Essa história de convivência de grupo é muito complexa. No começo tudo são flores. Com o dia a dia as pessoas se conhecem mais, em muita das vezes vem o sucesso, e logo em seguida a crise no relacionamento. Devemos encarar como uma situação natural, mas que sempre movida por turbulências. Alguns sobrevivem e outros morrem na praia.
Citamos nesse blog a saída de Michael Mesquita, da banda local The Mads, e da cantora Marina “Vello” Ribatski do Bonde do Rolê, debochado trio curitibano de funk carioca que tomou a Europa e os Estados de assalto este ano. Em entrevista ao site G1, Marina fala da experiência com os demais integrantes e da proposta musical do grupo, além de projetos para a vida solo.
Marina não quis falar sobre a sua saída da banda. Prefere dizer que, em banda, isso acontece.
– Não somos a primeira e nem seremos a última banda que começa com amizade e termina com pessoas que não se falam mais. Triste que foi assim, mas eu não desejo mal para ninguém. Eles foram muito importantes para mim, eu aprendi muito com os meninos, mas agora eles não fazem mais parte da minha vida. Não é pelo que passou que eu vou torcer contra. Quero muito que eles encontrem alguém que consiga me substituir à altura. Apesar de ser algo tosco, eu sei que o que eu faço em cima do palco não é fácil.
A artista conta ainda que tiveram alguns momentos específicos em que pensou abandonar a banda do Rolê.
– Não, foram várias coisas pequenas, que qualquer pessoa poderia superar se fossem só elas isoladas, mas elas apareceram em um ano muito estressante para mim. Eu nunca tinha ficado tantas vezes doente como nesse ano. Eu pensava: ‘qual é o problema da minha existência?’. Eu chegava até a ir à farmácia e comprar todos os suplementos alimentares e vitamina C, enfiar goela abaixo, mas continuava doente. Tive muitos problemas na garganta de inflamação, amígdala, laringe… tudo que faz perder a voz eu tive. Tinha calos nas cordas vocais, mesmo antes do Bonde do Rolê, e com os shows a coisa foi piorando. Agora fui ao médico, parei de fumar faz uns cinco dias e, com esse tempo que eu tenho até voltar a Londres, vou poder tratar esse problema sem passar por uma cirurgia para tratar dos cistos que eu tenho nas cordas vocais -.
Questionada sobre os projetos e se eles passam pelo estilo musical e de letra do Bonde do Rolê, Marina foi taxativa:
– Bom, eu realmente pensei que a minha carreira musical tinha acabado. Achei que ninguém ia ligar para uma menina que grita como uma retardada no palco. Mas eu comecei a receber muitas mensagens e e-mails de pessoas de todos os ramos musicais, de gente que empresaria artistas. Não tenho nada concreto, mas logo depois já tinha gente interessada em trabalhar comigo. Foi bastante surpreendente. Eu não posso falar em nomes, porque ainda não decidi nada. Eu gosto de letras bem-humoradas, mas, para mim, essa piada do Bonde do Rolê já tem dois anos, já perdeu a graça. Pode ser que seja legal para alguém que acabou de conhecer o grupo, mas, eu estou há dois anos direto com isso, enche o saco mesmo.
Apesar da relação estremecida entre o grupo, Ribatski deixa bem claro que conviver com a banda do Rolê foi a melhor experiência de vida que ela teve. Disse que tudo que conquistou até hoje é devido ao Bonde.
– A minha vida antes da banda não existe mais. Eu era uma garota que trabalhava em uma biblioteca de dia e era garçonete à noite. Me matava para ganhar R$ 500 por mês, apesar de conseguir me divertir. De repente cai uma banda de funk carioca no meu colo, ninguém fez nada para dar certo, mas mesmo assim as coisas vão em frente. Foi uma oportunidade. (Fonte; G1).
Desejo a você e sua família, a todas as pessoas que participaram neste ano, direta e indiretamente dos nossos blogs, um feliz Natal e um próspero Ano Novo cheio de paz, saúde e prosperidade. São os votos de Washington Rio Branco e família.