2008, Beyoncé mostra que seu poder de diva consegue sim hipnotizar uma arena. Com um espetáculo minuciosamente coreografado e cronometrado, a cantora utiliza todos os recursos possíveis para fazer com que seus fãs não desgrudem os olhos do palco: luzes, telões de alta definição, chuvas de papel picado, dançarinas, solos de guitarra, hits grudentos, efeitos especiais e o principal: carisma, mesmo que seja ensaiado.

Aos fãs de rock ou de música que em geral temem o “putz putz” eletrônico, vale dizer que Beyoncé leva sua banda completa em turnê. Formado inteiramente por mulheres, o grupo se mostra altamente técnico e competente ao vivo, mesmo que em muitas vezes a sonoridade não pareça totalmente orgânica. Um fato de pode incomodar alguns fãs dos espetáculos ao vivo e dos improvisos é a previsibilidade da apresentação, que possui um setlist fixo. No entanto, vale lembrar que bandas como U2, Kiss e AC/DC ficaram tão reféns de seus aparatos tecnológicos que não se dão ao luxo de interromper seu repertório para improvisar.

Diante disso, é inegável que Beyoncé caminhe para assumir o posto de “diva das arenas”, que hoje ainda é de Madonna. Embora a cantora tenha muitos hits a menos que a dona de hits como Vogue e Like a Virgin, é notável que seus sucessos estejam se acumulando e moldando seu show em um espetáculo completo capaz de embasbacar qualquer um. É claro que quem caminha por esses passos esteja sempre suscetível aos deslizes. Em muitos momentos, as transições de atos com exageros nas roupas e trilhas sonoras chegam a lembrar shows de parques temáticos como Beto Carreiro World. Mas quem liga pra isso?

Ana Carolina Moura

Após assistir ao show de Beyoncé no estádio do Morumbi, em São Paulo, na noite de sábado (6), dá até para entender a reação vergonhosa que Kanye West teve no Video Music Awards 2009. Em setembro, ele invadiu o palco da premiação da MTV americana, tirou o microfone da vencedora do Melhor Clipe do Ano, Taylor Swift, e disse que Beyoncé deveria ter sido a vencedora. Beyoncé é tão carismática e talentosa ao vivo que é realmente difícil não tomar partido dela. A cantora de 28 anos deixa Madonna, Mariah Carey e Rihanna no chinelo.

Como toda diva, ela poderia fazer exigências absurdas em seu camarim. Mariah Carey, por exemplo, é conhecida por suas extravagâncias. Quando veio ao Brasil em outubro, ela pediu 80 toalhas brancas no camarim do show que teve apenas três músicas no repertório. Mas, pelo contrário, nada de extraordinário constou na lista de pedidos de Beyoncé. A mulher do rapper Jay-Z quis um camarim branco, com flores, espelhos e pizzas para a sua equipe.

A postura de “diva humilde” – se é que isso existe – de Beyoncé é comprovada no palco. Ela sabe como conquistar uma plateia. A cantora agradeceu inúmeras vezes o carinho dos fãs e disse que aquela tinha sido a sua melhor audiência da carreira. Ela ainda fingiu ficar sem palavras quando foi ovacionada por mais de 60 mil pessoas presentes no estádio. Beyoncé fez apenas um sinal de “deixa para lá” e em seguida mostrou a que veio.

Ela é uma pop star completa. Canta ao vivo, sacode, pula em cima de um salto alto, se joga no chão, segue a coreografia das dançarinas, interage com os fãs, troca de roupa várias vezes e faz o público se emocionar com canções românticas. Ufa, haja fôlego. Quem se impressionou com as estripulias de Madonna no palco durante a turnê Sticky & Sweet, com certeza teve as expectativas superadas no show de sábado.

Mas nem só de elogios vive uma diva. Beyoncé também é metódica. Ela segue exatamente o set list e faz praticamente os mesmos comentários em todas as noites de apresentação. Desde a morte de Michael Jackson, no dia 25 de junho de 2009, ela vem dedicando a canção Halo ao rei do pop. Também é de praxe cantar Happy Birthday para os aniversariantes na plateia ao final do show.

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Farofafafa da boa…

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Uma sacada muito legal da produção do telejornal global, Bom Dia Brasil, em misturar ritmos que fazem acontecer o Carnaval do Brasil. Uma bagunça de ritmos que mostra que a festa de Momo é a mais versátil existente no Planeta. Tudo cabe e nada é de ninguém. Como é legal ver os sambistas do Rio de Janeiro cantando a mais nova onda do criativo e irreverente carnaval baiano: o “Rebolation” da Bahia. E os de Sâo Paulo, caindo no frevo de Pernambuco. E o Maranhão, representado pelo Bicho Terra cantando o samba feito por paulistas.

Mesmo não conseguindo imitar o “cans, cans, cans, culan”, da moçada dos Demônios da Garoa, o Bicho Terra cantou a clássica “Trem das Onze” e fez a plateia ludovicense sambar. Nesse desafio saudável está literalmente legitimado que o Carnaval é a festa das misturas. Tudo cabe, depende apenas do estado de espírito de cada folião.

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Poesia em Movimento

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Uma performance de trinta minutos onde não faltou poesia, irreverência, crítica social sem pieguice e música. Assim foi o lançamento, nesta noite, no Cine Praia Grande, de Belle Époque, o terceiro livro-CD do poeta Celso Borges, concebido em São Paulo, mas com a essência de um maranhense. Uma noite concorrida para prestigiar essa figura ilustre e jovial, que trocou por alguns anos a ilha pela selva de pedra paulistana. Enfim, voltou e trouxe com ele na bagagem a visão mundana, que sempre fez parte de sua trajetória neste planeta, mas sem perder o foco, o cordão umbilical enterrado até a alma em solo ludovicense..

É como Celso definiu em entrevista: “tudo não passa de um código em silêncio. É como se o CD dialogasse com o livro. Assim se configurou o breve sarau feito pelo poeta, acompanhado da banda Restos Inúteis: Reuben Rocha (guitarra), André Lucap (violão), Bruno Azevedo (baixo) e André Grolli (bateria). Os cinco caras aproveitaram a ocasião para mostrar que são músicos de mão cheia e o que lhes faltavam era uma chance para concepção de um trabalho consistente e que fugisse do lugar comum. A oportunidade veio com a composição das trilhas para 15 poemas de Belle Époque, sendo concretizada no palco, na tela do cinema, trazendo as  imagens do livro editadas pelo músico e fotógrafo André Lucap

Um cenário formidável…poesia em movimento, trilha sonora consistente, coerente com proposta e dois universos vivenciados pelo poeta: São Paulo e o Maranhão de Ferreira Gullar e Bandeira Tribuzzi, ícones da literatura contemporânea maranhense e brasileira, citados com maestria por Celso. Enfim, uma noite oportuna para quem curtiu a audição da poesia articulada com seriedade, lucidez e com o propósito de que renovar é preciso.

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Single Lady

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Beyoncé chega ao Brasil três dias depois de deixar sua marca na história da música. No último domingo, 31, a cantora recebeu seis gramofones e se tornou, aos 27 anos, a artista feminina que mais destacou em uma única edição Grammy: o Oscar da Música. Só com “Single ladies (Put a ring on it)”, a popstar levou o gramofone de ouro nas categorias música do ano, música R&B e performance vocal feminina de R&B. Com “Halo” foi premiada como a melhor cantora de música pop e “At last” lhe valeu a melhor performance vocal tradicional de R&B. “I am… Sasha Fierce” foi eleito o melhor álbum de R&B contemporâneo.

A artista, que faz o primeiro show de “I am…Tour”, nesta quinta-feira, 4, em Florianópolis, se apresenta sábado (6), em São Paulo, Rio de Janeiro, no domingo (7), e segunda (8), Salvador (quarta, 10). O espetáculo que já passou por cerca de 30 países desde de março de 2009.

Milhares de brasileiros estão tendo o privilégio de assistir a performance de Beyoncé: essa super gata, dona de um corpão e um rebolado imitado mundo afora Como se não bastasse, ela forma com o rapper Jay-Z o casal mais bem sucedido, ou seja, endinheirado do pop.

Depois do Brasil, a cantora segue para Argentina, Chile, Peru e encerrra a turnê em Trinidad e Tobago. E a moça já declarou: após o último show, tira merecidas férias. Em seus dias de descanso, Beyoncé vai desfrutar do gosto doce da vitória. Segundo a Billboard – que elegeu como o melhor concerto de 2009 – “I am… Tour” arrecadou US$ 54 milhões em seus sete primeiros meses.

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Tome Marley !

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Gente bonita, colorida e alegre esteve no show do The Original Wailers, realizado na noite de quinta-feira, 21, no Trapiche Bar, na Ponta d’Areia. Ao contrário do que costuma acontecer nas produções de reggae realizadas em São Luís, a banda não demorou tanto a subir no palco. Em tempos de Operação Manzuá é mais prudente respeitar as leis. Aproximadamente meia-noite e meia o grupo já tocava “War”, música de Bob Marley, que deu início ao espetáculo. Esse detalhe já foi uma grande vantagem em relação a muitas produções desastrosas registradas ao longo de quase 20 anos de shows de artistas de reggae em São Luís.

Como era esperado, a banda toca basicamente canções do maior ídolo jamaicano de todos os tempos. E tome “Natty Dread”, “Forever Loving Jah” (linda), “Stir it Up”, “Concrete Jungle” e “Pimpers Paradise”. Tudo o que a imensa maioria da platéia esperava. Também pudera, os dois integrantes principais, os guitarristas Al Anderson e Junior Marvin, tocaram com Bob Marley em discos como “Natty Dread”, “Survival” e “Exodus”. Enfim, pode até ser original, no entanto, não há nada de novo no front. Os poucos que esperavam novidades ficaram a ver navios. The Original Wailers é uma usina de som para manter viva a memória do gênio da música jamaicana ou, quem sabe, alimentar a conta bancária da viúva dele, Rita Marley.

A banda é meio parada, não exagera na performance. O baterista é excelente e não economiza peso na pegada. Os dois célebres guitarristas idem. Duas backing vocals afinadas compensam a falta de sabor harmônico dos vocais masculinos. As versões das músicas são extensas, quase exaustivas, mas trazem um tempero contemporâneo.

O ponto negativo, de fato, foi a péssima qualidade do som ou a incompetência do operador, que não conseguiu evitar uma distorção que beirou o absurdo e causou desconforto auditivo a quem estava próximo das caixas do lado esquerdo do palco. No momento em que Al Anderson fez um solo de guitarra de mais de cinco minutos, o barulho ficou insuportável. Outro problema foi a cervejinha em lata, vendida na temperatura ambiente.

Para quem não sabe, a Wailers original era formada por Bob Marley, Peter Tosh e Bunny Wailer. A Original Wailers foi fundada em 2008, como resultado de uma cisão da The Wailers Band – que no momento também excursiona no Brasil. É importante não esquecer que em 1996 ou 1997 (não me lembro da data com exatidão), este grupo tocou em São Luís no antigo Arena, no Renascença.

Eduardo Júlio é poeta e jornalista

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Apocalipse, No!

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Um começo de ano violento em São Luís, a capital do Estado do Maranhão. Treze homicídios nos três primeiros dias de 2010. O crime organizado age no bairro da Liberdade, por meio das gangues, e um saldo de três mortes. Fora assaltos a ônibus e cidadãos de bem que pagam impostos e vivem reféns da delinquência e psicopatia de alguns. Todos esses dados foram e são apresentados todos os dias por gente que cuida da Segurança Pública.

Dizer que a polícia não está na rua, seria injustiça. O que mais incomoda é saber que a violência não pára e a cada dia surge um novo líder a comandar o crime e aterrorizar a sociedade.

Ao assistir a edição do último dia do ano de 2009, do Bom Dia Mirante, fiquei contente e acreditando que ainda existe uma luz no fim do túnel. Portanto, é hora de “cancelar o Apocalipse porque o fim não está breve” e lá está a jogadora de basquete Iziane, maranhense de fama internacional, anunciando e colocando em prática o seu projeto social de tentar inserir e socializar por meio do esporte, em especial, o basquete, os jovens maranhenses em risco de exclusão. O bairro escolhido foi a Liberdade, local em que a estrela do basquete nacional, gringa e maranhense, nasceu e foi criada com muito orgulho. Diante da conversa com os apresentadores do telejornal, a atleta deixou explícito que o projeto se estendia a outras comunidades carentes de São Luís. O que ela quer é contribuir e espera contar com o apoio de outros parceiros para que o projeto tenha vida longa. Aplausos e Prêmio Nobel da Responsabilidade Social a Iziane pela cesta de placa.

Além do esporte, a música poderia ser uma outra válvula de escape para os milhares de jovens sem oportunidades residentes na ilha do francês. Não entendo muito de gestão de políticas públicas, do processo de funcionamento das ONG´s, do envolvimento do Poder Público, mas boto fé de que a coisa pode acontecer. Afinal de contas, moramos em uma cidade ritmica, em que a diversidade cultural aflora no São João e no Carnaval.

Lógico, polícia para quem precisa de polícia. Mas, é bom refletir que só a música e o esporte salvam !!!

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Bela Festa

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Uma festa singela, organizada e irreverente. Essa é a melhor tradução para a edição 2009 do Prêmio Universidade FM,  realizado na noite desta quarta-feira, 16, no Teatro Artur Azevedo. É normal questionamentos num concurso em que apenas um vencedor seja conhecido,  pois as preferências existem e a vida só é boa porque temos o privilégio de contestá-la. Justiça seja feita:  prevaleceu a coerência e os méritos pra quem venceu,. Agora, o bom da festa é o reconhecimento aos artistas locais, que mesmo diante das dificuldades conseguem produzir e colocar música para o consumo e alegria dos fissurados pela arte.

A cantora Flávia Bittencourt foi a grande vencedora da noite.levando o prêmio de melhor show, interpréte e melhor CD, dentre as 19 categorias disputadas. Nesta edição do Prêmio Universidade FM, destaque para show “Universo Pop”, onde músicas marcantes do rock produzido dos anos 70 aos dias atuais, em solo ludovicense, ganhassem uma nova textura sonora. Acompanhado pela banda Legenda (George Gomes, bateria, Carlos Pial, percussão, Edinho Bastos, guitarra, João Paulo, contrabaixo e Marquinhos Silva, teclado), Ramirez (Página 57) intepretou “O Encontro de Chico Mendes e Lampião no Dia de São Sebastião”, autoria de Beto Enongue, da Nego K´aapor; “Ainda Bem Você”, de Marco Moraes, com Branco, ex-vocalista da Cartahoc: “A Riqueza”, de Santa Cruz, com George Gomes e Preto Nando; “Piercing’, de Zeca Baleiro, com Alê Muniz, que dividiu o palco e pot-pourri com Luciana Simões e Preto Nando numa atmosfera 100% Yo!; além da antológica Ana Paula, de Oberdan Oliveira, renovada por Audi; Absinto, de Otávio Parga, Ex-Daphne, com Pandha, “Toada”, do saudoso Preto Ghoez, com a boa performance de Célia Sampaio; “Haicai”, de Djalma Lúcio, ex-Catarina Mina, com Lucyana Pinheiro, “Regueiros Guerreiros”, de Fauzy Beydoun, da Tribo de Jah, com Luciana Simões e encerrando “Só Flores”, de Glad, na voz de Alexander, vocalista da ex-Daphne.

Entre uma categoria e outra, vencedores e não vencedores, houve pausa e palmas para homenagear o maestro Nonato, escolhido como a personalidade musical de 2009. Um reconhecimento em vida para quem fez a alegria de muita gente em bailes de São Luís afora, isto é, numa época em que tocar em ‘conjunto’ era um charme. O Nonato e Seu Conjunto foi o que podemos definir como um divisor de águas na música feita no Maranhão. O grupo surgiu nos anos 70, influenciado pela Jovem Guarda, mas com o jeito brejeiro e peculiar de ser maranhense.

Acabada a entrega dos prêmios veio o show da cantora paulista Negra Li. No ‘setlist’ da artista canções como “Você Vai Estar na Minha”, “Meus Telefonemas”, “Negra Livre”, “Não é Sério”, “Killing Me Softly With His Song” , consagrada na voz de Roberta Flack, “Chain Of Fools, de Aretha Franklyn e a reverência ao super Tim Maia, em “Imunização Racional” e “Bom Senso”, com direito a uma ‘canja’ do maridão Júnior Dread, que saudou São Luís com um reggae e mostrando que para cantar o estilo não é preciso imitar Bob Marley. Enfim, foi uma noite de festa e que encerrou com uma jovem diva da ‘black music’ nacional, que acompanhada pela banda Legenda, só rasgou elogios ao quinteto.

1. Talento da Noite

Kazamata

2. Revelação

Nathália Ferro

3. Melhor Show

Todo Domingos – Flávio Bittencourt

4. Projeto Gráfico

Cláudio Vasconcelos, Márcio Vasconcelos e Maurício Vasconcelos

5. Técnico de Gravação e Mixagem

Carlão, Marquinhos Silva e Henrique Duailibe – CD 30 Anos Cantando o Amor

6. Músico Tecladista

Henrique Duailibe

7. Músico Guitarrista

Jayr Torres

8. Músico Baterista

George Gomes

9. Músico Baixista

João Paulo

10. Músico Violonista

Luiz Júnior

11. Músico Percussionista

Carlos Pial

12. Melhor Pop Rock

Argamassa Cinzenta – Nego K´aapor

13. Melhor Reggae

Sonho de Amor – Legenda

14. CD de Bumba-meu-boi

Paraíso da Criação – Boi de Morros

15. CD de Música Folclórica

Sotaque de Orquestra – Betto Pereira

16. CD de Música Carnavalesca

Os Feras

17. Melhor Música

Veloz – Carlinhos Veloz

18. Destaque Interpréte

Flávia Bittencourt

19. Melhor Cd

Todo Domingos – Flávia Bittencourt

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