Ficar na praça João Lisboa a espera do transporte alternativo que circula pelo centro da cidade faz parte da minha trajetória diária.
Na tarde desta quinta-feira (21), ao esperar pelo microonibus resolvi tomar o tradicional sorvete, vendido por pregoeiros, que se encontra apenas em São Luís. Preferi o copo ao gostoso cartucho com medo de lambuzar tendo em vista a irresistível à delícia do sorvete.
Depois da degustação veio a indignação misturada com decepção. Procurei uma lixeira em boa parte da Praça para jogar o copo e não encontrei. Chamei o sorveteiro, trabalhador e cidadão, para que me ajudasse a guardar o copo sujo. Ele perguntou: você é maranhense ? Eu respondi, ludovicense com muito orgulho. O trabalhador desabafou dizendo que há anos vende sorvete na área e fica triste com o tratamento que é dado ao local.
De um lado a ausência dos agentes da limpeza pública para cumprir o seu papel. De outro, um segmento da população que acha sujar se traduz como uma agressão a quem de fato e direito é responsável por aquele tipo de serviço. Haja sujeira.
Fiquei chocado ao ver uma casca de banana jogada no chão. Tentei fazer o flagrante com a minha digital. Parei, pensei e preferi as imagens dos pombos alegrando a praça e reverenciando a cabeça do busto do poeta e escritor maranhense João Francisco Lisboa, solitário e descontente.