Deu no G1
Henri Salvador, um dos cantores favoritos da França, morreu na quarta-feira aos 90 anos, anunciou sua gravadora.
O guitarrista e antigo apresentador de TV morreu em sua casa devido à ruptura de um aneurisma, às 10h30, horário local, informou a gravadora Polydor.
Nascido em Caiena (Guiana Francesa) em 1917, Salvador acabara de comemorar seus 70 anos de carreira e se despedira dos palcos com um último concerto no último 21 de dezembro no Palais des Congrès, em Paris.
Seu último álbum, lançado em 2006, foi “Révérence”.
Além de sua excepcional longevidade, tornou-se conhecido por seu riso inimitável. Suas canções populares (“Syracuse”, “Une chanson douce”, “Dans mon île”, “Le travail c’est la santé”, “Zorro est arrivé”) são sempre cantadas pelos franceses.
O presidente francês Nicolas Sarkozy, que estava na Guiana Francesa, disse que tomou conhecimento da morte de Salvador “com infinita tristeza”.
“Na confluência do jazz, da canção e da bossa nova, da Europa e da América, amigo de Boris Vian, Sacha Distel e Gilberto Gil, Henri Salvador encarnou com humor e elegância, por mais de meio século, a arte da canção francesa”, disse Sarkozy em comunicado.
O ministro da Cultura, Gilberto Gil, divulgou nesta quarta-feira uma nota sobre a morte do cantor, músico e compositor francês Henri Salvador.
Confira, na íntegra, a nota assinada por Gilberto Gil:
“Henri Salvador foi um dos compositores mais distintos e plurais da música européia. Talvez, por suas raízes nos trópicos do sul, na Guiana Francesa; talvez, por suas inúmeras andanças enquanto soldado do exército francês; mas, principalmente, por sua aguçada abertura para a vida e para o mundo, sua rara sensibilidade e sua extraordinária capacidade criativa. Foi este Henri plural e apaixonado que o Brasil conheceu.
Em 2005, o Ministério da Cultura brasileiro condecorou Henri Salvador com a Ordem do Mérito Cultural por todas contribuições que ele prestou à nossa música. Com presença marcante no Brasil, Henri foi um dos maiores divulgadores da bossa-nova. Dividiu bons momentos comigo e outros contemporâneos da minha geração. Sua paixão pelo Brasil era evidente e, para nós, especialmente envolvente.
Sua voz elegante e sua forma intimista de cantar vão nos deixar saudades, assim como sua leveza e seu espírito de humor, que davam a Henri uma gargalhada inconfundível. Permaneço com a lembrança dessa sua alegria e seu jeito menino de ser, que fazem de Henri um largo riso que em nós permanecerá.
Gilberto Gil
Ministro da Cultura do Brasil”