‘Da web à vida real’

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Fazendo o caminho inverso, a banda Garibaldo e o Resto do Mundo, idealizada pelo compositor e multiinstrumentista Paulo Henrique Moraes saiu da “web à vida real” (frase da jornalista Bruna Castelo Branco). O grupo começou com quatro das oito composições inclusas no primeiro CD homônimo independente e autoral, que conta com a produção e co-arranjo de Adnon Soares. As músicas estão disponíveis, desde setembro no site: www.myspace.com/garibaldoeorestodomundo.

O trabalho com oito músicas do “Garibaldo e o Resto do Mundo” foi lançado neste domingo, (19), no Plugado, na Mirante FM. Durante conversa, Paulo comentou que começou o trabalho sozinho e, agora, conta em sua formação com os músicos: Kiko Lisboa (bateria), Denis Moraes (contrabaixista) e Pedro Moura (guitarra e vocal) e Pedro Moura, guitarrista e vocal. O disco foi colocado para tocar no programa e Paulo interferiu na programação destacando as faixas: “Clausura”, definida como uma canção de dor de cotovelo, e a divertida “Mulheres de Salto”, cuja letra ironiza o visual muito elaborado de algumas mulheres, mas não descartam que as mesmas têm sentimentos e sofrem por amor, e “El Paso”, uma experiência com o instrumental e o eletrônico. Outras canções da banda são “C´Est La Vie”, “Veludo”, “Que Novidade” e “Mulambo Inocente” e “Limbo”.

Indagado sobre a linha ideológica da banda, que faz uma reverência ao Garibaldo do programa Vila Sésamo, Paulo disse que a construção das músicas é uma mistura de elementos da cultura pop contemporânea e um pouco de trabalho experimental e tem inspiração no estilo das bandas mineiras Pato Fu e Skank.

A princípio, o disco, gravado em estúdio em São Luís, com projeto gráfico e ilustrações de Ricardo Sanchez,  será divulgado nas rádios, além da divulgação na internet. “O próximo passo da banda é invadir os locais de shows da cidade. Já estamos ensaiando para mostrar o trabalho ao público em outubro e o local está sendo negociado”, adiantou Paulo Moraes.

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Concertos & Trilhas

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O cantor e compositor Zeca Baleiro gravou e lançou no mercado dois álbuns que fazem parte das comemorações dos 13 anos de carreira do artista. São eles, “Concerto” e “Trilhas: Música Para Cinema e Dança”, pelo selo Saravá Discos.

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O primeiro é um registro mais intimista gravado ao vivo no Teatro Fecap (SP) em um show que ficou em cartaz por três semanas e reúne músicas autorais e interpretações de canções de nomes como Cartola, Chico César, Camisa de Vênus, Foo Fighters executadas essencialmente com arranjos para violão. O segundo, “Trilhas”, tem composições para cinema e espetáculos de dança, atividades que Baleiro, também, têm afinidades.

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Tive a oportunidade de audição dos dois trabalhos inéditos e a primeira impressão é que “Concerto” foi feito para tocar no rádio e chegar com mais acessabilidade aos ouvidos de quem gosta de música como entretenimento. Entre as canções ouvidas destaque para “Barco”, de autoria do paraibano Chico César, e abre o “Concerto”. Interessante ficaram as releituras feitas para “Eu Não Matei Joana D`Arc”, música que ficou conhecida na voz de Marcelo Nova, do Camisa de Vênus, entre os 80 e 90, e “Best Of You”, do Foo Fighters, David Grohl, líder e baterista do grupo e ex-companheiro de Kurt Cobain no Nirvana. E como já é de costume em seus discos, Baleiro reverencia Cartola, em “Autonomia”, de maneira irreverente homenageia Michael Jackson, em “Canção Pra Ninar Neguim”.

Em “Trilhas”, o músico se manifesta quase empíricamente para retratar filmes e espetáculos de dança. São 12 musicas extraídas, quatro insrumentais e oito canções das trilhas de dois filmes: o longa “Carmo”, do diretor paulistano Murilo Pasta (prêmio do público de melhor filme da Mostra Internacional de São Paulo de 2009) e “Flores para os Mortos”, um curta metragem experimental de Joel Yamaji; e três espetáculos: “Cubo”, do grupo paulista LúdicaDança, “Geraldas e Avencas”, do grupo mineiro 1º Ato, e “Mãe Gentil”, misto de dança, teatro e vídeo. No primeiro momento soa como um disco imcompreensível. A cada ouvida a sensação é de estar diante de um disco que até pede para ser radiofônico, mas o que Zeca gosta mesmo é de emocionar sem ou com palavras.

Embora distintos, os dois discos fazem parte de uma série de projetos guardados na mente e na gaveta que Baleiro encontrou como um pretexto para uma pequena celebração. Indagado sobre os 13 anos para lançar o pacote, Baleiro disse que não tem fetiche por número, mas deixa bem claro que os números 13 e 17 o atraem. “Como náo iria pelos 17 aproveitei para fazer todo o estardalhaço nos 13 anos e seguindo o discurso afiado de Zagallo: “vocês vão ter que me engolir”, brincou.

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Queremos o “Maranhão na Tela”

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Um País se faz com “homens, livros e fazendo arte”. É inadmissível que um evento da natureza do Maranhão na Tela corre o risco de acabar por falta de patrocínio.

Que País é Este ! Nesse Brasil varonil se patrocina tantas ações desnecessárias. E quando o assunto envolve Responsabilidade Social, fomentação de um pensamento crítico por meio do cinema, música, teatro, [fugindo do lugar comum], logo o tapete é puxado pela falta de sensibilidade e de compromisso, que ainda reina, por parte de quem pode e deve promover lazer, por meio de arte, para o povo.

Desde já abraço a causa e defendo pela permanência do Maranhão na Tela, pois a Mostra de Cinema, aprovada por nós maranhenses, não só diverte, mas carrega a bandeira da inclusão, palavra essa bastante utilizada em discursos feitos nos palanques e mesas redondas por “figurões”, que devem entender que o “povo não quer só comida. quer diversão e arte”.  E que apareça um (pai) ou (mãe)trocínio. Ao fazer a graça, ou seja, praticar a boa ação, terá 100 anos de perdão.

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Canto de Lá…

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O talento e a cumplicidade com a música brasileira, produzida no Maranhão, estão presentes na vida do cantor e compositor Glad. Com mais de 20 anos de carreira trilhando pela Música Popular Brasileira, o músico resolveu gravar o quarto disco da carreira tendo como carro-chefe a musicalidade maranhense.

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Glad disponibilizou no disco “Canto de Lá”, doze clássicos do cancioneiro maranhense para legitimar que o cordão umbilical com o Maranhão jamais será cortado. Morando no Rio de Janeiro, há quase duas décadas, influenciado pela vertente do rock nacional dos anos 80, Glad explicita em cada faixa do novo trabalho que o destino dele ainda é São Luís, a capital de nascimento e fonte de inspiração.
 
“Canto de Lá” traz como atmosfera um banzo saudável e cheio de requinte, pois o artista soube garimpar a música feita pras bandas de cá com muita sabedoria. “Minha História”, do pedreirense João do Vale abre o CD. O artista afirma que já cantava essa música no conjuntão carioca Voluntários da Pátria, liderado pelo músico Tico Santa Cruz (vocalista Detonautas), e que tem em João a referência do poeta eterno do povo. Na sequencia, a clássica “Ponteira”, de Sérgio Habibe, seguida de “Oração Latina”, de César Teixeira, a canção emblemática e panfletária, que representa para o Maranhão o que ‘”Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, representa para o Brasil. 

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 Tem ainda, “De Cajari Pra Capital”, de Josias Sobrinho; “Diverdade”, de Chico Maranhão, gravada também por Diana Pequeno; “Namorada do Sol”, de Nonato Buzar; “Canção em Alfa”, de Ronald Pinheiro; “Cajueiro Velho”, do maestro João Carlos, consagrada na voz de Alcione; “Erva Santa”, de Joãozinho Ribeiro; “O Bonde”, de Papete, do disco “Água de Coco”, gravado pelo selo independente de Marcos Pereira, em 1968;  “Aleijadinho”, do sambista Chico da Ladeira e cantada em verso e prosa nos arraiais e rodinhas de festas de amigos em São Luís. E pra fechar, nada mais sugestivo do que o poema “Traduzir-se”, de Ferreira Gullar, musicalizado outrora pelo cantor e compositor cearense Raimundo Fagner.  No “Canto de Lá”, Glad constrói em “Traduzir-se” um balaio com base numa arquitetura poética que só o próprio define ao interpretar.
 
Esse apanhado, essa pesquisa feita por Glad tendo como trilha sonora básica, a música feita por maranhenses, não teria se tornado uma realidade sem as parcerias mais que perfeitas. “Canto de Lá” foi gravado entre junho e julho de 2008, no estúdio Bagasound, em São Luís e mixado no estúdio Mills, no Rio de Janeiro. A gravação das faixas “Oração Latina”, “Erva Santa” e “Traduzir-se” ocorreram no estúdio Mills, no Rio de Janeiro. 

E na concepção das faixas um time de músicos, backing vocals, entre os quais, Oliveira Neto (bateria), Pedro Dantas (baixo), Jayr Torres (guitarra), Carlos Pial (percussão), Rui Mário (acordeon), Cecilia Leite (backing vocal), Dani Maia (backing vocal), Tony Boca (violão), Neném Torres (baixo), Cacau Amaral (percussão), Carlos Mills, Josias Pedrosa, Juliana Peres, Eunice Simeão (coros e palmas), Paulo Santoro (violoncelo), Adriano Sousa (teclado pad), Nonato Buzar (voz do poema Namorada do Sol), Marcelo Caldi (sanfona) e Roberto Sthepson (flauta transversal).
 
Enfim, um disco que surge num momento propício, ou seja, justamente quando São Luís festeja os seus 398 anos. “Canto de Lá” resgata um pouco da história da música maranhense para o Brasil conhecer e ouvir.

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Contra o Descaso

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Oportuno o manifesto feito pelos artistas locais, nos mais diversos segmentos, coordenado pelo ator Uimar Jr., contra o estado de abandono em que se encontra a praça Deodoro, no Centro Histórico de São Luís.  A Deodoro, também conhecida por Praça do Pantheon, tem uma história importante no cenário desta cidade, assim como outras praças existentes em São Luís e que são alvos do descaso.

As autoridades competentes, juntamente com uma parcela dos habitantes da ilha cegas para a autêntica e verdadeira, têm que acordar pra Jesus e ter a percepção que limpeza pública, saneamento básico, educação,  lazer decente, preservação do patrimônio são sinônimos de cidadania e temas necessários para que possamos modificar o panorama de que moramos em uma São Luís, dona de uma história tão enriquecedora, prestes a comemorar 400 primaveras,  e não merece sequer ser citada ou estigmatizada como uma capital com os piores indicadores sociais da federação.

Portanto, não aceitamos que São Luís se transforme em uma favela ou tampouco em um lixão para ratos e urubus.

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‘Tosqueira atrás de tosqueira’

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Estamos em plena campanha eleitoral e ainda tem muita gente que se candidata achando que tudo é apenas uma brincadeira. Dizem por aí, que essas eleições os candidatos estão se superando, é “tosqueira” atrás de “tosqueira”. São os padeirinhos,  tiriricas, zé(s) do(s) boné(s), do(s) bombon(s), das tijela(s), zé(s) da(s) medalha(s), Odoricos, Paraguassu(s), ‘Big’ brothers,  ‘Big’ cheddars,  e por aí vai. È a democracia de Estado e de Direito.

No meio dos candidatos com nomes engraçadinhos, têm os que colocam a campanha em carros de sons usando como trilha canções originais num total desrespeito ao criador da obra. Tem um candidato por nome Lindolfo Pires (DEM-PB) que viu sua fama alcançar nível nacional na semana passada com a versão eleitoral de “Beat It”, de Michael Jackson. Mas a euforia chegou ao fim nesta quarta-feira, (25), depois de uma ação movida pela Sony Music, que detêm os direitos sobre as músicas do astro pop.

A versão integral com o refrão “Pires, Pires, Pires”, que estava disponível para download no site de campanha, foi retirada. Mesmo assim, no YouTube, as cópias do vídeo se multiplicam e as exibições ultrapassam as 100 mil visitas desde que o primeiro foi postado, em 19 de agosto. A gravadora não descarta cobrar indenização do deputado.

Em entrevista a jornal “PB Agora”, Lindolfo definiu o jingle como uma paródia. “Não estou comercializando ou vendendo essa música, foi uma brincadeira de um amigo nosso”, afirmou. Apesar de ter retirado o material do ar, ele nega que tenha sido notificado. “Nós não fomos comunicados de absolutamente nada, tudo que sabemos são através de informações que estão chegando extra-oficialmente”, disse ao jornal paraibano.

Plágio/Queen

Claudir Maciel (PPS) também tenta chamar a atenção do eleitorado por meio de uma música famosa. O jingle do candidato a deputado estadual em Santa Catarina toma como base “I want to break free” (“Eu vou votar no Claudir”) do Queen. No site de sua campanha, Maciel argumenta que a versão tem origem em outro viral do YouTube, “Comprei um quati“, este sim com inspiração declarada do grupo inglês, que circula na rede desde 2007. A EMI, que detém os direitos da música, analisa os detalhes e pretende processar o candidato caso seja comprovado o uso da gravação original da música.

Versões/Hits

Exemplos de candidatos que passam por cima de direitos autorais não faltam na atual campanha eleitoral. Hit nos anos 90, “Macarena” do grupo Los del Río agora toca para o líder do governo Lula na Câmara dos Deputados, Cândido Vaccarezza. A campanha presidencial de Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, usa uma vinheta com a batida inicial de “We will rock you”, do Queen. Segundo a equipe responsável, são usados apenas três acordes, e o trecho não chega a identificar a música com o candidato.

Proliferação

Basta chegar o período eleitoral e a proliferação de versões musicais de astros da música pop nacional ou gringa servindo como estratégia de campanha e barganha de votos. O eleitor deveria ser esclarecido que o uso de músicas sem o pagamento de direitos autorais é ilegal. E a grande difilcudade é que a febre provocada pela internet torna as liminares vazias. Enquanto um autor retira o vídeo do ar, usuários recolocam. Além disso, como se trata de hits de alto poder de comunicação, a mensagem já foi passada.

Prejuízos

Em entrevista ao Estadão, o advogado Alexandre Lyrio, sócio do escritório Castro, Barros, Sobral, Gomes Advogados, que representa a APDIF (Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos), afirma que o uso das músicas sem o pagamento de diretos autorais é ilegal. Segundo ele, a dificuldade maior é que a febre provocada pela internet torna as liminares inócuas. “Enquanto um autor retira o vídeo do ar, usuários recolocam. Além disso, como se trata de hits com alto poder de comunicação, a mensagem já foi passada”, diz.

Para Lyrio, os casos não podem ser tratados como simples paródias porque envolvem associação ideológica. “Os prejuízos para o artista são incalculáveis. Se esses casos não forem tratados com seriedade, amanhã um artista nacional pode estar sendo lesado. A operação maliciosa de uma obra autoral pode ter inclusive implicações criminais”, alerta.

E Nós

Nós na condição de eleitor devemos rir sim dos candidatos humoristas que tratam a política com descaso e feito uma grande  Ópera Bufa, mas não ser conivente com esse tipo de comportamento durante a propaganda eleitoral. Afinal de contas, o pleito eleitoral do dia 3 de outubro deve ser tratado com seriedade, pois o voto é um momento cívico e democrático em que estar em jogo o destino de um País.

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Cine Tropical

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O CD Cine Tropical casal Criolina, Alê Muniz e Luciana Simões, é destaque no caderno Globo Cultura, em matéria feita pelo jornalista Leonardo Lichote. Leia o artigo

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Estética do frio com ‘grooves e loops’

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O cantor e compositor gaúcho Vitor Ramil é um dos mais perfeitos criadores de boa música desde que inaugurou seu nome, aos 17 anos, num disco de Zizi Possi no começo dos anos 80. O carioca Marcos Suzano é um dos maiores percussionistas do Brasil. Inaugurou a teoria do acústico na percussão e desmistificou que o pandeiro é um instrumento típico do samba.

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A dupla, o casal de músicos, não sei, como defini-los, só sei que eles (os dois) resolveram se unir para gravar o CD Satolep Sambatown, que propiciou a essas duas figuras da nossa MP(B)rasil uma gama de shows pelo país afora. E ontem, 19, São Luís teve o privilégio de recebê-los no belo cenário do Teatro Artur Azevedo. Infelizmente, a plateia não foi a que eu esperava, mas a imensa minoria que estava lá era significativa e privilegiada em assistir a um duelo de titãs, onde o grande vencedor foi a música feita com requinte.

Um show enxuto feito por dois artistas brasileiros que não aceitam de forma alguma ficar deitado em berço esplêndido. Inquietos e instigantes, Vitor Ramil e Marcos Suzano são adeptos de que as boas parcerias funcionam, não importando os limites da geografia. E o “Satolep Sambatown”, surgido na primeira semana de setembro de 2007, é uma espécie de simbiose sonora da estética do frio musicada pelo gaúcho da imaginária “Satolep”, traduzindo para o real chama-se “Pelotas”, com a musicalidade e o ‘groove’ carioca do percussionista Marcos Suzano com o seu pandeiro único no centro de uma arquitetura rítmica em que sons acústicos dialogam com ondas sonoras vindas do mundo da eletroacústica.

Tanto Vitor como Suzano têm um pé na tradição  musical de seus lugares de origem, Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro. e outro no contexto da experimentação, das invenções mais radicais da cena musical contemporânea. Ao ouvir “Não é Céu”, “Foi no mês que vem” e “Estrela, Estrela” tive a sensação de estar diante de velhas e boas canções repaginadas, com uma outra textura, que mostram que a boa música resiste ao tempo e estão prontas para serem lapidadas e’looptadas‘ por quem realmente entende do riscado.

Sai do teatro em estado de graça, mas triste com a dura realidade cultural e unilateral brasileira. Alguém questionou comigo. Pô, o show foi pouco divulgado. Discordei porque vi o mesmo sendo anunciado na mídia eletrônica (rádio e TV), nos impressos e onlines. Podemos até questionar a produção que não castigou numa mídia massiva, mas não deixamos de lado que a bola da vez no noticiário nacional é  a massificação da informação, pois sabemos que a bola da vez no noticiário do globo é a massificação da informação, tendo como o viés o senso comum, que por outro lado é uma extensão das correntes da bizarrice, espetacularização e de uma cultura tipicamente consumista.

Pensar criticamente ou oferecer opções às massas nesse contexto é estar na contramão da história.  Aí, meu, a democracia da informação não passa de um discurso panfletário e universitário. E o lamentável é saber que um show e um disco da natureza de  “Satolep Sambatown’ passam despercebido do imenso admirável gado novo.

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Reggae na essência

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Um sábado proveitoso, pois sai de casa em busca de diversão e informação. Acabei encontrando as duas coisas em uma noite que começou pela Praia Grande. Batizei como uma espécie de louvor a São Benedito, mas o foco principal era celebrar os 22 anos da Fundação Cultural Palmares, que muito tem contribuido no combate ao preconceito étnico, pela preservação e difusão das manifestações oriundas da diáspora africana, que se frutificaram, multiplicaram e fazem barulho em terras brasileiras.

Uma festa que encantou com a presença do grupo paulistano A Barca, mostrando que é possível lapidar a riqueza rústica do tambor de crioula, do boi no sotaque de pandeirão ou zabumba, sem perder a essência. Tudo é uma questão de leitura e sensibilidade. Se houve alguns momentos de exageros na harmônia, o resultado foi satisfatório pelo processo da interculturalidade.

Depois da saudação a cultura popular brasileira, sai à francesa para uma viagem de um extremo ao outro da ilha, para curtir no Novo Trapiche (Ponta D´Areia), o show da banda carioca, de Niterói, Ponto de Equilíbrio, que teve ainda a presença pela terceira vez em São Luís, do DJ também carioca, do bairro de Laranjeiras, Marcelinho da Lua. Antes da festa começar tive a oportunidade de conhecer o baixista da banda, o meu ‘xará’ Pedro Caetano, conhecido na cena regueira, como “Pedrada”. Muito simpático, falou da alegria em retornar a São Luís. Para ele, a ilha é caracterizada pela festa, o calor escaldante e humano, sem falar que um pedaço da Jamaica também compõe um pedaço desse cenário.

Conversa vem, conversa vai, e Pedro, o “xará”, resolveu presentear-me com o mais trabalho independente da banda carioca, “Dia Após Dia Lutando”.  Depois de assisti ao show aproveitei para curtir uma audição do disco a caminho de casa. E de cara gostei de cara do terceiro disco da rapaziada. Os caras trazem um ‘groove’ bem raiz, críticas cheia de realismo brasileiro, além do vocal soberano e original do vocalista Hélio. O disco, ainda, tem participações de peso, entre os quais, The Congos, Don Carlos, Marcelo D2 e Jorge Du Peixe, da Nação Zumbi).

No disco, produzido nomes como Daniel Ganjaman e Buguinha Dub, traz um repertório que trata de problemas sociais, mensagens otimistas, louvores, entre outras receitas poéticas de uma banda cujo o ponto “G” é o equilíbrio.

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Revolução Silenciosa

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Tem gente vem ao mundo a passeio, outros a serviço. Magno Cruz, na condição de militante e ativista, contribuiu carregando como bandeira de luta a causa da população afrodescendente ainda discriminada nesse País.

Tive poucos contatos com ele em vida, mas percebia fidelidade em seus ideais. Infelizmente, Magno Cruz teve de sair de cena deste plano fisico, mas legou consigo a revolução silenciosa e deixou um legado  a servir de lição para os que lutam com a essência da verdade.  Ele teve um funeral digno de um cidadão, uma autoridade, que soube fazer política com personalidade e sem subserviência. Em vida, lutou até última ponta em nome da mudança de comportamento da humanidade e pelo fim do preconceito racial no Brasil.

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