“Modernizar o passado é uma evolução musical”

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Parece que foi ontem. Hoje, 2 de fevereiro, faz 20 anos a morte de Chico Science. Para ele, “modernizar o passado é uma evolução musical”. Se estivesse vivo o que estaria aprontando com a Nação Zumbi. Enfim, morreu aos 31 anos, vítima de acidente de carro, num dia de domingo, entre Olinda e Recife.

Como mentor da Nação Zumbi, a banda pilar do movimento Mangue Beat, Chico Science recolocou Pernambuco no mapa musical do Brasil a partir de 1994. Profundo conhecedor das raízes pernambucanas, mas antenado com o que toca o mundo, o visionário Chico fez a aliança entre a musicalidade pernambucana com o universo. O legado deixado por ele frutificou.

Com Chico Science, a Nação gravou dois álbuns antológicos: “Da Lama ao Caos” (1994) e “Afrociberdelia” (1996). Os dois trabalhos foram essenciais para a projeção do movimento Mangue Beat Brasil afora. Mesmo sem Science, a Nação segue a sua trajetória sob o comando de Jorge Du Peixe, Pupillo, Lúcio Maia e companhia, como uma banda mais cultuada do que propriamente ouvida.

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Dia do Garçom será celebrado com palestra

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Para celebrar o Dia do Garçom, nesta quinta-feira, dia 11/8, o Restaurante Escola do Senac, localizado na Rua de Nazaré (Centro Histórico), realiza, nesta quarta-feira (10), a palestra “Da raiz da terra para o mundo: a Tiquira como produto inovador”, ministrada pelo empresário da Tiquira Guaajá, Alberto José, a partir das 16h. Durante a ocasião, será realizada degustação e análise olfativa com os aromas.

No dia 11 de agosto é comemorado em todo o país o Dia do Garçom, profissional responsável pelo bom atendimento e agilidade no serviço de qualquer bar ou restaurante.

Embora a arte de servir seja uma atividade básica de qualquer garçom, este profissional desempenha outras funções como higienizar e organizar seu setor de trabalho, preparar bebidas, gerar hospitalidade no processo de atendimento ao cliente, ser comunicativo e estar de prontidão para o ato de servir.

É importante destacar que o mercado de atuação para este profissional é extenso, podendo trabalhar em bares, cafés, restaurantes, eventos, room service, entre outros.

Atualmente, espera-se que o garçom execute diversas tarefas, sendo capaz de se adaptar aos diferentes ambientes de trabalho.

O profissional deve estar atento às normas de higiene e segurança, manter comunicação fluente e atender o público de forma cortês e eficiente.

Não é necessário ter formação para exercer a profissão, mas para que um garçom se destaque no mercado de trabalho, é preciso treinamento, qualificação e entusiasmo com a profissão.

Segundo a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes – ABRASEL, 31% da renda da família é para alimentação fora do lar e, até 2020, a tendência é que esses dados cheguem a 50%, o que prevê um crescimento no surgimento de bares e restaurantes, principais campos de trabalho dos garçons.

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Virada Cultural com festa e manifesto

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Foram necessários doze anos da Virada Cultural, na capital paulista, para prestigiar de perto, pela primeira vez, o evento gratuito, organizado pela Prefeitura de São Paulo. Em três dias, o coração da maior cidade América Latina respirou música e sorria feliz a cada esquina. Gente de todas as idades, gêneros e gostos musicais cruzavam a cidade quase sem carro. Eram pessoas com a felicidade estampada no rosto, numa celebração coletiva, porém sem aquela excitação do carnaval.

Numa festa em que se poderia esquecer todas as energias negativas que têm deixado o país triste e preocupado com o seu futuro, artistas e plateia disseram em uma só voz que fazer e consumir arte não é sinônimo de vagabundagem. E como em quase todas as ocasiões a política também faz parte da vida do brasileiro, haja manifesto político durante a maratona cultural na capital paulista. Eu prefiro a neutralidade para tentar entender a complexidade e indefinições políticas no país.

Mesmo assim, o tom de protesto prevaleceu, e começou na noite de sexta (20) durante o ‘happy hou’ da Virada 2016, teve continuidade e não faltaram manifestantes nos principais pontos do evento.

Durante as apresentações de artistas consagrados como Ney Matogrosso, Elza Soares, Baby do Brasil, Alcione e a plateia se mostraram insatisfeitas com a atual situação do país.

Em especial, foram os protestos contra toda essa conjuntura política nacional que marcaram a maior parte dos shows do evento, mostrando que o passo atrás de recriar o Ministério da Cultura não foi suficiente para acalmar os ânimos dos artistas. E o discurso continuou nos shows de Elba Ramalho, Céu, Criolo, Nação Zumbi.

No sábado, Alcione pegou o microfone e criticou as mudanças no Ministério da Cultura. Lembrou o desastre ambiental causado pela Samarco em Mariana (MG) e expressou sua admiração pela presidente afastada Dilma Rousseff. A banda que acompanhou Elza Soares na avenida São João estendeu uma faixa recebida do público e a cantora pediu “mais revolta”, sem citar nominalmente o presidente interino.

Um domingo tranquilo e de sol, mas a política voltou à tona no início da tarde, no palco dedicado às mulheres, na avenida São João, onde a cantora Tereza Cristina pediu mais representatividade na política e repetiu o coro de “Golpe não”. Ali perto, Leci Brandão também fez um show bastante politizado, falando sobre racismo, pedindo apoio aos estudantes paulistas e puxando um grito de fora o novo governo federal. O mesmo tipo de discurso ainda se repetiu na apresentação dos Detonautas e da Nação Zumbi, que fechou a Virada no palco Júlio Prestes. “Não nos calemos, porque quem cala desaparece”, bradou o vocalista Jorge Du Peixe. Enfim, só a música salva !!!!

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São Luís merece ser respeitada e amada

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Costumo dizer que São Luís é uma bela cidade, porém tenho a ligeira sensação que é “mal amada” por muitos de seus filhos. Não adianta o Poder Público investir na cidade e estar sempre cobrando dele, se nós como  agentes sociais e moradores da cidade  não colaboramos fazendo o dever de casa. O que se vê no dia a dia é uma “algazarra” patrocinada por gente sem noção de cidadania.

Camelôs e a desordem n a Rua Grande. Foto: Arquivo
Camelôs e a desordem n a Rua Grande. Foto: Arquivo

Tem gente que mora na ilha e acha que por aqui tudo pode. É gente poluindo as praias, fazendo xixi e jogando lixo nas praças, ruas becos e avenidas. É o comércio informal de maneira indisciplinada tomando de conta do espaço público, achando que só ele tem direito. É óbvio que as pessoas que se sustentam vendendo churrasquinho, cachorro quente, refrigerantes, enfim, os camelôs, mereçam trabalhar, mas não esqueçam que existem direitos e deveres.

Além do comércio informal, são os carroceiros atrapalhando o trânsito e flanelinhas ditando a regra do jogo ao cobrar taxas exorbitantes alegando que está vigiando o seu carro e o espaço que você ocupou é privado e ele é o dono do pedaço.

Tem  gente que para reconhecer os direitos e deveres como cidadão é só através da chibata, ou seja, no rigor da Lei.  Enquanto a cidadania não é exercida espontaneamente, que as  autoridades competentes analisem esse caos instalado na cidade e ponham ordem na casa, para não virar definitivamente a da “Mãe Joana” !!!!

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O Rock Brasileiro é escorraçado do rádio em 2015

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É cada vez mais evidente que o rock nacional perde espaço no rádio brasileiro. O predomínio absoluto é da música sertaneja. O dado faz parte da lista anual divulgado pela empresa Crowley, que faz a medição nas emissoras de rádio de várias cidades do país. O rock foi escorraçado das listas de músicas mais ouvidas e tocadas nas emissoras de rádios brazucas. É a primeira vez que o pop rock desaparece da lista anual.

O rock não aparece na lista Top 100 mensais das mais ouvidas/executadas – segundo o ranking da Crowley.

Segundo a pesquisa, a música sertaneja tem 75 das 100 músicas mais tocadas em rádios do Brasil no ano passado. É a primeira vez desde 2000, quando a empresa começou a monitorar rádios no Brasil, que nehuma faixa de rock brasileiro está entre as mais tocadasem 2015. Na pesquisa, a presença do rock internacional é nítida. Há apenas duas bandas na lista, Magic e Maroon Five.

Segundo o crítico musical, Marcelo Moreira, afirma em sua coluna na UOL, que o pop rock morreu no Brasil e esqueceram de enterrá-lo.

– O grande público, aquele que ainda escuta rádios FM, há tempos prefere gêneros considerados populares e de qualidade altamente questionável, como o sertanejo universitário, o funk carioca, o que restou do axé e o pagode do mais rasteiro – argumenta.

Para Marcelo, há quem defenda que a verdadeira música pop nacional está sendo feita no underground, que supostamente consegue dar suporte a artistas que arregimetanram um bom público e supostamente lotam festivais.

– Esse pessoal usa como exemplos meia dúzia de bandas legais, de vertente mais pop, que conseguem sobreviver de música e manter uma carreira movimentada, inclusive com shows no exterior em grandes quantidades. O problema é que a tese não se sustenta, já que é baseada em exceções, ou seja, são muito poucas as bandas que atingiram um grau interessante de popularidade em um underground bastante frágil – é o caso de Boogarins, Autoramas, Marrero e mais dois ou três. O rock está cada vez mais underground do underground. Não vai morrer, mas vai definhar progressivamente e cada vez mais… – finaliza.

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Larissa Baq: singela e espirituosa com a música

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Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

A Satchmo Produções[leia-se Fafá Lago] tem oxigenado a cena musical de São Luís apostando em nomes talentosos e poucos conhecidos no Brasil, além de apostar em artistas locais, que se permitem a ousar diante de um panorama do embrutecimento cultural, em que a mídia nacional condenou ao ostracismo os grandes artistas desse país, exemplos, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, etc. etc.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

Nessa experiência “B-Side” da música, a Satchmo já trouxe artistas como Fernanda Cunha, o instrumentista maranhense Pedro Araújo (atualmente morando no Rio de Janeiro), entre tantos outros, e de várias vertentes sonoras. A mais recente  a se apresentar em São Luís, articulada pela Satchmo, foi a paulistana, da cidade de Franca, Larissa Baq.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

Jam Session

Pela segunda vez na ilha [esteve no passado no “Rádio Pocket Show”, iniciativa da Acordes Produções e Satchmo Produções),  a cantora, compositora e instrumentista retornou em dois shows. Trata-se do Sarau “VaiVoa”, nome do seu mais novo disco, em fase de pré-produção.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

O primeiro encontro com o público maranhense aconteceu na última quinta-feira, dia 28/5, no Amsterdam Music Pub, na Lagoa da Jansen. Por onde deixa o seu rastro, Larissa gosta de flertar com a cena local. Manter essa conexão, esse intercâmbio, é muito importante para o trabalho de uma artista que gosta de democratizar a informação e perceber que o Brasil é um continente plural. E de um extremo a outro, existem formas do viver singular daquela região. Vivenciar essa experiência para ela é sinônimo de reinvenção.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

E foi assim, que ela reuniu numa atmosfera de “Jam Session” múltiplos artistas com linguagens poéticas, timbres musicais e gerações distintos para dividir à primeira noite em São Luís. Por lá passaram Hermes de Castro, Marcos Lamy, Milla Camões, Ângela Gullar e Beto Ehongue. E no meio da performance de cada músico, lá estava ela interferindo com o seu ‘setlist’ autoral. Enfim, ela era a grande anfitriã.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

Intimista

Na sexta-feira (29/5), no Cantinho da Estrela, na Praia Grande, Larissa Baq retoma o Sarau “VaiVoa”, numa clima mais intimista, exclusivamente dela. Espirituosa e cheia de charme, Larissa já cativou uma legião de fãs em São Luís, que compareceu e interagiu numa demonstração de afeto e conhecimento do trabalho de uma artista que sabe o que fazer com a música.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

 

Ela já deixou bem claro que vive de música e a tem como uma fonte inesgotável. E o que se vê é uma artista que ouve, se capacita, dona de uma textura sonora definida, ou seja trabalha a música com personalidade e profissionalismo.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

No segundo show, Larissa mostrou aperfeiçoamento no canto ‘folk’, mas cheio de brasilidade, e constatou que experimentar com ‘loops’ e timbres diferentes de guitarra são ferramentas perfeita para quem curte subir no palco sozinha.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

Esperança

A autora de “Pausa” e “Quiçá”, canções já conhecidas de um expressivo público, trilha no caminho certo, graças ao jeito humilde de ser e atitude no palco. A gente espera, que Larissa ainda venha se tornar um luz no meio do túnel, mediante a um cenário musical brasileiro, cada vez mais descartável, onde artistas aparecem e somem com a mesma velocidade.

Foto: Satchmo Produções
Foto: Satchmo Produções

Ouça: Pausa – com Larissa Baq

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Noite de “Incantaria” com Rita Benneditto

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Uma noite impecável. Uma noite de encantamento com Rita Benneditto, no Teatro Artur Azevedo, numa produção de Elza Ribeiro (irmã da artista) e Guilherme Frota Produções. Quem se permitiu a sair, no sábado (30/5), de casa para assistir a cantora maranhense, nascida em São Benedito do Rio Preto, no interior do Maranhão, se deparou com uma Rita intensa e completa no palco. Vestida e tomada por uma entidade, chamada música (que já definiu como a sua religião) entrou em cena, após alguns anos sem pisar no palco do imponente Teatro Artur Azevedo, acompanhada de quatro músicos, batizados de “Incantados”.

Foto: Ciro Trindade/Facebook
Foto: Ciro Trindade/Facebook

Em quase duas horas, Rita contagiou a plateia com força e vitalidade, com o seu trabalho conceitual e de pesquisa, em que faz o elo das sonoridades tradicionais com elementos modernos com equlíbrio, e resgata a tradição musical maranhense, unindo os timbres de guitarra, baixo, percussão, bateria e ‘samplers’ e ‘beats’ eletrônicos. Tudo isso arquitetado pela “incantaria” dos músicos, Frederico Ferreira (guitarra e vocal),  Lúcio Vieira (bateria), Ronaldo Silva (percussão e vocal) e Pedro Dantas (contrabaixo e vocal), filho do regente e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Alberto Dantas. Pedro Dantas, que nasceu em Recife (PE), adotou São Luís do Maranhão para viver, toca com Baby do Brasil e Vanessa da Mata.

Foto: Márcio Vasconcelos
Foto: Márcio Vasconcelos

Personalidade

Enfim, uma noite “i(e)ncantadora em que Rita assumiu o seu lado macumbeiro respaldada pelo historiador e antropólogo Luís da Câmara Cascudo, “Ê Macumbê”, de Villa Lobos e o “Bat Macumba”, da antropofagia psicodélica tropicalista dos Mutantes. E deixou bem clara que a macumba é uma designação genérica dada a vários cultos sincréticos praticados comumente no Brasil e fortemente influenciados por religiões como o catolicismo, espiritismo, umbanda, candomblé e cultos ameríndios. A “Macumba”, também, pode se referir a um antigo instrumento musical de percussão africano, uma espécie de reco-reco, que é um patrimônio do samba.

O recado deixado por Rita em “Encanto”, é de que a música é a única deusa, entidade que consegue estar em todos os lugares, em qualquer tempo, espaço, funcionando como a religião de todos.E Rita sai de cena reverenciando o Maranhão, numa ‘fusion’, um ‘ecumenismo’ sonoro, de reggae/bumba meu boi de orquestra de Axixá, e a impressão de ter nascido no palco…

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Encanto: conceitual, marcado pela fé e devoção

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A eterna busca da originalidade é fonte de extrema angústia para músicos em todas as áreas, e algo que críticos e jornalistas cobram com veemência em um momento onde a música se tornou supérflua e perde valor cultural constantemente. Como buscar algo diferente em um segmento como a Música Popular Brasileira, onde aparentemente se tem a sensação de que se chegou a um teto, ou a um momento de saturação ? Como estimular a criatividade na busca pelo inédito e pelo novo ? Enfim, eu acredito que, ainda, tem gente na música que não perdeu o fôlego e procura surpreender o ouvinte – seja para o bem ou para o mal ?

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No meio à turbulência sem precedentes, eis como sugestão para audição a cantora maranhense Rita Benneditto, que acaba de lançar o seu sexto álbum solo, intitulado “Encanto”, o primeiro com a sua nova identidade musical, [anteriormente conhecida como “Rita Ribeiro”]. No disco, produzido por Felipe Pinaud e Lancaster Lopes, a artista Rita Benneditto expande o conceito de fé e religiosidade musical, sem se afastar da linhagem bem sucedida do projeto Tecnomacumba, cujo o show estreou em 2003, virou disco de estúdio em 2006 e ganhou registro ao Vivo em CD e DVD lançados em 2009, além de ter ficado quase onze anos em cartaz pelo País.

E já que o papo é o novo trabalho, foram dois dias de audição das treze faixas que compõem “Encanto”, produzido por Felipe Pinaud e Lancaster Lopes, com ensaio fotográfico do maranhense Márcio Vasconcelos pelos Lençóis Maranhenses, viabilizado pela Manaxica Produções, além de distribuído no mercado fonográfico pela gravadora Biscoito Fino.

É um disco conceitual e de devoção da cantora, em que predomina a musicalidade afro-brasileira, mas com um apelo ao universal. Um trabalho formatado por músicas inéditas como “Guerreiro do Mar”, de Márcio Local e Felipe Pinaud, “De Mina”, do compositor maranhense Josias Sobrinho, (com a participação de Roberto Frejat, do Barão Vermelho), aliadas a releituras de canções conhecidas de compositores como Djavan, em “Água”, Gilberto Gil, o reggae “Extra”, (participação da banda Reggae B, de Bi Ribeiro, dos Paralamas do Sucesso, e Priest Tiger), Jorge Benjor, em “Santa Clara Clareou” e Roberto Carlos, em “Fé”.

O bom em Rita é saber que ela é dona de uma voz extremamente afinada, coerente na forma como ela trabalha a carreira, opta por aquilo que acredita e lhe faz bem. Enfim, essa frase é a que melhor traduz a trajetória de uma artista: “a música é a religião de Rita Benneditto. É para a música que Rita Benneditto faz a cabeça!”

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Frase para curtir no fim de semana

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“Crônica nasce para divertir. Mas acho que ela pode, além da diversão, dizer algo sobre o mundo”. FLIP 2014

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Mônica Salmaso: “a MPB está pobre”.

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O ato banal de rasgar pela primeira vez o lacre do seu novo disco, “Corpo de baile”, enquanto toma café no Museu da República, esconde, no sorriso quieto, dez anos de trabalho da paulistana Mônica Salmaso. Questionada sobre a atual conjuntura da Música Brasileira, a cantora diz estar pobre.

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— A música popular brasileira hoje está pobre e nivelada por baixo. Pobre de assunto, de letra, de melodia, de harmonia, de arranjo. É aquilo que a indústria, em crise, tentando sobreviver ao naufrágio, produz. É feio. Não é dessa água que a gente vai beber. Não é que as cantoras ou os cantores vão mal, mas é um cenário que não incentiva a busca do conhecimento, da qualidade ou da consciência do que você faz — lamenta.

Um fenômeno, segundo ela, ligado à dificuldade, hoje, de dar o pontapé inicial a uma carreira diante da pressão por uma certa “viabilidade”.

— Na maior parte das vezes a porta de entrada é algo que nada tem a ver com a pessoa. Aí vem alguém e diz: “Você vai ser fulana de tal”. Ou então: “Você vai substituir aquela-que-se-foi, vai ser a nova não-sei-quem”. As cantoras que compõem o novo quadro musical são reféns de gente que movimenta a cultura e fica criando esses negócios. Cássia Eller morreu, vamos inventar outra. Aí, vem uma fila de Cássia Eller. Eu adorava. A Cássia não tem nada a ver com meu jeito, mas havia uma verdade ali.

A análise leva Mônica a um encontro de 15 anos atrás, convocada por um grande empresário à cata de uma nova cantora de sucesso.

— O cara pegou um papel e desenhou a pessoa que eu deveria ser: 30% dessa cantora, 15% daquela. Um CD com três versões de sucessos internacionais, uma pitada autoral, 10% pop e um molho romântico. Eu já tinha lançado os “Afro-sambas”, “Trampolim” e “Voadeira”, ganhado prêmio e tal. Disse a ele que o que eu fazia era pequeno, mas eu gostava, queria continuar. Ele respondeu que meu trabalho era “muito europeu”. Perguntei se ele não ficaria satisfeito em vender 200 mil, e ele disse que não, que sua estrutura só era para 1 milhão. “Mas eu quero fazer do meu jeito!”, insisti. “Então, vai fazer na Europa.” Agradeci, fui embora e continuei fazendo, no Brasil, do meu jeito. Se é para não ser eu mesma, prefiro outra profissão.

‘A INTERNET AINDA VAI FLORESCER’

Atada ao seu nicho, que se constrói com o tempo, Mônica vive de seus shows (semana passada levou ao Teatro Rival seu tributo a Vinicius de Moraes) e planeja apresentar o novo disco ao vivo no ano que vem, na dependência dos editais que envolvem hoje a carreira de palco. No horizonte da audição musical, vê muita desolação, mas vislumbra uma resistência subterrânea que ainda vai germinar.

— O pessoal vem sendo forçado a fazer qualquer coisa que apareça rápido e “monetize”. Isso mata a fertilidade. Por outro lado, por conta disso, à medida que lojas de discos morrem, que a ponte para as multinacionais vai ruindo, a internet começa a abrigar algo que ainda não é claro, mas que, como num asfalto abandonado que racha e é tomado pela floresta de novo, vai florescer em algum momento. Acredito na força da natureza das coisas, no poder do desejo de criar.

Em meio à aridez que vê, Mônica segue, e se fia em suas estrelas-guias, cada qual numa gaveta:

— Gal, Bethânia, Elis, Clara Nunes, que ouço desde criança, são vozes que moram num lugar de referência, de respeito, intocáveis. Já Zizi me ensinou a ouvir os músicos e a aprender com eles. Ney Matogrosso, por outro lado, é o exemplo de como um pulso original pode mover o público. Mas, quando eu crescer, quero mesmo é ser Nana Caymmi, chegar a uma expressão vocal que não se preocupe em acertar, livre e exata como a melhor e mais experiente cozinheira.

Deu em O Globo

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