JB no online

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A versão impressa do Jornal do Brasil será extinta a partir de 1º de setembro, e será integralmente publicado na internet. A afirmação é do empresário Nelson Tanure, dono do diário.

Provavelmente, seremos o primeiro jornal a estar apenas na internet. É algo que está acontecendo no mundo todo”, disse Nelson Tanure, segundo informou O Globo.

A iniciativa de encerrar a versão impressa, lançada em 1891, acontece após a tentativa de Tanure de vender o diário, que sofre com dívidas da ordem de R$ 100 milhões e com circulação cada vez menor.

O empresário confirmou a saída de Pedro Grossi, diretor-presidente da Docas – holding que administra a publicação -, por discordância quanto ao futuro do JB e pela decisão de manter apenas o jornal na Internet. “Eu demiti o Pedro Grossi porque ele era a favor de continuar no papel”, disse.

No entanto, Grossi sublinhou ao O Globo que permanece em seu cargo enquanto a versão impressa existir. “Enquanto tiver jornal impresso, eu continuo presidente. Quando for comunicada a transposição do papel para a internet, eu estou fora. Não fui contratado para isso”, afirmou Grossi.

Na última segunda-feira (12), Grossi enviou comunicado aos editores e diretores do JB requisitando a retirada de seu nome do jornal e anunciando sua saída. A decisão causou surpresa e muito protesto por parte de entidades de classe, intelectuais e simpatizantes do JB.

Insatisfação

No último dia 13, a entidade que representa os jornalistas na cidade do Rio de Janeiro (SJPMRJ) emitiu nota em que lamentou a extinção da versão impressa do Jornal do Brasil que, e realizou na últimaquarta (21), um protesto contra a decisão.

Para a representação sindical, o fim do JB em papel “é um golpe para toda uma geração de jornalistas que lá trabalhou ou simplesmente foram seus leitores”.

A entidade aproveitou para questionar a iniciativa de Nelson Tanure, dono da marca Jornal do Brasil, e o futuro dos cerca de 180 funcionários do diário. “Qual será o futuro deles? Quantos serão reaproveitados na versão online? E o passivo trabalhista? É bom lembrar que muitos ex-funcionários estão na Justiça lutando por direitos que não foram respeitados”, sublinhou o sindicato antes de comparar a decisão do JB à  falência da Bloch Editores e da TV Manchete. “Muitos morreram sem receber seus direitos”, lembrou.

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP) manifestou apoio ao protesto e sublinhou que, com “a extinção do impresso carioca, que escreveu boa parte da história do nosso país, fecha-se também mais um mercado de trabalho”.

Até o poeta maranhense Ferreira Gullar, em sua crônica semanal na Folha de São Paulo protestou contra a extinção da versão impressa do jornal carioca.

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