Chocado, consternado e comovido. Esse é o meu sentimento e de todos os brasileiros com a tragédia vivenciada por estudantes e funcionários de uma escola em Realengo, zona norte do Rio de Janeiro. Um massacre a adolescentes, pessoas inocentes e indefesas, onde não se tem uma resposta lógica para o caso.
O assassino, um jovem identificado como Wellington Menezes de Oliveira, 23 anos, foi estudante da Escola Municipal Tasso da Silveira. Tinha um comportamento instrospectivo e estranho. Adorava navegar na internet em busca de informações fundamentalistas, frequentava a igreja Testemunha de Jeová, criava um cachorro e um gato, era virgem, de poucos amigos, dizem que foi vítima de ‘bullying’ na escola, perdeu os pais cedo, [aonde a mãe biológica tinha distúrbios mentais]. O pai e mãe adotivos, que tanto amava, perdeu em curto espaço de tempo.
Um jovem com um histórico de vida tão conturbado deveria ser mais assistido por uma sociedade muitas vezes injusta. Mas, também jamais se poderia imaginar que o inimigo estivesse do nosso lado, pois estudava, trabalhava normalmente e não tinha antecedentes criminais.
O caldo está derramado. Agora, restam os “porquês”. Entre muitos deles é o de que estamos diante de um sociopata, esquizofrênico, que se especializou como atirador profissional e premeditou a barbárie, escolhendo como maioria das vítimas meninas e apenas dois meninos. Em seu próprio ‘ tribunal de inqusição bizarro’ deixou o mundo triste e reflexivo diante de uma tragédia sem explicação, a não ser de um homem frustrado e que pode ter sido alvo de maus-tratos. Só que isto não justifica o que fez.
Pois bem, o pior aconteceu: “dez brasileirinhas e dois brasileirinhos”[ com vidas cheias de realizações ] desapareceram no apagar dea luz e o protagonista de toda essa brutalidade recorreu ao suicídio. Também se conseguiu o seu principal objetivo: o de autocelebrizar o seu universo esquisito e chamar a atenção desse mundo moderno, dessa aldeia global, conectada pelo individualismo, falta de fé, entre outras manifestações violentas típicas de um ‘apocalipse now’.
Ah ! amanhã é um novo dia para se discutir nos meios de comunicação de massa um crime de repercussão global, que foge dos padrões brasileiros. E como as crianças e adolescentes que conseguiram escapar da fúria desse psicopata vão encarar a escola que foi palco de um massacre sangrento ? A presença do Estado Brasileiro e de Direito é importante no apoio integral para que essas vítimas e os seus familiares possam superar perdas e danos emocionais que vieram de maneira tão violenta, inesperada, e que irão carregar como ‘nódoa eterna’ .