Entre as milhares de mulheres homenageadas no Dia Internacional delas destaco São Luís. Uma mulher que habito, cultuo e valorizo a sua beleza natural e aquitetônica, prestes a completar 400 anos, vivenciando entre o passado provinciano e efervescente culturalmente, e um presente movido pela tal da modernidade. Às vezes prefiro a São Luís do passado [que não está morto], pois foi nessa viagem ao túnel do tempo que essa ilha recebeu o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco.
Já, o presente da cidade me incomoda, pois sinto o desenvolvimento chegando com grandes empreendimentos, inchaço populacional, especulação imobiliária e trânsito caótico. Lógico, as mudanças são naturais e necessárias, mas não podemos deixar para trás uma espetacular história conquistada ao longo do tempo em troca de um cosmopolitismo com sensação subterrânea, quando não concretizado de maneira consciente e responsável.
A nova São Luís é viável, mas a São Luís dos bondinhos, da poesia, romântica, dos mirantes, telhados, sobradões e da Louvação de Bandeira Tribuzzi, também é viável e precisa ser preservada. É por isso que devemos levantar a bandeira em defesa do Centro Histórico, [que agrega a Praia Grande, um dos cartões postais da diversão da cidade] e do todo patrimônio existente aqui.
Devemos nesses 400 anos discutir questões de mobilidade e estética urbana, perfil populacional, a diversidade cultural, entre outros assuntos relevantes ao processo de mudança do Globo, mas que jamais podemos fazer vista grossa e ter consciência que o nosso destino não está em Nova York ou Milão, mas sim em lutar por uma São Luís digna da grandeza de sua história.