No começo deste ano Klaus Meine, 62 anos, e o guitarrista Rudolf Schenker, também 62, anunciaram ao lado de Matthias Jabs, guitarrista, 54, Pawel Maciwoda, 43, baixista (polonês), e James Kottak, baterista, 47, (americano), que a banda iria encerrar suas atividades. Uma turnê mundial, “Get Your Sting and Blackout 2010”, para fechar o botequim e, no ano que vem, cada um vai para sua casa cuidar da vida.
Finalmente acabou a última turnê do Scorpions no Brasil e na América Latina. Passou por João Pessoa, São Paulo, Curitiba, Brasília e, por fim, São Luís, no Maranhão. Ao entrar no cenário localizado no Centro Histórico parecia estar vivendo um sonho que se tornou realidade. Acordei para assistir aos escorpiões, que embora alemães, foram britânicos com o horário. Duas horas de um concerto de puro “hard rock”.
O quinteto não apresentou nenhum sinal de cansaço em duas horas de pura adrenalina, foi percepível. Eles seguem sendo quem sempre foram: roqueiros puros, “old fashioned”, malucos, de cabelos pintados, óculos escuros, roupas extravagantes, com suas guitarras nervosas e mensagens tatuadas. “Rock ‘n’ Roll Forever” é o que dizem as costas de James Kottak, o baterista. Irreverente, direto e reto, ou melhor, um show à parte.
O show? Ora, o que importa o show? Foi nesquecível e ímpar em nossas vidas. Com certeza, muitos malucos enlameados que estiveram no primeiro Rock in Rio em 1985, hoje, quarentões, alguns com barriga e sem cabelo estavam por lá, acompanhados dos filhos. Um encontro de gerações.
Não havia no palco de São Luís o barro da Barra, nem a Malt 90. Não havia fumaça de espécie alguma no ar, pois o mundo anda acomodado, sem querer uma revolução em defesa de uma causa nobre. No meio a alienação, aculturação e individualismo como o centro de universo contemporâneo, não resta uma outra coisa a fazer, as pessoas erguerem os seus celulares, filmarem, fotografarem os “heróis do heavy metal”.
E o show ! Pois bem, o que vi e ouvi foi Klaus Meine soltando a voz com a competência de sempre tocando as inéditas do mais novo álbum “Sting and Tail”. Infelizmente, não conhecia nada do disco, por isso, fiquei com as clássicas da banda. São sempre as melhores, as clássicas.
Causa uma emoção quando uma banda que a gente sempre quis ver avisa que vai cantar a primeira balada conhecida ao longo dos 40 anos de estrada. Foi assim com “Send Me Angel”, “Wind Of Change”, etc.
O show se encerra com “Big Ciy Nights”, uma saudação ao Brasil, e, especificamente a São Luís, a cidade privilegiada em ser o ponto final da turnê latino americana da banda. Quando todos pensavam que as cortinas estavam fechadas, em um palco sob o efeito pirocténico, cheio de imagens surreal, riffs de guitarras e as baquetas irreverentes de James Kottak, surge Klaus Meine com frases de efeitos e dispara “Still Loving You” e fecha definitivamente com “You Like a Hurricane”.
Meine se enrola na bandeira do Brasil e todos reverenciam o o público, que reage com o grito de “Scorpions”, “Scorpions”… Como Berlim jé se foi e não há mais muros para essa banda alemã de Hannover derrubar o politicamente correto é dar adeus em grande estilo.
Fotos: Paulo Jr – Imirante
Pedro,
Não ha como adjetivar o espetáculo do Scorpions, o SHOW transcendeu toda a desorganização do evento (acesso ao camarote, horário de abertura das catracas, etc…), porém, uma banda como esta jamais deveria encerrar sua trajetória, pude reviver os momentos marcantes da juventude, ou seja a BANDA É REALMENTE UM SHOW!!!!!!