Abrakadabra…
Aproveitei o meu último fim de semana de janeiro de 2011, para fugir um pouquinho de São Luís e curtir por 24 horas a cidade de Belém. Foi um momento especial, pois veio a sensação dos bons tempos de criança, quiçá, na pré-adolescência, quando meus pais diziam pelos quatro cantos da casa que o Circo Tihany estava em São Luís.
Tive o privilégio na fase mais madura da vida, cultivar e trazer de volta o meu lado infantil, assistindo ao Circo Tihany festejar os seus 50 anos, no Parque de Exposições do Entrocamento, na capital paraense. Foi um dia especial, pois estava [euzinho aqui] na boa companhia de amigos antigos e outros que havia acabado de conhecer.
Pois bem, “Abrakadabra”é o nome do espetáculo. Uma simbiose de ilusionismo, balé, acrobacia, contorcionismo, malabares, e claro, uma trupe de palhaços, liderada por um palhaço anfitrião, dono de um jeito natural, criativo e irreverência espontânea legitimou que em circo que se preza a presença do palhaço é inevitável. Enfim, o Tihany de, hoje, não tem animais, mas sabe misturar show musical nos padrões de Las Vegas aliado ao surrealismo.
Profissionalismo – Em duas horas e alguns minutos de “Abrakadabra”, cerca de 70 artistas desafiam os limites do corpo e da razão com apresentações que contam, ainda, com 156 profissionais de 25 nacionalidades, inclusive brasileiros, numa constatação que se a globalização existe, se faz presente e (o)nipresente no Tihany.
O público se impressiona com uma estrutura cenográfica, música, dançarinos e dançarinas com roupas luxuosas. Comparar tudo aquilo que vi como inspiração do “Cirque de Suleil” é confundir alhos com bugalhos. O Tihany tem uma história e personalidade. Elas estão legitimadas na tradição do Sir Tihany, que dentro de uma cadeia produtiva e hereditária mantém viva a tradição milenar do circo. E o trabalho está no picadeiro, onde além dos artistas, a companhia também utiliza a tecnologia para impressionar e conquistar o público.
Em determinado momento, o palco se transforma em uma gigantesca fonte de água e fogos dançantes, em um espetáculo de verdadeiro sincronismo e beleza. Em meio ao imaginário não poderíamos esquecer a figura do mágico, o paulistano Romano Garcia, que mesmo com a seriedade profissional, esbanjou simpatia durante um bate papo informal no camarim do Tihany. Disse ele que estava louco para conhecer São Luís, os Lençóis Maranhenses e o reggae.
Fantasia & Realidade – Depois da longa temporada por Belém, São Luís é o próximo local a receber a trupe circense. A estreia é nesta sexta-feira, dia 11, em um picadeiro climatizado armado na área do Cohafuma. E o legal é saber que o Tihany aporta na ilha em plena efervescência do Carnaval. Fico cá a perguntar: o Circo e o Carnaval têm algo em comum ? Tem sim senhor (!) As duas manifestações artísticas e culturais são caracterizadas pela magia, fantasia e realidade.