Diante da tragédia humana vivenciada nesse novo milênio me fez refletir com a cabeça no travesseiro, logo cedo, sobre a necessidade de mudar conceitos pré-estabelecidos e baixar um pouco a bola. Afinal, temos que acreditar que existe uma força divina em torno da gente e que não estamos aqui à toa. Fiquei pensando e veio na cabeça vários questionamentos. Onde viemos ? Quem somos ? Onde vamos ? Porque o ‘karma’, ‘o fardo’ de muitos é pesado ? Se existe vida passada e após a morte ? É difícil uma resposta exata para tantas perguntas sobrenaturais.
Fiquei a pensar sobre a realidade vivenciada nas cidades que formam a região serrana do Rio de Janeiro, um estado literalmente cosmopolita, culturalmente plural e a com gente mais feliz do mundo. Mas, neste exato momento está fragilizado, impotente diante da fúria da natureza. Nem mesmo o Cristo Redentor, símbolo do carioca, cartão postal de todos os brasileiros e ‘gringos’, e com os seus braços abertos, conseguiu proteger as cidades atingidas pelo caos.
Se o Apocalipse está breve, euzinho [aqui] procuro analisar a questão das cidades em um outro viés. Prefiro o olhar crítico em torno da cidadania e qualidade de vida. Prefiro morar em uma cidade mesmo que pacata, provinciana, mas que tenha uma população, que reconheça onde começa os seus direitos e termina o alheio.
Sou contra gente que perturba o sossego público com poluição sonora e ambiental. Sou contra à fome como o esperma entre as pernas da violência. Sou contra carroça trafegando na contramão e congestionando o trânsito; de gente que dirige um carro como se a pista fosse um brinquedo de estimação; gente cuspindo e fazendo outras necessidades vexatórias no chão e à luz de todos; quem depreda o patrimônio público pelo simples livre arbítrio.
Sou contra os que só olham para o próprio umbigo; quem arrota grandeza porque passa temporada de férias em Marrocos, Inglaterra, Dubai, Espanha, Argentina, São Paulo, Brasília e acha que a moda e a música de lá são o ‘must’ e o de cá é o ‘brega; sem falar naquele rotulado de preconceituoso, que diz em alto e bom som que é homofóbico, não gosta de negro, de pobre, ou vice-versa.
Se perguntarem para mim sobre um critério importante para se estabelecer o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de uma cidade eu teria como sugestão, o ser humano fútil, o do eu sozinho, o que carrega a vaidade como predileção, para que fosse avaliado. Cheguei a conclusão que uma pessoa abaixo da linha de pobreza é aceitável.
O inaceitável é conviver com o quem se acha acima do bem e do mal porque ouve jazz, música ‘indie’ e vai à balada eletrônica em qualquer aldeia global, o que o torna estereotipado, xiita, defensor das castas, deixando de lado o bom senso em aprender a conviver e aceitar a diferença.
É necessária cautela para perceber que a tradição e a modernidade, o provincianismo e cosmopolitismo, andam de mãos dadas aqui, acolá e em qualquer lugar. Lógico, que defendo o multiculturalismo, mas sem prepotência para não dar margens a uma atitude ‘segregacionista’ e caricata. Ao afetado(a) compulsório(a), resta procurar o divã, pois alguma coisa está errada em sua vida…
Po Pedrinho, transmissão de pensamento! Na verdade acho que conseguiste vomitar um pouco dessa cachaça que a gente tem que engolir… Concordo em gênero, número e grau com todas essas colocações que exaltam o quão são atrasadas essas pessoas que se entitulam sofisticadas e viajadas… Na verdade acho que elas estão mesmo é viajando! E se a música de lá realmente é o “must” perto disso que eles não escutam, apreciam ou concordam, que voltem para o lar deles! Se é que tem Lar esse povo crítico e frustrado, talvez reste apenas uma panelinha de umbigos. Abração Pepe Legal!!!